A Câmara Secreta



Eles se aproximaram do paredão de névoa, Lysandra encarava-o com severidade.


O homem dentro do paredão de névoa sorriu com desdém ao ver o garoto que foi jogado no chão, Alvo. Os olhos verdes se encontraram com os verdes fantasmas.


-Como vai, Alvo? – perguntou o homem, sua voz parecia se dissolver no ar, os olhos puxados olhavam com desprezo para o garoto ajoelhado no chão todo molhado e sujo.


-Olá, mestre – disse Joker sorridente.


-Oi, Joker – disse o homem.


Phelipe olhou diretamente para Frank, que agora o olhava com desprezo e atrevimento.


-Foi muito ridículo você se juntar a eles, Phelipe. Eu admirava tanto seu dom de perfurar feitiços...


-Cale a boca! Você não sabe nada sobre mim! – gritou Phelipe e logo caiu no chão, parecia chorar – Eu errei tanto em pensar que sem sentimentos não teria com o que se preocupar... Eu quero que você...


-Basta! – gritou o homem – Calem a boca dele.


Os comensais da morte fizeram um feitiço e Phelipe parou de falar.


-Agora, vamos dar iniciação a nossa cerimônia... Venha, maninha...


Alvo já sabia o que fazer, Phelipe lhe explicara em língua de cobra, óbvio que em sigilo, para Joker não ouvir, todos pensaram que eram a vibração do lugar. Ele iria jogar o facão para Alvo e este se desprenderia e atacaria Frank.


Lysandra se aproximava calmamente de seu irmão, que a esperava com ódio.


Alvo olhou para trás, Phelipe o encarava, o facão já estava em seu pé, ele o jogou para Alvo e este o agarrou. Escórpio, Peter e Rosa gritaram de felicidade.


Alvo se desprendeu, sacou a varinha e apontou para Frank, mas Lysandra já estava quase o abraçando.


Ele se jogou em cima de Lysandra, ela caiu no chão e ele estava defronte ao paredão de névoa.


-Corajoso... Muito bom, Alvo, realmente eu estou surpreso... Seu pai também foi muito corajoso... Agora, venha me derrotar!


Alvo segurava a varinha com firmeza, não poderia abrir uma brecha, se os comensais decidissem atacá-lo por trás? Não, já tiveram muito tempo quando ele se desamarrou e ficou parado olhando para Frank, já tiveram muito tempo quando ele empurrou Lysandra e ficou frente a frente com o seu maior inimigo, por fim ordenou:


-Reducto!


Algo dentro do homem explodiu, mas nada demais aconteceu.


Lysandra havia se levantado e empurrou Alvo, mas este se levantou rápido e puxou Lysandra para o chão.


Eles ficaram se segurando pelo chão, Alvo não podia deixar que Lysandra se juntasse com Frank.


Alvo percebeu que Frank assistia e ria do que acontecia defronte a ele, mas Alvo apenas segurava a amiga com força.


Um estampido foi ouvido e adentrou na Câmara a professora McGonagall, o professor Longbottom, o professor Flitwich, o professor Ted, o professor Arthur, Molly e Ajax, o professor de viagens pelo mundo do sétimo ano.


   Eles começaram a lançar feitiços nos comensais da morte e Alvo percebeu que Fawkes voava com o chapéu seletor em suas garras alaranjadas.


Ela rodeou os comensais da morte e os confundiu, mas eles se protegiam dos feitiços dos professores.


Alvo também percebeu que seus amigos haviam se soltado, atiravam feitiços contra os comensais da morte a viam o ajudar.


Phelipe agarrou Lysandra pelo braço e a prendeu enfiando o facão em sua capa.


-O que vamos fazer? – perguntou ele quando estava se levantando e indo em direção ao amigo.


-Não sei, só sei que temos que destruí-lo – ele olhou para Frank, esperando os comensais da morte dizimarem os professores.


-Concordo, mas como?


-Não sei.


Alvo se lembrou da história que seu pai lhe contara, que destruira um tal monstro chamado basilisco, e que ele tivera um filho que morava por ali.


-Você é da família Gaunt, certo?


-Sou.


-Invoque o basilisco!


-O que? Ah sim... certo eu...Venha Basilisco...


Uma cobra apareceu rastejando bem devagar, ela deveria ter uns vinte e poucos anos, os olhos amarelados encaravam o paredão de névoa.


-Manda ele destruir os comensais! – sugeriu Alvo.


Phelipe disse uma frase em língua de cobra e de repente a cobra gigante estava dando bocadas no escudo dos comensais.


Frank gritava de fúria, seus olhos faiscavam algo muito brilhante, ele tentava arrancar o corpo do paredão, mas ainda não conseguia.


-Vamos lutar – disse Alvo.


-Certo – e virou em direção ao comensal da morte mais próximo – Flipendo!


Alvo correu em direção a um comensal e começou a lançar feitiços, um outro comensal lançou um feitiço desintegrador nele, mas este lançou um contrafeitiço e saiu correndo pela Câmara.


Sentiu que um feitiço passara raspando pela sua orelha e um o machucara um pouco na coxa, mas ele continuou correndo, viu que havias muitas cobras de mármore nas paredes, e havia muita água no chão, ele podia ver o reflexo, atrás dele vinham Joker e um comensal da morte, ele entrou dentro de uma cobra que levou a um túnel.


Ele corria desesperadamente, o chão sujo e a ardência do veneno das cobras que estavam ali mortas afetavam os olhos verdes de Alvo. Os dois comensais da morte trincavam os dentes amarelados e desgastados. O bafo de Alvo era visível para ele. Sentia sua varinha o bolso de sua capa, sentia a varinha dos comensais apontando pra ele até que...BUM!


-Como ousa tentar acertar um aluno na minha frente?! – gritou a diretora Minerva com a mesma feição que Rony imitara em um dia que ele foi em sua casa.


Essa foi por pouco, pensou Alvo, se a diretora não estivesse ali ele teria morrido. Ele foi em direção a sua salvadora e sacou a varinha, apontou para Joker e...


-Surrindo!


Joker abriu um sorriso muito aberto, e caiu no chão, os braços tentavam fazer com que ele fechasse a boca e as pernas se debatiam inutilmente.


O outro comensal estava todo enrolado com uma corda avermelhada, que Alvo tinha certeza ser obra da diretora.


O basilisco de Phelipe rodeava três comensais da morte enquanto Lysandra tentava se desprender do grande e afiado facão de Phelipe.


Peter e Rosa lutavam ao lado do professor Arthur e Ted que lançavam feitiços rápidos e ligeiros em dois comensais da morte.


Frank agora estava como se o paredão de névoas fosse a parede e ele tivesse colocado cola em suas costas e pulado ai de costas, ele tentava se soltar, uma grande maça o prendia, mas ele apontava a varinha esverdeada para o facão de Phelipe.


Alvo correu e pulou na frente de Lysa, agora encarava Frank com ódio.


Os olhos deles estavam se chocando, um olhar penetrante invadia o corpo de Alvo, ele se sentiu fraco, pequeno, recuado...


-Não me interrompa, garoto!


-Me derrube, agora!


A varinha de Frank agora mirava em Alvo e em um segundo:


-Avada Kedavra!


-Expeliarmus!


Os feitiços se chocaram, o clarão vermelho no clarão verde, a luz branca bruxuleava fortemente no rosto de Alvo, os cabelos esvoaçavam loucamente, ele tinha a sensação de que estavam carregando sua varinha mais os dois feitiços, como se fossem uma grande espada. Percebeu que se não segurasse a varinha com força ela iria escapulir de sua mão.


O ligamento de feitiços se aproximava da varinha de Frank e a maior parte da grande linha torta e tempestuosa estava com a cor vermelha.


Um grande guincho foi ouvido a distância, e tanto Alvo tanto Frank largaram as varinhas no chão. Alvo avistou uma ave se aproximando, era Fawkes, com o chapéu seletor nas garras alaranjadas.


Ela largou o chapéu ao lado de Alvo e sumiu de vista.


Alvo pegou o chapéu seletor e o fitou, viu sua “boca” se movendo bem devagar, como um robô.


-Tire... a espada... tire... a espada de...


Alvo ouviu um estampido e voou três metros de altura, caiu de braços e pernas no chão, o rosto dele estava molhado e sujo, os olhos verdes mostravam fraqueza no momento, mas ele tinha que erguer.


Ele fitou o chapéu seletor, estaria louca aquela fênix? No que o chapéu ajudaria?


De repente, um espada cravejada de diamantes caiu do buraco do chapéu ( onde bota a cabeça, sabe? )


-Uau – admirou-se Alvo.


Alvo viu que agora Frank flamejava chama verde, ele apontava a varinha esverdeada para Alvo e disse:


-Vamos ver como você se sai com os fantasmas do meu passado o perturbando, Alvo. Regilimens!


Alvo sentiu uma forte dor de cabeça e de repente estava em um gramado bem florido, que identificou ser o de Hogwarts, o Sol nascia e um leve tom rosado tomava conta do lado direito do seu rosto, onde os olhos estavam entreabertos.


Alvo não controlava suas pernas e percebeu estar no corpo de Frank, que era alto e pesado.


Ele ia em direção ao castelo quando dois alunos da Sonserina se aproximaram dele.


-O que está fazendo, Frank? – perguntou o garoto mais alto, que tinha um cabelos negro e encaracolado descendo pelo rosto magro e pálido.


-Não vou lhe dizer, tenho muitos problemas com Sonserinos.


-Mas você é Sonserino, lembro muito bem do chapéu seletor gritar: Frank  Bryan e te selecionar a nossa casa.


O garoto que disse isso era meio gordinho, os olhos cor de mel e os cabelos arrepiados e louros.


-Não pense que gosto da posição onde estou – disse Frank asperamente.


-Seu pai era de que casa?


-Não conheci meu pai, tampouco minha mãe, que morreu numa guerra.


-Quem te criou?


-Um velho moribundo que meu pai conheceu no bar, ele diz que eu era muito fofo quando bebe.


A imagem mudou e ele estava ao lado de um homem barbudo que gritava:


-Mate-o!


Um clarão verde tomou conta do lugar e ele viu uma mulher morta no chão, os olhos cortados e a boca sangrando.


Depois estava numa pequena estrada, ele se debruçava nas tortas grades de madeira, o chão parecia estar explodido e cheio de sangue, ele via uma grande floresta se erguer ali perto.


Uma pequena casa e meio caída para o lado parecia abandonada e um bom lugar para descansar. Ele escancarou a porta e entrou, estava toda suja, Alvo pensou que ela estivera vazia por anos até minutos depois:


-Quem está aí?


-Frank Lestrange.


-Quem?


-Frank Lestrange, o novo Lorde das Trevas.


Ele se viu caído no chão da Câmara Secreta, os olhos perturbados pela ardência do veneno e pela sujeira, estava fraco, até que viu Frank rindo de suas feições, se levantou e pensou.


 


 


 


 


 

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