Conversa com a Serpente e o Le





Capítulo 5: Conversa com a Serpente e o Leão


Havia sido um dia longo. Alvo estava recostado sobre sua cama, com o olhar perdido no teto do quarto. Tudo ali estava decorado de verde e prata e por todas as partes se podiam ver serpentes de todos os tamanhos, grudadas até na madeira. Era um quarto luxuoso, mas frio e impessoal. Alvo a sentia como um quarto de hotel, onde podia dormir comodamente, mas que jamais seria como seu verdadeiro lar.


Lhe parecia impossível que fizesse apenas dois dias que havia deixado seu quarto em sua casa no Valle. As coisas desde então não haviam resultado como ele havia imaginado. Havia terminado na Sonserina, aonde a única pessoa que lhe falava ou ao menos o tratava bem era Escórpio Malfoy. Seu irmão estava chateado com ele e seguramente também seus outros primos. E como se isso fosse pouco, as pessoas pensavam que ele era uma espécie de bruxo das trevas.


- Foi comer? – lhe perguntou de golpe uma voz, lhe tirando de seus pensamentos turvos. Escórpio Malfoy o olhava desde a porta. Alvo não lhe respondeu e o louro entrou, fechando atrás de si a porta com cuidado.


- É pelo que Hedda te disse? – lhe perguntou enquanto que se sentava em sua própria cama, que estava junto a de Alvo. Alvo continuou sem responder.


- Oh, vamos Alvo, não pode ficar assim por isso. Que te importa o que falem as pessoas? Você sabe o que é verdade e o que não! Não deveria deixar que te afete.- tratou de o convencer Malfoy.


Alvo fechou os olhos enquanto que inspirava uma enorme bocada de ar. É que Malfoy não sabia... Não podia saber... Que essas coisas sim o afetavam. I afetavam porque desde que o Chapéu havia o mandado para a Sonserina ele mesmo não havia parado de se fazer a mesma pergunta. Não seria por acaso um bruxo das trevas? Era possível que o Chapéu houvesse visto dentro dele e tivesse encontrado ali poderes escuros, tão próprios de Sonserina? Sentiu que se retorcia o estômago. "Claro que viu poderes próprios de Sonserina", pensou Alvo.


-Alvo... Isto é uma estupidez. – voltou a falar Malfoy.


-Não, não o é.


- Claro que sim. Poderes Escuros... Que merda é essa? Sem te ofender, Potter, mas... Que poderes escuros pode ter um garoto de onze anos? – lhe disse Escórpio em tom irônico. Alvo abriu os olhos e sentou em sua casa, olhando de frente ao louro.


Falar a língua das cobras, por exemplos. – lhe espetou Potter.


- Bom, é claro, é um exemplo, mas isso é tão pouco comum que… - mas Malfoy deteve sua frase na metade e o olhou com olhos cinzas abertos como pratos. – Você não fala a língua das cobras, não é Alvo? – perguntou então. Alvo não lhe respondeu. Concentrou sua atenção em uma das serpentes grudadas na parede que estava contra as costas de sua cama. A olhou intensamente.


Sim, falo a língua das cobras. – lhe respondeu Alvo, sabendo que tudo o que havia saído de seus lábios era um sibilo. Malfoy pareceu ficar de pedra em seu lugar. Alvo voltou a centrar sua atenção no louro, tirando a serpente da cabeça. – Continua pensando em como não existe tal coisa como poderes escuros em um garoto de onze anos? – lhe perguntou então e sua voz soou amarga e triste.


Escórpio ficou o olhando durante um tempo, como se estivesse o vendo pela primeira vez. E logo, sem prévio aviso, rompeu a rir.


.


-¿ Do que está rindo? – lhe perguntou Alvo, sem saber por quê se sentia tão enojado. Havia esperado muitas reações, mas nunca essa. Malfoy demorou um tempo em deixar de rir e poder falar.


- O que te preocupa tanto? Por isso você perdeu a comida? Por que fala a língua das cobras? – lhe disse Escórpio, com lágrimas acumuladas de tanto riso.


- Te parece pouco?


-Bem... Sim! - falou Malfoy, sorrindo. – Ou seja, é muito surpreendente e algo de dar calafrios tenho que dizer... Mas bom, ao fim e ao cabo, é só um idioma, não? Isso não quer dizer nada, Alvo...


- Mas... – Alvo quis argumentar, mas não lhe ocorria o que dizer. É que... Era possível que o louro tivesse razão? Que falar a língua das cobras não significava nada? – Mas só bruxos das trevas falaram a língua das cobras! E que se eu for como eles... Só que ainda não me dei conta? – continuou Alvo. Sentiu que soava estúpido o que acabava de dizer, mas mesmo assim necessitava descarregar seu maior temor.


- Do que está falando? As pessoas não nascem más, as pessoas se fazem más. Além do mais... seu pai não fala a língua das cobras também? – lhe perguntou Escórpio.


- Falava... Já não o faz. Deixou de poder falar com serpentes quando Voldemort morreu. – lhe explicou o garoto.


- Está fazendo tempestade em copo d´água, Alvo. Você nunca será um bruxo das trevas.


- Como pode estar tão certo disso? – se queixou Alvo e não pôde evitar que certo desespero se filtrasse em sua voz. Porque também ele queria acreditar.


-Bom... Porque não quer ser, não é assim? – lhe disse simplesmente Escórpio.


- Claro que não quero ser! Detesto tudo o que seja relacionado com magia negra. Me parece macabro e cruel, e inútil, e não entendo como... – começou a se queixar Alvo. Se havia posto de pé e caminhava pelo dormitório enquanto dizia isso. E então, enquanto que dizia aquelas palavras, o compreendeu. Compreendeu que não importava o que ele tivesse dentro, não estava destinado a ser um bruxo tenebroso. Ele seria quem quisesse ser.O peso do que acabava de compreender o abrumou completamente. E sentiu como se alguém lhe tivesse acabado de sacar a bolsa de pedras que lhe havia caído sobre seu preito essa tarde na sala de poções. E de golpe, sem se dar conta, se encontrou rindo de si mesmo. E escutou como Escórpio ria com ele. Quando se acalmou, depois de rir durante cerca de cinco minutos, voltou a se sentar sobre sua cama, mais relaxado. - Obrigado. – disse o moreno ao louro.


- Não há de que. A verdade é que por um momento me assustou um pouco. – zombou o louro. Mas Alvo notou certa melancolia em seu rosto.


- Isso que me disseste... Te ocorreu no momento ou tinha o pensado desde antes? – se atreveu a perguntar. Malfoy torceu um sorriso de lado.


- O venho pensando desde faz um tempo. – lhe confessou Escórpio. – É curioso... Você vem de uma família de magos que lutou sempre do lado dos bons, mas tens medo de agora terminar se convertendo em um dos malos. E eu, em mudança, venho de uma família de magos que historicamente lutou sempre do lado dos maus...


- E você? De que lado quer estar? –lhe perguntou Alvo. Ambos os garotos estavam deitados em suas respectivas cama, olhando para o teto. Parecia que a fala era mais fácil se não tinham que se olhar frente a frente.


- Durante toda a minha vida só escutei sobre a grandeza dos magos e a importância da pureza de sangue, sobre nossa superioridade sobre os trouxas. Sempre me disse o que deviaacreditar a nunca se me perguntou que é que eu acreditava. Acho que recém agora tenho, pela primeira vez, a oportunidade de escolher eu esmo o que é que eu quero acreditar.


-E o que você escolhe acreditar, Malfoy?


-Bom... Estive a última hora tratando de ajudar o filho do pior inimigo de meu pai... Acho que é bastante claro que escolhi um caminho distinto ao resto da minha família. – se riu Malfoy e Alvo sorriu.


Recostado ali, no meio de um quarto na Sonserina, soube que acabava de fazer seu primeiro amigo em Hogwarts.




Passaram dois dias até que uma manhã, enquanto comia, Alvo viu voar centenas de corujas através do teto do Salão Comunal e distinguiu de entre a multidão a coruja branca de seu pai. Para a sua surpresa, a coruja se dirigiu primeiro até a mesa da Grifinória, aonde entregou uma carta a seu irmão Tiago e logo se dirigiu até ele. Alvo tomou a carta de seu pai ansioso e temeroso ao mesmo tempo e finalmente se decidiu e a abriu.


Alvo,


Obrigado por responder tão rápido. Só quero que saibas que sua mãe e eu estamos muito orgulhosos de ti e da casa em que você foi selecionado (por favor, recorda a fala que tivemos antes de você subir no trem...). Quero que saibas, novamente, que não há nada de mau com ir a Sonserina Não quero que te preocupes ou te envergonhes por isso. Tenho certeza de que a casa estará mais que feliz de te receber e de seguro encontrarás ali gente como você, com a logo estabelecerás amizade. Só... Desfrute.


Com respeito a seu irmão, já lhe mandei uma carta eu. Conhecendo-o, sei que tardara em aceitar que você não está na Grifinória. Estou convencido de que em certa forma se sente culpado e um pouco chateado um tempo, mas trate de ser paciente com ele e se isso não funcionar, simplesmente ignore-o.


Por último, só quero pedir-te que te cuides muito. Hogwarts pode ser um lugar fascinante, mas também guarda seus perigos. Trate de manter-se longe deles.


Com carinho,
Seu pai.


Alvo soltou um suspiro ao terminar de ler sua carta e a estendeu a Escórpio, quem estava sentado a seu lado esperando, inquieto. Enquanto que seu amigo lia a carta esperando, inquieto. Enquanto que seu irmão lia a carta de seu pai, Potter buscou entre a mesa de Grifinória a seu irmão maior. De golpe, sentiu uma mão forte apertá-lo pelo ombro.


- Vem. – lhe ordenou a voz encolerizada de Tiago Potter, nas suas costas. Alvo se colocou de pé quase sem pensá-lo, ainda com a mão de Tiago junto a seu ombro. Seu irmão, quem dedicava todo seu tempo livre a praticar Quadribol, havia desenvolvido uma força superior a se um menino de doze anos. Alvo se limitou a deixar-se guiar por Tiago, quem o levava pelos corredores de Hogwarts a passo acelerado. Finalmente, se deteve frente a uma sala vazia e abriu a porta e empurrou Alvo para dentro.


- Que é isso?- lhe gritou Tiago então, mostrando diante dele uma carta. Alvo supôs que era a seu pai. Tiago a estendeu para que Alvo a tomasse. Este obedeceu e em silêncio, leu a carta de seu irmão.


Tiago,


Seguindo seu pedido, escrevi a Alvo para perguntar-lhe se tudo andava bem, só para inteirar-me de que havia terminado na Sonserina. Sua resposta foi breve e acho que sou o suficientemente grande e inteligente como para saber que isso só pode significar uma coisa: que lhe aterra o que nós pensaremos disso. Digo a ti o mesmo que lhe disse a Alvo. Não há nada de mal em ir à Sonserina. Acho que já é hora de que deixemos de lados esses antigos preconceitos sobre as casas e acredito que lhe irá muito bem a sua casa, Peço a ti que deixes de lado esse orgulho que tens, e que ajudes a seu irmão. As coisas não devem estar sendo fáceis para ele e estou seguro que com tua atitude o único que fazes é torná-las pior ainda. Não há nada mal com Alvo.


Me despeço-te pedindo que trates de não meter-te em muitos problemas e recordando-se que agora que teu irmão está ali também, deves compartilhar com ele o presente que herdaste de mim quanto você entrou em Hogwarts.


Te ama,
Teu pai.


Alvo terminou de ler a carta e olhou para seu irmão. Estava ainda parado frente a ele e tinha a respiração acelerada. A irritação lhe estava desdesenhava os atraentes rasgos.


- E bem? O que é que você disse para papai? - espetou Tiago.


-O mesmo que disse aqui: que fiquei na Sonserina...


- Oh, deixe de mentir! Se fez a vítima, como sempre. O pobre Alvo ficou na casa onde não queria estar e se faz o sofrido para que papai e mamãe se sintam tão tristes por ele, para que não sejam capazes de se enojar porque estás na Sonserina, mas em mudança se enraivem comigo por não saltar de alegria ante a tal agradável surpresa. – comoçou a satirizar Tiago.


- Se cale, Tiago... Estás dizendo qualquer coisa...


-Ah, sim? E então como explica que papai não te tenha dito nada da Sonserina? Sabe por acaso é seu novo amigo, esse garoto Malfoy? Ou se inteirou já que andas por seu Salão Comunal se duelando com seus companheiros? – Tiago lhe falava com verdadeira raiva que Alvo não entendia.


- Que é o que te passa Tiago?- lhe perguntou Alvo, surpreendido ante tal cena.


- Me passa que você deveria estar na Grifinória, Alvo! Você é o fiho de Harry Potter, não um bruxo das trevas qualquer! – lhe gritou seu irmão e as palavras o ultrapassaram como facas afiadas.


¿De onde você tirou isso? – exigiu saber Alvo. Tiago bufou com indignação.


- Todo mundo o diz... Todos falam sobre o garoto Potter que terminou na Sonserina... E também que isso só pode significar uma coisa... Que estás podre por dentro! – Tiago cuspiu as últimas palavras com ódio. E para Alvo isso foi demais.


- Você é um imbecil, Tiago. – lhe respondeu, no tom mais calmo que pôde, mesmo que a voz lhe temblasse pela raiva.


- E você uma asquerosa serpente. – lhe devolveu o insulto o maior dos irmãos. As mãos lhe temblavam e Alvo pôde ver que Tiago estava pronto para tirar sua varinha. Ia atacá-lo a ele, a Alvo, seu próprio irmão?


- Prefiro ser uma asquerosa serpente a ser como você. – foi tudo o que Alvo pôde articular se sem mais saiu da classe, deixando Tiago só. Enquanto que se afastava, pode escutar um estrondo proveniente do interior da sala: seu irmão estava destruindo tudo o que encontrava no local.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • meroku

    NOSSA!!!!!ESCÓRPIO SERIA UM OTIMO TERAPEUTA. ESSA AJUDA QUE ELE DE AO ALVO FOI MUITO BOA!!!!!!!!UMA PERGUNTA O NOME É JAMES OU TIAGO,PORQUE VOCE USOU OS DOIS!!!!!!!!!!!!!!MAS ELE É MUITO CHATO,seja la qual for o seu nome,POR QUE PEGAR NO PE DO ALVO SO POR QUE ELE VOI PARA A SONSERINA!!!!!!!!!!!!!!!TA MUITO BOM O CAPITULO CON TINUE ASSIM E VAI SER UMA FIC MARAVILHOSA,TA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!   

    2012-07-02
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.