Capítulo IV



 Depois que me formei fui trabalhar no Ministério. Eu comecei fazendo coisas que não condiziam com o que eu estudei. Minha vontade era partir para o campo de ação, mas antes disso trabalhei no armazenamento de arquivos resolvidos, anotações de comportamentos de criaturas de caráter variante, reconhecimento de causas emocionais que levam a permanência de espectros, remoção de vestígios mortais, dentre muitas outras coisas.


 Minhas habilidades foram reconhecidas. Foram dias de glória. Eu adorava poder apontar minha varinha para àquelas almas detestáveis e arrancar seu gritos vazios de dor enquanto voltavam para descansar em seus túmulos.


 As pessoas desprezam esse setor do Ministério até a sogra de um secretário volta da morte para assombrá-lo ou quando se ouve gemidos em departamentos sem uso.


 O bom mesmo era poder livrar as famílias de horrores inimagináveis. Esse era meu trabalho.


 Executei minhas funções brilhantemente durante muitos anos, mas cometi um erro, como se deve imaginar.


 Não foi por medo ou covardia que não tendi ao lado do mal, era por saber exatamente os horrores que poderiam resultar dos males praticados. O problema foi que minha atração pelo desconhecido fez com que eu me associasse à criaturas tão monstruosas que eu estava deixando de ser quem eu era.

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