A festa de Carla



Alvo fez de tudo para entrar na mente de Frank naquela noite, e daquela vez, foi realmente assustador.


Ele caminhava em direção a uma casa de campo, com varinha em mão, a pele fria e gélida pelo vento e pela neblina, que o impedia de ver muita coisa. O Sol iluminava fracamente pois havia muitas nuvens no céu. A casa de campo era grande, com algumas crianças brincando em um pequeno parque.


Ele atravessou a cerca dos campos ao redor da casa, e olhou para as crianças brincando, que o olharam com medo e recuaram. Frank apenas balançou a varinha e um estampido verde golpeou todas elas de uma vez só.


Após isso, ele se dirigiu até a varanda de madeira, onde havia uma idosa dormindo na cadeira de balanço. Frank abriu um sorriso maléfico, apontou a varinha para a senhora e um lampejo verde a golpeou, e morreu.


Ele bateu na porta, e o fazendeiro do sonho passado de Alvo abriu a porta, e arregalou os olhos quando viu a figura ali postada, sorrindo de um jeito maléfico, apontando a varinha para seu queixo.


Ele entrou na casa, que era um local bem grande, com vários sofás, uma lareira, uma mesa de almoço e um corredor que levava aos quartos.


Frank tornou a olhar o homem, que tropeçava em seus pés a todo o momento, tentava escapar, de algum jeito. Frank pressionou a varinha em seu peito gordo, seus olhos trovejando ódio.


-Agora, onde está o Panker? – perguntou ele, sua voz exibindo a vontade de matar.


O homem gritou e correu para mais adentro da casa.


Alguns minutos depois, Frank começou a caminhar pelo corredor, procurando o homem que estava apavorado. Frank olhou a sua volta, havia uma garotinha atrás dele, vestia um pijama de flores rosas e vermelhas. Frank balançou a varinha e um lampejo verde a golpeou, e ela caiu morta no chão.


Ele continuou caminhando, no final do corredor, o homem apareceu, saindo de uma porta juntamente com Phelipe, que já erguera a varinha.


Frank balançou a varinha e um lampejo verde apareceu, cobrindo a visão de Alvo, em seguida um grito de dor e o silêncio de morte, e então, Alvo acordou.


 


Ainda era noite, porém faltavam umas meia hora para o Sol nascer, e Alvo quis adormecer mais uma vez. Suava, estava quente. O lampejo verde ficou passando pelos seus olhos até ele os fechar.


Limpou o suor do rosto com a mão e fitou os outros alunos dormindo, Tiago roncava bem baixinho, todo encoberto por cobertores quentinhos, Peter também dormia tranquilamente, também encoberto por cobertores de lã da Grifinória. Alvo fechou os olhos, e em um momentâneo segundo, ele dormiu.


 


Ele acordou com Peter lhe dando tapas leves no rosto, ele vestia vestes velhas e sujas da Grifinória, usava um par de luvas bem grossas, que faziam parecer que seus dedos eram do tamanho de um cachimbo. Ele também tinha uma touca velha da grifinória, na verdade, pelo que Alvo notou, eram umas três toucas.


-Acorda, dorminhoco – disse ele sorrindo – Vamos, acorde!


Alvo se sentou na cama, ainda olhando Peter meio assustado. Olhou ao redor, não havia quase ninguém no dormitório, a não ser Hugo, que já ia saindo.


Ele olhou novamente para Peter.


-Por... Por que está assim? – perguntou sonolento, se levantando.


-Ah, claro – disse ele – É porque temos aula de Tratos de Criaturas Mágicas hoje, e a aula começa a alguns minutos.


Alvo deu um salto e correu para o malão, tirando as vestes mais velhas da Grifinória, se vestiu e desceu as escadas quase tropeçando com seus livros e uma pena por baixo do braço.


Ele saiu do castelo cambaleando, com Peter atrás dele. Tropeçou em algum galho nos terrenos e caiu, juntou todos os livros rapidamente e tornou a correr para a clareira perto da floresta.


Todos os alunos estavam lá, fitando o professor, que mexia num galho de uma árvore. Alvo e Peter se postaram ao lado de Rosa, que deu um soco leve no braço de cada um.


Alguns segundos depois deles afagando a dor, o professor se virou com um sorriso no rosto, e Alvo notou que a aula havia começado naquele momento. Alvo nunca tinha visto aquele professor antes, ele era alto, com cabelos castanhos e uma barba castanha, em vez de varinha, usava um cajado onde ele se apoiava, embora talvez, ele não precisasse disso.


-Olá a todos – disse ele sorrindo – Sou o professor de Trato de Criaturas Mágicas, me chamo Henry Raen Charlles.


Ele fez uma breve reverência, como se ele fosse o aluno e todos ali os professores, após isso abriu um breve sorriso e se dirigiu a uma árvore enorme que crescia um pouco atrás de onde ele estava.


Ele mexeu em alguns galhos, remexeu delicadamente nas folhas secas, e por fim, achou um bichinho que se parecia muito com um rato, só que comprido e rápido, ele passou pelos seus braços com uma velocidade incrível e se postou em seu ombro esquerdo.


O professor Henry se virou para os alunos e sorriu mais uma vez.


-Alguém sabe o que é isso? – perguntou ele, sorridente.


Rosa levantou a mão rapidamente.


-Sim, senhorita?


-Weasley, senhor. Pois bem, isso é um Aterte, é como um rato comprido e veloz, ele é muito usado para enviar mensagens e é muito apetitoso... – todos olharam assustados para ela -... para animais, é claro – finalizou ela envergonhada.


-Sim, senhorita Weasley, dez pontos para a Grifinória, agora, como ela disse, eles são muitos apetitosos para os animais, principalmente para um em questão, o Rabicurto.


Todos se entreolharam assustados, o que seria um Rabicurto? Alvo e Peter se entreolharam por trás de Rosa, que apenas olhava o professor sem nenhum pingo de pavor ou dúvida.


O professor lançou o Aterte para o alto e um porco enorme apareceu dos arbustos e correu para pegá-lo, porém, ele conseguiu fugir e o professor se jogou em cima do porco, que corria de um lado para o outro desesperado. O professor agarrou seu tronco e ele ficou tentando fugir de seus braços.


-Fiquem tranquilos – disse ele ao ver que os alunos recuavam com medo – Ele não os fará mal enquanto eu estiver aqui – e levou um chute  no braço, fazendo com que ele largasse o Rabicurto, que saiu em disparada para todos os cantos.


O professor Henry tirou uma varinha do cajado, uma varinha clara e longa, então, ele apontou para o Rabicurto e com um arco de aceno rápido, e então, o animal estava imóvel, sem ao menos dar um passo ele paralisou.


-Muito bem – disse ele ofegante – Os Rabicurtos são animais perigosos, abram seu livro Trato de Criaturas Mágicas Ensino Médio e prestem atenção na minha explicação – ele foi para perto do porco paralisado e começou a dizer palavras com clareza e força – O Rabicurto pode ser encontrado em grande parte da Europa, Rússia e América do Norte, e é muito perigoso, quando menor, tem aparência de um filhote de porca e se faz por um quando possível, se o deixar por alguns dias se alimentando do leite da mesma, ele crescerá descomunalmente, até conseguir destruir uma propriedade inteira. São difíceis de pegar, somente um bruxo poderoso poderia captura-lo sozinho, com um feitiço como o Impedimenta ou Estupore, por exemplo, mas normalmente são necessários uns três a quatro bruxos.


Ele mexeu nos chifres do porco, ainda sorrindo de uma forma estranha, ele se levantou.


-Pois bem, quero grupos de quatro, todos com varinha em mãos, pelo que estou vendo, temos trinta e cinco alunos aqui, pois bem, vai ter um grupo de três, então, podem começar.


Todos os alunos começaram a formar grupos de quatro, todos seguravam o braço de cada um, para formar os grupos, e do nada, quando Alvo, Rosa e Peter estavam de mãos dadas, alguém segurou fortemente seu braço. Alvo olhou, Escórpio sorria ao seu lado, o brasão verde e prateado brilhando em seu peito.


Após os grupos serem formados, eles começaram a se alinhar e fazer a chamada, após isso, o professor abriu novamente o sorriso que tinha em seu rosto, batendo seu cajado na terra umas duas vezes.


-Muito bem, agora que vocês formaram os grupos, cada grupo terá de capturar um Rabicurto, mas vou lhes avisando, o rabicurto é um demônio rápido e principalmente forte, o próprio zelador Filch se machucou quando foi caçar uns comigo – e deu uma risadinha sínica – Pois bem, eu soltei os rabicurtos na floresta, e quero que usem o equipamento que está nos engradados mais atrás de mim, e caso se machuquem, quero que conjurem o feitiço Periculum para os céus, que eu irei ajudar no mesmo instante – ele sorriu – Então, podem começar, peguem o material necessário e vão atrás de seus rabicurtos.


Alvo e seu grupo foram pegar o material nos engradados, embora Peter já estivesse mais preparado que eles, no material havia um par de luvas grossas pra cada um do grupo, também uma touca muito grossa e apertada, contando com uma capa esverdeada e preta, para se camuflar, também uma roupa tão grossa que era difícil uma faca penetrar nela, Alvo se sentiu um boneco de neve a usar aquelas roupas, se não fosse pelo pequeno fato de estar aquecido e andar como um robotizado.


Eles entraram na floresta correndo, Rosa tinha feito um coque para colocar a touca grossa, que tinha uma enorme bolota atrás, que era o coque de Rosa. Peter, que já estava mais preparado, foi o primeiro a entrar na floresta a procura do animal.


Eles começaram a correr pelas árvores e arbustos. Escórpio via atrás de todos, com varinha em punho, ele olhava para todos os lados para ver se o rabicurto estava se escondendo pelos lados. Alvo viu o rabo do Rabicurto e saiu em disparada atrás dele, sendo seguido pelo resto do grupo.


Alvo sacou a varinha e começou a lançar feitiços nas árvores, tentando acertar o rabicurto, sem sucesso. Até que ele começou a correr muito rápido, tanto que tropeçou em uma fileira horizontal de pedras, na qual havia uma placa de madeira, porém, Alvo ignorou e continuou a correr atrás do Rabicurto.


Ele ouviu gritos atrás dele chamando seu nome, preocupados, estavam agora, seus amigos correndo atrás dele.


Ele olhou ao redor, as árvores estavam muito mais densas, não era possível ver a luz do Sol, e não havia mais o barulho de passáros piando.


-Alvo! – disse Lílian segurando o braço do primo – Vamos voltar! Você é doido, não leu o que estava na placa?


-Não, o que havia nela? – perguntou o primo preocupado.


-“Aqui acaba a zona protegida da floresta, se o Rabicurto passar dessa zona, vá até o seu professor” – respondeu Peter preocupado, olhando para todos os lados.


Algo se mexeu nos arbustos, depois, nas árvores, um vulto passou correndo atrás deles. Alvo chegou a conclusão de que algo os rodeava, então, como se estivesse tomando um banho intensamente gelado, ele viu algo passando por dentro dele. Alvo caiu no chão, imóvel. A sua frente, estavam dois fantasmas, entre eles, Onilda, e o fantasma vestido de príncipe.


-Como vai, garoto? – perguntou ele apontando o dedo frio e transparente para Alvo, que estava caído no chão – Anda destruindo muitos fantasmas?


Alvo se levantou e apontou a varinha para os dois fantasmas.


-Fique tranquilo, não queremos lhe fazer mal – disse ele sorrindo marotamente, depois olhou para Escórpio – E aí, Sonserino? Como está? – e riu, agora passando os olhos por Rosa e Peter – E vocês dois? São novos... Onilda, você já viu eles?


Onilda fez que não com a cabeça.


-Que tal matarmos eles e depois jogarmos no lago negro – sugeriu a fantasma e imediatamente, os alunos recuaram um passo.


-Não, não – disse o outro fantasma – Não viemos matar ninguém, lembra Onilda? Mas talvez, que tal machucarmos a garotinha?


Peter empurrou Rosa para trás e se postou na frente dela de varinha erguida.


-Fique... Longe... Dela.


O fantasma sorriu, Alvo conseguiu ver que Rosa corava, ainda caída no chão, olhava Peter com os olhos brilhando.


Alvo e Escórpio se entreolharam por um segundo, eles sabiam o feitiço que espantava os fantasmas, ou era simplesmente a claridade.


Alvo agitou a varinha juntamente com Escórpio e elas se iluminaram, fazendo os dois fantasmas recuarem rapidamente.


-Abaixe essa luz, seus imbecis! – berrou o fantasma.


-Ah, cale-se – disse Escórpio erguendo a varinha acima da cabeça, fazendo o fantasma recuar rapidamente e atravessar uma árvore, sumindo de vista, juntamente com Onilda.


Peter foi até Rosa, os dois ficaram se olhando por um segundo.


-Você está bem? – perguntou Peter, se ajoelhando perto da amiga.


Ela assentiu, ainda corada.


Alvo ouviu alguma coisa atrás deles, e em um salto, o Rabicurto estava em cima dele. Alvo gritou enquanto jogava o Rabicurto para longe e corria para pegar a varinha. Escórpio sacou a varinha e apontou pro Rabicurto, assim como Peter e Rosa, e juntos, eles agitaram a varinha e conjuraram:


-Impedimenta!


O porco ficou paralisado. Alvo tentou levantá-lo, mas era muito pesado, só depois que Escórpio e Peter o ajudaram ele conseguiu o levantar e levaram-no até o professor.


O professor Henry sorriu ao ver os garotos carregando o porco para fora da floresta, ele aplaudiu sorrindo. Alvo olhou ao redor, todas as equipes já tinha retornado, porém, só algumas traziam o rabicurto.


-Excelente, 10 pontos para cada um – e tornou a sorrir – Pronto, pessoal, a aula acabou, sem dever hoje – e riu.


Os três amigos foram até a torre da Grifinória, onde descansaram um pouco. Alvo desabou num sofá, totalmente cansado da caça ao rabicurto. Peter caiu foi no chão mesmo, e Rosa conseguiu sentar delicadamente no sofá vermelho.


Alvo sentiu um cheiro horrível de bosta, ele vinha de baixo da poltrona. Peter também sentiu, e foi espiar por baixo dela, e quando o fez, levou um jato de bosta no rosto.


Alvo e Rosa riram, porém Peter seu saltos de raiva, provavelmente fora Osvald ou Tiago os criadores da bomba.


Peter subiu as escadas correndo para tomar um banho, fazendo Rosa e Alvo gargalharem um pouco mais. E ele deve ter esbarrado e assustado alguns alunos do primeiro ano enquanto corria, que voltaram para o dormitório muito assustados.


Osvald chegou no salão comunal quase caindo de cansaço, sua mochila deveria pesar ao menos alguns milhões de quilos.


-Osvald, tudo bem? – perguntou Alvo ao ver que o primo estava quase morrendo.


-Tudo... E por que você não está coberto de bosta? – disse ele largando a mochila no chão e se sentando numa poltrona.


Alvo e Rosa sorriram, quando viram Peter descendo as escadas correndo, com fúria no rosto, ele teria enfeitiçado Osvald se ele não estivesse gargalhando.


-Pegou em você? – riu Osvald.


-Pois é! – respondeu seriamente Peter de punhos serrados, quase tendo um ataque.


Alvo e Rosa riram, juntamente com Osvald, que estava às gargalhadas, Peter se sentou num sofá, ainda com os punhos serrados. No momento seguinte, Alan entrou juntamente com Tiago, eles provavelmente vinham das aulas de voo, pois os cabelos dos dois estavam arrepiados para trás.


-Acho que amanhã vamos ganhar da Lufa-Lufa – disse Tiago se sentando numa poltrona ao lado da de Osvald – Nenhuma bola entrou hoje nos aros, Alan fez de tudo, atirou duas ao mesmo tempo até, mas eu consegui pegar as duas.


-Como eu não sei – riu Alan, que parecia um pouco cansado.


Osvald conseguiu sorrir, enquanto Alan se sentava no final do sofá onde Alvo, Rosa e Peter estavam sentados.


-Nossa, só essa manhã e eu já tive duas aulas... Feitiços e Runas Antigas... E ainda tem mais seis aulas hoje a tarde e noite, depois do almoço tem Trato de Criaturas Mágicas, depois tem DCAT, depois Astronomia, Adivinhação, Transgiguração e Herbologia...


-Nossa! – exclamou Rosa – o sétimo ano vai ser bem puxado – e sorriu como se aquilo fosse uma coisa boa.


-Amanhã tem a mesma rotina... Não vejo a hora de me formar, e não sei porque meu pai quer que eu faça Runas Antigas, Aritmancia e Adivinhação! É muito chato! Principalmente Runas Antigas... Que droga que eles conseguiram fazer horários em que as matérias não sejam no mesmo...


-Aliás, hoje é a primeira aula de adivinhação – disse Rosa – De Aritmancia e Runas Antigas.


-Vai fazer Runas Antigas e Aritmancia? – perguntou Alan.


-Vou, e Alvo também, não é?


-Vou – disse Alvo, cansado – Meu pai me obrigou... Mas por que? Ele não fez essas matérias também!


-Pois é – concordou Tiago, que também fora obrigado.


Jessica Malakian e Jane Rousetto chegaram correndo no salão comunal, elas eram do segundo ano de Hogwarts, elas eram umas das melhores amigas de Carla Curse, uma garota que de alguma forma foi ser Grifinória, o estranho é que todos de sua família são Sonserinos.


As duas vieram até Alvo, Rosa e Peter, com um enorme sorriso no rosto.


-Olá gente – disseram as duas em um uníssono, ainda sorrindo – Podemos conversar com vocês a sós?


Alvo, Rosa e Peter se entreolharam rapidamente e assentiram, sendo levados pelas duas garotas até o lado de fora do salão comunal da Grifinória. Parados agora na escadaria, os três amigos olharam as duas garotas.


-Galera, vocês estarão ocupados as oito horas da noite?


Os três se entreolharam, Alvo e Peter não sabiam a resposta, então, foi Rosa quem respondeu a pergunta das garotas.


-Não, não. Por quê?


-É que as oito horas nós duas vamos dar uma festa para a Carla, na Sala precisa, é só pensarem em: Lugar para festas. E então vocês chegam.


-Ah, tudo bem, mas... Não temos presentes – disse Alvo.


-Sem problema, não é necessário, a participação de vocês já é muito para ela.


-Como sabe? – perguntou Peter.


-É que ela sempre ganhou presentes, mas nunca teve uma festa com amigos, sabe? Ela não tinha amigos antes de vir pra Hogwarts...


-Ah... – disse Peter se sentindo culpado por ter perguntado.


-Tudo bem, bom, nós vamos indo convidar o resto do pessoal até mais! – e as duas sumiram na escadaria.


-Até – disse Alvo.


Depois que eles voltaram para o salão comunal, conversando com seus familiares e amigos, eles foram para o Salão Principal almoçar, comeram abóboras, frutas, legumes, carnes, e tudo o que tinham direito.


Após o almoço, eles tinham aula de Adivinhação, que era de 13:30 às 14:30. Peter e Alvo queriam praticar apenas essa matéria, sem Runas Antigas e Aritmancia.


A Torre de Adivinhação era um lugar alto e difícil de se perder, pois havia várias Torres perto dela, havia a Torre do Sul, a Torre do Norte, a do Leste, Oeste.


A Torre Norte, que era a Torre de Adivinhação, não havia porta para a Sala de aula, havia simplesmente um alçapão no teto, com letreiros escritos:Professora Trelawney, Adivinhação.


-Como vamos subir? – perguntou Peter, olhando o alçapão.


Neste mesmo instante, o alçapão se abriu e uma escada de cordas desceu. Alvo, Peter e Rosa subiram na escada e entraram na sala de Adivinhação, que mais parecia um sótão com uma vela vermelha no meio. Era uma sala circular com mesinhas, todas em torno de uma lamparina que lançava uma luz vermelha no ambiente.


Havia apenas alguns alunos na aula de Adivinhação, entre eles estava Escórpio com alguns garotos e garotas da Sonserina


Eles procuraram uma mesa vazia, o que não era muito difícil de achar, logo de cara acharam uma, com três cadeiras almofadadas.


-Cadê a professora? – perguntou Peter, olhando ao redor da sala.


Alvo olhou ao redor, todos os alunos estavam meio pasmos, como se tivessem acabado de levar um susto, ou encontrado um monstro.


Alvo olhou para sua direita, e na escuridão da sala, saiu algo como um inseto com braços e pernas, era uma mulher muito magra, com óculos enormes e redondos, com enormes emaranhados de cabelos de cada lado da cabeça. Usava uma jaqueta com pedrinhas vermelhas que brilhavam fracamente e em seus pulsos magros, havia várias argolas enormes, uma azul, uma vermelha e uma azul de novo, assim respectivamente.


Alvo teve vontade de gritar, mas em vez disso, apenas cutucou o braço de Peter e Rosa para se virarem. Eles tiveram a mesma sensação de Alvo.


-Sentem-se, queridos – disse a professora, fazendo um gesto para eles se sentarem numa mesinha redonda. Alvo, Peter e Rosa se sentaram ali, esperando a ordem da professora, que agora caminhava pela sala – Comecemos a aula! Pois bem, eu sou a professora Trelawney, a professora de adivinhação. E, apropósito, você, garotinha ruiva – e apontou para Rosa – Depois que escorregar quando for embora, por favor, não fique brava e não quebre o brasão de Hogwarts pendurado ali.


Rosa olhou envergonhada para a professora, que logo mudou a direção do olhar.


-Ah... Você deve ser o garoto de Corvinal que eu queria ver... Matthew Spencer, não? Ah, sim, sim... Olha, cuidado com o filho do raio.


Matthew olhou assustado para Alvo, que olhou assustado para a professora, que simplesmente balançou a mão no ar.


-Hoje, vamos começar com xícaras de chá, peguem as xícaras e abram os livros na página dois, aproveitem. Vocês terão de ler as xícaras de seus amigos, por tanto, podem começar.


Alvo começou a ler a xícara de Peter, e tinha informações muito estranhas, como uma árvore... um agouro de liberdade, grades, um agouro de prisão, era totalmente confuso ler as xícaras dele.


Peter pegou a de Rosa, que era mais simples, apenas havia alguns desenhos, como uma estufa, que queria dizer herbologia e uma grade, que significava prisão.


-Você vai ser presa nas estufas de herbologia? – perguntou Peter a amiga.


A professora Trelawney olhou por cima do ombro de Peter a xícara de chá.


-Oh! Não, não, meu querido, você tem que entender mais... Ela vai ficar presa a alguém que adora herbologia, talvez o professor de herbologia.


-Como assim? – perguntou Peter envergonhado, pensando como seria seu pai prendendo Rosa.


-Bom, há muitas formas de interpretar algo assim, mas ela pegou uma xícara avermelhada, e isso significa que é uma coisa boa... Bom, será que esse professor tem algum filho?


-Tem – respondeu Peter, sem dizer que era ele.


-Bom, então, essa garotinha ruiva deve... sei lá, casar com esse filho, talvez?


Rosa e Peter ficaram mais vermelhos que tomate (sem caô, imaginem uma pessoa com cara de tomate, botem olhos e bocas, estava igualzinho) Alvo sorriu, vendo a professora se afastar.


A aula acabou. E Rosa, quando ia saindo, tropeçou, olhando assustada para a professora.


-Nossa, tomara que a professora tenha previsto errado! – disse Peter, ficando ainda mais vermelho – Imagina, eu e Rosa? Meu deus...                Nunca vou me casar com alguém que só sabe ler! – continuou ele para Alvo, num sussurro.


-É isso que pensa de mim, Peter? – perguntou Rosa atrás dos dois.


-Ahn... Desculpe... Eu...


-Ah, tudo bem, quer saber, vocês dois são dois palhaços, dois idiotas! – Alvo pode ver que seus olhos estavam brilhantes de lágrimas.


Alvo e Peter se entreolharam.


“Acho que ela está muito nova pra pensar nessas coisas” pensou Alvo “ Peter ainda tem treze anos, não demonstra muito interesse em garotas, e ela já deve estar pensando nele”


-Eu vou falar com ela – disse Alvo.


-Tudo bem, me dá seus livros, eu vou deixar na Torre da Grifinória. Eu pego os livros de Runa também.


Alvo deu os livros pro amigo e foi atrás de Rosa.


Ela se encontrava sentada atrás de uma armadura, fingindo ler um livro de Adivinhação.


-Tudo bem? – perguntou Alvo.


-Tudo – respondeu ela secamente.


Alvo se sentou ao seu lado.


-Quer parar de fingir ler esse livro e olhar pra mim? – perguntou Alvo, sorrindo.


-Como sabia?


-Está no índice – riu ele.


-Ah... – ela fez cara séria e guardou o livro na mochila, olhando o chão.


Alvo olhou ao redor, o corredor estava vazio.


-Olha, sobre esse caso com o Peter, ele é um garoto como eu, nós não pensamos nessas coisas com treze anos.


-Não foi por isso.


-Foi por que?


-ELE DISSE QUE EU SÓ SABIA LER E MAIS NADA!


Alvo se assustou com o berro da prima, que começou a chorar.


-Por que isso é tão importante pra você?


-Porque vocês dois são meus melhores amigos... Meus únicos grandes amigos... E se o Peter acha isso de mim... O que você acha de mim?


-Que você é a melhor prima que eu já conheci.


Os olhos de Rosa se iluminaram, ela sorriu pro primo e lhe deu um abraço.


-Olha, eu juro que ele não queria te magoar – disse Alvo quando os dois iam caminhando pra aula de Runas Antigas.


-Depois eu penso nisso – respondeu a prima.


A aula de Runas antigas foi bem complexa, cada aluno deveria escrever seu nome em língua de Runas. Havia várias Runas, a aula foi divertida também, Runas Antigas era um assunto interessante, porém complicado, e a professora Malu Hubner mandou dois pergaminhos de trabalho de casa.


Peter e Rosa não estavam se falando, eles se sentaram bem distantes um do outro na aula de Runas Antigas, e Alvo teve que se sentar perto de Escórpio, pois não queria tomar partido.


No término da aula, havia aula de Aritmancia, e Alvo e Escórpio se sentaram juntos outra vez.


A aula de Aritmancia era bem diferente das outras aulas, era como as pessoas seriam vistas com números, era bem complicado, e o professor Corley mandou dois pergaminhos de dever.


Alvo foi correndo com Escórpio pra biblioteca, onde estiveram realizando os trabalhos.


Peter foi se juntar aos dois, com cara de raiva.


-O que aconteceu? – perguntou Alvo.


-Fui me desculpar com a Rosa, mas ela disse que eu era um garoto gordo que só colava de você e dela! Que eu não era inteligente, que era um idiota completo!


-Você não é tão gordo – disse Escórpio, realmente, Peter havia emagrecido uns cinco quilos do segundo pro terceiro ano, e estava mais magro, com um corpo mais forte um pouco.


-Obrigado...


-Bem, se não se importa, estamos fazendo os trabalhos, que fazer conosco ou quer falar da minha prima?


-Vamos fazer os deveres.


Eles ficaram umas duas horas fazendo os deveres, era tudo muito complicado, com livros e cálculos, conclusões, era realmente complicado.


Alvo foi correndo pro salão comunal, para descansar um pouco, porém faltava uma meia hora para a festa de Carla começar, e Alvo não estava muito afim de sair do sofá. Para sua surpresa, Rosa descia as escadas do dormitório com dois livros no colo, ela deixou tudo na mesa e se sentou.


-Não vai a festa? – perguntou Alvo indo se sentar junto da prima.


-Vou, mas também vou ler um pouco sobre Aritmancia, qual foi o resultado do seu nome?


-Ah... Que eu lembre deu 6..


-Seis? Deixa eu ver...O Seis representa a harmonia, amizade e vida em família. Os Seis são leais, confiáveis e amorosos. Adaptam-se facilmente. Saem-se bem com os materofios das artes e nos negócios. São por vezes, propensos a fofocas e à vaidade. Os Pitágoros encaravam o seis como um número perfeito por ser dividido por três e dois e pela soma e multiplicação dos primeiros algarismos (1+2+3=6 e 1x2x3=6) – leu Rosa em seu livro de Aritmancia avançada.


-Que demais – debochou Peter descendo as escadas do dormitório e indo até Alvo, que olhava o amigo – O meu resultado deu 8, sabe o que significa?


-Idiotice? – debochou Rosa olhando severamente o garoto.


Peter olhou furioso pra garota, depois olhou calmo para Alvo e respondeu:


-O oito indica grandes possibilidades de ganhos nos negócios...


-Alvo, acabei de ler que seu pai não fez adivinhação! – disse Hermione com os registros da Grifinória na mão.


-...Bom... – disse Peter furioso – Grandes possibilidade de ganhos nos negócios, nas finanças e política...


-Olha só! Nicholau Flameu era o numero 9, que legal! – disse Rosa, lendo o livro.


-Você é muito chata! – berrou Peter para a garota.


-Cala a boca – disse ela se levantando, pegando seus livros e subindo para o dormitório.


Alvo e Peter estavam indo para a Sala precisa quando Pirraça, o pottergeist apareceu voando, travando um duelo com aquele príncipe mal humorado, líder dos fantasmas intrusos.


-O que está acontecendo? – perguntou Peter olhando os dois.


-Estamos disputando quem é o melhor encrenqueiro – cantarolou Pirraça – Então eu acertarei ele com um golpe certeiro!


Eles atravessaram uma parede ainda duelando. Alvo e Peter retomaram seu caminho até a Sala Precisa, que eles não sabiam onde ficava.


-Cadê essa sala? – perguntou Peter, depois que os dois rodaram uns cinco corredores sem achar uma porta.


-Não sei – disse Alvo – Elas disseram que é só pensar em uma festa, que a porta aparece.


Os dois pensaram em lugar para festas e uma porta surgiu na parede.


-Nossa! – disse Peter.


Alvo e Peter abriram a porta e entraram em uma enorme sala, com mesas, cadeiras, enfeites, uma mesa enorme cheia de comida, porém, a aniversariante não estava ali.


Alvo e Peter foram até Jéssica Malakian e Jane Rousetto.


-Cadê a Carla? – perguntou Alvo.


-Está vindo com a Anne Lins, da Corvinal, é uma festa surpresa.


-Ah, sim – disse Alvo, no momento que a porta se abriu e entrou na grande sala, Carla Curse, a aniversariante.


Todos aplaudiram a garota, várias amigas correram para abraça-la, Alvo e Peter abraçaram ela depois de ficar livre das garotas. Alvo notou que todas as meninas estavam vestidas com vestidos, principalmente Carla, que ganhara um muito bonito.


-Parabéns, Carla – disse Peter e Alvo – Muitas felicidades, muitos anos de vida!


-Obrigado gente – ela abraçou os dois ao mesmo – Vocês são demais, é sério!


-Nós sabemos – riu Peter.


A festa estava muito divertida, Peter e Alvo foram puxados por Carla para dançarem, comerem sapos de creme de menta, feijõezinhos de todos os sabores,etc...


-Nossa – disse Peter se sentando com um pratinho de doces – Que pena que Rosa não quis vir, é um pouco triste.


Alvo ergueu as sobrancelhas pro amigo.


-Eu acho que ela veio – disse ele apontando para a entrada.


Na porta, Rosa apareceu com um vestido rosa e purpurinado, com luvas de tecido delicado, um salto alto bonito, em seu cabelo ruivo havia uma grande trança, fazendo ela parecer realmente uma princesa.


Peter deixou o queixo cair, mas levantou-o rapidamente quando viu que Rosa o olhava também.


Ela veio até a mesa dos dois e se sentou ao lado de Alvo, sorrindo seus olhos brilhando. Alvo notou que muitos garotos do segundo ano e alguns do terceiro olhavam para Rosa, principalmente para o seu traseir...


-Oi Alvo – disse Rosa abraçando o primo.


Alvo sorriu ao ver a prima, ele notou que algumas garotas também olhavam para Rosa com inveja.


A festa foi legal, todos dançaram e se divertiram, porém, Peter e Rosa nem se falaram, apenas trocavam olhares e ficavam vermelhos.


Alvo foi para a Torre da Grifinória com Peter, e eles foram dormir, mas antes que tivessem chance de fazer isso, viram que Pirraça e o príncipe ainda duelavam, porém dessa vez no dormitório. Tiago e Osvald faziam movimentos de soco e defesa.


-Vai pirraça! – berrou Tiago.


-Acaba com ele Pirraça! – disse Osvald dando um soco no ar.


Pirraça girou no ar dando um soco que atravessou a cabeça do príncipe, que logo saiu voando do dormitório. Tiago e Osvald urraram de felicidade e pularam sem suas camas como malucos. Pirraça bateu na mão dos dois, os três eram grandes amigos, embora Pirraça fosse um fantasma.


Alvo e Peter sorriram ao ver o fantasma se afastar e se sentaram um em cada cama respectiva. Tiago e Osvald pularam e se abraçaram em pleno ar, caindo de costas no chão.


-E então, como vocês estão? – perguntou Tiago sorrindo.


Peter abriu o malão, tirou um livro de Adivinhação e jogou para Tiago, que ficou assustado por um segundo. Tiago pegou o livro e abriu na primeira página, onde havia o nome da professora Trelawney.


-Ela foi o problema – disse Peter.


Tiago fechou o livro devagar, ele parecia estar querendo entender o que a professora Trelawney tinha a ver com Peter, ele olhou a capa do livro, atrás do mesmo.


-Não entendi... – disse ele por fim, olhando para Alvo.


Peter se levantou, pegou o livro e o arremessou de volta no baú. Tiago se assustou um pouco, recuando um passo. Alvo e Osvald se entreolharam. Peter pulou no mesmo lugar.


-Ela disse que eu e Rosa devíamos nos casar, mas eu não quero me casar com ela, e ela ficou brava com isso, então eu fui pedir desculpas e ela me xingou, desde então tenho me dado mal nos estudos.


 Tiago e Osvald se entreolharam, depois explodiram em gargalhadas, se levantaram e começaram a empurrar Peter de um lado para outro, gritando:Vacilão!


Alvo riu, embora quisesse dormir, os dois garotos eram extremamente engraçados, mas Peter estava vermelho, querendo ao máximo dormir.


-Certo, acabou – disse Alvo rindo.


Peter foi arremessado para sua cama, caindo em cima de algumas almofadas. Tiago e Osvald se sentaram novamente. Peter olhou bem para o uniforme de Osvald, havia uma moldura prateada em seu brasão, o que significava que ele era um monitor.


Peter caiu na gargalhada, e todos olharam pra ele sem entender o porquê, Tiago e Osvald se entreolharam rapidamente, assustados, então, por fim, Peter apontou para o brasão de Osvald e disse:


-Monitor?! Tem certeza?!


Tiago e Alvo, após entenderem, começaram a rir também. Realmente, os monitores costumavam a ralhar com os alunos encrenqueiros toda a hora, mas ele era o aluno  encrenqueiro.


-Olha que eu posso botar os três em detenção – brincou Osvald, se dirigindo a sua cama.


Alvo, Tiago e Peter também foram dormir, trocaram de roupas e colocaram os pijamas, após isso, dormiram tranquilamente.

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