Recrutamento



O casebre mal se mantinha de pé, tal era o estado de podridão que tinha tomado o lugar. Ha décadas que os únicos habitantes eram cobras que se sentiam atraidas para a propriedade. Nesta noite em particular, não havia um unico ser vivo num raio de quilometros. Perto da meia noite, entretanto, dois homens se materializaram do nada. Um deles era um garoto de pouco mais de dezeseis anos, cabelos negros e encaracolados emolduravam um rosto bonito. o outro era um homem por volta dos quarenta anos, com mais de um metro e noventa, de porte truculento, os cabelos cortados curtos e espetados mostravam-se loiros e duros. Um trausente desavisado que passasse por ali estranharia a total submissão do adulto para com o adolescente, que caminhava alguns passos na frente.
Ao chegarem na porta da choupana, o grandalhão estancou, como se não tivesse coragem de seguir adiante.
- Espere aqui Goyle, - avisou o garoto - não devo demorar.
- Sim Milord.
Tom Riddley entrou na casa de seus antepassados de forma decidida, com um gesto curto de sua varinha, uma caixa de bronze explodiu o assoalho podre, sob o qual estava enterrada e ficou levitando na sua frente, a alguns centimetros de sua mão. Com uma emoção que não podia controlar, o jovem bruxo abriu o baú e dele retirou um anel, que deslizou por seu dedo como se tivesse vida própria. Um formigamento quente e prazeroso tomou seu braço inteiro, espalhando-se vagarosamente por todo seu corpo. Um súbito mal estar no entanto sacudiu-lhe todo o corpo. Gotas de suor brotaram em sua testa:
- NÃO! EU SOU SEU MESTRE. VOCÊ VEIO DE MIM, E A MIM DEVE RETORNAR. - com extremo esforço, Riddley desfez o encantamento sobre a horcrux, e bebeu todo o poder e magia de sua própria alma que estava encarcerada no objeto. Ele podia sentir a magia, como se fosse eletricidade espalhando-se por seu corpo. Era mais poder do que ele se lembrava. Quando estava afinal sob o domínio de seu corpo novamente, Riddley abandonou o casebre.
- Milord... seus olhos - Goyle pareceu se arrepender no mesmo momento de ter dito algo, pois abaixou-se numa reverencia exagerada, que quase tocou o solo.
- Que ha com meus olhos? - A voz do herdeiro de Slitheryn era fria, ele parecia se divertir com o constrangimento de seu lacaio - Diga Goyle, oque há de errado com meus olhos?
-Nada senhor, é que eles mudaram, estão... estão... - Riddley sabia exatamente como eles estavam, lembravam agora olhos de uma serpente. Amarelos com pupilas verticais, mas deixou Goyle gaguejar mais um pouco.
- Pare de chafundar em seu próprio medo. Você é um homem de sorte, e o Lord das Trevas gosta de homens que flertam com a fortuna. Só mesmo a sorte para coloca-lo em meu caminho como o primeiro dos meus servos que retornam para mim. Agora vamos ver quantos de meus antigos Comensais tem a mesma sorte que você. Riddley se aproximou de Goyle, arregaçou sua manga esquerda, e com o dedo frio tocou na tatuagem que cobria todo o antebraço do homem. Ela incandesceu na mesma hora, tirando um gemido de dor da garganta de Goyle. Após isso, o adolescente conjurou uma imensa cadeira de madeira sólida, sentou-se e pôs-se a esperar, unindo as pontas dos dedos em frente a face, ele reclinou-se de modo que seu rosto ficasse nas sombras. Goyle acocorou-se ao lado do trono, como se fosse um imenso e patético bicho de estimação.
Os dois tiveram de esperar por quase cinco minutos até que começassem a surgir vultos a volta deles. Lucio Malfoy foi um dos primeiros a chegar, aproximou-se do trono e prostou-se de joelhos, os outros que iam surgindo, imitavam-lhe o gesto. A última a surgir foi uma mulher, altiva, ela não se ajoelhou, ao contrário, aproximou-se garbosa e dona de si, varinha empunhada:
- Que palhaçada é essa que está acontecendo aqui?
- Belatriz, você está louca? - Malfoy fez algo que parecia impossível, ficou ainda mais pálido - O Lorde das Trevas nos convocou, ajoelhe-se mulher.
- O Lord das Trevas está em Londres, acabei de deixa-lo e vim investigar esse absurdo por ordem pessoal dele. Como acha que saí de Azkaban Lucio? Ele pessoalmente me tirou de lá a mais de um mês.
Riddley finalmente rompeu o silencio, mas permaneceu nas sombras:
- Acredite mulher, você acaba de assinar sua sentença de morte. - sua voz era quase um sussuro, mas de tal forma clara e cortante que todos puderam ouvi-la.
-Milord? - Belatriz ficou desconcertada ao ouvir a voz de seu idolatrado mestre - Como o senhor, digo, o que o senhor, eu...
Riddley levantou-se abandonando as sombras e finalmente mostrando seu rosto. A surpresa estampou-se na face de cada um dos presentes.
- Quem é você moleque? que truque é esse? Crucio - com um gesto displicente, quase banal, Riddley repeliu a maldição como se afastasse um inseto que o incomodava.
- Eu os convoquei aqui para que jurem sua lealdade à mim - enquanto dizia isso voltado para os homens ajoelhados aos seus pés, o herdeiro apontou sua varinha para Belatriz e num floreio curto, decepou sua orelha direita - A alguns meses eu recuperei meu corpo. Não aquele corpo velho e decrépito que foi derrotado por um recém nascido - Outro movimento de sua mão e Belatriz ficou sem a outra orelha, ela tentava se defender, mas suas magias de escudo não surtiam efeito, era como se não existissem. Vendo-se derrotada, ela tentou desaparatar.
- Ainda não minha querida, ainda não acabamos nosso assunto - num único gesto brusco, Riddley decepou os cinco dedos de sua mão direita, levando sua varinha ao chão - Como eu lhes dizia, além de agora ter um corpo rejuvenescido e no ápice de meu poder, eu absolvi toda a força vital de Neville Longbottom. Não existe mais o menino que sobreviveu, EU VENCI - como que para confirmar suas palavras ele cortou a mão esquerda de Belatriz.
Os comensais estavam hipnotizados pelas palavras do jovem bruxo, e pareciam nem se dar conta dos gritos lacinantes da bruxa que estava sendo fatiada viva a alguns metros apenas.
- Eu passei os últimos meses estudando o mundo do qual me mantive apartado por tantos anos, e finalmente estou pronto para retomar meu lugar de direito à frente de todo o mundo bruxo, há no entanto um pequeno empecilho - virando-se para Belatriz, Riddley executou uma série de movimentos rápidos com a varinha, arrancando-lhe as duas pernas na altura dos joelhos e os dois braços na altura dos cotovelos. - Creia-me Bela, não sinto prazer em fazer isso - seu sorriso frio, no entanto, desmentia suas palavras - Você apenas jurou lealdade para a pessoa errada, e agora sou obrigado a puni-la, mas se você ama tanto Lord Voldemort como diz que ama, alegre-se, pois vai lhe prestar um ultimo favor. Seu cadáver vai servir-lhe de aviso sobre o que o aguarda.
- Lord Voldemort deve morrer, para que o Herdeiro de Slitheryn reine. VOCÊS JURAM LEALDADE A MIM? - o "SIM" que se seguiu foi unânime, mas não foi um brado, e sim um lamento, pois uma vez ja tinham se comprometidos com a morte, e agora renovavam sua jura, porém, essa nova faceta da morte era muito mais sádica e cruel.
- Removam a lingua e os olhos dela e coloquem aqui - Riddley lhes entregou o baú no qual estava o anel - e enviem junto com o que sobrar dela para o lugar de onde veio - Riddley assim mandava dois recados a Voldemort: Que ele estava tão poderoso quanto o próprio lorde das trevas, e que suas Horcrux estavam sendo caçadas e destruidas.

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