O Novo Feitiço



Alvo caminhava tranquilamente por Wulfric’s Hollow, o Sol raiava lindamente na pequena fonte no centro da praça onde Alvo se encontrava e o vento soprava levemente para o oeste, fazendo os cabelos castanhos de Alvo esvoaçarem.


Ele olhava o Sol nascente, o tom rosado meio amarelado dominava a bola que se erguia no ar.


Fazia muito frio, tanto que Alvo usava seu casaco da Grifinória, com o brasão de orgulho irradiando em seu peito.


Alvo fazia isso toda manhã, ele refletia sobre seu amigo, Phelipe, que morrera para salvá-lo quando juntos na Câmara Secreta.


Alvo ouviu o grito de sua mãe lhe chamando para tomar café da manhã, o cheiro de ovos e torradas irradiavam o ar, além de salsichas e suco de abóbora.


-Alvo, venha tomar seu café da manhã!


Alvo, solitário, entrou em sua casa e foi direto para a cozinha, onde Tiago devorava uma torrada amanteigada e uma salsicha ao mesmo tempo.


Alvo sentou-se numa cadeira almofadada e esperou sua mãe colocar o prato com um ovo, duas torradas amanteigadas e três salsichas.


Seu pai desceu as escadas com Lílian, que começaria seu ano em Hogwarts e estava muito ansiosa para receber sua carta.


Ela se sentou ao lado de Alvo e Tiago, seu pai  deu uma espiada pela janela e se sentou ao lado de Alvo.


-Alvo, como é que é em Hogwarts? – perguntou Lílian.


-Já me perguntou isso cinco vezes Lílian – respondeu o irmão.


Lílian encolheu os ombros e viu sua mãe colocar o prato dela na mesa. A mãe de Alvo, Gina, era a apanhadora do Harpyas de Hollyhead.


Ela se sentou ao lado de Harry e a mesa de café da manhã estava completa.


-Comam tudo crianças, depois iremos para A Toca.


-Mas e as minhas cartas? – perguntou Lílian mordendo um pedaço de torrada. 


Tiago e Alvo olharam para a mãe quando a irmã perguntou isso.


-Acho que chegarão antes de nove horas, e não se esqueça Tiago, não deixe o cachorro do Lino morder pedaço da sua lista de materiais! – disse Gina.


Eles terminaram o café da manhã e foram para a sala de estar.


Alvo estava sentado ao lado da lareira, olhando a janela, onde Lílian estava pendurada para ver se as cartas chegavam. Tiago conversava com seu pai sobre o time de quadribol e sua mãe tricotava o vestido de Lílian.


-Alvo, você fez os deveres?


-Fiz, pai, todos.


-Muito bom, e você Tiago?


-Também.


-Ótimo.


Lílian saiu gritando pela sala de estar: Chegou!


Tiago e Alvo se precipitaram na janela, a coruja que seu pai comprara a alguns anos chamada Edwiges vinha em direção a casa número sete.


Tiago abriu a janela e deixou Edwiges entrar, ela ficou em cima da lareira e largou as cartas na mão de Harry, que entregou uma para cada filho.


Lílian abriu a carta desesperadamente e abriu um sorriso enquanto lia em voz alta:


 


Querida Lílian Potter,


Temos o prazer de informar que você foi aceita não escola de magia e bruxaria de Hogwarts. As aulas começaram no dia 1° de setembro, às onze horas na estação de King’s Cross, na plataforma 9 ¾.


Afetuosamente,


    Diretora McGonagall


-Viu, papai? Eu entrei na escola! – gritava ela.


-Muito bem, filha – sorria Harry.


Alvo lia sua carta, a mesma coisa de sempre, a lista de materiais estava enorme:


Livros:


Defesa Contra as Artes das Trevas:


Criaturas Noturnas


                         De Calvin Hill


Nadando com guelricho


                         De Paul Hill


Sátiros ou faunos?


                         De Milena Hill


Poções:


Livro padrão de poções 3ª série


                         De Angelina Johnson.


Seis caldeirões quentes


                         De Vinicius White


Oito ingredientes mágicos


                         De Carlos Kelly


Feitiços:


Livro padrão de feitiços 3ª série


                         De Oliver Brown


Essas eram as matérias mais importantes de Alvo. Tiago acabava de ler sua carta e não entendia muito bem.


Lílian mostrava seus materiais escolares para Harry, que estava sentado na poltrona.


Alvo subiu para seu quarto e se sentou na cama com estofado avermelhado. O Sol batia na janela, que liberava o calor aconchegante de inverno. A cabeceira mostrava uma foto onde Alvo, Peter e Rosa estavam sorrindo para a câmera.


O armário de Alvo exibia um pôster do Harpyas de Hollyhead, onde dois grandes e dourados H’s estavam aparecendo.


A praça da vila estava enchendo, duas crianças brincavam de quadribol na terra ali. O senhor Cook lia um exemplar do profeta diário.


Alvo abriu o armário e pegou suas roupas da grifinória, os cachecóis estavam todos juntos e a mala ao lado do armário.


Fawnix, a coruja de Alvo dormia em sua gaiola, com suas asas prateadas cintilando pelo quarto.


Na mesa onde Alvo fazia maior parte de seus deveres e jogava xadrez de bruxo com seu pai estava uma grande pilha de cartas amareladas, a primeira tinha uma caligrafia meio inclinada:


Amanda Wood


Ele riu, depois viu Tiago na porta do quarto, vestido de auror.


-Oi, mano – disse ele.


-Tiago – disse Alvo – Quando vamos para A Toca?


-Daqui a pouco – ele respondeu se sentando na cama.


-Já arrumei minha mala – disse o irmão.


Tiago se levantou da cama com passos leves, postou-se a olhar a praça pela janela, onde duas crianças e o senhor Cook estavam passando a manhã rosada.


-Sinto por Phelipe – disse Tiago quebrando um silêncio.


Alvo, que estava olhando suas cartas, virou-se para o irmão de imediato.


-É.


Tiago enrolou o braço no ombro do irmão mais novo, que suspeitava de algo.


-Mas enquanto isso... Rir sempre é bom!


E empurrou Alvo para a cama, depois pulou em cima dele, às gargalhadas, depois se levantou e começou a rir, assim como Alvo, não podia dizer que não foi engraçado.


Tiago era realmente um ótimo irmão, sempre pra cima, te apoiando sempre, Thiago Sirius Potter, é, um ótimo irmão.


Harry entrou no quarto, onde os dois irmãos riam, ele abriu um sorriso e os convidou:


-Vamos treinar duelo? – perguntou ele.


Os dois filhos aceitaram a oferta e juntos foram para o quintal, onde eles duelavam.


Alvo e Tiago lutavam contra Harry, mas não chegavam a metade das habilidades dele, a cicatriz cintilava em sua testa. A brecha que Harry dava era muito curta e pequena, assim como o escudo dos garotos, o orgulho do pai.


Por fim, Alvo protegeu o ataque do pai e lançou um, mas ele se defendeu rapidamente, depois atacou novamente.


Acabaram de treinar e estavam todos suados e machucados, Alvo estava com um machucado no braço, Tiago tinha um arranhão no ombro, e Harry estava apenas suado.


Gina se postou na porta da casa, de cara amarrada, com uma voz de Molly Weasley disse:


-O que estão fazendo?! Pro banho agora!


Tiago e Alvo soltaram gargalhadas e entraram dentro de casa. Alvo espiou por trás do ombro e seu pai riu também, mas sua mãe lhe deu um tapa no ombro e ele se calou.


-Estou ansioso para Hogwarts – disse Tiago quando eles já tinham acabado de tomar banho e se encontrado no corredor do segundo andar – Osvald fez novos planos para o Filch.


-Você tem falado com ele? – perguntou ele descendo as escadas de madeira.


Tiago teve dificuldade para descer a mala pelas escadas.


-Edwiges tem feito um bom trabalho, mas acho que vou comprar uma só pra mim.


-Tem quanto no Gringotes?


-O pai me dá cem por mês, eu devo ter mil e pouco. E você?


-Tenho cinco mil.


-O que? Como consegue tudo isso?


-Economizo.


Tiago desceu as escadas e se postou ao lado de Harry e Lílian. Alvo estava ao lado da lareira, por um segundo pensou que eles iriam usar Rede de Flu, mas quando sua mãe lhe deu a mão, ele aparatou.


Estava sendo puxado para todos os lados, caiu em cima da grama d’A Toca, onde estava o seu tio Rony espantando os gnomos de jardim.


Tiago já estava levantado e puxando o malão, Harry apertava a mão de Rony, Lílian corria para dentro da casa.


Alvo se levantava, olhava as montanhas ao redor, onde o Sol se erguia lentamente.


-Como vai Alvo? – perguntou Rony quando Alvo passava pelo seu lado.


-Oi, tio Rony. Vou muito bem e o senhor?


-Ótimo.


Na verdade Alvo não estava bem, ele ainda estava abalado por ser um dos motivos da morte de seu amigo, se sentia culpado.


Rosa estava olhando da janela de seu quarto, Alvo nunca tinha percebido como ela era bonita, e como estudava tanto, metade da janela estava ocupada por livros escolares antigos.


Hugo estava se exibindo com a roupa da Grifinória de Rosa.


A tia Hermione arrumava a mesa de almoço com Filly, o elfo doméstico que eles acharam numa estrada sozinho, desde então ele mora lá com todo o conforto e ajuda Hermione com os trabalhos domésticos.


Os gnomos corriam rapidamente de um lado para o outro, sendo espantados por Rony e Harry.


Alvo entrou dentro d’A Toca, estava toda arrumada com decorações de começo do ano.


-Alvo, você trouxe o Monstro? – perguntou Filly quando Alvo entrou na casa.


-Ah, não, desculpe Filly – disse Alvo, mas um segundo depois seu malão se abriu e Monstro estava ali, cheio de roupas.


Alvo saiu da casa, deixando todos ali, mas foi se encontrar com Tiago, Harry e Rony espantando gnomos de jardim.


-Tiago, é fácil, gira eles assim e joga longe – explicava Rony.


-Isso em lembra quando você ficou de castigo fazendo isso quando me resgatou – disse Harry e, ao percebendo o olhar do amigo calou-se.


Eles ficaram horas espantando gnomos até a hora do almoço. Eles entraram n’A Toca e se sentaram perto um do outro na mesa.


-O que o Osvald fez no ministério? – perguntou Tiago enquanto eles almoçavam.


-Está trabalhando de atendente, começou por baixo – dizia Harry.


Alvo, que comia desanimado, ergueu a cabeça para saber mais do assunto.


-E como vão as autoridades dos aurores? – perguntou Alvo.


-Ainda preocupado com o Joker, não é? – perguntou Harry.


-Pai, ele matou o meu amigo, eu quero vingança!


-Vingança nunca é o melhor caminho, lembre-se disso.


Alvo baixou a cabeça e disse:


-Vou lembrar. Mas mudando de assunto, andei lendo o pasquim, o Sr.Lovegood está faturando um bom dinheiro porque vem escrevendo grandes histórias de um tal de O Eleito.


-Nossa, não sabia que ele era tão pirado assim – disse Tiago tomando um gole de suco.


Os adultos riram e explicaram que era O Eleito das histórias do Pasquim, Alvo adorou as histórias contadas da infância de seu pai, como ele fizera um vidro desaparecer e...


-E foi aí que nós derrubamos um Trasgo montanhês adulto – terminou Harry uma história emocionante.


Alvo viu que havia alguém no lado de fora da casa, nos jardins. Percebeu que não era um gnomo de jardim. Ele se levantou de seu assento confortável e atravessou a sala arrumada, avançou pelo jardim ao encontro da pessoa que o encarava. Minerva McGonagall estava do lado de fora d’A Toca com suas vestes verdes, seu óculos e sua severidade.


Apesar de Alvo estar envergonhado de ter eguido a varinha para a diretora, ele a convidou para entrar. A diretora McGonagall se desentenderam uma vez no seu segundo ano em Hogwarts, ele nunca olhou a diretora com os mesmos olhos dali em diante.


Eles entraram dentro de casa, Harry levantou num salto e cumprimentou a diretora. Depois que recebeu a carta dela sempre a tratara como se estivesse devendo algo a ela.


-Sr. Potter.


-Sim? – disseram Alvo, Tiago e Harry ao mesmo tempo, depois se entreolharam.


-Me dirijo a Harry, garotos – disse Minerva.


-Sim, diretora McGonagall? – disse Harry se aproximando da severa mulher de cabelos grisalhos e enrolados.


-Lá em cima – disse ela e os dois subiram as escadas apressados.


Alvo e Tiago almoçaram bem rápido e subiram as escadas apressados, bem silenciosos é claro.


Colocaram os ouvidos na porta para ouvir a conversa, onde a diretora falava calmamente.


-A Ordem da Fênix está caindo – dizia ela.


-Por que acha isso?


-Não temos quase nenhum membro e nossas armas estão fracas, o ministério disse que já acabou o prazo de validação.


-Certo, vamos lá pra baixo, eu decidirei o que fazer.


E os dois garotos desceram apressados as escadas.


Depois do almoço eles foram para o quarto de Rosa, a quem os dois irmãos explicaram tudo o que ouviram, deixando a garota estupefata.


-Quer dizer que A Ordem da Fênix vai acabar? Logo agora que eu queria me inscrever?


Os dois irmãos, que estavam olhando a janela, viraram-se para a garota com cabelos soltos e ruivos, olhos castanhos profundos e um sorriso amargurado pela notícia.


-Queria se inscrever?


-Terceira classe é claro, mas eu posso tentar a Ordem de Merlin.


-Tem que ter maioridade – disse Tiago postando-se novamente a ver a janela.


-Droga! – disse Rosa.


Alvo teve uma grande idéia.


-Tiago, daqui a um ano você alcança a maioridade, certo?


-Certo.


-Cria uma Ordem?


-Ah, claro, a Ordem de Tiago! Seria um fracasso...


Todos riram e passaram a tarde conversando sobre como seria o novo ano em Hogwarts, o que eles fariam de novo e essas coisas.


Antes do jantar todos se reuniram na fogueira que Alvo, Tiago, Harry e Rony fizeram.


Eles estavam cantando quando de repente, em um estampido, Osvald apareceu caído na grama, cansado.


-Osvald!


Tiago foi correndo em direção ao primo.


-Tenho que aparatar melhor – disse Osvald se levantando.


-Tirou carteira, campeão? – perguntou Harry ao sobrinho.


-Primeira classe da Ordem de Aparato, eu sou demais.


-Sente-se – convidou Rony.


Osvald se sentou e começou a pôr as novidades em dia, mas a que mais impressionou Alvo foi o que Osvald havia dito por último.


-Eu inventei um novo feitiço – disse o primo


-Qual? – perguntou Alvo mostrando-se interessado.


-Bem, ele é bem estranho, eu o inventei porque é um saco ter de ficar comprando Vira-Tempo toda a hora.


-Fale logo! – disse Tiago as gargalhadas.


-O nome é: Minuteum.


-Sério? – perguntou Rosa.


-O que ele faz? – perguntou Hermione.


-Você volta no tempo, no máximo dois dias – respondeu Osvald.


-Demais – disse Rony.


-Mostra – disse Harry.


Osvald sacou a varinha meio amarelada  e apontou a ponta dela em seus cabelos ruivos. O som de um estampido ecoou pelo jardim, fazendo Lílian se assustar.


-Minuteum!


E Alvo estava vendo seu primo chegando ao jardim, de cara no chão. Todos aplaudiram o novo feitiço de Osvald, ele tinha se superado.


Voltaram para dormir mais tarde. Alvo e Tiago dormiram no mesmo quarto e quase destruíram a casa, de tanto jogar um no outro.


Eles dormiram nas camas almofadadas e começaram a conversar.


-É, amanhã...


-Amanhã...


Alvo se sentou na cama olhando o irmão.


-Não acredito que a Ordem vai acabar, Aberforth ajuda muito na situação econômica e seguidores, por que ela está caindo?


-Não sei, mas Alvo, amanhã vamos comprar todo o material que precisamos e depois ir para Hogwarts, temos que nos concentrar, todos acham que algo ruim está prestes a acontecer.


-Certo, vamos dormir...


E os dois irmãos adormeceram em um lugar bem longe de onde Alvo acordara.


 


 


 

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