Benjamin Malfoy




"A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo."


 


6 de Julho


 


Só tinha cinco dias que eu estava em casa e já não agüentava mais, era torturante toda aquela gente me dizendo o que fazer. Eu sabia que não era o filho perfeito, mas não gostava que as pessoas ficassem me lembrando disso todo o tempo. Estava me arrumando quando Ann entrou no quarto.


 


- Ben!


 


- Oi Ann. - respondi mau humorado enquanto escolhia uma camisa para vestir


 


- Preciso da sua ajuda hoje. - começou ela - Richard vem conhecer o papai e ter você aqui o deixa mais confiante, então não me decepcione, por favor.


 


Eu sorri enquanto vestia uma camisa amarela, e ela olhava pra mim. Suspirei.


 


- Tudo bem.


 


Ela sorriu animadamente e me deu um beijo no rosto.


 


- E tira essa camisa pelo amor de Merlin! - disse enquanto caminhava de costas para a porta - Amarelo não combina com você.


 


Eu revirei os olhos e sorri novamente, ela saiu e eu imediatamente tirei a camisa amarela e vesti uma vermelha. Desci para tomar café da manhã, eu e Peter éramos os únicos à mesa.


 


- Bom dia. - me desejou ele, já estava quase terminando seu café


 


- Bom dia. - respondi me sentando - Acordou tarde por quê?


 


- Não consegui pregar o olho ontem. - disse ele fazendo uma careta


 


- Por que será não? - perguntei sarcástico, rindo


 


Ele me encarou divertido.


 


- Ta insinuando o quê? - perguntou


 


- Eu nada! - respondi me fazendo de desentendido


 


Ele riu e preferiu deixar pra lá, mas ele sabia do que eu estava falando. Richard iria conhecer tio Harry hoje, e por mais que Peter não gostasse do namoro ele se preocupava excessivamente com Ann. Vi que ele havia terminado o café, e que me esperava.


 


- Onde está todo mundo? - perguntei


 


- London está aí, e John e David estão ensaiando com ela no porão. E acho que as meninas estão lá também. - respondeu


 


Eu olhei para os lados suspeito.


 


- Não Pete. - o encarei - Onde estão os coroas?!


 


- Ben, o que você ta aprontando? - perguntou desconfiado


 


Eu olhei para os lados novamente, procurando sinal de alguém por perto.


 


- Relaxa Pete. - disse sussurrando, empurrando meu café pra longe - Só estou precisando fumar.


 


Peter abriu a boca para me repreender, mas não o deixei falar.


 


- Por favor, to ficando louco sem meu cigarro! - ele suspirou e eu sorri - Você me dá cobertura, não dá?


 


Ele balançou a cabeça em reprovação, mas sorriu.


 


- Tudo bem, Benjamin! 


 


Nós dois nos levantamos. Eu segui para o quintal ainda olhando para os cantos, desconfiado. Havia um ano que eu havia começado a fumar, nem me lembro quando e nem como foi que aconteceu, só sabia que não conseguia parar, e que se meus pais soubessem me matariam. Logo fomos saindo pela porta dos fundos e eu já tirei meu cigarro do bolso, Peter fechou a porta, dando uma última olhada, e eu acendi o cigarro.


 


- Como você pode gostar disso? - perguntou ele fazendo careta


 


Dei a primeira tragada no cigarro e sorri com prazer. Peter riu também.


 


- Como você pode não gostar? - perguntei - Quer experimentar?


 


Ele revirou os olhos achando graça.


 


- Não obrigada! - respondeu em tom óbvio


 


- Medroso. - eu disse e ele riu mais uma vez, ele já estava acostumado com esse meu jeito


 


Ficamos em silêncio por alguns instantes, enquanto eu continuava fumando e ele dava uma espiada dentro da casa.


 


- Então... - puxei assunto - Richard vem aí hoje.


 


Ele concordou e não disse nada, eu continuei.


 


- Ann veio me pedir pra eu me comportar e dar um apoio a ele. - eu o olhei de lado rapidamente, e ele continuou em silêncio, com as mãos nos bolsos da bermuda - Geralmente ela pediria esse tipo de coisa a você!


 


- É eu sei. - disse a contra-gosto - Mas nessa ocasião em especial ela pediu a pessoa certa, você!


 


Soltei a fumaça em minha boca antes de falar.


 


- Porque você não gosta dele? - perguntei em tom de indignação - Quero dizer, todo mundo gosta dele...


 


- Eu não sei. - respondeu balançando a cabeça - É como se eu soubesse que esse namoro vai magoá-la entende?


 


Eu concordei, jogando o cigarro fora, e acabei dizendo o que eu estava pensando desde a conversa no café da manhã.


 


- Ou será que você não gosta desse namoro porque você sente ciúmes da Ann? - perguntei sorrindo sarcástico


 


Achei que ele não gostaria da brincadeira, já que era a mais pura verdade, mas ele riu.


 


- Também. - admitiu e eu me surpreendi - Qual é Ben?! Eu e Ann sempre fomos muito unidos, e o fato dela namorar agora vai acabar mudando alguma coisa entre nós... e também porque sinto ciúmes dela como sentiria da minha irmã, se tivesse uma. Assim como vou sentir quando Rachel e Lizzie começarem a namorar.


 


Balancei a cabeça concordando, mas não disse nada a respeito, encerrando o assunto.


 


- Vamos entrar então. – eu disse depois de um tempo


 


- Vamos.


 


Entramos e descemos ao porão, estavam todos lá. David, John e London estavam com seus instrumentos nas mãos, mas não tocavam, e as garotas estavam sentadas nos puffs observando. Cumprimentei London com um abraço e me sentei ao lado da Rachel. Ann olhou para mim e fez sinal de ok, e eu entendi que ela aprovou a camisa que escolhi, sorri pra ela em resposta e depois me virei para Rachel.


 


- Qual o problema deles? - perguntei sobre a banda que não tocava


 


- Eles estão discutindo as músicas que vão tocar na festa. - respondeu com um ar triste


 


- Você está bem? - perguntei baixinho passando o braço pelo ombro dela - Você parece péssima!


 


Ela me olhou rindo.


 


- Obrigada pelo elogio, mas eu estou bem. - disse nada convincente, eu a beijei no topo da cabeça - Você estava fumando?


 


- Só um, juro! - ela estreitou os olhos - Eu já estava desesperado Rach, estava irritado, chato...


 


- Achei que você era assim por natureza. - brincou


 


Eu sorri.


 


- Verdade. - concordei - Mas a abstinência piora.


 


- Se tia Gina descobre...


 


- Ela não vai descobrir! - disse cortando ela - Para de jogar praga prima!


 


Nós dois sorrimos, e fomos tirados de nossa conversa particular por John.


 


- Pessoal, dá pra ajudar aqui?! - ele estava nervoso, London sorriu


 


- O que vocês querem que a gente faça? - perguntou Lizzie naquele tom desaforado que só ela tinha - Não sabemos tocar nem cantar.


 


Nós rimos. John suspirou.


 


- Nos ajude a escolher as músicas, é sempre bom uma opinião da platéia. - disse London mais educada que o namorado


 


- Quantas músicas vocês vão poder tocar? - perguntou Peter


 


- Três. - respondeu David contrariado


 


- Só? - perguntei surpreso


 


- Ei! - protestou Ann - Foi o que eu consegui tudo bem? Já foi muito convencê-los a deixar eles tocarem!


 


A banda concordou.


 


- Tudo bem, Ann nunca consegue muita coisa mesmo, ela nunca protesta o suficiente! – eu disse simples e todos riram, inclusive ela, cheguei a conclusão que todos eles já estavam acostumados com esse meu jeito 


 


- Mas vocês pretendem tocar música bruxa ou trouxa? - perguntou Peter


 


Os três se entreolharam.


 


- Então... - começou London - ...música trouxa faz mais nosso estilo, principalmente a britânica, mas os meninos acham que seria um pouco inconveniente tocar música trouxa nessa festa.


 


- Eu acho que vocês são muito melhores quando tocam música trouxa, esse é o forte da banda de vocês! - sugeriu Rachel - Essa apresentação vai ser a primeira em público, e vocês precisam mostrar o que tem de melhor!


 


- É o que eu acho também. - disse London


 


Ficamos em silêncio esperando eles decidirem.


 


- Papai vai nos matar! - começou David - Mas se quisermos fazer sucesso como banda temos que tocar o que sabemos: música trouxa!


 


London sorriu e olhou para John. Ele a encarou, depois olhou para David, suspirou.


 


- Tudo bem, tudo bem. - se deu por vencido - Vamos escolher três músicas britânicas famosas então.


 


Todo mundo começou a falar ao mesmo tempo, cada um sugerindo uma música. John revirou os olhos e tampou os ouvidos.


 


- Dá pra falar um de cada vez?! - gritou ele, e todos fizeram silêncio


 


- Deus! Odeio quando ele acorda de mau-humor! - resmungou London


 


- Eu não estou de mau humor London. - disse seco, mas suspirou passando as mãos pelos cabelos - É só que...eu estou preocupado, nós nem temos um nome pra essa banda e...nem sabemos o que vamos cantar...


 


- Relaxa cara! - disse David - Nós temos talento, sabemos tocar... e agora temos a oportunidade de mostrar isso, então não pire agora, não faz muito seu estilo!


 


Ele suspirou.


 


- Não faz mesmo. - disse concordando - Tudo bem, vamos escolher as músicas. Rachel, você como nossa empresária, maior fã e expert em música, três músicas que você acha que devemos tocar.


 


Ela levantou.


 


- Sem dúvida vocês deveriam tocar uma do Keane, não pode faltar! - começou - E deviam tocar uma com voz feminina, talvez Lily Allen, Duffy ou Amy...


 


- Lily Allen sem dúvida! - escolheu London


 


- Certo, mas que música da Lily vocês vão cantar? Not Fair? As músicas dela são um pouco abusadas demais, seria muita loucura tocar alguma música dela numa festa desse tipo. - continuou Rachel e London concordou - A não ser que...


 


- O quê? - perguntou London esperançosa


 


- A Lily canta aquela música do Keane: Everybody's Changing. Podemos adaptá-la pra você London, e não precisaríamos de outra música do Keane. Podíamos substituir por uma do Coldplay ou Oasis...


 


- Coldplay! - gritou logo John, ele amava essa banda


 


- Ótima escolha! - vibrou Rachel - E a última poderia ser um clássico, também britânico, como The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd...


 


- Beatles? - sugeriu David


 


Rachel sorriu.


 


- Perfeito! - disse um pouco mais animada do que estava a pouco - Na minha opinião é claro.


 


- Ah qual é! - eu disse sorrindo - Você escolheu os melhores, não temos chances!


 


Os outros concordaram.


 


- Então fechamos! - disse John - Lily Allen cantando Keane, Beatles com All My Loving? - David e London concordaram - E qual do Coldplay?


 


- Eu gosto de Fix You. - disse Rachel


 


- Eu também! - concordou London


 


- Fechado então. - concluiu David animado


 


- Ótimo repertório! - elogiou Peter


 


Nós todos concordamos.


 


- Agora todos vocês pra fora que nós vamos ensaiar! - nos expulsou John


 


- Qual é Johnny! - resmunguei - Deixa a gente ficar?


 


- Nada disso! - disse firme - Todos pra fora!


 


Saímos um por um ainda resmungando. Cheguei perto da minha irmã pra lhe desejar bom dia, mas ela logo me afastou.


 


- Você está fedendo a cigarro! - se justificou - Vai tomar um banho, escovar os dentes e passar perfume, antes que mamãe volte!


 


Revirei os olhos.


 


- Ann, eu estou fedendo a cigarro? - perguntei querendo ter certeza


 


Ela se aproximou e me cheirou, fez uma careta.


 


- Muito Ben! Dê um jeito nisso antes que nossos pais cheguem! - disse abraçando Peter - Ah não Pete, você também! Por Merlin, você deu cobertura pra ele não foi?


 


Eu sorri e Peter também.


 


- Vou tomar um banho também, e trocar essa roupa, satisfeita? - perguntou provocando-a


 


Ela não respondeu, na verdade acho que nem sequer ouviu, estava prestando atenção em Rachel, que caminhava ao nosso lado em silêncio.


 


- Rach, você está bem? - perguntou daquele jeito doce


 


Rachel pareceu levar um susto, foi pega desprevenida.


 


- Oi? Ah sim! - disse atrapalhada - Estou bem, só com um pouco de dor de cabeça, acho que vou me deitar um pouco.


 


Ela começou a se afastar. Eu, Peter e Lizzie trocamos olhares rápidos, mas suspeitos demais para a esperta Ann.


 


- Tudo bem se Rachel estiver passando por algo e não quiser me contar, mas não está tudo bem quando todo mundo sabe menos eu! - disse chateada


 


- Ann, não sabemos do que está falando. - respondeu Peter de imediato, desviando seu olhar do dela


 


Ele não deveria ter respondido, primeiro porque ele mente muito mal e segundo porque ele mente pior ainda quando é para Ann. Ele devia ter me deixado responder, eu sempre fui o melhor mentiroso dos sete. Ann balançou a cabeça inconformada, e eu o encarei com um olhar mortal. Sabíamos o que era, mas não podíamos contar, simples assim.


 


- Vocês ainda tem a cara-de-pau de mentirem! Principalmente você Peter!


 


- Ann... - começou Lizzie segura - Esquece isso tudo bem? Hoje é um dia importante pra você, e não queremos te preocupar com outras coisas. Apenas relaxe, no momento certo você vai saber.


 


Ela suspirou.


 


- Tudo bem pessoal, me desculpem! - disse ela mais calma - É só que...ela parece péssima e eu queria poder ajudá-la, odeio vê-la assim.


 


Pensei comigo mesmo que ela era a única que podia ajudar Rachel naquele momento, mas como que por um milagre resolvi guardar esse comentário pra mim mesmo, juro que foi difícil, mas consegui.


 


- Bom eu vou tomar um banho pra...vocês sabem... – eu disse atrapalhado


 


Eles me olharam sem entender.


 


- As paredes tem ouvidos por aqui! - respondi num sussurro


 


- E o que as paredes não podem ouvir Benjamin?


 


Tremi ao ouvir aquela voz atrás de nós. Fechei os olhos, respirei fundo e me virei com um falso sorriso no rosto.


 


- Tio Harry, bom dia! - cumprimentei em uma falsa animação


 


Ele estreitou os olhos e os garotos ao meu lado começaram a sorrir.


 


- Bom dia Ben! - respondeu rapidamente - Mas você não me respondeu o quê as paredes não podem ouvir?


 


- Ora essas tio, se as paredes não podem ouvir imagine o senhor então. - respondi maroto, provocando a autoridade máxima daquela casa


 


Mas ele não se importou, parecia agitado, preocupado com outra coisa, escapei por pouco dessa.


 


- Tudo bem garotos, eu preciso ir. - disse apressado - Ann, diga a sua mãe que eu volto logo pro almoço.


 


- Tudo bem pai. - respondeu segurando o riso


 


Ele saiu sem se despedir e nós começamos a subir as escadas. Os três ainda riam da minha cara.


 


- Não teve graça ta legal! - disse bravo - Quase fui pego no pulo. Se fosse um de vocês se entregariam na hora, a sorte é que sou muito bom nisso!


 


Lizzie riu ainda mais alto.


 


- Sua sorte é que ele estava muito ocupado com outra coisa mais importante do que você, por que se não fosse por isso você estaria enrascado agora! - disse minha irmã


 


- Hahaha! - fingi uma risada


 


- Qual é Ben, foi engraçado! - disse Peter - Você já estava ferrado e ainda foi provocá-lo!


 


Dessa vez eu ri de verdade.


 


- Às vezes eu não me seguro! - confessei - Pra ser sincero com vocês, não agüento mais ficar nessa casa, e só tem cinco dias que chegamos.


 


- É só falta de costume Ben. - sugeriu Ann - O ritmo aqui é muito diferente do de Hogwarts, as atenções sobre nós são diferentes, o tipo de liberdade que temos aqui é diferente...essas coisas.


 


- É pode ser isso. - concordei


 


Chegamos ao segundo andar.


 


- Vamos pro nosso quarto. - Peter chamou as garotas - Rachel deve está querendo ficar um pouco sozinha.


 


Ann e Lizzie concordaram e nos seguiram. Quando chegamos ao quarto eu fui logo pegando uma roupa e uma toalha e indo para o banho, eu podia até não admitir, mas morria de medo que descobrissem que eu fumava. Tomei um banho rápido, enquanto ouvia as risadas dos três do outro lado, me troquei e saí.


 


-... e aí eu a ouvi dizer: aqueles garotos são uns idiotas presunçosos, se acham os donos do mundo. - Ann imitava a voz de alguém e os outros dois riam


 


- E o que você fez? - perguntou Lizzie


 


- Eu saí de dentro da cabine do banheiro e disse pra ela: sabe de uma coisa garota, eu não me acho a dona do mundo e nem os meus primos, mas com certeza o fato de você perder o seu tempo falando de nós, sem nenhum motivo aparente, nos torna mais interessantes do que sua vidinha chata e sem graça. - ela pausou enquanto os outros dois diziam palavras de apoio - Vocês precisavam ver a cara dela...


 


Eu ouvia o final da conversa e ria de Ann.


 


- Quem foi Ann? - perguntei sem dar muita importância


 


- Aquela garota da sonserina que você vive pegando e depois dando um fora. - respondeu com cara de repulsa


 


- Qual delas? - perguntei


 


- Convencido! - disse ela rindo - Aquela tal de Amanda Spark.


 


Fiz cara de quem me lembrava, mas a verdade é que pouco me importava essas garotas da escola, principalmente as que se aproximavam de nós apenas por nossos sobrenomes, o que dava praticamente a maioria.


 


- Todos eles só se aproximam da gente por sermos filhos de quem somos. - concluiu Ann como se lesse meus pensamentos.


 


- Tanto as garotas como os garotos. - concordou Lizzie


 


Ficamos em silêncio, aquela constatação nos incomodava de tal forma que nos deixava deprimidos de vez em quando.


 


- É por isso que eu gosto do Richard. - começou Ann sonhadora, quebrando o silêncio - Ele não é como os outros garotos entendem? Eu sinto que ele não está comigo por eu ser filha do grande Harry Potter.


 


Ela revirou os olhos, eu sorri feliz por ela, Lizzie também, e até o próprio Peter.


 


- Ele gosta mesmo de você! - eu afirmei


 


- Ele te disse alguma coisa? - perguntou curiosa


 


Eu ri da cara que ela fez.


 


- Ele não precisou dizer. Desde que vocês começaram a namorar ele vive sonhando acordado e babando quando te vê! - concluí


 


Ela ficou surpresa com minha constatação.


 


- Tudo bem, essa conversa só me deixou mais nervosa! - disse se levantando da cama


 


- Vai aonde? - perguntou Peter


 


- Dá uma volta, tomar um ar puro, sair dessa prisão, sei lá! - respondeu - Ficar um pouco sozinha, tudo bem?


 


Nós concordamos. Ela deu um beijo no rosto do Peter antes de sair.


 


- E essa conversa só me fez gostar dele mais um pouquinho. - confessou Peter contrariado


 


Eu e Lizzie rimos.


 


- Pete, é impossível não gostar dele! - disse Lizzie - Ele é bonito, popular, atencioso, inteligente e com certeza sabe agradar uma garota.


 


- Tudo bem Lizzie, não precisa puxar o saco do cara! - reprovou ele


 


- Cabeça dura! - disse ela se levantando também - Vou ver a Rach.


 


Eu e Peter concordamos e ela saiu. Nós dois ficamos ali, deitados em silêncio, cada um com seus pensamentos, fossem eles cruéis ou não. Depois de um tempo Peter se levantou e foi tomar um banho também, o horário do almoço se aproximava, e a tortura que eram aquelas refeições também, e obviamente ele não iria querer descer com sua roupa cheirando a cigarro. Eu ri sozinho ao pensar nisso, e ao pensar na nossa família como um todo, tão complexa e ao mesmo tempo tão previsível. Mas ainda assim era minha família e eu tinha que aceitá-la como ela era, não tinha muita escolha.


 


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Pessoal, brigada pelos comentários.


Os sete primeiros capítulos vão ser narrados na prmeira pessoa, um por cada dos flhos, só pra voces conhecerem um pouco mais de cada, depois vai ser narrado na terceira pessoa. Espero que estejam gostando e aguardem, pq vai ficar ainda melhor!!!


Beijos e comentem!!!

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