Capítulo 2



Fomos para a cozinha fazer o café da manhã. Enquanto eu ligava a cafeteira com um aceno da varinha, olhei para ele, que pegava os biscoitos no armário em cima do fogão e colocava-os na mesa redonda em que fazíamos as refeições.

Eu sentia afeto. Admiração. Respeito. E isso resulta em... Amor. Sim, é claro que eu sentia isso por outras pessoas também. Mas por ele, era mais intenso.

Afeto porque ele me ajudou quando mais precisei. Quando eu fazia/o convidava para algo que ele não gostava, sempre tentava não me machucar ao recusar. Afeto... Porque ele sempre teve esse mesmo sentimento por mim. Ele não teve vergonha de dizer que éramos melhores amigos quando todos me achavam uma Sangue-Ruim CDF. Nem quando eu comecei com o F.A.L.E., que todos ridicularizavam. Vergonha de mim ele nunca teve.

Admiração, pois mesmo quando ninguém se importava comigo, ele se importou e foi me salvar do Trasgo. Sim, foi um ato de muita coragem. Tínhamos apenas 11 anos. E também admiração porque depois desse episódio, ele me aceitou como melhor amiga e criou outras inúmeras situações para fazer-me admirá-lo.

Respeito, pois ele sempre tentou proteger seus amigos. Sempre tentou fazer com que Rony, eu e seja quem fosse desistisse de acompanha-lo até o perigo. Como no primeiro ano, salvando a Pedra Filosofal. Respeito porque ele sempre tentou salvar seus amigos, por mais que precisasse deles para sobreviver.

- Não está com fome? – perguntou ele, tirando-me de meus pensamentos. Sorri amorosamente para ele e me sentei-me à mesa, defronte a ele. Defronte ao meu herói, ao meu amor.

- Sabe, vou ter que viajar amanhã.
- Por quê? – indaguei.
- Tem um ex-comensal maluco tentando entrar em Hogwarts, Minerva quer que eu dê um jeito nele. É maluco de verdade, Mione, ele topou com uns trinta dementadores. – ele riu.
- Por quanto tempo você vai ter que ficar lá?
- Acho que já volto amanhã mesmo, só preciso tirar o cara de lá e mandá-lo pra Azkaban. – disse ele.
- E Minerva não pode fazer isso? – perguntei.
- Não, ela está ocupada mandando as cartas para os novos alunos. – respondeu ele.
- Ah, tudo bem então. Mas por que nenhum outro professor?
- Porque eu ensino Defesa Contra as Artes das Trevas e o cara vai ficar mais maluco ainda ao me ver. Já que derrubei o poderoso mestre dele. - ele ironizou.
- Ah, claro. Posso ir com você?
- Calma, Mione, eu volto amanhã mesmo.
- Ah, tá bom, tá bom. – respondi. Odiava quando ele ficava longe.
- Você sabe que te amo né? – perguntou ele, num tom de “é óbvio”.
- É claro que sei. – respondi, no mesmo tom.

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