Os prisioneiros
Gina sentou-se em sua cama, sentindo-se confusa. Achou que, por saber que Harry a enganara, seria mais coerente se estivesse triste, mas não sentia nada. Nem mesmo raiva!
Decidiu que deveria pedir desculpas para Draco, mas, antes que pudesse sair do seu quarto, ouviu um barulho na janela. Era Ignis, que já estava bem parecida com a fênix de Dumbledore, apesar de ainda estar menor e com as penas menos majestosas sobre a cabeça. Ela pousara no parapeito e arranhava o vidro com uma das patas, parecendo ter pressa.
Gina feliz demais por vê-la, não percebeu que havia algo errado, apenas correu para a janela e a deixou entrar.
- Meu bem, que bom revê-la – e acariciou sua cabeça. Ignis fechou os olhos ao contato e piou alto – já é uma ave bem crescida, posso ver! Conseguiu voar até aqui! Parabéns.
Ignis afastou levemente a cabeça e olhou com indignação para a ruiva, como se dissesse “eu não sou um filhote”. Gina riu.
Em seguida, porém, ouviu um estrondo altíssimo do lado de fora do castelo. Voltou para a janela, correndo, e conseguiu avistar um grupo de pessoas trajando capas escuras no gramado do pátio interno.
A ruiva pegou a sua varinha, um roupão e ganhou os corredores, com Ignis voando leve e graciosamente atrás de si. Não conseguiu ir muito longe, porém, porque logo se deparou com Draco, que corria em sua direção com um sobretudo verde escuro.
- Você está bem? – Ele perguntou, despenteado. Gina teve a impressão de que ele fora correndo para o seu quarto quando viu o que estava acontecendo, e ficou, apesar das circunstâncias, feliz com isso.
- Estou, lógico. E você?! – mas ele não disse nada, porque naquele instante Ignis pousou em seu ombro, e, imediatamente, o rosto de Draco se distorceu em uma careta. Ele tinha sido ferido.
Então ouviram outro estrondo, e Gina viu Zabine surgir do final do corredor, com a varinha em punho, vestindo uma daquelas capas escuras que a ruiva vira pela janela.
- Traidor! – Ela acusou, apontando para ele a sua varinha – Expelliarmus!
Mas o homem desviou-se facilmente, fazendo seu feitiço ricochetear contra a parede atrás dele. Zabine riu.
- Estupefaça – ele bradou, em resposta, mas Draco fez um feitiço não verbal que repeliu o do sonserino. – Não, Zabine.
- Então venham pacificamente, Malfoy. Deve ser assim, você sabe.
Draco virou-se de frente para Gina. A ruiva viu que não havia medo em seus olhos, mas uma agonia perturbadora.
- Gina, confie em mim... – em seguida, sua visão ficou embaçada por causa de um outro feitiço não verbal do loiro. – Ignis, precisamos de você.
Foi a última coisa que Gina ouviu, antes de perder os sentidos.
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Acordou horas depois, com Ignis esfregando o bico carinhosamente em sua bochecha. Sentia o mármore gelado do chão sob si, a cabeça meio leve e uma impressão de que não era a primeira vez que Draco a colocava para dormir.
- Hey, Gina – ouviu a voz de Harry. Só então levantou-se, lentamente, e percebeu que estava em uma cela escura e úmida, mas não o viu.
- Onde está você?! Aliás, onde nós estamos?!
- Estamos no ministério e eu estou sob a capa.
- Ora, então saia já daí!
- Não posso! Fizemos um feitiço na cela, então eles não podem nos ouvir e nem me ver. Acham que você está sozinha.
- O que aconteceu?!
Harry, então, lhe contou rapidamente que os comensais invadiram o castelo dos Malfoy com a intenção de capturar a nova realeza bruxa e executá-la perante todo povo, para mostrar o que acontece aos traidores do Ministério.
Quando Gina lhe perguntou sobre Zabine, Harry explicou que ele estava concorrendo para o ministério, então uma captura como aquelas o garantiria na posição.
- E quanto a Ignis?
- Bem, sua fênix não saiu do seu lado e ninguém conseguia se aproximar de você, só o próprio Malfoy.
Gina sorriu e afagou a ave, que se aconchegou ao lado da ruiva, a cor de suas penas vermelhas e dos cabelos tipicamente Weasley se confundindo.
- Onde está o rei?! – Gina perguntou, tentando convencer tanto a si mesma quanto a Harry que não estava tão preocupada assim, mas seus joelhos tremeram. Quando o moreno permaneceu em silêncio, contudo, não conseguiu se manter forte. - Ele está vivo, não está?
- Com certeza. Querem matar vocês dois juntos, para que todos possam ver. – Harry falou, baixinho, com um tom cuidadoso.
Um nó subiu para a sua garganta. Pensou na sua vontade de ter filhos; dois meninos e uma menina, e também queria ser uma jogadora profissional de quadribol. Queria abraçar seus pais e cada um dos seus irmãos. Queria uma casa pequena e confortável, com um jardim e balanços sob uma árvore frutífera.
Pensou até que morrer com Draco não era uma hipótese tão absurda assim, mas daqui oitenta anos ou mais.
- Qual é o plano?! – perguntou, enfim, tentando parecer confiante - E Draco? Quem vai ajudá-lo?
Ouviram, então, o som de passos investindo contra o mármore e, em seguida, puderam ver Malfoy, desacordado, nos braços de um homem muito grande, com o rosto coberto por um capuz escuro. O grandalhão depositou o loiro no chão, sem muita gentileza, e voltou a trancar o portão sem dizer uma só palavra ou olhar para Gina.
- Por Merlin – a ruiva tremia compulsivamente, enquanto engatinhava para perto de Draco. Ele estava com hematomas e cortes por toda a sua pele alva e sua respiração era muito fraca, quase não estava mais ali. – Draco – ela murmurou, com as lágrimas caindo livremente do seu rosto para o dele.Tirou os fios prateados de cabelo do seu rosto e acariciou-o suavemente.
Ignis pousou suavemente ao lado de Draco, vertendo lágrimas sobre seu corpo que se misturaram às de Gina. Minutos depois, ele abriu levemente os olhos e sorriu ao vê-la.
- Então estou perdoado?
- Eu sei que não foi você, me desculpe – ela pediu, entre soluços, secando os olhos com as costas das mãos.
- Não tenha medo, minha rainha. Vai dar tudo certo.
Harry, cuja presença havia sido completamente esquecida por Gina, pigarreou sob a capa.
- Gina, tudo está acontecendo conforme planejamos.
- Harry, francamente, estou farta dos seus planos. Não somos suas marionetes, você não tem o direito de nos manipular assim! Olhe bem para o Draco! Ele poderia ter sido morto! E que direito você tinha de brincar com os meus sentimentos? Me sinto muito estúpida de algum dia ter confiado em você.
- Tudo que eu quero, ruiva, é salvar a sua vida e a de todos nós. Quero um futuro para a Inglaterra, e se é disso que você está me acusando, eu admito que sou culpado.
- Poupe-me dos seus discursos. Você deveria ter nos dado o direito de, pelo menos, escolher...
Mas a ruiva calou-se, quando o som de passos tornou a ser ouvido. Cruzou os braços, zangada, no entanto, acabou esquecendo Harry e tudo o mais ao avistar três bruxos sob capas pretas, muito semelhantes a dementadores, que abriram a cela. Apenas um deles entrou.
- Espero que estejam aproveitando a estadia – a voz que ouvia era de uma mulher, mas a ruiva não a reconheceu sob o capuz. Draco, por outro lado, murmurou:
- Pansy...
- Já está bem menos machucado. Vejo que seu passarinho fez um bom trabalho! Se não tivéssemos pressa, poderíamos até repetir a dose.
Gina percebeu a ameaça, clara e aberta, então manteve sua língua quieta na boca. Draco, por outro lado, sentou-se com dificuldade e perguntou:
- Estamos com pressa, então?
- Oh sim, estamos! Vocês não queriam se casar?! Então, é isso mesmo que farão amanhã. Ficarão juntos até que a morte os separe, mas não se preocupe, Draco, porque isso não deve significar muito tempo! Talvez você consiga escapar sem muitos piolhos. – Ela riu, espalhando o eco de sua risada por todo o ministério. – Vamos, noiva, temos que te preparar.
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N.A.: Desculpem pela demora! Inclusive, eu não poderia usar nem mesmo este tempo para postar, porque o final de período na Faculdade está bastante apertado xD
em compensação, capítulo que vem teremos um casamento \o\
não desistam da fic, por favor ._.
Comentários (1)
Draco perfeito, a Ignis é muito fofinha e o Harry idiota Feliz que vc postou, to esperando o casamento!!
2011-06-07