Alguns Vizinhos



Girando como um pião e meio engasgado com as cinzas, Harry saiu da lareira meio tropego. Ele se encontrava mais uma vez num cômodo estranho, Rony e Hermione vieram se juntar à ele alguns segundos depois, e os três ficaram boquiabertos encarando uma figura qu poderiam encarar no mínimo como exótica. A menina que estava sentada frente a lareira, os encarava também, por trás de um enorme óculos triplo, cujas lentes tinham as mais variadas cores e escondiam-lhe quase todo o rosto, ela tinha um instrumento nas mãos, que lembrava uma sanfona mas com aberturas para o musico soprar, Harry não sabia porquê, mas tinha a impressão que se ela começasse a soprar aquilo, o único som que se ouviria, seria deveras flatulento.
Ela no entanto não soprou, simplesmente baixou as mãos e disse por sobre o ombro:
- Papai, creio que os bufadores de chifre nos trouxeram visitas - depois de observar os três por mais alguns segundos acrescentou - e parecem ter sido atacados por zonzóbulos.
- Di Lua - Hermione reconheceu a menina assim que ela tirou os óculos, depois se corrigiu imediatamente - digo, Luna. Onde estamos?
- Definitivamente foram atacados por zonzóbulos papai.
- Quem é ela Mione? - perguntou Rony, murmurando por entre os dentes.
- Essa é Luna Lovegood, uma aluna da Corvinal - Explicou a menina - Luna, esses são Harry Potter e Rony Weasley, nós viemos parar aqui por engano.
Luna os encarava distraidamente, e apenas maneou a cabeça em cumprimento, quando foi apresentada.
- Lovegood? - perguntou Rony esperançoso - Então estamos perto da minha casa, sempre ouvi papai e mamãe falarem dos Lovegood como alguém que morava por perto.
Nesse momento entrou na sala um homem ainda mais estranho que Luna. Suas vestes roxo berrante chegavam até os joelhos, deixando a mostra suas canelas ossudas, na testa, um lenço vermelho carmim com diversos sois laranjas estampados impediam seus cabelos grisalhos de cairem nos olhos. Na mão ele trazia uma revista onde podia se ler em letras garrafais o titulo da publicação e a manchete:

O PASQUIM
EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Revolta dos Duendes vampiros no Ministério da Magia
Ministro Fudge é morto por seu exército particular

- Luna minha querida, papai está ocupado, ouvi você me cham... Céus, quem são seus amigos?
- Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger – apresentou-lhes – eles foram atacados por zonzóbulos papai.
- Não sr. Lovegood, nós saímos na sua lareira por engano – explicou Rony - estávamos tentando ir para minha casa, mas a rede de flu deve estar com algum problema.
- Bem, bem, bem, se o senhor for o senhor Potter, creio que está um pouco longe de casa, mas se como presumo pelos cabelos vermelhos, for o senhor Weasley, então está mais perto de do que imagina. Cerca de quinze, minutos de caminhada, coisa que infelizmente não poderei realizar com os senhores nas atuais circunstâncias, pois tenho uma edição extraordinária para imprimir nas próximas horas. Mas... – Lovegood levantou um dedo para abafar os protestos que inadvertidamente começaram – Posso mandar uma coruja para seus pais e com certeza eles estarão aqui em alguns minutos. De acordo?
- Obrigada sr. Lovegood, - respondeu Hermione com sensatez - iremos esperar.
- Bem, enquanto me encarrego da coruja então, por que você não faz uma infusão de raiz-de-cuia para nossos convidados, Luna querida?
- Sim papai – Luna deixou seu instrumento musical sobre a poltrona e se dirigiu para uma escada em espiral que se encontrava bem no meio do cômodo – Venham por aqui, vocês vão gostar; eu mesma colhi as ervas a meia noite de quinta-feira, data mais propícia aos longos pirifuz, a infusão estará ótima até a próxima quinta.
Seguiram a garota até o andar de baixo, que era uma mistura de estúdio de trabalho e cozinha, onde ela preparou um chá de aparência suspeita e cor cobre avermelhada.
- Putz, o que você colocou aqui? – Tossiu Rony depois do primeiro gole – Unha de trasgo montanhês? – Hermione aplicou-lhe uma forte cotovelada nas costelas, apesar de aprovar sua teoria pela careta que fez ao ingerir toda sua xícara num gole só.
- Não, não coloquei nada de trasgo, mas devo sugerir ao meu pai que coloque para você, na próxima vez? Eu particularmente acho que irá alterar o sabor, mas se você fizer questão...
- Não – gemeu o garoto, apalpando as costelas para ver se estavam todas inteiras – está ótimo assim.
Ficaram todos num silêncio constrangedor, até o pai de Luna aparecer na escada e anunciar:
- Pronto, falei com A Sra. Weasley, e ela disse que já tem alguém a caminho, agora se vocês não se importam, tenho de voltar ao trabalho, Luna fará compainha à vocês.
A garota ficou cantarolando alegremente enquanto os observava sem curiosidade, as vezes ela parava e agitava as mãos na frente do rosto, como se estivesse espantando uma mariposa invisivel:
- Zonzóbulos - ela lhes disse a guisa de explicação.
Quando o constrangimento dos três parecia chegar ao auge, uma batida na porta quebrou o silêncio, Luna foi atender a porta, e deparou-se com Tiago e Arthur. Ambos trajavam pesadas capas de viagem.
- Bom dia minha querida, seu pai? - Perguntou o sr. Weasley - viemos buscar os garotos. Os três se aproximaram cabisbaixos, sabiam que estavam encrencados pelo olhar que Tiago lhes lançou.
O Sr. Lovegood desceu pelas escadas circulares:
- Arthur, Tiago, à que devo a honra?
- Viemos pelos garotos, Xenófilo, a coruja que você nos mandou. Lembra?
- Garotos? Que garotos? - mas ao dar a última volta pela escada, ele se deparou com os meninos enfileirados - Oh! Esses garotos. Bem, não sejam muito duro com eles Arthur, provavelmente só queriam dar uma olhada na edição extraordinária do Pasquim.
- Não seremos, aliás, não iremos falar nada - disse o sr. Weasley.
- Deixaremos isso por conta de Lilian e Molly - completou Tiago - té mais Xenófilo, e obrigado. Venham crianças, conheço duas senhoras que estão loucas para dar uma palavrinha ou duas com vocês.

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