O Vale de Merlin



Em um sábado qualquer Léo foi estudar para os exames finais. Mas não havia muito silêncio na torre da Grifinória.


Hoje tinha jogo de Quadribol, Lufa Lufa versos Corvinal, como Grifinória não estava jogando hoje, Léo teve uma idéia louca. Ir estudar na floresta Proibida! Ninguém vai me notar pensou ele, os professores se encontravam no campo de quadribol. E a Hidra deveria estar hibernando.


Léo então se dirigiu para floresta. Se embrenhou na mata, e escolheu um lugar onde tinha quatro grandes arvores apertadas. Tirou a varinha do bolso, caso algo atacasse, pegou o livro e começou a ler.


Passou-se cinqüenta minutos de silêncio, até quando Léo percebeu uma enorme forma se esgueirar entre as árvores, não era Hagrid, não era Grope o gigante meio irmão de Hagrid que podia estar andando de quadro.


Era algo com corpo de lagarto, Léo perceber um par de olhos encarar ele, ele pensou em correr na direção oposta, mas havia outro par de olhos amarelos e grandes lá também, e viu a sua frente outro par de olhos se aproximando e bufando soltando fumaça.


Léo pode distinguir, uma enorme cabeça negra com escamas grossas e duras, as narinas soltando fumaça, e dois enormes olhos amarelados com pupilas verticais, encaravam Léo.


Ele começou a entrar em pânico, era a Hidra, com três cabeças, ia mata-lo, ia queimar Léo neste instante. Ele deu alguns passos para trás e viu que atrás dele tinha uma enorme árvore, a maior das quatro. Com um buraco oco, que Léo caberia perfeitamente.


Ele então apressou-se a se apertar lá, mas não era apertado era amplo e escuro. A hidra pareceu não perceber que ele tinha entrado. Cuspiu um pouco de fogo no chão e saiu.


Léo estava ofegante, iria sair do buraco. Mas sua curiosidade não o deixou, o tal buraco parecia mais um túnel, e Léo quis ver aonde este túnel daria, ele andou, andou, e teve de usar um feitiço para iluminar o caminho, por que lá estava um breu.


Do nada ele deu de cara com uma porta de madeira.


Léo estranhou e abriu a porta. De repente, ele sentiu o cheiro da relva encher-lhe as narinas, sentiu o calor do sol envolve-lo. Ele estava em um lugar onde não nevava como em Londres, era primavera, uma terra rodeada por grandes vales. De um lado pinos costumeiros da Europa, de outro uma floresta tropical que lembrava a floresta Amazônica que tinha no Brasil, e no meio uma enorme Planície africana!


Do lado da floresta Européia havia alguns coelhos e alguns camundongos do campo pastando e comendo flores, que viram Léo, mas o ignoraram. Léo percebeu uma placa ao seu lado escrito, O Vale de Merlin, Léo piscou abobado e pensou Merlin? O grande Merlin? E se lembrou no que dizia no livro que ele pegou na biblioteca de Madame Pince, ( O Grande Merlin, baniu a Hidra para um lugar conhecido como vale de Merlin).


Léo também se lembrou que dizia que Merlin criou o universo paralelo dentro de uma árvore oca de uma Floresta na Grã-Bretanha!


Léo resolveu explorar o lugar, olhou em volta novamente, e achou um lugar, onde somente uma enorme campina estava á vista, com um lago ao lado, e uma minúscula cabana rústica feita de pedra estava lá.


Léo pensou que alguém deveria morar lá, e correu o mais depressa possível na direção cabana...


Quando chegou a porta da cabana, Léo bateu três veses e chamou:


-Ô de casa!


Imediatamente, a porta se abriu de supetão, e a figura de um homem muito idoso com um chapéu vermelho vivo na cabeça com umas estrelinhas, uma capa igual a o chapéu esvoaçando as suas costas e uma túnica, vermelho ferrugem tampada quase por inteiro por uma enorme barba grisalha, o rosto bondoso, olhos cor de mel, e pequeninos óculos de armação redonda na ponta do nariz.


Léo imediatamente reconheceu ser Merlin! O mesmo Merlin que viveu no século cinco! Merlin olhou desconfiado para Léo e perguntou:


-Quem é você?


-Ah, desculpe senhor, sou Léo, Leonardo. E eu moro bem, estudo no castelo que fica do lado de fora da árvore. E você é Merlin?


Perguntou Léo um tanto assustado. O mago Merlin inspirou fundo e disse:


-Entre, entre parece assustado.  


Léo adentrou na pequenina cabana, mas por dentro era enorme! Quase um castelo! Com as paredes de pedras lotadas de quadro, uma espada que Léo reconheceu ser a do rei Arthur, de quem Merlin fora o tutor, estava pendurada na parede dentro de uma redoma de vidro.  Merlin convidou-o para sentar em uma cadeira, e disse também para que esperasse um estante que ele iria preparar o chá. Léo viu a forma muito idosa de Merlin se dirigir a uma entrada que Léo pensou que fosse a cozinha.


Ele ouviu o barulho de água caindo em uma chaleira, sons metálicos e de trituração. Léo ficou observando os quadros que supostamente seriam os parentes de Merlin. Um velho com um nariz de batata e grandes óculos de aros redondos deu um grande bocejo na moldura, enquanto uma jovem mulher de cabelos loiros coçava o nariz.  Passaram-se dois minutos quando o grande mago retornou da cozinha com uma chaleira antiga feita de cobre, algumas xícaras de porcelana, e um pote de vidro com um pó marrom que Léo sabia que era açúcar mascavo, flutuando a seu lado. O açúcar mascavo coisa que era bastante produzida no Brasil, o próprio Merlin deve ter feito com pedaços de cana que colheu na floresta tropical que havia no vale.


O velho Merlin botou as coisas na mesa com um aceno da varinha comprida e negra, um a ponta dourada em forma de raio.


Léo agradeceu pelo chá e tomou um gole, era o melhor chá que Léo já tomara, doce cheiroso, muito bom. O idoso feiticeiro fitou Léo com os olhos cor de mel e disse:


Bom, sim sou eu Merlin, a próxima coisa que você vai falar é que eu estou morto! Não, não estou, quando Morgana foi tentar me desintegrar, eu desaparatei segundos antes do feitiço me atingir, vim para esta floresta e tomei uma poção que eu fiquei quatro anos preparando que me deixariam vivo para sempre! Dei o nome da poção de Feliz para Sempre. Tomei a poção e entrei no lugar onde tinha banido a hidra, daí comecei a criar tudo o que tem aqui, eu criei áreas de meus lugares favoritos, as florestas Européias, uma savana Africana uma réplica da floresta Amazônica e logo atrás das montanhas nevadas, existe uma área grega e romana. Você agora está pensando, mas que animais vivem lá? Bom muitos, mas animais mágicos, centauros, minotauros, cérberos, faunos, sátiros, fúrias, harpias, dríades,naíades,vulpinos,ogros e bom a Hidra que agora deve estar hibernando, pois faz tempo que não escutei seus urros.


-Ela não está senhor.


Disse Léo, Merlin pareceu um tanto aturdido, mas fez silêncio em sinal de que Léo poderia continuar.


-Bom senhor, ela conseguiu sair do vale, está neste momento vagando pela floresta! Ela quase me atacou antes de eu entrar aqui!


  O rosto idoso de Merlin ficou pálido. Ele murmurou algo que devíamos treinar para destruí-la, Merlin o maior bruxo de todos os tempos, não conseguira isso!


Léo e Merlin combinaram de que Léo iria visita-lo todos os fins de semanas, e quartas feiras depois da aula para treinar feitiços, porém Léo tinha uma complicação! Assim ele quase não teria tempo de estudar para os exames finais, mas Merlin prometeu ajuda-lo, não teria nada melhor do que aprender com o melhor pensou Léo.


Ele espiou pela janela e já era noite! Léo iria levar uma suspensão se chegasse tarde ao castelo! Ou pior, poderia encontrar a Hidra no caminho! Merlin que provavelmente estava lendo os pensamentos de Léo disse:


- Caso você não tenha lembrado Leonardo, você tem um chapéu da invisibilidade aí dentro de suas vestes, ele funciona muito bem, pois fui eu que o fiz, e vendi o chapéu para você em uma loja no Beco Diagonal!


Léo então se lembrou, como se tivesse acontecido a poucos minutos, o olhar e o jeito de andar a voz do vendedor, era igual a de Merlin! As palavras que Léo queria dizer era bem que reconheci seu jeito, mais o que saiu foi:


_Era, era o senhor!?


Merlin apenas assentiu com a cabeça e disse:


-Eu poderia acompanhar você até o castelo, mas corro risco de ser visto! Não conte sobre o vale á ninguém, somente os Centauros sabem do vale de Merlin. Agora vá, foi um prazer conhece-lo Leonardo Jonys Harris!


Léo agradeceu pelo chá e sai da casa de Merlin, olhou para o céu e viu varias estrelas brilhantes olhando-o, viu também a gloriosa lua cheia, e se dirigiu a árvore que o levaria de volta aos terrenos da escola, enquanto passava pelo túnel com a varinha acesa, Léo tirou de dentro das vestes, o chapéu da invisibilidade e vestiu-o, ele sentiu aquela sensação gélida por um segundo. E continuou andando, quando saiu da árvore, também era noite. Ele apressou-se correu na direção do castelo, e quando saiu da floresta olhou a cabana de Hagrid, por um instante, teve vontade de visita-lo, mas era tarde e ele continuou.


Quando chegou a porta do castelo, viu que o zelador, o Sr. Filch e a sua gata magra de olhos vermelhos a Madame Nora estavam fechando as portas, Léo passou invisível rápido por eles e assim que entrou no castelo a porta se fechou! Era mais sorte do que juízo, ele correu e começou a subir as escadarias de pedra, pirraça o Poltergeist estava berrando e voando em círculos, mas parou para olhar na direção de Léo, mas pensou que não era nada e continuou as travessuras, Léo falou a senha para a mulher gorda enfim sem o chapéu, esta girou na moldura e abriu caminho para a sala comunal da Grifinória.


Léo adentrou em seu aconchegante lar que era a grifinória, Léo percebeu que varias cabeças se viraram ao ele entrar, Léo fitou uma preocupada Mylena, uma ansiosa Andressa e uma Sophie um tanto pálida. Léo esperou receber um amigável “oi” mas o que recebeu um uma mescla de pergunta e raiva vindo em couro das três:


ONDE VOCÊ ESTAVA LÉO!


Léo ficou um tanto desconcertado, quando arranjou argumentos para falar, Mylena se levantou da poltrona em que se encontrava, ficou com o rosto a um palmo do nariz dele, apontando o dedo para o nariz de Léo disse:


AGENTE TÁ TE PROCURANDO DES DO JOGO DE QUADRIBOL! NÃO TE ACHAMOS NAS MASMORRAS, NOS JARDINS, NAS ESTUFAS, NAS TORRES E NEM NA CABANA DO HAGRID! ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA!?


Léo recuou alguns passos, Andressa e Sophie também se postaram de pé. O que deu mais medo em Léo, foi o olhar mortífero e penetrante que Andressa o lançou. Léo não tinha escapatória teria que falar, mas não sobre Merlin. Não sobre o vale, mas que tinha ido estudar na floresta e topara com a hidra! Ele via as garotas se aproximando e recuou até cair em uma poltrona perto da lareira e começou:


-Bom, bom, é que, tá não consigo mentir para vocês. Tava querendo estudar, a sala comunal tava muito barulhenta, e estavam a maioria no campo de Quadribol e eu fui estudar na floresta...


Léo tentou pronunciar o mais baixo possível esta última frase, Andressa olhou Léo agora com um olhar de preocupação, Mylena mais preocupada ainda, Sophie ficou ainda mais pálida! Desta vez foi Andressa que falou primeiro:


- SEU LOUCO! E a tal de HIDRA! PODIA TER MORRIDO GURI!


-Bem enquanto a Hidra...


Começou Léo lentamente.


-Bem digamos que ela tenha me encurralado, daí eu vi uma cabeça bufando na minha frente prestes a me queimar e outras duas pra me despedaçar mas...


Léo fez uma pausa, os olhos das três estavam esbugalhados, elas nem piscavam de tanta atenção.


- Bom, mas eu me escondi no oco de uma árvore e aquela lagartixa mutante desistiu e saiu. E eu continuei estudando, mais perto da orla da floresta caso ela voltasse, eu podia fugir!


As três ficaram de boca aberta perante a sorte de Léo, desta vez nem Andressa nem Mylena dirigiram palavra alguma para ele, desta vez quem falou foi Sophie:


-Caramba cara, que sorte!


- Eu usei isso para voltar sem que o Filch ou a madame Nora me vissem.


Mostrando o chapéu para as três que já conheciam dos poderes dele.


 Passou-se um longo segundo que Andressa disse em um tom sarcástico:


-Ta bom né, mais da próxima vez se quiser estudar tranqüilo se tranca em uma sala vazia.


Surpreendentemente os três começaram a rir, nenhuma das três ficou realmente brava com Léo. n

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