Capítulo Dois



Love Lives Forever


Resumo: Entre escolhas e inseguranças no inicio de uma guerra, a única certeza que reinava nos corações daqueles jovens era que o amor, fosse ele entre parentes, amigos ou amantes, viveria para sempre.


Atenção: Harry Potter não me pertence!


CAPÍTULO DOIS


Doce é sonhar, é pensar que você gosta de mim como eu de você, mas a ilusão quando se desfaz dói no coração de quem sonhou, sonhou demais... Ah, se eu pudesse entender o que dizem os seus olhos.


Tom Jobim


MMM


Lily Evans estava realmente confusa. Parecia que aquela idéia completamente idiota e sem nexo de ela estar gostando de Potter havia contaminado totalmente o cérebro de suas amigas naqueles últimos dias. Como elas podiam crer naquele absurdo tão... absurdo? Isso era realmente contra as leis de física de Newton, ou melhor dizendo, contra as Leis de Gamp da Transfiguração Elementar; não que isso tivesse haver com o fato, mas... Ela estar gostando de James Potter era realmente contra qualquer lei, mágica ou não, existente.


Era engraçado como sua mente podia ser tão contraditória. Potter significava confusão para ela. Mas não a confusão como a de seus pensamentos naquele momento, mas sim confusão no sentido literal da palavra... e era esse mesmo James Potter que a fazia ficar confusa, dessa vez, no sentido sentimental. Completo paradoxo.


Mas a questão toda era que ela fazia total certeza (ou pelo menos tentava se convencer de que fazia) de que era completamente impossível ela gostar de um garoto assim; não que fosse certinha ou algo do tipo, mas Potter era tão... Potter. Nunca imaginou envolvendo-se com um rapaz do tipo dele. Era tão diferente dela; tão absurdamente imaturo e tão assustadoramente insano. Ele nunca media as conseqüências de seus atos, nunca se importava com os sentimentos dos outros, nunca mostrou sequer um ato de solidariedade ou amor ao próximo, nunca fez qualquer ação que pudesse ser, de alguma forma, tida como responsável ou exemplar. Merlin, será que Mary, Alice e Marlene não compreendiam? Não havia a menor possibilidade de ela gostar dele. Ou será que havia?


E foi assim, que a completa confusão que estava seu cérebro aumentou de uma forma assustadora. Foi numa monótona e cansativa aula de História da Magia, numa fria manhã de quarta-feira (quando o outono já realmente se instalara entre rajadas gélidas de vento e temperaturas mais baixas, obrigando os alunos a se aquecerem com roupas mais quentes) que Lily se pegou observando-o.


Ele estava ao lado de Sirius Black, do outro lado da sala de aula, sentado de forma incorreta na carteira. Seus longos dedos batucavam quase inaudivelmente na mesa e seus olhos castanho-esverdeados vidravam o professor-fantasma com pouco interesse. Os olhos da garota se concentram no cabelo negro bagunçado que revelava uma forma completamente abstrata em sua cabeça dando-lhe um ar de rebeldia incomum, a barba estava por fazer e emoldurava os lábios finos e avermelhados, o nariz longo servia de apoio para os óculos de aros redondos e Lily se deu conta que nunca o havia visto sem eles. Bom, ela não podia negar... Potter era bonito. Não como aqueles galãs de seriados trouxas ou de filmes de super-heróis, mas havia algo nele que nenhum galã teria... Eles eram tão monotonamente iguais e tão ridiculamente patronizados, enquanto James Potter... bem, não havia nenhum outro como ele; Potter era único.


Observou-o se inclinar para escutar algum comentário que Black havia feito e pode ver o sorriso mais cobiçado da população feminina de Hogwarts se abrir. Sirius continuou a murmurar alguma coisa, e Lily pôs-se a observar o pescoço que James possuía. Merlin... E que pescoço. Ele riu, tentando não fazer barulho, e a ruiva mirou os dentes brancos e perfeitos. Viu também aquela covinha abaixo de sua bochecha esquerda e seus olhos levemente apertados por detrás dos óculos. Ele murmurou alguma coisa para o amigo e voltou a encostar-se à cadeira ainda com o sorriso no rosto; aquele sorriso maroto que parecia ter sido enfeitiçado para nunca abandonar sua boca, aquele que ele próprio fazia questão de carregar consigo para onde quer que ele fosse e que Lily sempre teimava em dizer que era um sorriso de pura arrogância.


Não soube ao certo quanto tempo ficou a analisar o rapaz, mas só se deu conta que ainda o fazia quando os orbes castanhos se encontraram com o seus. Lily sentiu uma estranha sensação em seu estômago ao encarar as íris divertidas de James. Ela desviou o olhar, sentindo suas bochechas arder levemente.


Percebeu que ele ainda a encarava, por isso continuou a fingir escutar o monólogo do Prof. Binns. Suas bochechas ainda ardiam, mas nada se comparava com a intensidade que podia sentir do olhar de Prongs em si; parecia perfurar sua pele; parecia queimar cada parte de seu corpo; parecia chamá-la. Ela, então, arriscou outra olhada para o maroto e ainda encontrou os olhos esverdeados atentos sobre ela. James piscou o olho esquerdo, ainda sorrindo levemente e mais uma vez aquela estranha sensação no estomago atormentou-a. Uma sensação já conhecida que sempre a atordoava quando se encontrava perto do rapaz desde que o conheceu. Ela já dissera muitas vezes que eram náuseas, afinal porque sentiria outra coisa que não fosse isso pelo nojento Potter? Mas no fundo de seu íntimo, ela sabia muito bem a diferença entre náuseas e aquela sensação que estava sentindo naquele momento; sabia muito bem.


O sinal tocou estridente, despertando-a de seus devaneios e finalmente libertando-a daquele contato visual. Lily levantou-se rapidamente, evitando encará-lo e recolhendo seu material com ligeireza. James ainda a acompanhava com o olhar, analisando cada movimento feito pela garota, enquanto ela se organizava e marchava decidida para fora da sala, sem nem ao menos esperar a amiga Alice Russell, que fora tirar alguma dúvida com o professor.


James sentira uma gostosa sensação invadir seu corpo; algo acendendo gloriosamente dentro de si. O brilho inconfundível da esperança refletia em seus olhos e ele realmente considerava que, no final das contas, Remus tinha toda razão. Ela não o odiava. E Prongs sentia, em certos momentos como aquele, que no fundo ela sentia sim algo por ele. Estava em seus olhos que ela sentia.


MMM


"Draconafors!" – Peter Pettigrew pronunciava, com sua varinha apontada para um copo vazio na sua frente. Era horário de almoço e o salão principal estava cheio e barulhento. Wormtail pegou uma enorme quantidade de comida com o garfo e pos na boca ainda concentrado no copo a sua frente que não havia se transformado num pequeno dragão – "Draconafors!" – murmurou novamente ainda de boca cheia.


"O que você está tentando fazer, Wormtail?" – Sirius indagou, depois de dar um gole no seu suco de cenoura.


"Estou treinando" – murmurou o maroto com cara de rato, levando mais uma vez uma porção cheia á boca – "A McGonagoll pediu para eu demonstrar esse feitiço nessa aula, esqueceu? Eu não consegui fazer na passada... Draconafors!" – e nada ainda - "Eu não sei por que ela pega tanto no meu pé..."


"Porque será, não é?" – Sirius debochou rodando olhos – "Qual é, Wormy? Você é um animago! Como não consegue transfigurar um reles copo?"


"Menos, Padfoot" – Remus murmurou cansado, após engolir uma porção de suas batatas mexidas. E voltando-se para o outro, comentou – "Você está pronunciando errado, Peter. É Draconifors... com I e não com A"


"Draconifors!" – o copo continuou inerte.


"É mais fácil este copo se transformar num poodle rosa de duas cabeças do que em um dragão" – Sirius murmurou após gargalhar maldosamente.


"Eu não sou tão ruim assim!" – Peter defendeu-se – "Não posso ser, não é?" – ele indagou mirando Remus com uma expressão de suplica, como se implorasse ao outro que confirmasse o que ele mesmo havia acabado de dizer.


"Não, você não é..." – Lupin garantiu, olhando feio para Sirius, que apenas deu de ombros, enquanto descansava seus talhares no prato agora vazio – "Você tem que fazer assim"... – E tirando sua varinha das vestes, murmurou apontando para o objeto – "Draconifors!"


E num piscar de olhos o que antes era um reles copo de vidro se transformou num dragão Verde-Galês, tão pequeno que cabia na palma da mão e tal inofensivo quanto o próprio rato no qual Peter se transfigurava nas noites de Lua-cheia. O dragãozinho caminhava desajeitado em cima da mesa, tropeçando nas próprias patas. Ele bateu as asas e levantou voou atrapalhadamente, mas antes que ele pudesse sobrevoar por suas cabeças Moony o capturou pelo rabo.


"Aonde você pensa que vai?" – Ele indagou trazendo-o para ele ficar de pé em sua mão.


"Uma gracinha, sem dúvida..." – Padfoot brincou – "Prefiro o Rabo-Córneo Húngaro que eu transfigurei na aula passada..."


Wormtail mirava o dragãozinho na mão de Remus com uma expressão que mesclava derrota e inveja.


"Você tem falar claramente..." – Moony murmurou para ele. Sirius pegou uma coxa de frango numa travessa à frente deles inundada das mesmas, e ofereceu para o animalzinho – "Ele não vai comer isso, Sirius..." – antes mesmo que ele pudesse terminar, o dragão abocanhou um pedacinho da galinha.


"Ah, não?" – ele gozou, depositando a coxa na mesa, assim que Remus colocou o dragão também, para que ele pudesse comer.


"Claramente... Claramente" – Peter murmurava concentrado, focando-se numa jarra vazia de suco ao centro da mesa – "DRACONIFORS!" - Nada aconteceu novamente.


"Acho que isso vai levar o dia todo..." – Black falou, com um sorriso maroto – "O que acha, Prongs?"


Não houve resposta. James mirava perdido o fundo da mesa, completamente alheio à conversa dos três. Seus olhos focalizavam a figura de cabelos ruivos presos em um rabo-de-cavalo, que comiam calmamente e parecia evitar olhá-lo, fingindo total atenção em algo que Marlene Mckinnon falava.


"Prongs?"


Potter suspirou vendo-a limpar sua boca rosada num guardanapo e tomar seu suco com seus olhos ainda presos na amiga.


"Prongs?"


Observou-a sorrir por algo que Marlene disse e pôde contemplar o quão maravilhosa ela ficava ao fazer tal ato. Seus olhos verdes apertavam de forma graciosa, enquanto suas bochechas subiam levemente, permitindo que seus lábios rosados se esticassem e revelassem os dentes perfeitos. Linda, simplesmente encantadora.


"JAMES!"


"O quê é?" – Prongs indagou irritado olhando para Sirius.


"Você não ouviu nem um terço do que agente falou desde que sentamos aqui, não foi?" – Padfoot perguntou, cerrando os olhos acinzentados de forma assassina para o amigo.


James analisou Sirius por um momento percebendo o quanto ele estava furioso com a situação e procurando as melhores palavras para poder se justificar.


"Não, eu... eu estava..."


"Dando mais atenção a quem nem liga para se você existe do que para seus amigos" – Sirius ciciou desgostoso, a ira flamejando em seu olhar – "Brilhante, James! Vai lá babar e abanar o rabo para a Evans, talvez ela te dê um biscoitinho de brinde" – terminou levantando-se bruscamente, pegando seu material e marchando para fora do salão.


Um incômodo silêncio se instalou entre os outros três. James fitava a saída do salão com uma expressão indecifrável enquanto Remus o mirava sem saber o que dizer. Peter olhava de um para o outro, esperando alguma reação dos dois. O verde-galês terminou seu frango e andou o mais rapidamente que pôde para a travessa cheia de coxas.


"Eu pensei que o Padfoot é que fosse o cachorro, não o Prongs..." – disse Wormtail esboçando um sorriso e tentando acabar com aquela tensão, mas ao receber um olhar desaprovador de Moony, entendeu que era melhor ficar calado antes que James explodisse também.


MMM


"Desse jeito o Potter vai secar, Lily" – Mary falou no meio da aula de Transfiguração, reprimindo um sorriso.


"O quê?" – a ruiva indagou, voltando-se para a loira sentada ao seu lado – "Do que você está falando?"


"Você não para de olhar pra ele" – a outra respondeu com um ar malicioso brincando em seus olhos.


"Não seja louca, Mary" – Lily falou, concentrando-se agora em McGonagoll que transformava um reles banquinho com uma perna quebrada num elegante flamingo gigante – "Eu não estava olhando para ele"


"Não?" – Mary indagou com uma sobrancelha erguida – "Não me diga que você está apaixonada pelo Pettigrew" – Lily rodou os olhos – "Que mau gosto Lily"


"Pára com isso! Essa brincadeira de vocês está começando a me irritar"


"Só estou comentando um fato" – a loira continuou, começando a anotar num pergaminho o que a professora escrevia no quadro-negro, enquanto a ave desfilava pela sala – "Você está parecendo a Alice quando olha para o Frank..."


A ruiva não respondeu. Sabia que aquela conversa não iria a lugar nenhum, Mary iria continuar defendendo que Lily estava mirando James Potter. E o pior de tudo é que... Era verdade.


MMM


James suspirou mais uma vez, tentando a todo o custo ignorar a carteira vaga no seu lado direito. Como Sirius conseguia ser tão estúpido? É claro que ele nunca, mas nunca mesmo, trocaria Lily por ele. Da mesma forma que ele nunca trocaria ele por Lily. Eram duas coisas completamente diferentes.


Sorriu melancólico. Pensando assim, até parecia que Lily era alguma coisa dele. Sirius ao menos era seu amigo... seu melhor amigo. Sempre esteve com ele, sempre o apoiara, sempre fora seu braço direito, seu companheiro de detenções, seu confidente... Sempre fora o Sirius. Fechou os olhos, lembrando-se de uma cena que ocorrera há seis anos atrás.


O garoto de onze anos andava apressado com um gato de cara amassada em mãos. Ele abriu mais uma cabine, e murmurou mais uma pedido de desculpas ao notar que ela estava cheia de alunos. Suspirou, fechando a porta e voltando a andar, concertando seus óculos redondos que teimavam em cair por seu nariz pontudo.


Abriu mais uma porta e observou que apenas duas pessoas, que aparentavam ter mais uma menos sua idade, ocupavam o local. Uma garotinha ruiva que estava a mirar tristemente a janela com sua cabeça encostada na mesma e outro garoto de cabelos negros que lhe caiam sobre os olhos acinzentados.


"Ei... Posso sentar aqui? Os outros estão cheios" – falou tentando ser agradável.


"Entre aí, cara..." – o garoto murmurou, fazendo um sinal com a cabeça para que o outro adentrasse o local – "Aqui está meio chato, se é que me entende" – sussurrou, apontando a garota com o polegar quando o outro sentou-se ao seu lado. James sorriu, mirando por alguns segundos a ruiva, que pareceu nem notar que ele entrara.


"Sou James Potter" – falou estendendo a mão para o garoto.


"Black, Sirius Black" – respondeu, apertando a mão do outro.


"Este é o Baltasar..." – murmurou fazendo carinho no gato laranja que miou em agradecido. Sirius fez uma careta.


"Não gosto muito de gatos... prefiro cachorros, sabe? Mas como não pode trazer cachorros para Hogwarts..."


James riu.


"Mas o Baltasar não é um gato qualquer... ele é metade kneazle¹" – disse, observando o gato pular de suas pernas e se deitar debaixo do banco – "Ele é muito inteligente"


"Kneazle, é? Ele realmente pode detectar quem não é de confiança?"


"Claro que pode..." – ele disse – "Ele já me alertou que eu não posso confiar em você"


Sirius encarou o outro com uma expressão horrorizada já pronto para começar um bate-boca, mas se surpreendeu ao ver um largo sorriso no rosto do garoto de óculos. Não era um sorriso sarcástico ou desdenhoso, era um sorriso sincero. Um sorriso que nunca lhe fora dirigido, que sua familia nunca lhe dirigiu.


"Desculpe, só estava brincando" – ele disse rindo abertamente da expressão do outro moreno – "Não consigo perder uma piada..."


Sirius então gargalhou.


"Você é bom" – ele admitiu – "Acho que vamos nos dar muito bem, então... Escola é um tédio sem umas boas piadas"


"E sem azarações..." – James acrescentou, ainda risonho – "Sabe alguma?"


"Tenho uma lista delas" - Sirius disse e ambos sorriram marotamente, sabendo no intimo que com certeza seriam amigos.


"Relaxa, Prongs" – ele ouviu a voz de Remus atrás de si – "Ele só está com ciúmes... sabe como o Sirius é..."


Sim. Ele sabia muito bem como o Sirius era.


MMM


"Você é idiota" – James murmurou atrás de Padfoot.


Sirius estava sentado na grama molhada de frente para o lago do castelo. Ele pegou uma pedrinha e jogou-a na água fazendo-a quicar quatro vezes antes de afundar.


"Não" – Padfoot respondeu, sem mirar o moreno ás suas costas, pegando outra pedra e brincando com ela na mão – "Você é idiota!"


"Não mais do que você" – James respondeu, sentando-se ao lado do amigo – "Isso eu lhe garanto"


Silêncio. Os dois ainda não se encaravam, estavam a mirar a água escura do lago as suas frentes. Sirius suspirou, jogando a pedra.


"Sirius..." – James começou, observando a pedra quicar novamente – "Você sabe que é meu melhor amigo, não sabe?"


"Não me venha com sentimentalismo, James" – respondeu, levantando os olhos para o céu, evitando olhar para o outro – "Não combina com você, cara"


"É... eu sei" – Prongs falou, suspirando. Deitou na grama com a cabeça apoiada nas mãos, sentido o vento frio do outono na face.


"Você..." – Sirius começou, finalmente encarando o amigo – "Gosta mesmo dela, não é?" - James afirmou com a cabeça, mirando o céu nublado que antes o outro olhava – "Está vendo?" – voltou a encarar as águas com um sorriso sarcástico no rosto – "Você é mesmo um imbecil"


"A gente não escolhe..." – falou noutro suspiro – "Mas não é por isso que eu vou deixar de dar atenção aos marotos, muito menos a você" – Sirius o mirou novamente, com uma sobrancelha erguida – "Ia dá um trabalhão até tirar todas suas coisas lá de casa"


Padfoot gargalhou, sua cabeça pendendo para atrás por alguns segundos, embaralhando seus cachos.


"Não quero que se sinta... deixado de lado" – Prongs continuou, sorrindo levemente.


"E quem disse que eu me sinto deixado de lado?"


James rodou os olhos, bufando com deboche.


"Como se eu não te conhecesse..." – afinal de contas Sirius nunca admitiria que estava com ciúmes. James adotou uma expressão séria e mirou o outro com decisão antes de continuar – "Você é como um irmão; oficialmente já é, meus pais te consideram tão filho quanto eu... e eu desde que ficamos amigos, nunca tive você como um colega qualquer... Deveria saber disso..."


"Eu sei..." – Sirius afirmou – "Ninguém acolhe um colega qualquer em casa... enche o bucho dele e divide seus pais com ele..."


Agora foi a vez de o outro gargalhar brevemente.


"Eu só..." – Padfoot hesitou por um instante, antes de continuar – "Eu só não quero que você mude..." – confessou de uma vez – "Você está mudando... E não é que eu não ache que isso seja bom; é ótimo! Todos nós amadurecemos uma hora, eu sei disso! Mas eu só espero que você perceba o limite para essas mudanças, e não permita que comece a ser uma pessoa que você não é..." – e com uma careta concluiu – "Só pra agradar a Evans..."


"Eu não estou mudando meu jeito de ser..." – James disse um pouco surpreso, piscando os olhos duas vezes, tentando assimilar as palavras do outro rapaz.


"Não está ainda" – Sirius murmurou analisando o outro com cautela – "Mas cuidado, James. Se você quer que ela realmente goste de você... ela tem que gostar de você" - fez uma pausa para apenas sorrir marotamente – "Antes você se exibia mais que o necessário" – James sorriu também, mexendo levemente nos cabelos - "Mas agora você não pode fingir ser o monitorzinho dos sonhos certinho e politicamente correto... Você não é assim"


"Eu entendi" – James disse – "E agradeço pelo conselho, mas nunca passou pela minha cabeça deixar de ser quem sou... Eu só queria que ela visse que eu também posso ser politicamente correto" – e com uma sobrancelha desdenhosa erguida, completou – "Quando quero"


"Era só pra ter certeza..." – Sirius deu de ombros, erguendo-se do chão e estendendo uma mão para o outro para ajudá-lo a se levantar – "Só espero que vala a pena..."


"Vai valer" – James disse otimista, segurando a mão do amigo e levantando-se – "Sabe quando você sente que é pra ser?"


"Não" – Sirius respondeu e James acertou-lhe um tapa na nuca – "De qualquer forma não acho que você esteja fazendo muito progresso assim..." - James bufou, jogando a mochila no ombro, enquanto Sirius fazia o mesmo e os dois caminhavam em direção ao castelo – "Você está muito paradão..."


"O que você sugere?" – ele perguntou – "Que eu a chame pra sair de novo?"


"Talvez" – Sirius disse – "Mas de um jeito normal..."


Prongs deu-lhe outro tapa.


"Eu falo sério! Sem exibições ou azarações ou discussões... É até bom, daí você vê em que pé estão os pensamentos dela sobre você... Se você ainda é cafajeste e arrogante ou se você evoluiu para apenas arrogante"


"Você é muito engraçado" – James caçou, mas com uma expressão hesitante, perguntou – "E se ela disser que não?"


"Nada que você não esteja acostumado, não é?" – Dessa vez foi a mochila de Prongs que acertou a nuca de Padfoot.


MMM


Era noite. A temperatura baixou incrivelmente e pesadas nuvens acinzentadas cobriam o céu e a sorridente lua minguante. Forte rajadas de vento passavam pelas janelas dos corredores fazendo assobios medonhos e até assustadores, quebrando o silêncio que estava no castelo. Todos os alunos estavam em seus dormitórios. Ou deveriam estar... E está era sua tarefa: Garantir que todos estivessem em seus devidos quartos e não perambulando pela escola àquela hora da noite.


Suspirou, enquanto patrulhava. Seu cabelo ruivo preso em um rabo esticado balançava de um lado para o outro. Dobrou em um corredor repleto de quadros que estavam a dormir... Às vezes ser monitora era realmente desgastante e cansativo. Enquanto poderia estar deitada no conforto de sua cama no dormitório e embrulhada num lençol grosso, estava ali... Andando pelos corredores fazendo sua ronda obrigatória.


Estava cansada e com sono e tudo o que queria no momento era se livrar daquele uniforme e tomar um bom banho quente. Fechou os olhos por um segundo, imaginando o qual maravilhoso ia ser quando terminasse e pudesse voltar para seu quarto. Respirou fundo, seus músculos relaxaram só de pensar na água quente caindo em seu corpo e levando todo o desgaste daquele dia infernal e...


"Evans!"


Seus músculos enrijecerem novamente e ela abriu os olhos ao reconhecer a voz grave que lhe chamara. Suspirou, sem parar de andar e dobrando noutro corredor que possuía tochas que se acendiam magicamente enquanto passava por elas. Ouviu passadas largas ás suas costas e logo James Potter estava ao seu lado, ofegando.


"Potter..." – ciciou sem olhá-lo, encarando a frente com firmeza – "Você não deveria estar patrulhando o quarto andar?"


"Deveria..." – o outro monitor-chefe murmurou, acompanhando as passadas rápidas da ruiva – "Mas... as escadas mudaram... e como eu sabia que você estava aqui... decidi dá um alô..."


Mentiroso. Foi o que ela pensou estreitando os olhos, ainda sem encará-lo. Mentiroso e irresponsável... Era isso que era.


"O que você quer?" – ela indagou – "Está me atrapalhando..."


"Bom... na verdade" – ele começou, coçando a cabeça assanhando ainda mais seus cabelos espetados. Lily arriscou uma olhadela e pode notar que ele ainda não fizera a barba; seu estomago embrulhou levemente, a fazendo encarar o corredor mais uma vez – "Eu ainda não te pedi desculpas pelo episódio com o Baltasar e..."


"Está desculpado..." – ela interrompeu-o e os dois viraram mais uma esquina.


"Não, sério... Eu sinto muito..." – ele enfatizou.


"Sei que sente..." – ela ironizou rodando os olhos.


"Por que não acredita?" – ele indagou, franzindo o cenho confuso.


"Eu acredito, Potter" – ela falou, finalmente encarando-o com um falso sorrido amigável – "Sei que você sente muito pelo seu pulguento, imundo e mal-cheiroso gato ter tirando a inocência da minha Marshmallow"


Ele riu.


"Bom na verdade, eu peço desculpas por ele ter te arranhado" – ele murmurou ainda risonho – "Quanto a ele ter tirado a inocência de sua gata... eu sinceramente não posso fazer nada"


"Não pode mesmo" – ela disse, voltando a encarar sua frente – "Eu exagerei aquele dia. Eu quem lhe devo desculpas" – admitiu. James reprimiu um sorriso. Um incômodo silêncio se instalou pelos dois. Lily sentiu a forte fragrância do perfume masculino entrar por suas narinas embriagando-a; mordeu o lábio inferior, movendo sua cabeça levemente para o lado oposto do rapaz afim de evitar a inalação do cheiro e concluindo que ele tomara banho antes de fazer sua ronda.


Mas ele não pareceu perceber a movimentação da ruiva, na verdade ele estava muito mais concentrado em decidir se deveria ou não fazer o que fora sugerido por Sirius mais cedo. De uma certa forma ele realmente acreditava que fosse uma boa idéia chamá-la para sair de um jeito normal, para saber se algo havia mudado entre eles desde o ano anterior. James sabia que Lily havia sim notado suas mudanças de comportamento e esperava que ela talvez, pudesse lhe dar uma chance de mostrá-la que era um cara legal.


Em contra partida, não sabia se aquele era o momento certo, afinal ainda era cedo, não era? Nem havia completado um mês de aulas, e por mais que eles agora conversassem mais por causa da monitoria, ele sabia que não eram amigos e que talvez fosse melhor esperar até que ele conseguisse uma melhor relação com ela.


Mas quem estava em questão era James Potter, certo? O impulso e a curiosidade sempre falaram mais alto dentro dele do que as verdadeiras conseqüências de tudo. Ele arriscaria só aquela vez mais. Só mais uma vez.


"Evans..." – ele falou, precipitando-se a sua frente e começando a andar de costas, a fim de poder encarar as íris verdes da garota – "Você já soube da ida a Hogsmeade que vai ter em duas semanas?"


"Sim..." – ela respondeu, mirando-o. Sabia o que veria a seguir. E já não era sem tempo, afinal porque ele demorara tanto para começar com sua perseguição naquele ano?


Ele coçou a garganta antes de prosseguir.


"Então... Não gostaria de ir comigo? A gente poderia..." – ele diminuiu a velocidade das passadas de ré, fazendo com que ela quase trombasse em seu peito.


"Não, Potter" – ela teve que juntar todas as suas forças para formular aquela frase, também diminuindo o ritmo de seus passos para evitar o contato com corpo do outro. James sentiu um vazio na barriga e seus ombros caírem levemente, mas não iria desistir; não ainda.


"Por quê?" – ele indagou, franzindo o cenho, seus olhos pareciam brilhar implorantes.


"Porque não..." – ela respondeu esforçando-se para fazer sua melhor cara de decidida.


"Porque não?" – perguntou novamente, sorrindo. Lily teve que reprimir um suspiro que teimou em tentar escapar por seus lábios. O que diabos estava acontecendo com ela? Ela sempre soube se controlar quando estava perto dele. Sempre. Porque agora não conseguia?


"Por que... eu não quero" – respondeu desviando seus olhos dos castanhos, concentrando-se na gravata frouxa.


"Por que não quer?" – perguntou mais uma vez, abaixando sua cabeça um pouco, para que seus olhos se encontrassem novamente.


"Porque... eu não quero sair com você..." – falou, observando cada pontinho verde escuro que possuía nas íris dele.


"Por que não quer sair comigo?" – agora ele sussurrou, seus olhos desviraram dos verdes esmeralda para o rosa de sua boca bem desenhada.


"Porque você é tão insistente?" – ela explodiu, parando de andar. Não agüentando mais aquele joguinho. Mas não estava com raiva apenas dele. Estava com mais raiva de si e de sua falta de autocontrole.


"Por que você é tão difícil?" – ele revidou também parando. Silêncio novamente. Os dois apenas se limitaram a encarar os orbes um do outro. Ela bufou interrompendo o contato visual e cruzando os braços – "Eu gosto de você, Evans..." – ele finalmente declarou – "Você sabe disso"


"Conta outra, Potter" – ela desdenhou, mirando-o novamente.


"Por que não acredita?" – fez aquela pergunta pela segunda vez aquela noite. Lily observou-o passar as mãos nervosamente pelos cabelos e umedecer os lábios – "Eu sou assim tão deplorável?"


"Você não é deplorável" – ela se arrependeu mortalmente depois de murmurar aquilo. James pareceu revigorado. Ele sorriu largamente e avançou um passo em sua direção. Mariposas surgiram no estômago de Lily e começaram a dançar ali dentro. Ele pegou sua mão carinhosamente, lembrando-se de fazer tudo o mais normal possível.


"Então, porque você não me dá uma chance?" - ele indagou, seus olhos brilhavam– "Você vai ver, eu vou fazer tudo direitinho..."


Sua mão pareceu incendiar aonde sua pele se tocava com a dele. Ele nunca havia feito daquela maneira e aquilo estava com certeza fazendo um baita de um efeito em Lily.


"Potter..." – ela puxou sua mão, mas sem deixar de encará-lo.


"Você não vai se arrepender" – ele pediu


"Você não merece..." – sussurrou; pareceu mais que ela estava tentando se convencer que convencê-lo.


"Por que não mereço?" – ele indagou, franzindo as sobrancelhas – "Eu sei que o que eu fazia antes era ridículo, mas..."


"Ridículo?" – ela o interrompeu indignada – "Eram atitudes de alguém imaturo, arrogante, irresponsável... O que você ainda é" – Ela disse tentando por um fim naquilo tudo. James bufou contrariado – "Ah, não? Você não é?" - ela indagou perante a atitude dele – "Então porque você não está agora no quarto andar cumprindo suas obrigações?"


"Porque eu estou aqui me declarando pra você!"


Lily sentiu o ar fugir dos pulmões ao ouvir as palavras do maroto. Ele dissera declarando?


"Eu pensei que se eu realmente me declarasse de verdade... Falasse pra você que te gosto... você... você..." – ele hesitou, mexendo mais uma vez nos cabelos de forma nervosa e passando a mão no rosto com agonia – "Me diz Evans, me diz! O que eu faço pra você sair comigo? O que eu tenho que fazer? Eu faço qualquer coisa... Qualquer coisa... É só você me dizer..."


Silêncio novamente. A ruiva encarava o moreno com uma expressão indecifrável. Seu coração batia exasperado contra seu peito e o rubor invadia suas bochechas sem perdão. Estaria ele realmente falando a verdade? Ou seria mais uma de suas brincadeiras de mau gosto?


"Vocês não vão parar de falar nunca? Eu estou tentando dormir!" – o retrato de um homem gordo e narigudo indagou com uma cara de poucos amigos.


James e Lily pareceram não notar, continuaram na mesma posição. Uma onda de insanidade tomava aos poucos conta da garota. Ele parecia tão sincero, tão disposto, tão decidido. Mesmo que sua consciência a alertasse para ela não aceitar, Lily estava decididamente, vulnerável a fazê-lo naquele momento. E não havia como evitar.


"Então prove, Potter" – ela falou por fim – "Prove que tudo isso que você falou é verdade..." – terminou e passou por ele, voltando a andar.


"Provar?" – ele indagou confuso e virou-se para sua direção, andando novamente para acompanha-la – "Como assim provar?"


"Provando..." – ela respondeu simplesmente virando no próximo corredor com ele em seus calcanhares e se perguntando por que diabos havia feito aquilo. Tentando entender sua fraqueza, tentando entender seus desejos.


"O que eu tenho que fazer pra provar?"


"Você é criativo" – ela falou num falso tom de incentivo, fazendo de tudo para ignorar suas sensações – "Tenho certeza que vai pensar em algo"


"Se eu provar você vai ir comigo a Hogsmeade?" – e perante a mudez da garota que apenas se limitou a continuar caminhando, ele segurou seu pulso obrigando-a a mirá-lo – "Vai?"


E novamente ela se viu banhada por aqueles olhos tentadores.


"Se você provar que realmente gosta de mim, que realmente merece..." – ela falou tentando não olhar para seus lábios – "Eu saio com você. Te dou minha palavra..."


"Ótimo..." – ele falou, sorrindo de lado, já com uma idéia em mente – "Pois então, eu vou ganhar o jogo contra a Ravenclaw... e vou gritar para todo mundo que a vitória foi única e exclusivamente para você" – terminou se aproximando, sendo guiado instintivamente pelo cheiro cítrico e doce dos cabelos vermelhos da garota, por seus lábios chamativos e sedutores, e pelo brilho esmeralda de seus orbes verdes.


Ela observou ele se aproximar perigosamente, nem acreditando nas reações de seu próprio corpo. Se antes seu coração batia fortemente, ele agora pulava freneticamente ameaçando sair por sua garganta; se as mariposas de seu estômago dançavam, elas agora voavam velozmente, fazendo acrobacias dentro de si. Ele iria beijá-la. E ela tinha que impedir aquilo. Não poderia permitir, por que se ele a beijasse, tudo pelo que ela lutara todos aqueles anos se desmoronaria; ela sabia disso. Sua tal barreira Anti-Potter, seus infinitos argumentos contra o maroto... Qualquer desculpa desapareceria... E ela tambémiria beijá-lo.


"Não, Potter" – ela falou e um sorriso brotou de seus lábios entreabertos quando os deles estavam a centímetros dos seus. Ela já sabia o que faria – "Você não vai ganhar" – ele se afastou interrogativo, sem compreender o que ela queria dizer.


"Como assim eu não vou ganhar? Eu disse que provaria ganhando o jo..."


"Você vai perder!" – ela o interrompeu, alargando o sorriso ao notar que ele se afastara e soltara seu pulso, com uma expressão incrédula.


"Perder?"


"Se você realmente gosta de mim... Você não ganhará o jogo, Potter. Você perderá!"


James abriu a boca ainda sem assimilar.


"Se você perder, eu saio com você" – ela disse triunfante – "Essa é a minha condição"


"Você é louca?" – ele falou. E Lily reprimiu o riso ao notar que seu plano de última hora dera certo. A reação dele fora do jeitinho que ela previra – "Eu não posso perder, Evans... Imagine a cara de todos se a Gryffindor perder... O time, o resto dos alunos... Eu não posso fazer isso!"


"Pensei que você faria qualquer coisa..." – ela o lembrou.


"Qualquer coisa menos isso!"


Merlin! Ela era maluca? Como alguém poderia propor algo como aquilo?


"Então você não gosta de mim"


James sentiu o sangue subir por sua face, evidenciando a raiva que começa a brotar dentro de si.


"Gosto! Mas isso, eu não vou fazer... Nunca!" – ele falou alterado, ainda sem acreditar como ela poderia fazer aquilo com ele.


"Ótimo!" – ela falou, se virando e começando a andar novamente– "Então acho bom você desistir de mim, porque eu não saio com você... Nunca!" – finalizou, se distanciando e deixando um incrédulo e irritado James para trás.


MMMM


NOTAS DA AUTORA:


Espero que tenham gostado deste capitulo tentei não me demorar. De qualquer forma, estou me focando em Lily e James agora no inicio, mas só lembrando que a fic é General e que relações e cenas dos outros personagens também acontecerão. ;D


Kneazle¹: Só pra quem não lembrava, o Bichento (no caso, o Baltasar) é metade Kneazle. Kneazle é um tipo de gato muito inteligente que consegue detectar quando não se pode confiar nas pessoas, pessoas suspeitas. De qualquer forma minha idéia de por o Bichento na fic, veio quando eu estava relendo o livro terceiro livro da série (O prisioneiro de Azkaban). O Bichento ajudava o Sirius e perseguia o Perebas. Eu sempre acreditei que ele fazia isso, porque na verdade já conhecera os dois antes e sabia quem era o bom e quem era o mau. Quando Hermione fora comprá-lo na loja de animais, a vendedora dissera que ele estava lá há muito tempo, outro fato que eu acho que sustenta a hipótese. Acho que o Bichento vive por mais tempo que os gatos comuns justamente por ser mestiço.


Aguardo comentários, por favor! Eles me incentivam!


Um beijo!


Cath

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

  • Kika.Cerridween

    Demorei mas terminei de ler .aaaaaaaaaaaaaaaaah fiquei com vontade de ler mais , ainda mais que terminou com Lily exigindo provas de amor ,rsrsrsr Fiquei com pena de James e acho que ele deveria dar um gelo em Lily ,aff querer que perca o jogo , já é demais !!!!rsrsrsr Aah adorei a conversa entre James e Sirius ...bem bacana ,conseguiu passar tudo o que realmente são ...verdadeiros amigos....Mas voltando a Lily , acho que ela deveria levar um gelo de James , e ter que correr atras do bofe ,lindo e tudo de bom !!! As vezes só se da valor ,qndo se perde ....Acho que ela deveria correr atrás .....rsrsrsrrs....bom enfim aguardando o próximo capítulo na expectativa ....muito boa sua fic ....adorei!!!xD

    2011-06-14
  • Mallow Krum

    KKKKKKKKK raxeei do Warmtail tentando fazer o feitiço e tentando quebrar o gelo entre os 3 KKK. A Evans é realmente MUITO sacana KK AMEI o cap. QUERO MAIS

    2011-06-08
  • Bianca F.

    ta otima, continue postando!!!

    2011-06-07
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.