Descobertas (parte 1)








     O clima era tenso, muito tenso, pensava Hermione Granger enquanto seguia Lupin até uma parte abandonada do estacionamento. Não perguntara o porque dos pais não irem buscá-la, tinha medo da resposta. Sentia que algo importante estava prestes acontecer.


- Podemos aparatar aqui, segure meu braço – o tom objetivo de Lupin deixou Hermione estática por uns segundos, mas logo ela vingou-se segurando o braço do bruxo com mais força do que a esperada. Os olhos castanhos dos dois encontraram-se e a morena viu arrependimento nos olhos de Lupin – Sinto muito Hermione, estou com muita coisa na cabeça, não tem ideia de como a situação esta alterando-se, primeiro a morte de Dumbledore, agora isso.  –  Hermione acenou com a cabeça, mesmo não entendendo exatamente a que ele se referia, perdoou-o. Após seu aceno, aparataram.


Hermione sentiu-se novamente em casa assim que abriu os olhos. O parquezinho em que aparataram era em frente a sua casa, um parque cheio de flores e com balanços. Mal soltou o braço de Lupin e este começou a caminhar para a porta branca da casa dos Granger. Bufando, Hermione seguiu-o. Caso houvesse ocorrido alguma tragédia o antigo professor não agiria assim, então agora só restava saber o que estava acontecendo, o que seus pais tinham feito para Lupin estar bravo com eles.


Lupin não exitou, entrou pela porta sem bater, como se a casa fosse dele. Hermione segui-o calada até a sala, onde seus pais estavam sentados juntos. Sua mãe tinha os olhos vermelhos, e segurava a mão de seu pai fortemente. Hermione sorriu para os pais e estava a ponto de ir abraçá-los quando Lupin falou:


- Sente-se Hermione, temos pouco tempo até o feitiço funcionar, e os Granger tem muito a explicar. – A morena encarou-o confusa, mas como os pais não fizeram nenhum intento de aproximar-se, sentou-se resignadamente na poltrona que havia na frente dos pais. Seus olhos foram atraídos diretamente para a mesa de centro, sempre perfeitamente limpa e com um vaso de flores. Só que desta vez havia mais coisas. A chave de Gringotes, o banco bruxo, Hermione reconheceu rapidamente, mas o medalhão tinha um símbolo estranho, mas sentia que já o tinha visto antes. O medalhão era antigo, muito antigo, pelo que pode perceber, seus dedos coçaram para pegá-lo, mas controlou-se e encarou os pais preocupada.


- O que esta acontecendo? – finalmente perguntou, não agüentava mais esperar. Queria respostas. Viu a troca de olhares entre seus pais e Lupin, e ficou ainda mais nervosa. Sua mãe escondeu o rosto no peito de seu pai e desatou a chorar. Seu pai levou a mão ao bolso e tirou uma carta levemente amarelada pelo tempo. Sem nenhuma palavra estendeu-a para Hermione. Assim que a morena segurou a carta os Granger ficaram paralisados. – Mas o que ...


- Leia a carta Hermione – seguindo a ordem de Lupin, abriu a carta, desesperada por respostas.


 


“ Caros Sr e Sra Granger


Venho observando-os a semanas, sei o quão desesperados ficaram com a notícia de que não podem ter filhos biológicos. Realmente, sinto muito.


Minha filha tem um ano, venho tentando criá-la desde que minha esposa morreu no parto, mas meus deveres para com meus semelhantes me impedem de dar-lhe a devida atenção, o devido cuidado. Hermione, é uma linda menina, tenho certeza que a adorarão.


Sei que é ousadia de minha parte entregar-lhes minha filha assim, mas nada mais posso fazer, meu mundo esta em guerra e tenho o dever de tentar deixar um mundo melhor para minha princesa ( quando ela fizer 11 anos entenderão perfeitamente a que mundo me refiro).


Provavelmente achem estranho que a entregue a vocês, sendo que nem nos conhecemos, mas devem entender, sendo criada por desconhecidos terá uma vida tranqüila, será criada num mundo em paz, longe de todos os perigos que me rondam.


Além disso, não consigo pensar em pessoas que possam ser melhores pais para ela do que vocês, todo esse amor que reservavam para um filho tenho certeza que o dedicarão para ela.


Apenas lhes peço um favor: quando minha filha fizer 17 anos, no dia 19 de setembro de 1996, contem-lhe a verdade. Contem-lhe que a amam como uma filha, mas que infelizmente ela não nasceu do ventre da Sra. Granger. Não peço isso por egoísmo, mas porque ela tem o direito de saber a família que pertence. Existe magia nas relações entre pais e filhos, e por amor a ela respeitem, futuramente, meu pedido.


 Agradeço do mais fundo de meu coração, tenho certeza que ela será realmente cuidada e amada, tenho certeza que a aceitarão como filha!

Entrego-lhes meu bem mais precioso, meu único motivo para querer viver.


Agradecido desde já,


Gregory G.


P.S.: Quando contarem que não são seus pais biológicos, entreguem-lhe junto a carta, a chave e o medalhão.


Quantas vezes leu e releu a carta? Mais de dez, e mesmo assim não conseguia acreditar, não conseguia absorver a informação: Adotada? ADOTADA? A palavra dava voltas em sua cabeça. Nem em seus piores pesadelos imaginara tal situação, nunca imaginara tal situação. Sempre se identificara com os Granger.


“ Pelo amor de Merlin, deve haver algum engano, só pode haver um engano!”


Levantou a vista, em busca de alguma explicação, mas os Granger continuavam estáticos. “ Mas o que diabos esta...oh...não...NÃO!”


- O Esquecimento. – murmurou baixo, mas mesmo assim Lupin ouviu.


- Sinto muito Hermione, eles deveriam ter contado quando fez 17 anos. – a confirmação do antigo professor tirou o chão dos pés da morena por alguns instantes.


Desesperada, levantou do sofá e foi para a sala de jantar, onde havia varias fotos da família. Lagrimas já corriam por seu rosto, mas o choro se intensificou ainda mais, quando viu que não mais aparecia nas fotos. Sua existência fora borrada da vida dos Granger, sua existência fora borrada de toda ou qualquer pessoa que a conhecera como Hermione Granger no mundo trouxa. Num último ato de esperança correu escada acima, estagnando na porta de seu quarto. Seus joelhos trêmulos não agüentaram seu peso, e caiu sentada no chão. Na sua frente, onde antes era seu quarto, agora havia um escritório em tons pasteis.


Como uma criança, abraçou os joelhos e escondeu o rosto entre as pernas, enquanto chorava repetia como um mantra: Não pode ser, não pode ser...Quanto tempo fiou ali, em posição fetal? 5 minutos? 50 minutos? 5 horas? Quem saberia? Quando se sofre o tempo para, tudo para.


Hermione levantou-se tremula, ainda cambaleante foi ao banheiro lavar o rosto, não adiantava de nada ficar largada no chão sofrendo pela realidade, o único que podia fazer agora era chegar ao fundo da nova descoberta, era ser racional, como sempre fora, como os Granger a haviam ensinado a ser. Era uma grifinoriana, encontraria coragem para enfrentar tudo de cabeça erguida. Desceu as escadas devagar, não confiando nas pernas. O rosto já recomposto expressava uma profunda melancolia.


 Lupin dava voltas pela sala, o tempo estava acabando, tinham que ir embora antes que os Granger acordassem e ainda tinha muito que conversar com Hermione, o que explicar.


- Quero ler a carta. – a voz rouca vindo da escada acordou Lupin de seus pensamentos. O ex-professor encarou Hermione com admiração, com respeito. A força daquela garota era admirável.


 Ambos caminharam até onde os Granger estavam sentados, Lupin entregou a carta assim que Hermione sentou-se na mesma poltrona de antes. As mãos tremulas seguraram a carta. Os olhos castanhos dos dois encontraram-se e Hermione odiou a pena que havia nos olhos dele. Suspirando, abriu a carta:


 


Minha Princesa...


Não tenho a mínima ideia de como começar esta carta. Talvez o mais correto seja pedir desculpas. Desculpe-me. Desculpe-me por não tê-la criado, por não ter visto seus primeiros passos, cuidado de seus machucados, defendido-a dos garotos, desculpe-me por não ter estado presente. Gostaria de dizer que não tive outra opção, mas seria uma mentira. Poderia ter ficado com você, poderíamos ter tido uma vida trouxa feliz juntos. Perdoe-me, mas não consegui. Era meu dever lutar, tentar derrotar esse monstro que é Tom Riddle. Minha coragem, minha criação, impediram-me de ser o pai que merecia.


Minha filha, minha amada filha, parti com a esperança de deixar um mundo melhor, um mundo em paz. Não sei se conseguirei sair vivo, mas se tal milagre me for concedido, o único que farei será buscá-la.


Hermione, nada na vida me faria mais feliz que reencontrá-la, contar-lhe a história de nossa família, a história do grande amor que eu e sua mãe vivemos.


Espero de todo coração estar vivo, ter a chance de ser o pai que merece...


Que Merlin nos de a chance de nos reencontrar


Com amor, Papai


P.S.: Duas pessoas muito especiais, que protegem todos os descendentes de nossa família, explicarão tudo, apenas tem que colocar o medalhão e dizer: Amor Imortal


P.S.2: Nada na vida prepara um homem para se despedir de um filho como o faço. Saiba que meu coração ficou com você.



Se chegara a odiar esse homem por uns minutos, agora não era mais assim; ao pensar nele sentia-se aquecida, amada. Como sua vida pudera mudar tanto em horas?


Fechou os olhos, tentando esquecer a presença de Lupin nesse momento tão particular. Quando os abriu novamente havia uma nova determinação em seus olhos.


- Posso me despedir deles? – murmurou roucamente a garota.


 - Vou verificar as coisas lá em cima. – murmurou atrapalhado Lupin, subindo rapidamente as escadas. Ambos sabiam que não haviam resquícios de sua existência, mas ela teria seu tempo. Assim que ficou sozinha Hermione encarou os pais tristemente, tremula se aproximou deles e depositou um beijo na face de cada.


 - Amo vocês. – murmurou, as lagrimas já caiam de seus olhos. Os Granger sempre seriam seus amados pais, sempre. Caminhou rapidamente até seu malão, os presentes de seu pai biológico já estavam no bolso junto com as duas cartas, tirou a varinha e apontou para o ar, formando uma frase, e aparatou. Para nunca mais voltar.


 Quando Lupin desceu, cinco minutos depois, a mensagem piscava no ar: “Darei noticias, Hermione”.


“Droga, será que a garota não percebera a complexidade da situação?” Lupin aparatou na sede da ordem, iria por todos em busca de Hermione Gryffindor.

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“ Não tenho mais lar, não tenho mais nada” Essa frase não saia de minha cabeça. Pensei que sabia tudo, que nada nunca iria me atingir, doce engano.


 Aparatei no primeiro lugar que me veio a mente: a casa de vovó Granger, minha amada avó. Procurei ignorar as fotos onde já não mais aparecia, a casa abandonada depois de sua morte piorou meu sentimento de solidão. Como fora burra, agora entendia a atitude de meus pais quando recebi a carta de Hogwarts, como a cada ano eles ficavam mais nervosos, mais paranóicos com o que acontecia comigo. Era medo, medo que descobrisse a verdade, eles me amaram tanto que se recusaram a correr o risco de perder-me. Agora eu sofria as conseqüências, o medo de perder-me fez com que eu os perdesse. Suspirei melancólica, não tinha mais o que fazer senão aceitar, conformarme com as brincadeiras que o destino estava fazendo comigo.


 “ Minha casa agora é meu malão” pensei irônica, enquanto sentava no sofá florido e me encolhia. Conjurei uma coberta, e em questão de segundos dormi, apenas Merlin sabe como, já que estava tão...nada.


 


N/A: Espero que gostem do capítulo, tenho um pedido para fazer: caso não tenham se dado conta ( algo que duvido) meu português não é dos melhores, nem minha criatividade com capas, então se alguem se candidatar pra ser meu "beta" por favor, entre em contato antes que assassine o português. Obrigada pelos comentários, bjs, Sophi Potter.

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Comentários (4)

  • Laris Black

    Nossa, tá muito boa sua ficts, e olha que voce esta no segundo capitulo, amei a Mione , serio , fiquei com dó dela na hora do quarto, onde tudo começou a se apagar, voce escreve muito bem e eu nao estou sendo modesta, parabens. rsrs. tipo eu nao vou falar muito do capitulo pq caramba , quanto misterio , tipo , ela é Herdeira da Grifinoria e Tom é Herdeiro da Sonserina , o que eu acho que vai render muitos feitiços e tudo mais, todo mundo ficando diferente, resumindo, eu vou ficar vicidada na sua ficts. rsrs. Parabens.

    2011-05-18
  • Felipe S.

    Escrita envolvente, muito boa, mesmo! A história da Mione tah meio misteriosa, seu pai realmente morreu, ond ele está, qm ele é. Muitas peruntas. Esperando o próx cap. *__*

    2011-05-16
  • PamyPotter

    Hermione Griffyndor? UAU! Tô boba! Adorei, posta logo, hein...

    2011-05-16
  • rosana franco

    Adorei o capitulo ela é realmente muito forte tomara que se lembre logo dos amigos.

    2011-05-15
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