Capítulo Três



Love Lives Forever


Resumo: Entre escolhas e inseguranças no inicio de uma guerra, a única certeza que reinava nos corações daqueles jovens era que o amor, fosse ele entre parentes, amigos ou amantes, viveria para sempre.


Atenção: Harry Potter não me pertence!


CAPÍTULO TRÊS


Você não sabe que os anseios do seu coração são muito mais pra mim do que as razões que eu tenha pra dizer que não e eu sempre digo sim e ainda que a realidade me limite, fantasia dos meus sonhos me permite que eu faça mais do que as loucuras que já fiz pra te fazer feliz.


Roberto Carlos


MMM


James não conseguia dormir.


Suspirou derrotado remexendo-se mais uma vez na cama, saindo da posição de bruços para ficar de barriga para cima; seus braços fazendo apoio para cabeça sobre o travesseiro fofo. Mirou, então, o teto do quarto, levemente embaçado por sua miopia, com seus pensamentos martelando fortemente seu cérebro. Já passara das três da manhã e ele ainda não havia encontrado a solução para seu atual impasse.


O que faria?


Seu estômago revirava e por mais que seu corpo implorasse por um descanso, ele não conseguia pregar os olhos. Não conseguia parar de pensar na proposta que Lily o fizera mais cedo. Não conseguia simplesmente deixar-se vencer pelo sono e resolver seu problema no dia seguinte. Não conseguia parar de se perguntar o que diabos iria fazer.


Aquilo não poderia está acontecendo. Lily não podia ser tão sádica a ponto de condicioná-lo a algo tão absurdo e fora de qualquer questão que envolvesse os dois.


"Que merda!" – exclamou, esquecendo-se de maneirar no tom de voz para não despertar seus companheiros de quarto. Passou a mão pelos cabelos negros, fechando os olhos por alguns instantes, refletindo sobre o quão terrível era aquela situação para ele – "Merlin! O que há de errado com ela? Porque ela não aceita e pronto?" – indagou, apenas obtendo os roucos de Peter como resposta.


Era isso que não o deixava em paz. Não o simples fato de Lily ter-lhe desafiado a perder o jogo para sair com ele, mas era, na verdade, a certeza que tinha de que momentos antes de ela propor-lhe aquilo, a ruiva parecia estar correspondendo a tudo que ele estava sentindo no momento. Ela pareceu confusa, pareceu assustada, mas definitivamente, estava sentindo a mesma ansiedade, a mesma euforia, o mesmo desejo de unir seus lábios e beijar. Aquele rubor nas bochechas a entregava, aquele brilho no olhar a condenava.


Mas e se ele estivesse errado? E se desejasse tanto tê-la que confundia suas próprias sensações, sonhando que ela estava sentindo o mesmo, embora ela não estivesse. E se ele tivesse imaginado tudo aquilo, e na realidade, tudo o que a outra monitoria queria fosse se livrar dele. Afinal, ele não perderia o jogo, perderia?


Ele sorriu melancólico, reabrindo os olhos. Ela fora muito esperta. Soube jogar muito bem. Afinal, não era só a taça de quadribol ou sua saída com Lily que estavam em jogo. Tinha haver com confiança, tinha haver com orgulho. Não queria ver seu time decepcionado com ele, muito menos o resto dos alunos da Gryffindor. Todos os jogadores haviam se empenhado tanto, treinado tanto e ele como capitão não podia simplesmente jogar todo o esforço alheio ao alto por um capricho de Lily.


Ele bufou. O que diabos estava pensando?


Aquela poderia ser sua única chance com a ruiva! Gostava dela. Ele sabia que não era uma simples paxonite de adolescente, sentia no seu intimo que era algo verdadeiro e puro. Talvez com esse passeio a Hogsmeade ele pudesse mostrá-la que era muito mais do que ela pensava; que havia amadurecido, que não era mais aquele garoto arrogante e de ego inabalável que azarava alunos sem motivo, que não se divertia mais com brincadeiras de mau gosto... Afinal aquilo não tinha a menor graça, não só porque a única garota que ele realmente queria impressionar com suas habilidades e marotagens não dava a mínima para essas bobagens, mas principalmente porque havia muito mais coisas para se preocupar do que se exibir importunando os mais fracos. Havia uma guerra começando. E talvez muitos desses mais fracos, precisem da sua ajuda no futuro e visse e versa.


Ele suspirou mais uma vez. Estava vivendo uma verdadeira batalha interna. Entre seu desejo e seu orgulho. Ele faria qualquer coisa para poder tê-la em seus braços, para poder beijar sua boca, passar o tempo livre com ela nos jardins sentindo o cheiro doce que emanava dos cabelos sedosos enquanto acariciava-os. Queria dizer o quanto gostava dela, o quanto ela significava para ele, o quanto a queria por perto, o quanto a queria segura junto a si. Ele a faria a mulher mais feliz do mundo.


Mas qualquer coisa não incluía perder a partida de Quadribol contra a Ravenclaw. Ele não poderia sacrificar isso. Sua índole não permitia. Faria qualquer coisa: Se jogaria da torre de astronomia, beijaria a lula-gigante, brincaria com os galhos do salgueiro lutador, andaria pelo castelo vestido de garota... Qualquer coisa! Mas perder o jogo, não. Perder o jogo nunca.


"O que eu vou fazer?" – ele murmurou – "Perco o jogo e ganho a Evans ou ganho o jogo e perco a Evans?"


"Cala a boca e vá dormir, Prongs" – a voz mal-humorada de Sirius soou, enquanto o mesmo se remexia em sua cama.


James suspirou.


E ainda tinha essa. Não poderia contar com nenhum dos seus amigos para desabafar. Sirius faria um escândalo, Remus falaria que não ia se meter em seus assuntos e Peter não saberia o que dizer e provavelmente ficaria do lado de Padfoot.


Teria que tomar essa decisão sozinho ou tentar encontrar uma saída para aquilo. Haveria de ter uma saída.


MMM


"Você o quê?" – Alice indagou exaustada, seus olhos escuros miravam à ruiva, arregalados – "Eu não acredito!"


"Shhhh" – a ruiva repreendeu a outra, fazendo sinal para ela fazer silêncio, e olhando para os dois lados para certificar-se ninguém havia escutado, continuou – "Eu achei que deveria saber..."– As duas estavam escondidas atrás de uma armadura num dos corredores do castelo, que no momento estava deserto. Alice, que fora arrastada para ali pela amiga, ouviu todo o relato da monitora sobre o que ocorrera na noite anterior com Potter, e não deixou de ficar perplexa com o fato.


"Como você pôde?" – Alice perguntou com uma expressão incrédula – "Coitado"


"Coitado?" – a outra revidou num sussurro – "Afinal, você está de que lado, hein?"


"De nenhum dos dois" – a morena respondeu ao que Lily bufou – "Isso foi cruel, Lily"


"E o que você queria que eu fizesse?" – a ruiva falou, angustiada – "Ele ia me beijar"


Alice hesitou por um instante analisando cada fibra de expressão do rosto da outra. Depois de algum tempo em silêncio, comentou tentando soar com tom casual:


"Sinceramente, Lily... Não vejo nada de sobrenatural nisso"


Lily mirou-a com os olhos estreitos.


"Acho que você não entendeu" – ela falou devagar – "James Potter tentou me beijar" – sentenciou, dramática demais na opinião da morena, que rodou os olhos.


"Eu entendi perfeitamente" – confirmou, pegando uma mexa do cabelo curto para enrolar no dedo – "E também entendi que se ele perder o jogo, você sairá com ele"


Lily pareceu que havia esquecido desse fato, pois passou alguns segundos até assimilar o que a morena dissera.


"Eu não vou sair com ele, Alice" – Lily falou por fim. A morena franziu o cenho confusa.


"Mas você disse que..."


"Eu sei muito bem o que eu disse..." – a ruiva a interrompeu – "Sério, o que há com você?" – continuou num tom perplexo – "Estamos falando do Potter! Você acha mesmo que ele vai perder um jogo assim? Ele ama mais Quadribol do que a si próprio, se é que isso é possível..."


Alice abriu a boca para protestar, mas logo fechou-a escolhendo as palavras antes de dizer o que tinha em mente.


"Ele gosta de você" – finalmente falou – "E eu já te disse que sempre desconfiei que você também gosta dele"– terminou, sorrindo maliciosamente, largando o cabelo e cruzando os braços desafiadora.


"Eu não gosto dele" – Lily falou, esboçando a melhor cara de durona que conseguia – "Porque você ainda insiste nessa loucura?"


"Não gosta?" – a morena indagou, e erguendo uma sobrancelha com desdém completou – "Então porque pediu para ele provar?"


Agora foi a vez de Lily abrir a boca e não produzir som algum. É claro que ocultou a parte da história que ela se sentira completamente atraída e tentada. Que por mais que ela buscasse seu autocontrole, que nunca a havia abandonado quando estava junto do maroto, naquela noite, ele havia desaparecido, simplesmente, sem deixar rastro algum, a deixado desprotegida e vulnerável.


"Então?" – Alice insistiu.


"Eu..." – Lily tentava formular alguma resposta convincente em sua cabeça, mas nada vinha para lhe ajudar. Não podia falar que os olhos dele estavam tão apaixonados, que ela não resistira a dar-lhe uma chance. Não podia dizer que o perfume dele estava contaminando seus neurônios, fazendo-a cogitar a hipótese de sair com ele. Não podia confessar que aquela barba por fazer e aqueles lábios finos estavam tão tentadores e que, por mais que ela negasse, queria provar do gosto que tinha e uni-los aos seus. Não. Não podia - "Eu..." – balbuciou novamente mirando a escuridão dos olhos da amiga – "Eu não acredito que ele goste de mim. Duvido que ele perca o jogo por minha causa. Ele deve está muito bravo comigo agora. Eu mexi no ponto fraco dele, Alice. Ele não vai perder. Ele ganha e eu fico livre, entendeu?"


Alice suspirou.


"Isso é tão ilógico" – comentou – "Improvável na verdade" – ela analisou a ruiva por uns instantes antes de prosseguir – "Você nem cogitou a hipótese dele perder, não é?"


"Não existe essa hipótese" – a ruiva assegurou - "Ele não perderá"


"Como pode ter tanta certeza?"


"Eu conheço muito bem James Potter" – a ruiva falou, tentando não demonstrar nenhuma emoção ao preferir aquelas palavras – "Tenho certeza que se exibir com a taça de Quadribol vale mais em conta do que se exibir por ter saído comigo" – e suspirando ela completou – "A taça é garantida e uma saída não quer dizer nada"


"Você tem uma imagem muito errada dele" – a outra murmurou – "Acha mesmo que ele vai ficar se exibindo por aí por ter saído com você? Ele gosta de você"


"Eu tenho certeza" – a ruiva disse cansada – "Acredite, Alice. Ele sempre está a procura de mais um motivo pra se exibir. E o que vai ficar na história de Hogwarts? James Potter que saiu com Lily Evans, ou James Potter campeão do campeonato de 77/78?"


Alice balançou a cabeça negativamente.


"Você está sendo tão cega" – disse tristemente – "Cega e muito medrosa para uma Gryffindor"


O sinal tocou naquele exato momento, anunciando o fim do horário de almoço e impedindo Lily de responder o comentário da outra.


"Cuidado pra não se arrepender depois..." – Alice avisou, antes que a ruiva se defendesse mais uma vez - "Se você acha que isso é o melhor a fazer, eu estou com você, mesmo que não concorde" – falou esboçando um sorriso sincero – "Agora tenho que ir, tenho Aritmancia"


"Espera" – Lily falou, segurando o pulso da outra antes que ela fosse – "Não comenta com Mary e Marlene, por favor"


Alice lhe lançou um olhar interrogativo.


"A Lene é do time e ficaria louca se descobrisse e a Mary não me deixaria em paz" – e com um sorriso melancólico, completou – "Falei com você porque achei que me entenderia"


Alice então abraçou a amiga.


"Só quero vê-la feliz" – respondeu abraçando a ruiva – "Mesmo sem entender, já disse que estou com você" – Lily sorriu de novo dessa vez com alivio, desfrutando da sensação de ter tirado um grande peso de suas costas.


MMM


"O que há com você?" – Sirius indagou com as sobrancelhas negras franzidas.


James deu de ombros e passando a mão nos cabelos, respondeu:


"Nada. Por quê?"


"Como por quê?" – Padfoot rebateu – "Leão Vermelho" – e o retrato da mulher gorda girou, abrindo passagem para o salão comunal da Gryffindor – "Já se olhou no espelho hoje? Ou você levou um soco em cada olho ou trocou de lugar com o Moony pra ser o lobisomem esse mês..."


"Fala um pouco mais alto, Sirius" – Remus que vinha logo atrás com dois grosso livros em mãos e Wormtail em seus calcanhares, exclamou – "Alguém no dormitório não deve ter ouvido"


"Não tem ninguém aqui, Remus" – Sirius respondeu, largando-se num dos sofás e deixando a mochila de lado – "Não me diga que está doente, Prongs?" – voltou-se para o rapaz de óculos que soltava sua mochila no chão e sentava-se numa das poltronas – "O jogo é sábado, cara. Apostei dez galeões na Gryffindor"


O estômago de James revirou e ele se apressou a dizer:


"Estou bem, só não dormi direito"


"Me admira muito" – Peter disse risonho, depois de ele e Remus terem se acomodado no chão perto da lareira apagada – "É mais fácil acordar um urso que você. Dá última vez, Sirius teve que usar um Rictusempra, lembra?" – e depois de gargalhar, comentou – "Foi hilário!"


"A questão é..." – Remus começou, ignorando Wormtail que ainda ria – "Porque não conseguiu dormir?"


James desviou-se dos olhos atentos de Lupin, se concentrando em algum ponto da lareira.


"Não sei" – mentiu – "Os roncos do Wormy talvez"


"Isso nunca o incomodou" – Sirius disse – "Depois de seis anos já deveria está acostumado com o trasgo em forma de gente que temos no dormitório"


"Ei!" – Peter exclamou.


"Hoje eu vou pra cama mais cedo e pronto, certo?" – James murmurou querendo dar um fim naquela conversa o quanto antes. Queria se ver livre de qualquer coisa que envolvesse o jogo e a proposta de Lily.


"Temos reunião de monitoria hoje" – Moony lembrou-o, abrindo um dos livros e começando a folheá-lo.


Prongs bufou contrariado. Não porque causa da reunião e sim pelo fato que teria que encontrar com Lily Evans nesta. Passara o dia intero fugindo de qualquer contato com a ruiva, embora seus olhos teimassem em se encontrar por breves segundos durante as aulas e na hora do almoço. Lily sempre desviava primeiro, como se também estivesse tentado escapar de qualquer possível situação que o envolvesse.


Não dormira aquela noite, e sentia ainda mais cansado do que quando saia com os outros marotos durante a lua-cheia. Ainda não sabia o que fazer. Estava tão confuso e angustiado que por mais que se esforçasse não conseguia tirar seus pensamentos de seu problema. Sentia uma enorme necessidade de desabafar com os rapazes, mas era realmente melhor não comentar nada. Isso o traria ainda mais problemas, e a última coisa que ele queria era aumentar sua confusão.


"É só não ir" – Padfoot comentou – "Esse lance de monitoria é uma piada. Dumbledore só quer nos segurar, como não conseguiu fazendo do Moony monitor, resolveu pôr você" – E tirando um cacho de seus olhos, completou com uma careta – "Ridículo"


"Mas está dando certo, não é?" – Peter disse - "Estou com saudades do quarto-ano"


"Eu não" – James respondeu – "Completar meus horários livres com detenções não é mais meu hobby" - sorriu marotamente – "Aplicar detenções é muito mais divertido"


Todos riram.


"Você pensa que nos engana, não é?" – Sirius disse risonho. Três garotas do quinto ano adentraram o salão, soltando risadinhas ao passar por eles e se sentando numa mesa ao lado das janelas – "Quem colou aquele pedaço de pergaminho escrito Gryffindor até a mortecom feitiço adesivo permanente nas costas do Campbell na terça-feira?"


"Rixa de quadribol" – e percebendo o que disse, o sorriso de James morreu.


"Ah, adesivos no capitão da Ravenclaw não conta" – Wormtail exclamou – "Estou falando de diversão de verdade"


"Você está falando de criancice de verdade" – Remus corrigiu, rodando os olhos – "Adesivos pelo menos não fazem mal a ninguém"


"Por isso não contam" – Sirius rebateu – "Os marotos deveriam entrar em ação"


"Os marotos deveriam se preocupar com a redação de no mínimo dois rolos de pergaminho de Defesa contra as Artes das Trevas para segunda" – Remus contrapôs.


"Ah, qual é? Ainda é quinta! Temos quatro dias para fazer"


"Como se eu não os conhecesse"


"Você parece um velho, Moony" – Sirius bufou.


"E você esqueceu de crescer, Padfoot"


"E eu estou com fome" – Prongs exclamou, para por fim na discussão dos dois.


"Eu também" – Peter disse – "Morrendo"


"Quando você não está mesmo?" – Sirius indagou. Os marotos voltaram a rir – "E, aí? Que tal darmos uma conferida na cozinha antes do jantar?" – Um grupo de terceiro-anista adentrou o salão comentando sobre a aula de Trato das Criaturas Mágicas.


"Só se for agora" – Wormy se levantou – "Tomara que tenha tripas de porco"


"Tomara que não tenha tripas de porco" – James rebateu.


Os outros três também se ergueram. Subiram rapidamente para o dormitório para deixar seus pertences e logo desceram atravessando o salão.


James andava na frente colocando o Mapa do Maroto que pegara no quarto no bolso, enquanto Remus e Sirius voltavam a discutir sobre os deveres que deviam ser feitos e Peter vinha atrás afrouxando sua gravata e pensando no que já estaria pronto na cozinha.


Assim que iam passar pelo retrato da Mulher Gorda este se abriu, dando passagem a duas garotas.


Lily quase esbarrava em James, mas freou assim que o viu. Eles se encaram por breves segundos, tempo suficiente para criar um clima esquisito. Ela deu um passo para esquerda ao mesmo tempo que ele, que logo depois deu um passo para direita assim como ela.


Sirius, Remus e Peter se entreolharam, esperando logo atrás de Prongs e Mary que estava atrás de Lily abafou uma risada.


James finalmente virou-se para direita, dando passagem para ruiva que saiu o mais rápido que pôde, passando entre Wormtail e Padfoot.


Mary deu de ombros e murmurando um Oi para os outros seguiu a amiga. James suspirou pesadamente saindo do salão comunal, sendo seguido pelos marotos de perto.


"É impressão minha ou tem algo muito estranho rolando?" – Peter sussurrou para que só os outros dois escutassem.


"Aí tem" – Sirius comentou e Remus concordou com a cabeça, enquanto os três miravam as costas do outro rapaz de forma curiosa.


MMM


Recebeu outro cutucão de Remus, repreendendo um xingamento que por pouco não saiu de sua boca. Tentava a todo custo manter os olhos abertos, enquanto se esforçava para se concentrar no rosto de qualquer um ali presente, mas o cansaço não permitia que ele processasse sequer uma palavra.


"Por Merlin, James" – Moony sussurrou para ele, enquanto Magnus Snaphlan, um dos monitores da Hufflepuff, falava alguma coisa que Prongs não fazia a mínima idéia do que se tratava – "Preste atenção"


Endireitou-se, na cadeira ajeitando os óculos e forçando seus ouvidos a se concentrarem na fala do ruivo sentado em sua diagonal esquerda.


"Já é a segunda vez só essa semana que eu pego esses Slytherins perambulando no terceiro andar, não sei, mas acho que eles estão..." – ele hesitou, antes de prosseguir – "tramando alguma coisa"


"Você acha?" – Elvira Cox, monitora da Slytherin indagou, com os olhos estreitos como um felino. Ela ergueu o queixo fino na direção do rapaz com uma expressão de pura arrogância no rosto moreno – "Se fosse um grupo de Hufflepuff, você estaria falando isso?"


"Só estou reportando algo que anda sendo freqüente durante minhas rondas, Cox" – Magnus continuou, encarando-a desafiador – "É sempre o mesmo grupo de sexto-anistas da Slytherin"


"Pois parece que você estava insinuando algo, Snaphlan" – ela rebateu – "Sendo direta, só porque eles são da Slytherin, não quer dizer que estejam fazendo algo errado"


"Estavam fora da cama" – Lily a cortou de uma vez, tentando apartar a pequena discussão dos dois, aquela reunião de monitores seguia tensa desde o momento que começara – "Estavam fazendo algo de errado de qualquer forma"


"Pois eu também estou sentindo um certo preconceito contra os estudantes de nossa casa" – Albion Morris comentou com uma voz arrastada, apoiando Elvira.


"Porque será, não é?" – Matthew Green da Ravenclaw disse com desdém.


Um murmurinho se instalou na sala de monitoria.


"Silêncio, por favor" – Evans dizia.


"Ei, gente. Calados" – Remus disse tentando ajudar à ruiva.


"E quem garante que alguém da Ravenclaw não está também tramando alguma coisa?" – Elvira indagou alto com uma expressão indignada, mas comentários foram proferidos entres os monitores presentes – "Ou da Hufflepuff? Ou da Gryffindor? Temos que ficar de olho em todos os estudantes e não só nos da Slytherin"


"Parem" – Lily tentava acalmar os monitores, mas todos ainda continuavam comentando e discutindo entre si.


"A culpa não é nossa se vocês já têm a fama!" – Magnus alterado se levantou da cadeira, apoiando as duas mão na mesa redonda – "Te garanto que nenhum Hufflepuff realmente mereça total atenção quanto qualquer estudante da Slytherin"


"Ora, seu..." – Elvira começou, ameaçando se levantar.


"Chega!" – James exclamou alto, erguendo-se da mesa, todos se calaram, encarando-o com surpresa – "Não estamos aqui discutindo qual é a casa que merece mais atenção. Mas a partir do momento que estudantes da mesma casa estão sendo pegos com freqüência, isso merece sim mais vigilância" – Magnus sentou-se devagar prestando atenção no que o monitor-chefe dizia – "Somos monitores, e isso tira qualquer direito de defender os estudantes de nossas casas, se estão fazendo algo errado devem ser punidos e pronto" – e fazendo uma pequena pausa, continuou com seu tom de voz normal – "Temos que nos ajudar..." – mirou Elvira e Magnus em particular – "Todos sabem pelo o que estamos passando e o nosso dever é tentar proteger nossos colegas e ajudar os professores a saber o que está acontecendo aqui no castelo. Fomos selecionados para isso, quem não está contente com o posto que abandone a monitoria"


Potter então se sentou e a sala ficou em um incômodo silêncio, todos parecendo refletir sobre a fala do Gryffindor, absortos em seus pensamentos.


James que durante toda aquela reunião não encarara Lily, arriscou uma olhadela na direção da ruiva e a encontrou mirando-o com uma expressão que por mais que ele tentasse não conseguia decifrar.


Lily encarava-o diretamente sem conseguir desviar os olhos do rapaz. As palavras dele ecoavam em sua mente e ela concluiu que por mais que fosse autoritária, nunca teria aquela confiança e autonomia que o outro monitor-chefe possuía para comandar o resto dos colegas. Jamais conseguiria ser direto e transmitir com poucas palavras o deveria ser dito, falando somente o necessário.


Ela, então, desviou os olhos colocando uma mexa ruiva atrás da orelha, não conseguindo mais manter o contato visual com o garoto. O silêncio ainda reinava mantendo uma tensão no ar, Magnus e Elvira pareciam fazer de tudo para não se encararem, constrangidos pelo sermão e nenhum outro se atrevia a proferir qualquer coisa.


Remus era o único que exibia um sorriso de lado, claramente contente com a atitude do amigo maroto.


MMM


"Te vejo no dormitório" – Moony murmurou para Prongs, antes de sair da sala dos monitores, deixando o amigo e Lily sozinhos.


A ruiva continuava sentada em seu lugar escrevendo rapidamente numa folha de pergaminho. O maroto organizava alguns outros papeis e relatórios dos outros monitores, apenas erguendo os olhos para assentir, antes de Remus seguir para o salão comunal.


Silêncio. Nenhum dos dois se atrevia a falar. Ela tentava se concentrar apenas no que redigia, seus olhos sem desviar da pena e fazendo de tudo para ignorar a presença do rapaz.


Algo impossível.


Aonde quer que estivesse era completamente improvável não perceber a presença do maroto. Sua mãe sempre lhe dizia que as pessoas transmitiam energia, mas ela nunca acreditara muito naquilo. Contudo, naquele momento ela podia sentir sim a energia imponente e até mesmo forte de Potter. Eles estavam sentados em lados opostos da mesa, mas era como se estivessem lado a lado, como se estivessem a centímetros de distância e aquilo a deixava atordoada. Tudo que ela queria era sair dali de uma vez, desaparecer de perto da áurea dele, sumir de perto de sua presença e se descontaminar de uma vez, antes que perdesse o controle novamente.


James se ergueu ainda calado, caminhando até um dos armários e abrindo a segunda gaveta, deixando os pergaminhos ali. Lily não desprendeu o olhar do que fazia, lutando para não acompanhar os movimentos do outro.


O rapaz então, virou-se na direção da garota, apoiando-se no armário e finalmente encarando-a. Observou-a por breves segundos ou minutos, não se deu conta. Seu estomago fazia movimentos esquisitos. Concentrou-se nos cabelos soltos, nos olhos atentos que miravam o pergaminho, na boca bem desenhada, na mão hábil. Ela era como um imã. Atraia-o de forma quase até magnética, impossibilitando-o muitas vezes de prestar atenção em outra coisa, dirigindo seu olhar e pensamentos apenas para ela, fazendo-o perder a noção de tempo, espaço e situação.


Só Merlin sabia o que ela tinha que o fazia se entreter tanto. Se perder tanto. Se encantar tanto.


"O que foi, Potter?" – Ela indagou tirando-o de seus devaneios, mas sem mirá-lo. Não precisava disso para saber que ele a encarava. Seu corpo parecia queimar quando ele o fazia. Ela sempre sentia quando ele o fazia.


Ele deu de ombros.


"Nada" – respondeu simplesmente, caminhando de encontro a ela e sentando-se numa cadeira ao seu lado. Lily parou de escrever no momento que o sentiu perto de si. A tinta da pena borrou o papel num ponto grosso no meio de uma palavra.


"Droga" – ela exclamou, pondo a mão dentro das vestes. Mas James foi mais rápido, puxando sua varinha e desaparecendo com o borrão.


Ela então o encarou.


"O que foi?" – indagou novamente.


"Só estou te esperando" – ele disse simplesmente – "Ou nem isso posso fazer?" – completou com uma expressão ofendida.


"Eu te conheço o bastante para saber quando está tramando algo" – ela rebateu.


"Conhece?" – ele desdenhou com uma sobrancelha erguida. Ela bufou rodando os olhos.


"Fala de uma vez" – rebateu – "Ou então me deixe em paz... Está me atrapalhando"


"Você é um poço de educação, não é mesmo?" – ele comentou com arrogância, cruzando os braços sobre o peito.


"Oh! Então quer falar de educação?" – Lily murmurou pousando a pena em cima da mesa – "O cara mais cavalheiro e bem polido de Hogwarts veio me dar uma aula de educação? Se olha no espelho, Potter"


"Qual é seu problema?" – ele exclamou perplexo – "Eu só sentei ao seu lado, nem falei nada"


"Você me incomoda" – respondeu rapidamente – "Não precisa fazer nada, só sua presença já basta"


"Desculpe Lady Evans" – James murmurou abismado levantando-se da cadeira – "Vou te deixar em paz, então"


"Ótimo!" – ela exclamou, pegando a pena, tentando ignorar o vazio que sentiu quando ele se ergueu, observando-o seguir em direção a porta. Mas ele nem chegou a pegar na maçaneta. Ele parou, virando-se para ela e voltando três passos.


"Sabe, eu passei a noite toda pensando no que você me falou" – confessou – "Não consegui dormir direito" – e com um olhar de desgosto, disse – "Perda de tempo. Você não dá a mínima, não é?"


Ela sentiu sua garganta arder e seu coração começar a se descompassar ao ouvir as palavras cortantes dele. Abriu a boca para responder, mas nada foi proferido.


"Eu faria qualquer coisa pra te provar" – ele continuou – "Mas não vale a pena. Você não está nem aí"


E lançando um último mirar desaprovador, rumou para fora da sala, deixando a garota confusa; anestesiada; incrédula.


MMM


Lily passara toda a sexta-fera evitando James. Se no dia anterior ela apenas tentava não encará-lo, naquele dia ela literalmente fugia dele, corria quando ele aparecia e até mesmo se escondia para não precisar ser nem mesmo vista pelo maroto.


Mary havia perguntado se ela estava louca quando as duas tiveram que tomar o caminho mais longo para a aula de Feitiços pelo simples fato de Potter está no corredor com os outros marotos quando elas iam dobrar uma esquina para chegar à sala de aula.


Estava com vergonha. Sabia que havia exagerado e aquilo a perturbava. Ela não sabia como justificar de maneira clara sua atitude completamente mal-educada depois da reunião, mas ela se sentira tão ameaçada com a presença dele e com tanto medo de perder seu tão idolatrado autocontrole, que a única saída que conseguiu fora agredir o garoto.


E ele parecia estar realmente chateado. Quando ele adentrou o salão comunal depois do jantar, nem ao menos se limitou a mirá-la, e ela tinha certeza que ele sabia que ela estava ali fazendo seus deveres. Ela sempre estava. E ele sempre a encarava, dando sorrisinhos ou acenando amigavelmente. Mas ele apenas passara por ela, sem proferir nada, seguindo rapidamente para o dormitório.


Se era possível, sua confusão aumentara ainda mais. Porque ela estava se sentindo tão angustiada? Era isso que ela queria afinal, que ele saísse do seu pé, que ele a deixasse em paz. Então, porque aquele sentimento de perda que invadia seu corpo? Porque aquele arrependimento que não saia de sua mente?


Não comentou nada com Alice dessa vez. Mesmo sentindo muita necessidade para fazê-lo, a última coisa que queria era a amiga acusando-a mais uma vez de ter sido insensata e cruel. Não precisava daquilo, não mesmo. Pois ela sabia no seu intimo, que dessa vez, ela realmente fora. E sem motivo nenhum.


MMM


"Você não vai comer nada?" – Peter indagou com a boca cheia de torradas. Era sábado, o salão estava barulhento e o teto enfeitiçado revelava um dia nublado e ventoso.


"Não estou com fome" – James explicou, remexendo seu bacon com um garfo.


"Qual é, Prongs? Você tem que está forte para o jogo! Eu apostei..."


"...dez galões na Gryffindor, eu sei" – interrompeu Sirius com uma voz cansada, suspirando logo em seguida, largando o garfo de qualquer jeito em cima do prato.


"Está se sentindo bem?" – Remus indagou, depois de bebericar seu suco.


"Já estive melhor" – confessou.


"Boa sorte hoje, Potter!" – um sexto-anista loiro murmurou ao passar por eles, indo provavelmente para o campo de Quadribol. Seu rosto estava pintado de vermelho e amarelo e ele carregava uma enorme faixa escrito Gryffindor.


"O Potter não precisa de sorte" – uma garota de descendência oriental que vinha ao lado do rapaz, murmurou – "Ele é o melhor jogador de Hogwarts" – e sorrindo afetada para James, seguiu o outro para fora do grande salão.


Prongs murchou levemente no assento, empurrando o prato para longe de si e sentindo-se incomodado com tudo aquilo. Mesmo depois de sua pequena briga com Lily, ele não conseguira deixar de pensar na garota e na sua condição.


Não vale a pena. Ele pensou. Ela me odeia, só quer se livrar de mim.


"O que há, cara?" – Sirius perguntou – "Sério, já faz dias que você está assim" – ele ergueu as sobrancelhas negras e analisou o outro com atenção– "Não tem nada haver com a Evans, ou tem?"


"Não tem nada haver com ela" – ele se apressou a dizer.


Moony e Padfoot trocaram um olhar desconfiado.


"Se anime" – Sirius murmurou com um sorriso sincero – "Você sempre fica feliz antes dos jogos... E isso é o que mais conta para encorajar o time e todos os Gryffindors também"


"Você é o capitão" – Remus acrescentou – "Se você estiver confiante, todos estarão, Prongs"


"Isso aí, cara" – Peter concordou, sem parar de mastigar.


James buscou o ar, assimilando o que os amigos disseram. Alguns segundo depois levantando-se da mesa murmurando com um meio sorriso:


"Sabe, vocês tem toda razão!" – e alargando o sorriso, completou – "Vejo vocês depois do jogo" - e saiu, rumando para fora do castelo, indo para o vestiário encontrar o resto de time.


Era isso. Ele tinha que está confiante.


MMM


"E que comece o jogo!" – a voz de Fiona Magbush soou por todo o campo, ecoando pelas arquibancadas lotadas de alunos. Todos gritaram quando a jovem professora Hooch jogou a Goles para o alto – "E Marlene McKinnon captura a Goles!"


Todos vibravam com os tribles de Marlene, ignorando o frio que estava aquela manhã de sábado. Marlene passou a goles para Luanda Lee, que partiu em velocidade em direção dos gols, após ter desviando de um balaço lançado por um dos batedores da Ravenclaw.


"Vai em disparada a Lee, com Burton logo atrás tentando roubar a pose de bola" – narrava Magbush – "Ele está quase a alcançando... Mckinnon aparece logo a frente...BOAAA! Michael Fisher quase acerta a cabeça de Burton com um balaço, fazendo-o recuar!" – mais vibrações vindas das torcidas da Gryffindor e Hufflepuff, enquanto a Slytherin e a Ravenclaw ficavam quietas – "Lee ainda tem a posse da Goles, passa para Mckinnon, ela parece avistar lá na frente o Pelegrin, lança para ele... e É PONTO DA GRYFFINDOR! CHARLES PELEGRIN ABRE O PLACAR!"


A partida seguiu tranqüila para a Gryffindor, que começou a abrir uma diferença significativa em relação à Ravenclaw. Com o passar do tempo, apenas faltava o apanhador pegar o pomo de ouro para finalizar logo aquele jogo e dar à vitória a casa dourada e vermelha.


Pena que ninguém imaginava que o apanhador estava naquele momento travando uma batalha interna mortal.


Ele estava prestes a explodir. Montado em sua vassoura mirava ora o jogo, ora a arquibancada vermelha, que vibrava com cada ponto marcado dos jogadores. Ele não poderia fazer isso. Não poderia deixar todos de mão. Ela dissera que ele não merece, mas era ela é quem não merecia. Não era?


MMM


"Lily?" – Mary indagou surpresa, após ver que depois de muito esforço e empurrões a ruiva conseguiu chegar ao seu lado – "Pensei que fosse ficar fazendo o dever de Poções" – comentou sorrindo alegremente ao ver a amiga, que raramente assistia aos jogos, ali.


"Resolvi ver a partida" – teve que gritar em resposta, pois todos na torcida começaram a uivar pelo gol marcado da Ravenclaw.


"Resolveu ver a partida?" – Alice repetiu, do outro lado da ruiva. Ela virou a cabeça, encarando os olhos brincalhões da morena – "Pensei que já estava certa do resultado" – comentou no ouvido da outra, afim de que a loira que pulava feliz ao lado de Lily, não escutasse.


"E estou" – ela respondeu – "Vim apenas apreciar"


"Sei..." - falou – "Mas pelo visto, você está certa. A Gryffindor está detonando a Ravenclaw. BOA LENE!" – gritou ao ver o gol marcado da amiga, junto com todos os outros. Lily bateu palmas, esboçando um sorriso.


A Gryffindor ia ganhar. Mas porque se sentia tão chateada com isso?


MMM


James avistou o pomo dourado sobrevoando atrás da cabeça do goleiro da Ravenclaw. O outro apanhador estava do outro lado do campo, procurando a pequena bolinha por entre a arquibancada da Hufflepuff. Ele sentiu náuseas, uma anseia de vomitar ali mesmo. Seus olhos não desprendiam da bola, mas ele não conseguia sair do lugar; parecia petrificado; congelado.


"PONTO PARA A RAVENCLAW!" – ele pôde ouvir uivos e comemorações. Sua espinha se arrepiara e seu coração disparara, batendo freneticamente contra seu peito. O pomo de outro se deslocava de um gol para o outro, o goleiro idiota parecia nem notá-la voando habilmente entre os aros em forma de círculo.


Ele engoliu em seco.


"Pelegrin escapa de um balaço e ainda tem a posse da goles..."


E agora?


"Ele passa para Mckinnon que vai voando a toda velocidade em direção aos aros..."


Porque merda não conseguia se mexer?


"Ela passa para Lee que MARCA MAIS UM PONTO PARA A GRYFFINDOR!"


De repente, James sentiu o apanhador da Ravenclaw passar velozmente por ele em direção aos aros onde estava o pomo.


"Ei! Parece que Wakefield avistou o pomo de ouro! Será que essa é a chance da Ravenclaw? Potter ainda está parado no meio do campo!"


Que se dane! James pensou.


"E Potter parte com toda a velocidade atrás de Wakefield! Ele não vai deixar a Gryffindor perder!" – e todos na arquebancada da casa gritaram insentivando-o.


Todos, menos uma certa garota, que parecia angustiada com a atitude do apanhador. A última frase da narradora ecoava em sua cabeça. Ele não vai deixar a Gryffindor perder!. Não, ele não deixaria seu time perder. E esse era o plano, não era? Ela queria que ele ganhasse, não?


"Potter consegue encostar no fundo da vassouras de Wakefield! É isso aí, James!" – e vários alunos das outras casas protestaram com comentário da garota – "Desculpem, mas eu sou da Gryffindor, tá legal?" – ela se defendeu.


James acelerou mais um pouco e conseguiu ficar lado a lado com o outro apanhador. Os dois se entreolharam com os orbes assassinos. O pomo pareceu notar que tinha sido avistado e voou agilmente para baixou, ficando rente com o gramado coberto de orvalho.


Ambos mergulharam velozes, Wakefield empurrou James, que deu-lhe uma cotuvelada em troca. A bolinha dourada levantou voo e começou a voar para cima, e os outros dois impinaram suas vassouras seguindo-a.


James podia sentir o olhar de todos que estavam assistindo em si. Podia sentir a aflição, a anciedade, o medo e a alegria de todos os alunos que ocupavam a torcida sobre ele e o apanhador da Ravenclaw.


O pomo, Wakefield e ele estavam subindo, e subindo cada vez mais alto. Prongs sentia as bochechas congelarem por causa da diminuição da temperatura provocada pela altitude. Sentia os dedos dormentes e forçou-se a apertar mais o cabo da vassoura, sentiu os dentes baterem e apertou-os com firmeza em oclusão.


A bola dourada, espertamente, desceu de vez, obrigando os dois apanhadores a fazer o mesmo. Sim, aquilo era uma corrida agora, quem fosse mais veloz, quem fosse mais capaz, quem fosse melhor alcançaria o pomo. E James sabia que ele era o mais veloz, James sabia que ele era o mais capaz, sabia que era o melhor. Ele sabia que ele ganharia. É claro que ele ganharia.


Lançou um olhar para Wakefield, o outro fez o mesmo com uma expressão desafiadora. Os dois estavam quase chegando ao gramado molhado, os dois estavam à poucos metros do pomo.


E foi quando James sorriu. Não foi um sorriso de deboche ou um sorriso desafiador. Foi um sorriso triste. Ele simplesmente sorriu e estendeu a mão para alcançar a esfera amarela. Wakefield fez o mesmo com uma expressão confusa.


"É sua..."


E uma mão se fechou sobre o pomo-de-ouro.


Todos ficaram impressionados e boquiabertos ao constatar que o braço que se ergueu, mostrando a bola captura, pertencia a Josh Wakefield.


As arquebancadas da Gryffindor e Hufflepuff ficaran mudas, enquanto a torcida da Ravenclaw vibrava em coro junto da Slytherin.


"Inacreditável" – Fiona murmurou com a voz embargada – "Wakefield pega o pomo-de-ouro e marca cinto e cinquenta pontos para a Ravenclaw que ganha da Gryffindor por cento e noventa á cento e dez"


Todo o time ameralo e vermelo mirou o capitão perplexo. James pousou no chão e encarou a expressão incrédula de cada um dos companheiros sentindo uma íncrivel sensação de vazio no corpo inteiro.


E na silenciosa arquebancada da Gryffindor, uma garota o encarava com uma expressão ainda mais perplexa e com o coração batento a mil contra sua caixa torácica.


Ele não podia ter feito aquilo.


MMM


Notas da Autora:


Está aí mais um capitulo. Eu sei que a J.K Rowling já havia esclarecido que o James era na verdade Artilheiro no time, mas se até mesmo o filme errou, me dei o luxo de cometer este deslize também, pois na minha opinião, entregar a partida sendo o apanhador é muito mais interessante. :D


No mais, sei que Lily anda sendo muito cruel mesmo. Mas ela está realmente confusa. Ela sempre nutriu um certo sentimento por James, mas agora vendo e ele está realmente amadurecendo não sabe como se portar. Nunca pensei que ela se jogaria nos braços dele assim de cara, até porque ele não era o tipo de garoto que ela queria para si. Isso fica meio claro nos livros. Volto a dizer que James não virou santo. Ainda tem muita fic pela frente, muita fic mesmo. Acompanhem e saberão! Mandem comentários também, eu imploro. E muito obrigada aos que já estão comentando!


Um Beijo!


Cath Black.

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Comentários (3)

  • Mallow Krum

    oh my. NAO TO ACREDITANDO NISSO!!! AAAAH

    2011-09-12
  • Bianca F.

    gostei muito do capitulo!! aah continua postano mais, ja q tem muita fic pela frente! ja estou de ferias e quero ficar lendo o dia inteiro!!! haha ;*

    2011-06-20
  • Kika.Cerridween

    Confesso que fiquei frustrada ...igual a equipe do James vendo ele entregar o jogo assim...aff a questão é que ele foi egoista , prejudicou uma equipe pelo seu dessejo ´proprio que é a Lily , por mais amor que ele sentisse por ela ...isso foi louco!!!rsrsrsrsrsr....Mas enfim ...fico na expectativa da reação da ruiva e da galera toda ....muito emocionante .....rsrsrsr   

    2011-06-18
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