Correndo atrás



Capítulo IV – Correndo atrás


- Resolvi marcar testes para daqui duas semanas. – disse Draco no café da manhã. Ele e Blaise trocaram um olhar divertido. Pansy engasgou com a comida.


- Como é? – perguntou, com os olhos arregalados.


- Draco descobriu um milagre! – respondeu Blaise, quase explodindo. – Uma artilheira que vai nos fazer ter ‘a’ equipe.


- Quem é ela?


- Não sabemos o nome dela. – disse Draco. Pansy olhou de um para o outro, especulativa.


- Vocês estão de palhaçada comigo?


- Não. – garantiu Draco. – É sério. Ela é um espetáculo, mas é difícil. Não aceitou jogar.


- Ela disse não para vocês? – perguntou incrédula.


- Sim. – comentou Blaise, desgostoso.


- Por causa do Nott?


- Não. Parece que ela o acha um idiota. – comentou Draco.


- Então eu realmente tenho que conhecê-la. Porque vale a pena conhecer alguém que não dá moral para dois garotos lindos. – os garotos torceram o nariz à observação. – Mas, então, por que ela não aceitou?


- Porque ela não voa. – explicou Blaise.


- Acho que eu perdi alguma parte do assunto. Por que vocês estão felizes desse jeito se vocês não têm uma artilheira dos sonhos?


- Porque eu vou convencê-la. – explicou Draco. E fazia algum tempo que Pansy não via aquele brilho nos olhos do loiro.


x


- Rony. – chamou Hermione. Ela e Harry se entreolharam. Rony parou de comer e prestou atenção na amiga. – O que está acontecendo entre você e Lilá? – o ruivo engasgou e Harry bateu em suas costas.


- Como assim ‘acontecendo’? Nós somos amigos.


- Qual é, Rony?! Nós vimos vocês ontem. – disse Harry.


- Ela está passando por um momento difícil com tudo que viveu no ano passado e eu estou tentando ajudar.


- E você não sente nada por ela? – perguntou Hermione. – Nem um pouquinho?


- Não, Mi. – respondeu ele, veementemente.


- Talvez você não sinta, mas ela, com certeza, ainda sente. – disse Harry, olhando para onde Lilá estava sentada, olhando para Rony. A loira acenou para eles sorrindo e enrubesceu de leve.


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- Uh! – gemeu Blaise, alongando as costas e os braços. – Não aguentava mais ficar sentado naquela estufa. – reclamou.


- E aquele calor? Insuportável. – ajudou o loiro.


- Eu achei pior o cheiro do fertilizante. – disse Pansy torcendo o nariz. Eles estavam chegando à orla da floresta, onde a aula de TCM estava acabando. Draco passou os olhos pela turma e a encontrou.


- Blaise!


- O quê? – perguntou o moreno, parando.


- Lá! – apontou um grupo de Sonserinos que juntava suas coisas. – A garota!


- Onde? – perguntou Pansy, procurando-a.


- Lá, Pansy. A garota de cabelos pretos, de trança.


- Uau! Ela é bem bonita.


- Eu vou lá. – disse, já se distanciando. – Podem ir indo para o castelo. – caminhou até a garota, que havia se separado dos amigos e vinha em sua direção. Parou ao lado de uma árvore e esperou que ela lhe alcançasse. – Bom dia. – cumprimentou sorridente. A garota olhou para ele e bufou, contrariada.


- Não vou participar da sua equipe de quadribol, Malfoy. – continuou andando. Draco emparelhou com ela.


- Olha, eu sei que você disse que não voa, mas... – ela parou de supetão, fazendo Draco quase trombar com ela.


- Malfoy, eu não estou me fazendo de difícil. Eu fui dispensada das aulas de voo no primeiro ano, após a primeira aula, com um bilhete de Madame Hooch dizendo que seria benéfico à minha saúde e a de meus colegas se eu nunca mais chegasse perto de uma vassoura. – o garoto a olhava sério, mas com uma enorme vontade de rir. – Entendeu agora? É por isso que eu não vou jogar quadribol e vou deixar meus pés bem plantados no chão. – virou-lhe as costas e entrou no castelo.


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- E então? Conseguiu? – perguntou, urgentemente, Blaise, assim que Draco se juntou a eles no almoço.


- Não.


- Se ela é tão boa quanto vocês disseram, você não pode desistir.


- Acho que não tem jeito. – os amigos o olharam questionadores. – A garota foi expulsa das aulas de voo no primeiro ano! – contou aos amigos o que ela lhe dissera. Ao fim, Blaise gargalhava e tinha lágrimas nos cantos dos olhos.


- Meu Merlin! Nem Longbottom e Granger foram expulsos. – comentou Pansy.


- Se ela é tão ruim assim voando, não há o que fazer. – disse Draco, conformado. Blaise parou de rir instantaneamente.


- Claro que há. Quem teve aulas de voo desde antes de aprender a andar?


- Blaise, ela não vai aceit...


- Você só vai saber se tentar.


x


- Oi, Harry. – o garoto tirou os olhos do trabalho que fazia.


- Oi, Gina. – a ruiva sentou no chão ao lado dele. Harry voltou a escrever.


- É para qual matéria? – perguntou, referindo-se ao trabalho.


- Poções. – respondeu, com uma careta.


- Por que não pede ajuda a Hermione?


- Ela está na ronda. Eu vou dar para ela corrigir, mas estou tentando fazer direito para ela ter menos trabalho. – ele continuou escrevendo por mais alguns minutos até dar-se por satisfeito.


- Terminou?


- É. – respondeu distraidamente enquanto lia. – Acho que está bom. – guardou o trabalho na mochila e encostou-se ao sofá. – Então... O que você anda fazendo, ruiva?


- Estudando, basicamente.


- Parece que é só o que eu faço ultimamente. – comentou o moreno sorrindo.


- Harry, eu queria saber como nós ficamos. – perguntou direta. O garoto engasgou e arregalou os olhos.


- Como assim?


- Você nunca terminou, formalmente, comigo. Eu achei que...


- Gi, você ficou com Neville ano passado. Achei que você tivesse me esquecido.


- Não. – chegou mais perto dele. – Com o Neville foi um momento de carência. Eu estava preocupada com você, com a minha família, com Hermione. Luna tinha acabado de ser sequestrada. Os Carrow torturando todos os nossos amigos.


- Gi, eu não estou lhe cobrando nada. Sei bem como foi o ano passado. Mas, o que nós tínhamos, acabou. – os olhos da ruiva encheram-se de lágrimas e Harry a abraçou. – Não chora, Gina.


- Mas eu não queria perder você. Demorou tanto tempo para você me notar.


- E assim como eu notei, sei que alguém melhor do que eu também vai. – consolou-a, enquanto passava a mão pelos cabelos lisos da garota.


- Você gosta de outra pessoa? – perguntou, sem coragem de encará-lo. Harry ponderou se ser honesto era o melhor naquela situação.


- Sim. – Gina agarrou-se a ele com mais força em meio ao choro.


x


- Gina e eu conversamos ontem. – comentou Harry. Ele, Hermione e Rony rumavam para a sala de DCAT. Os dois viraram-se para ele.


- E? – perguntou Rony.


- Ela queria saber sobre nós. Saber se tínhamos volta.


- E vocês têm? – perguntou, novamente, Rony.


- Não.


- Talvez algum dia. – cogitou Hermione. Harry a encarou. Um olhar maroto no rosto.


- Não. – disse, taxativo. – Minha história com Gina acabou. – Hermione sustentou o olhar do moreno enquanto entravam na sala.


- Que pena, cara. – Rony deu um tapinha no ombro de Harry. – Eu gostava de ter você como cunhado. – Harry sorriu para o amigo.


- Parece que teremos aula prática. – comentou Hermione, mudando de assunto. A sala estava vazia.


- Ótimo! Uma aula a menos para ficar sentado. – alegrou-se Rony. A professora entrou nesse instante.


- Bom dia. Rápido, Sr. Finnigan. Hoje, começaremos a aprender o feitiço do patrono. – o trio de Grifinórios se olhou, sorrindo. – Esse feitiço é mais eficaz contra dementadores e mortalhas-vivas, mas também serve para repelir qualquer animal mágico que lhes ataque. O feitiço é bem simples. O importante é pensar na lembrança mais feliz que vocês tenham. Agora vamos, primeiro, sem suas varinhas. Repitam comigo: Expecto Patronum.


- Expecto Patronum. – repetiu a turma.


- Muito bem. Se dividam da forma que acharem melhor e treinem o feitiço. – logo, duplas, trios ou grupos se formaram.


- Ah. – começou Rony, coçando a cabeça, incomodado. – Eu vou fazer dupla com a Li. – seu rosto adquiriu um tom de rosa.


- Pode ir, Rony. – disse Hermione, sorrindo. O ruivo foi ao encontro da garota.


- Então, – Hermione voltou-se para o amigo. – primeiro as damas.


- Expecto Patronum. – a lontra prateada saiu da varinha de Hermione e a circundou, dando voltas no ar. Hermione sorriu para o animal, que se acomodou em seu ombro.


- Expecto Patronum. – o cervo prateado saiu da varinha de Harry e deitou-se ao seu lado. Os dois morenos conjuraram almofadas e sentaram no chão.


- Não tem mesmo mais nenhuma chance de você e Gina reatarem?


- Hermione, não se faça de boba! – repreendeu-a. – Você sabe muito bem quem eu quero. – a morena corou. – Mas eu vou mudar de assunto antes que você atinja novos níveis de vermelho. – a garota o repreendeu com o olhar. – Posso lhe acompanhar na ronda hoje à noite?


- Harry, eu sou monitora-chefe! Não posso incentivar você a quebrar regras para me acompanhar. – mordeu o lábio inferior para não sorrir. – Por mais que eu goste quando você me faz companhia. – Harry sorriu, maroto.


x


- Expecto Patronum. Expecto Patronum. Expecto Patronum! – repetia Blaise, sem parar.


- Blaise! – repreendeu-o Pansy.


- Você não está pensando em nada, não é? – perguntou, retoricamente, Draco. O loiro vinha tentando, mas sem sucesso. Suas lembranças não eram exatamente felizes. O moreno deu de ombros, sorrindo.


- Quanta maturidade! – ironizou Pansy, apertando a ponte do nariz de olhos fechados. – Isso cai nos NIEMs, criança.


- Até os NIEMs, eu aprendo, Pan.


- Mas é muito tapado mesmo.


- Faz você se é tão esperta. – incitou-a. A morena ergueu as sobrancelhas, altiva.


- Expecto Patronum. – uma fumaça perolada saiu de sua varinha até se transformar em uma borboleta que esvoaçou em volta dela por alguns segundos e em seguida sumiu no ar. Pansy olhou para o moreno com um sorrisinho, irritantemente, convencido no rosto.


- Essa criaturinha minúscula não vai lhe proteger de nada. – brincou ele. Pansy deu-lhe um soco no braço. Draco riu da cena. Tentou achar uma lembrança feliz, mas, sempre que conseguia, logo em seguida pensava em como seu pai a arruinara. Então pensou na felicidade que sentira ao descobrir uma provável artilheira para a Sonserina. Seus pensamentos foram preenchidos pelo rosto dela sorrindo após um “ponto”.


- Expecto Patronum. – a mesma fumaça perolada que saíra da varinha de Pansy, saía da dele agora. Ela se expandiu, mas sumiu antes de criar forma.


- Não foi uma lembrança forte o bastante, Malfoy, mas está no caminho. – comentou a professora, que passava por ali. Draco sorriu e decidiu-se a procurar a garota e só deixá-la ir quando a convencesse a ser sua artilheira.


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- Muito obrigada por ter corrigido meu trabalho, Mi. – agradeceu Harry, enquanto jantavam.


- De nada. – disse ela, sorrindo. – Rony, quando vou receber o seu para corrigir?


- Quando eu o fizer. – respondeu o ruivo, prontamente.


- Irresponsável. – acusou-o, severamente.  – O trabalho é para segunda, Rony.


- Eu faço no fim de semana. – Hermione o olhou acusadoramente, mas não disse mais nada.


- Atenção, por favor. – pediu McGonagall. O salão se calou e ficou atento à diretora. – Após terem acabado de jantar, peço que esperem no salão. Tenho um comunicado a fazer. – voltou a se sentar e o salão explodiu em um burburinho excitado.


- Oi. – cumprimentou Lilá, sentando-se ao lado de Rony. Este sorriu e beijou-lhe o rosto. – O que será que McGonagall vai dizer?


- Quando será a próxima visita à Hogsmeade? – especulou Rony.


- Não. Os dias são comunicados em panfletos no salão comunal. – descartou Hermione.


- Nós vamos saber daqui a pouco. – disse Harry, dando de ombros.


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- Draco, corrige meu trabalho de poções? – pediu Blaise.


- Você já fez?


- Já.


- Está bem. Me entrega quando nós chegarmos ao salão. Eu corrijo antes de dormir. Quer que eu corrija o seu, Pan? – como a morena não respondeu, Draco se virou para ela. Pansy estava com o olhar vidrado em um ponto na mesa da Corvinal. – Pansy! – o loiro cutucou a amiga.


- O quê?


- O que você estava vendo? – perguntou Blaise.


- Nada. – respondeu, rapidamente. Os dois garotos se olharam e procuraram o que a amiga estava olhando. – Eu não estava vendo nada! Querem parar com isso?!


- Só se você disser o que estava vendo. – disse Draco.


- Quer deixar de ser enxerido, Malfoy?!


- Pansy? – chamou-a Blaise. Ele parecia furioso e magoado. – Acho que o nada que você estava vendo está fazendo sinal para você. – a morena corou fortemente e virou para a mesa da Corvinal, onde um garoto loiro acabara de lhe mandar um aviãozinho de papel enfeitiçado.


- Ele... ele tem estudado comigo na biblioteca. – explicou, guardando o aviãozinho rapidamente no bolso. Blaise baixou a cabeça e continuou comendo em silêncio.


- Você está gostando do Corvinal? – perguntou Draco, sem que Blaise ouvisse.


- Não sei. Ele é legal. Nós conversamos umas três vezes.


- O que ele escreveu no bilhete? – Pansy puxou o bilhete amassado do bolso e o leu rapidamente.


- Quer saber se eu vou à biblioteca amanhã de manhã antes da aula.


- E você vai?


- Eu ia. – respondeu a garota, suspirando. – Mas agora tem um significado se eu for.


- E você está pronta para arcar com as consequências desse significado? – os dois olharam para Blaise, que ainda comia alheio a eles. Não, ela não sabia se estava.


x


- Vossa atenção, por favor. – McGonagall levantou-se e todas as conversas cessaram. – Tendo em vista os acontecimentos do ano passado, o corpo docente de Hogwarts resolveu comemorar o dia das Bruxas com um baile de máscaras. – os alunos explodiram em palmas e assobios. – Todos deverão ter um par e, obviamente, vir mascarados. O baile acontecerá no dia trinta e um de outubro. Agora, todos estão liberados se quiserem sair. – houve uma debandada geral e um tumulto de vozes e cadeiras arrastadas.


- Isso é tão legal! – comentou Hermione. Ela, Harry, Rony e Lilá tinham acabado de sentar no salão comunal. – Nós estávamos precisando de um baile.


- Se eu achar um vestido totalmente fechado. – resmungou Lilá.


- Você não devia esconder essa cicatriz, Lilá. – Hermione ergueu o pescoço e a loira viu a fina cicatriz em sua garganta.


- Quem...


- Bellatrix Lestrange. São marcas com as quais nós temos que nos acostumar.


- Eu já lhe mostrei a minha cicatriz. – disse Rony. – E meu irmão, Gui, tem cicatrizes das garras de Greyback no rosto. – a loira deixou a boca abrir.


- No... rosto? – Rony assentiu.


- E ele é muito bem casado com Fleur Delacour. A campeã de Beauxbatons no Tribruxo.


- Lilá, quer um exemplo mais gritante de uma cicatriz que incomoda? Olha isso! – apontou a própria testa. Lilá olhou e se deu conta de que nem percebia mais a cicatriz de Harry. Já era comum a todos que o conheciam. Mas deveria ser um fardo muito grande para o garoto ter de conviver com uma cicatriz tão famosa por algo tão ruim.


- Eu continuo dizendo que você não deveria esconder sua cicatriz. – repetiu Hermione. – Mas, se você quiser, eu lhe ensino o feitiço que esconde imperfeições que o Prof.º Damian ensinou.


- Obrigada, Mione.


- Ah! Loira. Você é linda de qualquer jeito. – comentou Rony, abraçando-a. Harry e Hermione se entreolharam e Lilá enrubesceu.


x


Pansy, Blaise e Draco iam em direção ao seu salão comunal. Blaise ia um pouco à frente, ainda quieto. Pansy deu um cutucão nas costelas de Draco. O loiro ia reclamar, mas a garota pôs o indicador em frente aos lábios, pedindo silêncio.


- “Ai” – apenas moveu os lábios.


- “Conversa com ele”. – mandou a garota, também apenas movendo os lábios.


- “Não, Pansy”. – a garota apontou para o moreno, com uma expressão raivosa no rosto. – “Não”. – implorou o loiro, ainda sem emitir som e com uma expressão do mais profundo sofrimento.


- Eu vou dar uma volta. – avisou ela e pegou o corredor adjacente. – “Vai!”. – mandou, apenas movendo os lábios. Draco revirou os olhos e alcançou o amigo.


- Quer conversar? – perguntou, cautelosamente.


- Não. – cortou-o Blaise.


- Ok, então. – os dois fizeram o percurso até o salão comunal em silêncio e, assim, subiram para seu dormitório. – Blaise?


- O que é? – perguntou, agressivamente.


- Fala comigo.


- Eu não quero falar, Draco.


- Olha, Pansy me disse que eles só...


- Eu não quero saber o que ela lhe disse! – vestiu a calça do pijama e deitou em sua cama, fechando as cortinas.


- Ok, então. Eu tentei. – o loiro pôs seu pijama e também foi dormir.


x


Hermione já estava quase terminando sua ronda e voltando para a torre. Sabia que deveria se sentir orgulhosa por Harry ter bom senso e obedecê-la e não vir procurá-la, mas tudo que sentia era um certo desapontamento. Passava por uma janela no terceiro andar, quando pensou ter ouvido seu nome. Parou por um momento, escutando atentamente.


- Hermione! – a morena deu um pulo e sacou a varinha.


- Quem está aí?


- Harry. – respondeu. – Venha até a janela. – Hermione guardou a varinha e se aproximou da janela. Não conseguia conter a alegria de saber que ele tinha vindo. O garoto estava montado em sua Firebolt e sorria para ela. – Pensou que eu não viria, não é?


- Se você fosse um bom garoto, não viria. – repreendeu-o, mas não conseguiu não sorrir. – Sabia que eu posso lhe dar uma detenção ou tirar pontos de Grifinória por isso?


- Você não tiraria pontos de mim. Muito menos me daria uma detenção. Você me ama.


- Quanta pretensão, Potter! – debochou ela.


- Vem comigo. – ficou bem perto da janela e ofereceu-lhe a mão. Hermione recuou.


- Não mesmo! – cruzou os braços sobre o peito. – Nós estamos no terceiro andar, Harry. E, além do mais, você sabe que eu odeio voar.


- Eu lhe protejo. – garantiu ele, com aquele olhar lindo que Hermione nunca conseguiu recusar.


- Harry...


- Vamos, Mi. Onde está seu senso de aventura? – a garota fitou a mão que ele lhe oferecia. Lentamente, foi até ele e a segurou.


- Se eu morrer, viro uma fantasma e lhe assombro pelo resto da sua vida! – ameaçou-o. Harry apenas riu e a puxou para a vassoura. Assim que subiu, Hermione escondeu o rosto nas costas de Harry, cerrando os olhos, e o apertou com toda força pela cintura. Harry impulsionou a vassoura e seguiu para o lago.


- Hermione, você tem que ver isso. – disse, enquanto desacelerava acima do lago. – Abra os olhos, morena.


- Não. – sua voz saia abafada contra as costas de Harry. – Tenho horror a voar, pavor de altura e sinto vertigens só de pensar em quão alto nós estamos. Não posso olhar, Harry!


- Hermione, confie em mim.


- Você sabe que eu confio, Harry. Mas não me peça isso. – lentamente, Harry passou os braços pela cintura da garota.


- O que você vai fazer? – perguntou, se agarrando com mais força a ele. Uma nota de pânico preenchendo sua voz.


- Botar você na minha frente.


- Não, Harry!


- Hermione, por favor, confie em mim. – a garota ficou alguns segundos imóvel, mas em seguida afrouxou o abraço. Harry a puxou para seu colo, fazendo-a passar as duas pernas ao redor dele e fê-la passar para sua frente, de frente para si. Hermione não abrira os olhos. – Pode abrir os olhos, Mi.


- Não quero.


- Hermione!


- Oh! Tudo bem! – muito lentamente, Hermione abriu um olho depois o outro. – Uau! – olhou o céu estrelado, a lua nova e o lago... a muitos metros abaixo deles. Agarrou-se a Harry, voltando a fechar os olhos. O garoto riu e dirigiu a vassoura para a torre de astronomia. Pousaram na sacada, Hermione ainda agarrada em Harry.


- Pode abrir os olhos agora, Mi. Já estamos em terra. – Hermione o soltou e percebeu onde estavam.


- Ainda estamos muito alto. – reclamou se afastando da mureta da sacada e adentrando na sala. Harry a seguiu, deixando a Firebolt encostada à parede. Harry conjurou um colchão, almofadas e uma manta vermelha e posicionou-o onde dava para observar o céu. Os dois deitaram lado a lado e se cobriram. – Você daria um excelente namorado, Harry. – comentou Hermione, deitando a cabeça no peito do rapaz.


- Eu sei. – comentou, casualmente, enquanto passava as mãos pelos cabelos dela. Hermione sorriu e lhe deu um tapa. – Viu o que você está perdendo?!


- Harry...


- Eu sei. Eu sei. Não vou tocar mais no assunto se você se sente incomodada. Mas isso não muda o que eu sinto. – Hermione ergueu-se sobre o cotovelo para poder olhá-lo.


- Por quê?


- Por que o quê?


- Por que você quer a mim? – Harry acarinhou-a no rosto.


- Você não se dá o devido crédito, Hermione. Eu amo tudo em você. – o coração da garota parecia que iria sair de dentro do peito tão forte batia. – Sempre amei. Só não percebi antes porque tinha tanta coisa acontecendo comigo todo o tempo.


- Eu amei você no instante em que pulou sobre aquele trasgo para me salvar no primeiro ano. – confessou ela. – Mas achava que era apenas fascinação por quem você era e pelo que tinha feito por mim. Então, no terceiro ano, você começou a gostar de Cho e eu tentei esquecê-lo e caí na besteira de me iludir em gostar do Rony. – ela expirou com força. – E talvez nunca tivesse visto que era uma mentira se ele não tivesse ido embora ano passado. – Harry sentou-se e ela lhe acompanhou.


- Então por que não?


- Porque nós estamos abalados. Seria burrice começar algo com estruturas tão frágeis.


- O que eu sinto por você não é de agora e muito menos é frágil. E, pelo que você disse, nem o que você sente o é.


- Não, não é. – percebendo quão difícil aquilo era para ela, Harry decidiu adiar aquela conversa até que ela se sentisse preparada.


- Vai comigo ao baile de dia das bruxas? – Hermione o olhou, sorrindo.


- Eu adoraria. – Harry sorriu de volta e puxou-a para que voltassem a se deitar e olhar as estrelas.


x


Draco rumava, sozinho, para a primeira aula da manhã. Blaise se queixara de dor de cabeça e lhe dissera que iria depois e Pansy não estava no salão quando o loiro desceu e ele conjecturou que ela já estaria na biblioteca.


- E então? – perguntou Pansy, agarrando-lhe o braço para andarem juntos.


- De onde você saiu? E então o quê? – perguntou Draco, confuso. Pansy revirou os olhos.


- Vim da biblioteca. O que Blaise disse a você?


- Nada. Você sabe como Blaise se fecha quando quer. Você viu o tal Corvinal?


- Vi, mas não fique mudando de assunto! Era para você extrair algo dele, não esperar que ele lhe oferecesse.


- Pan, garotos não gostam de falar sobre sentimentos. Nós preferimos fingir que não temos. E é pior quando se é um Sonserino.


- Você é um inútil, Malfoy! – xingou-o Pansy.


- Ei! Não se volte contra mim. Quem fez a estupidez foi você!


- Eu? O seu amigo idiota que não sabe o que quer! E você é burro demais para arrancar qualquer coisa dele. – irritou-se ela.


- Eu não mandei você desistir dele, Parkinson! Agora aguente a droga das suas consequências e não me bote no meio. – repreendeu-a Draco e deixou-a parada e embasbacada no meio do corredor.


x


Draco caminhava em direção à sala de Feitiços quando deparou-se com Blaise e uma Lufa-Lufa se agarrando no corredor.


- E o dia só fica melhor. – reclamou, dando a volta e seguindo por outro corredor. Ao virar, no fim do corredor, trombou com alguém e a pessoa foi ao chão. – Desculpe. – ajudou a garota a levantar.


- Ah! Não! – reclamou ela.


- Que grata surpresa.


- Não para mim. Com licença, Malfoy. Eu estou atrasada.


- Tudo bem. – disse dando espaço para que ela passasse. A garota o olhou desconfiada.


- Obrigada. – disse, lentamente.


- Qual vai ser sua última aula hoje?


- Por que quer saber?


- Gostaria de falar com você quando tiver um tempo. – a garota ia abrir a boca para recusar. – Só conversar. Prometo. – ela pensou um pouco.


- Amanhã, depois do café, em frente à cabana do Prof.º Hagrid. E não se atrase! – seguiu seu caminho, deixando Draco extremamente feliz. Tão feliz que esqueceu que estava evitando o corredor que acabara de atravessar.


- Mas que inferno! – exclamou alto, ao ver Blaise e a garota de novo. Os dois se separaram e se despediram.


- Não fala nada. – mandou Blaise.


- Eu não preciso. – contra argumentou Draco, mordaz.


x


- Por que está indo por aí? – perguntou Rony ao amigo. Os dois garotos tinham um tempo livre, enquanto Hermione fazia Estudo dos trouxas.


- Vou à biblioteca fazer o trabalho de Transfiguração. Quer vir? – o ruivo ponderou. Precisava fazer o trabalho, mas não queria por nada no mundo ir se enfurnar na biblioteca.


- Não. Vai você. Eu vou dar uma volta no lago. – os dois se separaram. Harry entrou na biblioteca e logo procurou alguns livros que levou para uma mesa mais afastada. Havia acabado de começar a escrever quando Blaise Zabini sentou, pesadamente, ao seu lado. Harry ergueu os olhos para fitar o recém chegado curiosamente, mas Blaise não notou, pois seu olhar se detinha a algumas mesas a diante.


- Ahn. Zabini? – o garoto olhou para Harry, parecendo só agora, realmente, enxergá-lo.


- Olá, Potter.


- O que você...


- Vigiando. – explicou. Harry olhou para onde o moreno olhava antes e viu Pansy Parkinson e Miguel Corner conversando.


- Ah! – compreendeu. – Achei que vocês estavam juntos. – comentou, para puxar assunto, enquanto voltava a escrever.


- Não.


- Mas você quer.


- Por que acha isso?


- Bem, você está na biblioteca apenas para vigiá-la. É muito trabalho para quem não quer. Mas acho que você está fazendo errado. – opinou, voltando a olhá-lo. Blaise o olhou, questionador. – Aquele com ela é Miguel Corner. Já foi uma pedra no meu sapato duas vezes. E parece que agora ele é a pedra no seu sapato.


- O que qualquer garota vê nesse imbecil de qualquer forma? – perguntou, inconformado. Harry deu de ombros.


- Voltando ao que eu estava dizendo, você está reagindo de forma errada.


- E o que você acha que eu deveria fazer já que você é o especialista? – perguntou, irônico. Harry riu do mau humor do garoto.


- Primeiro, guarde o seu sarcasmo de mau-humor para ele. – Blaise fez uma careta. – Miguel é artilheiro. Quando ele namorava Cho, eu pedi aos meus batedores que o acertassem uma vez. Três costelas quebradas. – voltou a escrever. – Você já é da posição certa. – Blaise sorriu, malignamente.


x


Rony caminhou pelo lago, contornando-o. Parcialmente, odiava os momentos em que ficava sozinho, pois sempre acabava pensando sobre coisas que o faziam entristecer. Sentou-se encostado em uma árvore e abriu a mochila à procura de uma foto que guardava lá. Achou-a e ficou a contemplá-la. Era a foto que fora parar na capa do Profeta Diário anos antes. Observou os rostos sorridentes de toda sua família acenando para ele. Um registro de pura felicidade parado no tempo e guardado para sempre. Instantaneamente, seus olhos marejaram. Focou primeiro no rosto perfeito do irmão mais velho. Entendia bem porque sua mãe chorara por tanto tempo. Gui era, sem dúvida, o mais bonito dos seis homens. Depois seu olhar foi atraído por Fred. O sorriso travesso para sempre congelado em seu rosto. As lágrimas agora caiam livremente. Ele abraçou as pernas, encolhidas junto ao peito, e escondeu o rosto nos joelhos. Não ergueu a cabeça nem quando sentiu alguém abraçá-lo.


- Vai ficar tudo bem. Calma, querido. Vai ficar tudo bem. – Lilá beijou-lhe o topo da cabeça, enquanto o aninhava contra si.


- Não, não vai! – negou, taxativamente, o garoto em meio ao choro. – Eu perdi um irmão. Há crianças sem pais, pais sem filhos. Nada, nunca, vai ficar bem. – seu corpo era sacudido pelos soluços. – Sempre vão existir esses vazios que nunca serão preenchidos.


- Sim, eles sempre vão existir. Mas, com o tempo, vai ficar mais fácil suportar. – Rony ergueu o rosto marcado pelas lágrimas e fitou a loira.


- Será mesmo? Será que um dia eu vou ver minha mãe completamente feliz outra vez? Porque, hoje, eu não consigo acreditar nisso. Você não a conheceu, Li, mas minha mãe era a pessoa mais feliz do mundo. Mesmo com todas as dificuldades que passamos, ela nunca desanimou. E agora ela mal sai da cama pela manhã.


- Ela só precisa de tempo, Rony. Acredite, ela vai se reconstruir. – Lilá passou a mão pelo rosto do garoto. – Todos nós vamos.


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- Já sabe quem vai convidar para o baile, Rony? – perguntou Harry. Era noite e ele, Hermione e Rony estavam sentados no salão comunal conversando. O moreno se encontrava sentado no chão, entre as pernas de Hermione.


- Tenho uma ideia, mas nada certo ainda. – desconversou o ruivo. Hermione tocou em Harry com a perna e o moreno sorriu, entendendo o sinal.


- Pois não demore demais a convidar ou, quando o fizer, pode ser que ela já tenha par. – aconselhou Hermione.


- Mas já estão convidando? – perguntou, surpreso.


- Claro. – respondeu Dino, sentando ao lado de Harry no chão. Junto com ele, chegaram Neville, Lilá, Parvati, Simas e Gina. – Hoje mesmo, já vi muitos convites pelos corredores.


- Eu acho um pouco cedo demais. – comentou Parvati. – É muito tempo para a pessoa mudar de ideia ou algo acontecer.


- Você já foi convidada, Pati? – perguntou Simas.


- Não.


- Está explicado. – a morena jogou uma almofada no garoto, enquanto os outros riam.


- Cale a boca, seu grande idiota.


- Bem, eu não acho que seja ruim. – opinou Hermione. – Acho que mostra o interesse do garoto. Quanto mais interessado, mais cedo ele convidará para não correr o risco de a garota já ter aceitado ir com outro.


- Já passei por isso. – disse Harry. – E não é nada legal.


- Mas você foi com Parvati no último baile. – lembrou Neville. Harry enrubesceu.


- Desculpe, Pati! – pediu, arrependido de suas palavras. – Não quis dizer nesses termos.


- Oh! Esqueça. Eu sei bem que você só me convidou para não ir sozinho. Mas, como, na época, eu gostava de você e queria que me convidasse, eu não me importei com isso. – minimizou a garota. – Águas passadas. – o grupo riu e se descontraiu.


- Ei! Mi. Esse ano não tem nenhum búlgaro bonitão para lhe levar. Vai ter que se contentar com um garoto de Hogwarts mesmo. – brincou Gina. Hermione ruborizou levemente e Harry, com um pouco de ciúmes, virou para fitá-la.


- É, Hermione. Vai ter que se contentar com alguém daqui. – Hermione o olhou, sorrindo.


- Vítor e eu somos apenas amigos e não aconteceu nada entre nós. – explicou a morena pela enésima vez. – E eu já tenho um par. – comentou para espanto de todos menos Harry, que sorrira marotamente.


- Quem? – perguntou Lilá, entusiasmada.


- Vocês verão. – respondeu, enigmática.


- Hermione vai repetir o suspense do quarto ano. – brincou Neville.


- E ele é melhor que o Krum? – perguntou Gina.


- Qualquer um é melhor que o Krum. – resmungou Rony.


- Você teve que se contentar com ele? – perguntou Harry, cinicamente.


- Não. E ele supera qualquer outro.


- Bom saber. Porque eu só deixaria você ir com o melhor. – disse Harry.


- Não se preocupe, Harry. Ele é o melhor. – respondeu ela, olhando-o diretamente.


x


Draco e Blaise estavam conversavam em um canto do salão comunal, enquanto Pansy lia um livro a algumas poltronas deles.


- Ela vai ficar louca de tanto ler. – comentou Blaise, para que somente o amigo ouvisse.


- Ela está ficando igual a Granger. Não sai daquela biblioteca. – a menção do local, Blaise fechou a cara.


- Mas, diferente da Granger, ela não vai lá só para estudar. – vendo que aquele era um caminho sem futuro, Draco mudou de assunto.


- Ah! Convenci a garota a conversar comigo amanhã. – contou Draco, entusiasmado.


- Por favor, não diga que isso é mentira. – implorou Blaise.


- Não. – disse Draco sorrindo.


- Isso! – comemorou Blaise. – Draco, você só a deixa ir quando ela disser que aceita.


- Esse é o plano.


x


- Draco ainda está dormindo? – perguntou Pansy, se levantando, assim que Blaise desceu as escadas do dormitório.


- Acordou mais cedo. Disse que pegava alguma coisa para comer nas cozinhas.


- Por quê?


- Ele vai se encontrar com a garota que pode ser a salvação da equipe da Sonserina. – virou-se para ela pela primeira vez. – E você não deveria estar na biblioteca “estudando” – fez aspas com os dedos. Pansy arregalou os olhos perante a agressividade, aparentemente, sem motivo.


- Eu fiz alguma coisa contra você?


- Não. – disse o garoto, sorrindo, cínico. – Mas eu vou fazer várias coisas hoje e você não vai querer estar por perto, Panzinha. – o tom debochado, o uso do apelido ridículo de infância e as coisas implícitas naquela frase despertaram a ira da garota.


- Pois pode ir se foder, Zabini! – saiu batendo os pés e deixando o moreno com um sorrisinho de canto.


x


Draco caminhava rumo à cabana do guarda-caça, enquanto lhe ocorria que a garota não havia especificado um lugar certo para o encontro. Enquanto especulava como ela o acharia, ela surgiu em seu campo de visão. Ela desenhava algo em um bloco. Ele se aproximou, silenciosamente.


- Chegou cedo. – comentou ela, sem se virar e fechando o bloco sem dar chance de o loiro ver o que ela desenhava. – Ponto para você. – completou, já de frente para ele.


- Bom dia. – cumprimentou ele. – Vamos sentar? – os dois sentaram no morro.


- Ok, Malfoy. Estou aqui e vou lhe ouvir, mas você sabe a minha resposta.


- Tenho esperança de fazê-la mudar de ideia.


- E se você não conseguir?


- A Sonserina não vai ter uma equipe.


- Isso é para me deixar preocupada, culpada, nervosa ou todas as opções anteriores?


- Não. É só um fato.


- Não quer me chantagear. Mais um ponto para você. – Draco sorriu. Ficaram um momento em silêncio. – Ok, Malfoy. Estou esperando.


- Primeiro, me diz seu nome? Por favor. É horrível conversar com alguém desse jeito. – a garota especulou por um momento antes de dizer, hesitante.


- Andie. – disse por fim.


- Só Andie?


- Não força a barra. – Draco sorriu.


- Andie... você, provavelmente, sabe tudo que aconteceu nos últimos dois anos. – a garota confirmou com a cabeça. – Quanto a isso, eu só posso pedir a você que acredite que, se eu voltei a Hogwarts, é porque eu não sou e nem nunca quis ser um Comensal da Morte. Não posso dizer que não era um cretino, arrogante, mas eu nunca fui mau. As coisas que eu tive que fazer... – interrompeu-se. – tudo tem uma explicação.


- Você não precisa se explicar para mim quanto a isso. Eu tenho certeza de que, se Potter desculpou você, é porque você mereceu.


- Obrigado. – agradeceu, sinceramente. – Muita gente não... Você disse Potter?


- Sim.


- Mas os jornais disseram que minha família foi perdoada pelo ministro.


- Eu sou mais esperta que a maioria da população. E sei ler entrelinhas.


- Você é esperta demais para o meu próprio bem. – foi a vez de ela sorrir. – Bom, então você realmente não quer jogar só porque não sabe voar?


- Correto.


- Isso é ótimo. – ela levantou uma sobrancelha. – Eu posso lhe ensinar. Eu voo desde antes de andar.


- Essa é a sua solução? – ela riu. – Nem pensar! – levantou. Draco conseguiu pegar a mão dela e pará-la.


- Você disse que me escutaria.


- E escutei! Mas você é insano! Madame Hooch é professora de voo e não conseguiu me ensinar. Como você poderia?


- Eu sou mil vezes melhor professor que ela. – ela riu, incrédula.


- Não. – ela deu as costas.


- Todos, nessa maldita escola, me odeiam! – desabafou ele. Andie parou, mas não voltou-se para ele. – E McGonagall me dá a coisa que eu mais queria. E ninguém me quer como capitão. Mas, se eu oferecer uma chance real de vencermos o campeonato das casas esse ano, talvez... – engoliu em seco. – eles reconsiderem. Você é minha única chance. – ela permaneceu imóvel por um momento.


- Acha mesmo que, comigo na equipe, a Sonserina pode ganhar a taça de quadribol? – perguntou, se virando.


- Nunca diga isso ao Potter, mas eu só perco para ele. E isso porque o cara é uma força da natureza voando. Como fã de quadribol eu digo que é um prazer jogar contra ele e poder ver de perto o que ele pode fazer.


- Nunca imaginei que você diria isso.


- Eu sou realista. Com você na equipe, vamos para a final com a Grifinória e, aí, é só eu impedi-lo de pegar o pomo por tempo suficiente para você nos por mais de cento e cinquenta pontos à frente. – Andie olhou-o nos olhos e viu toda a necessidade urgente neles. Já não poderia recusar.


- Todas as tardes depois da aula, por, no mínimo, uma semana antes de me apresentar, você vai me ensinar. – Draco nem acreditou em seus ouvidos. – Sem piadas ou zoação. E, se eu disser que desisto, eu desisto.


- Feito.


- Até segunda, capitão. – Andie se virou e começou a andar de volta para o castelo, mas ainda ouviu o grito de felicidade de Draco.


x


N/A: Aiii, gente! Nem acredito que estou postando esse novo capítulo! *-* Tudo se resolveu bem, na medida do possível. Agora, é só torcer para que não aconteça de novo. Eu peguei o computador na terça, mas, como não tenho tempo para nada durante a semana e precisava revisar o capítulo e responder aos comentários, só pude postar hoje. Bem, é isso. Só uma última coisa: já estava com saudades! =D


Melissa: Muito obrigada! :D Oin *-* Guria, muita coisa vai acontece ainda. Ele ter se declarado e ela “tbm” não é nada demais. Quanto aos sentimentos, ainda terão várias cenas para ele demonstrar que eles estão crescendo cada vez mais em relação a ela. Não sei se dúvida é a palavra. Acho que ela não consegue se ver (ainda) namorando alguém. Não tão pouco tempo depois da guerra. Aiii! *o* Eu tbm! É tããão lindo! Eles se entendem. Simplesmente assim. Ah! Com certeza! Até porque as cenas de sexo de hj em dia são sempre muito mais vulgares do que românticas. AUSHAUSHAUHSAUSUA Pois é! Mas faço 18 em setembro! To tentando postar toda sexta ou sábado. Pra vocês poderem esperar um dia certo. Espero que tu goste do cap. Bjão.


Miillaa: Pois é. Eu não devia falar isso (porque vai que eu desisto da ideia, né?!), mas eu tenho planos (veja bem, são apenas divagações de uma mente insana e problemática com tendência a continuar fazendo fics até sobre os tataranetos deles), de fazer a continuação dessa fic. TALVEZ! Seria sobre eles depois de Hogwarts (SE acontecer). E aí teriam várias cenas deles cuidando do Ted porque ele moraria com eles. MAS, isso nós veremos muuuuito para frente. Meu objetivo agora é terminar essa fic. SE vocês gostarem e SE eu conseguir ter criatividade suficiente, eu começo esse outro projeto. Por enquanto são apenas mil ideias de cenas que eu quero escrever. (=


Muito obrigada! :D Hum... beijo? Veremos. ;) UAHSUAHSUAHSUAHS Ah! Eu tbm adoro! Pois é. =/ Espero que tu goste do cap. Bjão.


Pamy: Muito obrigada! :D Pois é. Eu chamo isso de cega, surda e insensível (ao tato, saca?). Tbm gosto da Gina, mas não pra ele. Tu vai ver como eu realmente gosto dela ao decorrer da fic (não é ironia). Pois é. Não foi legal. Essa vai demorar um pouco. Pois é. Drenou o menino! Ahh! Odeio decepcionar vocês, mas, tipo, eu não comentei da conversa Harry/McGonagall porque me pareceu irrelevante a história. =/ Mas, pra mim, ela deve ter dado aquele tipo de orientação e explicado porque ele não pode se deixar dominar pela raiva desse jeito e coisa e tal. Espero que tu goste do cap. Bjão.


Tito: Confiando que “sem noção” foi um elogio tbm, muito obrigada! :D Eu amo fazer essa ponte entre um grupo e outro. Fazer eles interagirem, mas sem se misturarem. É muito legal. Assim, eu realmente acho que os Sonserinos são tão amigos quanto os Grifinórios. Acho que eles estariam dispostos a fazer qualquer coisa uns pelos outros. A única diferença é que eles são mais... como dizer... reservados, não demonstram sentimentos com tanta frequência, se importam menos com o que falam uns para os outros, se vai magoar ou não e falam mais verdades quando brigam, e são, bem, como todo Sonserino, arrogantes, irônicos, agressivos, mordazes e um pouquinho maus. Por exemplo, a única coisa dessas três coisas que não parece comigo é não demonstrar sentimentos (bem, e ser má. Eu sou legal. (= ). Pois é. Se nem JK sabe, eu é que não faço ideia.


Nada de spoillers! Continua acompanhando a fic que tu verá. :D  Tu gosta da Luna? Sobre a conversa Harry/McGonagall, leia o comentário acima. Dumbledore? O.o Não. Por quê? aushausaushaus Nada! Pode perguntar o quanto quiser. Espero que goste do cap. Bjão.


Rosana: Acho que o Harry só vai aprende com a idade. Só a maturidade pra acalmar ele. Não acho que um susto, mas, talvez, uma desestabilizada. Por enquanto ela sabe que tem ele na mão. Vamos ver o que acontece se ela perceber que não tem. auhsuashuashuha Agora chega, que eu já dei pista demais. Também não sou muito da unilateralidade, mas, para meus planos futuros, é importante. Espero que goste do cap! Bjão.


Potter_Salter: Muito obrigada! Ai, que bom que tu tá gostando. *-* Sim, eu tbm! Ele é totalmente incompreendido. Não, né?! Eles são muito, muito fofos! São perfeitos. Apenas isso. Espero que goste do cap! Bjão.


Fernando.M: Ain! *-* Muito obrigada! Desculpa a espera. Mas, agora, está tudo resolvido. Embora eu ainda não saiba como será o tempo entre os caps. Mas prometo me esforçar para ser pouco tempo. Espero que goste do cap! Bjão.

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Comentários (5)

  • Tito Shacklebolt Finnigan

    Srta. Conde!! SENSACIONAL! =] FANTÁSTICO!! Poxa, só hoje tive oportunidade de comentar... mas cara, sua fic ta excepcional! E a utilização do "sem noção" foi sim um elogio!  Muito interessante a abordagem que você colocou no Harry e na Hermione... muito mais adulto a relação que eles vem tendo, fora o fato do Harry estar sendo bem direto!! E a Hermione, bem... eka ta sendo a hermione!! =] Quanto a Luna eu sou fã demais dela... aquele jeito todo filósofa de outra galáxia me encanta!! =) Sobre o Dumbledore foi só uma dúvida mesmo que tava me deixando inquieto... enfim, agora deixa eu ler o próximo capítulo!!! =)  

    2011-08-25
  • Punkeeslaw Potter

    Ahhh caaara, que delília isso!! Depois de muito tempo fuçando pela Floreios e procurando uma boa H² pra ler encontro essa fic. Não vou mentir e dizer que eu só comecei a ler por desespero, :$, porque eu achei um pouco estranha e meio "suspeita", mas depois que eu comecei nem parar mais. E num piscar de olhos eu já tinha lido todos os capítulos que tu postou, agora corre e posta mais um, ou dois, ou três... Aah, tu entendeu! ;P E nem me leve a mal se isso soou meio insultante, juro que não era o que eu quria, por quê francamente, quero que você goste de mim, porque aí vou poder exigir capítulos com rapidez! ;D Eu gosto de H², sou viciada e não sou do tipo que abre espaços para outros casais, apesar de ter meus segundo e terceiros shippers favoritos, mas realmente fiquei muito a fim da história do Draco e do Ron. Eu sou daquelas do tipo inflexível, se me entende! kkkkk, mas aqui eu gostei. Você cria uma boa história em torno do povo e deixa esse gostinho de quero mais. E eu particularmente invejo isso, taaanto. *-* Daí agora que eu notei que tem coisas escritas na capa a respeito dos personagens e eu suponho, pelo que eles mais querem depois de tudo o que já se passou com eles. E isso só me deixou mais curiosa. E olha que já estou muito cuirosa com tudo o que você quer aprontar. (y" Então, nem ligue, meus comentários são na medida do possível frequêntes e ligeiramente grandes, de um ponto que euolho e fico com vergonha, mas tudo bem, eu acabo superando, porque uma autora aqui da Floreios que é minha amiga diz que gosta, então, eu meio que abuso. kkkk, deixa eu pegar intimidade pra ver até onde esse abuso todo vai. ;) Hã, eu tinha mais coisas a falar, ma realmente não consigo lembrar, culpa dessa gripe chata. ¬¬  AAHH! Certo, lembrei, eu gosto desse seu Rony com essa Lilá. Eu gosto do jeito dele perto dela, de alguma forma engraçada o que os dois evoluíram depois de terminarem, parece ter feito eles mais certos para ficarem juntos, nessa sua criação. Achei fofa e bem trise também, essa conversa sobre cicatrizes. Sobre todas elas, do Rony à Hermione falando das que eles também carregam. Mas falando em cicatrizes, você disse que gosta de algumas coisas que ambos, livros e cinema tratam. Você gostou da cena da tortura da Hermione, então a cicatriz dela, de 'mudblood' continua? *-* De tempos em tempos eu mudo de opinião sobre a cicatriz, dependo do humor que eu tô quando eu assisto o filme ou penso nisso. Nesse momento eu gosto, é meio clichê e podre, mas eu goso. Só fiquei em dúvida se você a manteria ou não. Ainda sobre Ron/Lilá, eu gosto dessa coisa de um chegar quando o outro precisa de companinha, sem ser a tradicional. Acho uma forma fofa de aproximar os dois e sabe, preparar eles para a cura que eles querem. Agora, que fofos esses seus Harry e Hermione! Eu me apaixonei por eles. *-* De verdade. Acho incrível a forma que o Harry deixa claro que quer a Hermione e o jeito que eles tratam o assunto, sabe, acho isso muito cute e maduro. Demonstrando o quão adultos eles tão depois de tudo. Pensando nos dois me fez pensar na Gina, de quem eu raras vezes gosto. Mas enfim, na sua capa ela não aparece, o que me faz pensar que ela não vai ser muito levada em consideração. Até onde eu pude captar, sua trama vai girar mesmo em cima dois dois trios, no da Grifinória e no Sonserino. Eu pensei nisso, porque eu li um comentário seu, respondendo a alguém que ela vai se dar bem ou algo assim, não sei, é que quando um autor diz isso, pelo menos até onde eu vi até agora, ela não fica desse lado da força, se me entende. :c Oh cara, eu ia falar mais, muito mais, mas já é madrugada e é dia de semana e eu preciso, mesmo, ir dormir ou minha gripe maldita não e abandona mais. :x Mas tá, espero o próximo anciosa. Tomara que nem demore! ;P Beeeijos até mais. P.S.: Hey, esqueci de dizer, sou nova aqui. (y) Siiim, eu sei que é bizarro anunciar isso no fim do capítulo, mas eu acho tão legal e chato ao mesmo tempo, e eu nem consigo evitar, sabe, é só a minha cara fazer isso... kkkk, isto é, quando eu lembro de o fazer.  P.S.¹: Sim, eu sou cara de pau, e você; se gostar do meu comentáio; vai descobrir o quanto nos próximos. Como eu disse, depende de sua aceitação ou não ao meu comentário. (y" Tudo bem, agora é sério, antes de que invente de fazer mais algum adendo. :s Té mais. :*;

    2011-08-22
  • Angeline G. McFellou

    rsrsrsrsrsrs AI EU VI FIRMEZA EM! Harry esta conseguindo se aproximar da Mione, Draco conseguil uma "nova amiga" e apanhadora! Rony e Li esta caminhando por um bom caminho. É eu to gostando mesmo desse fic!!! amei até aqui, curiosa pela continuação, att assimque der, por favor. Beijos....

    2011-08-21
  • Miillaa

    Aleluia, ela postou *-* To muito feliz por vocÊ ter conseguido pegar o pc, agora vamos rezar pro meu not arrumar, :\ Enfim, seria legal você fazer uma continuação, mas isso é de menos, o que importa agora no momento é essa fic, de resto quando acabar você pensa se faz ou não uma continuação Cara muito triste o Rony, quase chorei junto com ele. Harry e a Mione muitos fofos *-* e pela primeira vez eu estou gostando do Draco e com peninha dele. kk Beeijos, até o proximo cap :*  

    2011-08-20
  • rosana franco

    Nossa a alegria do Draco é contagiante,o Zabine é mesmo um tapado e a Hermione continua me dando nos nervos.

    2011-08-20
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