Capítulo 3



Apesar de sermos bruxos, fomos criados por trouxas, então, não nos desligamos totalmente deles. E passamos o dia como trouxas, assistindo filmes na TV de tela plana da sala.

- Quer pipoca? – perguntei, olhando para cima. Estava aninhada em seu peito.
- Claro. – levantei-me e fiz a pipoca.
- Cadê minha recompensa? – disse, quando voltei ao sofá. Ele me beijou, rindo.
- Serve essa? – perguntou ele, sorrindo maliciosamente.
- Serve... Mas foi pouco. – nós rimos e ele me beijou novamente. Viramos-nos para a TV, mas não prestamos atenção no filme por muito tempo.

Eu o queria inteiramente para mim antes de ele ir viajar. Sim, era só durante um dia, mas qualquer mísero segundo longe dele era um sofrimento. Sentei-me em seu colo e beijei-o de novo. Já era noite. Tínhamos visto milhões de filmes. Sem interromper o “contato labial”, ele me conduziu até o quarto.

Na manhã seguinte, acordei antes dele. Fiquei olhando para ele. E sabia que não seria um dia tão animador.

-

Fiz exatamente o que ele havia feito no dia anterior: fui ao banheiro, deixando a porta entreaberta. Quando voltei, ele estava sentado na cama, olhando para mim. Fui até ele e beijei-o.

- Bom dia. – disse.
- Bom dia. – respondeu ele. – Estou morrendo de fome.
- Isso não é novidade. – eu ri. Fomos fazer o café da manhã, e um pouco depois ele já teria que ir para Hogwarts. À porta, ele me beijava demoradamente.

- Quer que eu te traga um diamante? – disse ele, quando viu meu aborrecimento.
- Você não precisa disso pra me conquistar.
- Bom saber, porque eu não tenho dinheiro mesmo. – eu ri. E beijei-o novamente.
- Boa viagem. Volte assim que puder.
- Pode deixar. – nos soltamos e ele aparatou para algum lugar de Hogsmead.

Para não sentir sua falta, o melhor era lembrar dele. E de como ele me ganhou quando disse um simples “Olá”.

Era o primeiro ano em Hogwarts. Estávamos na metade da viagem até lá. Vi um garotinho que estava desesperado.

- Ei, o que foi? Qual é o seu nome? – perguntei-lhe.
- Neville. Perdi meu sapo.
- Eu sou Hermione. Vamos perguntar se alguém viu. – dizendo isso, dei alguns passos e abri a porta da cabine à minha esquerda. – Olá. Vocês viram o sapo do Neville? – perguntei para um garoto ruivo e outro moreno.
- Olá. – virei-me para ele e fiquei sem fala. Era Harry Potter. O reconheci pela cicatriz no momento. E, além disso, ele era lindo. Como sua voz – E já dissemos para ele que não vimos o sapo.


Depois, não tive mais calma. Antes, eu vivia em minha casa com meus pais, sem saber do mundo da magia. E de uma hora para outra, eu entro na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e encontro o maior rival do mais perigoso bruxo das trevas. E me torno a melhor amiga dele. E me apaixono por ele. E logo aos 11 anos, eu o ajudo a resgatar a Pedra Filosofal. E se for para escolher, prefiro a minha vida agitada, com riscos, com magia e com Harry Potter.

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