A Princesa



Assim com em Hogwarts, a mesa era servida magicamente. Gina ouviu a senhora francesa comentar que era melhor assim, já que ver elfos domésticos lhe embrulhava o estômago. Hermione corou com esse comentário, mas não fez mais do que isso.


Havia carneiros assados com manteiga e ervas finas, leitões banhados a whisky e ameixa, sucos, vinhos, pães, tortas de aves finas e outra infinidade de comidas que Gina não saberia nomear. O breve tempo que passara com Madame Klinghoffer, ouvira dizer que jantares reais têm várias etapas, com entradas, pratos principais e outros, mas ali não havia tanta cerimônia, o que não deixava de ser um consolo para a ruiva.


Comia carne faisão, escutando Hermione ralhar com Rony, mandando-o comer mais devagar, quando a porta do salão foi aberta. Um cerimonialista, que Gina não tinha visto até então, anunciou com formalidade:


- O Príncipe de Mônaco e Sua Princesa – A ruiva deu de ombros, mais interessada na sua comida, mas ao perceber que Malfoy prendeu a respiração olhou de soslaio para a porta e se deparou com uma mulher de cabelos curtos e muito escuros, os olhos negros e frios, a pele anormalmente branca, dentro de um vestido coral estupendo, com uma abertura lateral tão exagerada que chegava a ser pouco elegante. Se não estivesse de boca cheia, teria gritado “Pansy Parkinson?!”.


Engoliu o faisão, empurrando com seu suco de maçã, e comentou com uma Hermione boquiaberta:


- Conversamos sobre ela ainda hoje! É inacreditável.


- Sra. Malfoy! Não imagina a minha surpresa! – ouviu dizerem, atrás de si. Era a própria, com o paspalho do Príncipe de Mônaco ao seu lado, esperando calmamente que ela fizesse suas provocações. – Mas, espere, ainda é Srta. Weasley, não é mesmo? Ainda dá tempo do meu Malfoy recobrar o juízo – e, depois disso, deixou uma marca do seu batom vermelho no rosto do loiro.


Queria ter dito: “Se quiser a doninha, fique com ela”, mas, infelizmente, não podia fazê-lo – e no fundo sabia que não queria realmente dizê-lo, também. Ao invés disso, riu, com simpatia.


- Belo vestido, Parkinson – comentou, somente porque achou que tivesse que falar alguma coisa. A morena acariciou o pescoço de Malfoy, que permanecia em completo silêncio, olhando para frente, claramente perturbado.


- E o seu, então! Bem ao gosto de Malfoy, pelo que bem me lembro – Gina não sabia o que ela queria dizer com isso, mas sentia uma vontade imensa de grudar na jugular dela dizendo “Larga meu noivo, cadela!”, outra vez, contudo, apenas sorriu. Estava ficando boa nisso!


Em seguida, Pansy abaixou-se e cochichou em seu ouvido:


- Não importa quantas coroas sejam dadas a uma plebéia, ela nunca será rainha.   


- O mesmo pode-se dizer sobre quem governa um principado, Princesa – deu uma risadinha feliz no final e voltou sua atenção para o faisão. Pelo menos a palavra final foi sua.


Pansy finalmente foi sentar-se com o seu Digníssimo Príncipe Paspalho, então Gina pegou um guardanapo, e limpou o rosto do seu noivo. Ele era um canalha, com certeza, mas aquela mancha de batom era uma provocação a ela, não a Draco.


- Ela mexe com você, não é? – Perguntou, percebendo que o loiro ainda parecia estar petrificado. Não havia nada além de curiosidade no seu tom de voz, mas sentia uma inadmissível quantidade de ciúme que conseguiu mascarar.


Draco olhou profundamente para Gina, tomou um longo gole de sua bebida e disse:


-Vamos embora.


- Seria indelicado sair agora, Malfoy – comentou, já que não tinham sequer servido a sobremesa. Na verdade, não ligava a mínima para a sobremesa, mas sabia que todos considerariam suspeito que Malfoy fosse embora logo que sua ex namorada chegasse. Ele respondeu, frio:


- Não me importa – Então ela perdeu a paciência, e, com uma sobrancelha arqueada, ameaçou:


- O que você me disse serve para você! Controle-se e me respeite como sua noiva.


- Que seja. – Jogou o guardanapo sobre a mesa e levantou-se, mas, antes de ir embora, falou: - Só vou ao Toilette.


Nem bem Draco levantou-se e Parkinson fez o mesmo, mas, diferente do que imaginou Gina, ela não o seguiu. Ao invés disso, sentou-se na cadeira que ele deixou vaga.


- Me conta! O que você fez com ele? Amortentia, talvez? Porque, francamente, não há explicação lógica para ele ter te escolhido, Weasley. Todos sabem disso. Ele é rei agora, pode escolher qualquer pessoa para ser sua rainha... por que você? Sem classe, sem berço, sem sobrenome. Por favor, sacie minha curiosidade.


Gina indicou o restante da mesa com a cabeça. Todos as estavam observando, inclusive o Príncipe Paspalho, com uma coloração vermelha realmente perigosa na bochecha.


- Não envergonhe seu Principado, princesa.


Parkinson, rubra de raiva e vergonha, a deixou em paz por todo o restante da noite. No entanto, suas palavras continuaram ecoando na sua cabeça. Draco, realmente, já tinha sua coroa e não havia modos possíveis de tirar isso dele, então o loiro não precisava mais fingir que era seu noivo para ser rei, ela, sim, que precisava desse teatro para ser a rainha.


Por que?


Finalmente, chegou a hora em que seria educado ir embora. Foram para o castelo de Draco, e, como os chefes de Estado da Irlanda resolveram conhecer a residência do Rei Bruxo da Inglaterra, não Gina e ele não tiveram outra escolha, senão rumarem para o mesmo quarto.  


No banheiro, a ruiva trocou-se para um pijama de flanela bem confortável, e propositalmente nada sensual, e voltou para o quarto. Encontrou um Malfoy ainda pensativo no sofá, alheio à sua presença, o que lhe incomodava muito.


- Por que você ainda vai se casar comigo? Você não precisa mais de mim para ser o rei. Você já é o rei.


- Bem lembrado, obrigado pela sugestão.


- Como se você já não tivesse constatado isso – ele permaneceu em silêncio, então Gina prosseguiu: - Por que não se casa com Parkinson?


Draco riu, e Gina ficou secretamente feliz ao ver que ele debochava da vaca, mas cruzou os braços tentando parecer indiferente.


- Ela já é casada, e, respondendo sua pergunta, acho que você não entendeu o que Ignis quis dizer ao escolher você – Ele levantou-se e caminhou na sua direção. Gina sentiu as pernas amolecerem, confusa e preocupada, mas não se moveu. – Ignis estava dizendo que, de todas as mulheres da Inglaterra, você é quem o povo vai amar mais.  


- E por isso você vai se casar comigo? – Ela insistiu, com um fio de auto-controle que lhe restava, o que já era um grande feito, considerando a proximidade entre os dois. Draco era um homem muito bonito, que conseguia falar de um modo muito envolvente, e o corpo de Gina não ligava se ele tinha dado poção do amor, poção da levitação ou o diabo.


- Me diga que resposta você espera de mim que eu a dou, Gina – como sempre acontecia, seu corpo arrepiou-se quando Draco disse seu nome.


- Você é um calhorda mesmo – riu, provocante, antes de completar: - Eu sei da poção do amor.


- Não posso dizer que foi má ideia – Draco gracejou, sem entender a real profundidade que as palavras alcançaram.  


- Você assume, então?! - Gina o empurrou, revoltada, e falou: -Saia do meu quarto.


- Assumir o quê?! Não fui eu que coloquei a poção no seu suco de maçã, Weasley, se é disso que você tá me acusando.


- Hermione falou que foi você. - defendeu-se.


- Tem certeza de que ela falou meu nome?! Eu ouvi a conversa de vocês, sei que isso não foi bonito, mas, de qualquer forma, pense de novo, Weasley. Quem entregou seu suco de maçã naquele dia?


Mesmo assim, ele saiu, batendo a porta com força atrás de si.


A resposta dançou, desconfortável, em seus lábios. Ela ruminou aquele nome em sua cabeça, até dizê-lo em voz alta:


- Potter.


 


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N.A.:


Olá, queridos e assíduos leitores! (q- diusahduishdisa)


Ana Slytherin: Obrigada pela sugestão! \o/
Assim que me sobrar um cadinho mais de tempo, é justamente o que vou fazer!
Você é um amor :3


Elane Black: Que boom! Obrigada! E tá postado mais um \o\o\o\


Thamis No Mundo: \o/ Valeu, Thamis! Espero que continue gostando e lendo, porque eu tô atualizando sempre que posso :D

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Comentários (1)

  • Ana Slytherin

    Adoreii o capOdeioooo a Pansy , tinha que aparecer pra atrapalhar Que bom que ela descobriu quem realmente colocou  a poção no suco dela Esperando pelo proximo  

    2011-05-23
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