Cap.4

N/A: eu sei que demorou. E demorou muuuito mais do que eu gostaria, mas fazer o que.
Espero que gostem.

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Rony apenas olhou fundo naqueles olhos castanhos que o fitavam com visível ansiedade.

Não sabendo o que dizer, apenas olhou e colocou sobre a pequena mesa o ínfimo objeto que guardava no bolso e só servia como peso para lembrá-lo, a todo instante, da tarefa que lhe era resignada.

Hermione viu a pequena chave prateada sobre a mesa e o fitou com mais intensidade ainda.  A chave era linda, pequena, levemente rústica, delicada, porém com aspecto de nova. Aquela chave lembrava muito as de Hogwarts, e lhe causava uma nostalgia serena de tempos em que estudar ainda, veja bem, ainda, era o mais importante pra sua vida. Antes de aceitar que era apaixonada por um ruivo trapalhão, ou de mostrar para si mesma que isso estava acontecendo há muito tempo. Antes de uma guerra começar e acabar, antes de provar o sabor que cada coisa que a vida lhe proporciona.

Olhou novamente para a chave e não viu nenhuma resposta evidente além de ser uma chave que trancava algo que Rony queria que ela visse. Observou o modo com que Rony mirava a bela chave e a maneira boba, que chegava a ser infantil, que ele tentava, de todas as maneiras possíveis, esconder seu nervosismo pelo que viria a falar.

Era óbvio que não estava escondendo muito bem e que Hermione havia notado de primeira, mas como ela era muito educada, pra não dizer sutil, escondia isso também, só que com um sucesso totalmente diferente do dele.

Rony suava frio, tremia e quase não conseguia respirar. O oxigênio já faltava em seu cérebro, mas não o impedia ainda de pensar. Ele tinha que dizer, contar a ela seus planos; impressioná-la com essa surpresa completamente inesperada. Mostrar a ela que ele podia, muito bem, ser romântico e atencioso. Mas não. Ele era apenas um monte de estrume mofado que não conseguia conversar com a própria namorada. “Ótimo” pensou. “Ela deve me achar um idiota agora”. Mas o que Rony não pensava, é que se Hermione não achou ele um completo idiota até agora, e chegou a esse ponto na relação com ele, não ia ser por causa disso que ela ia achá-lo idiota.

Hermione riu discretamente e sorriu para os olhos muito azuis e assustados de seu Ron.  Colocou a mão sobre a dele, apenas para lhe mostrar que estava tudo bem, e olhou-o nos olhos. Conseguia ver cada sarda daquele rosto, cada detalhe daquela pessoa que tanto amava com uma nitidez incrível.

O sorriso, o toque e o gesto de confiança de Hermione acenderam fagulhas flamejantes por todo o corpo já amortecido e estático de Rony.  Uma coragem desconhecida, porém até grade demais atingiu como um raio toda a pessoa de Ronald Weasley e ele conseguiu olhá-la nos olhos novamente.

Respirou bem fundo, apenas para garantir-lhe o ar e retribuiu o toque dela segurando sua mão.

- Você sabe que eu te amo, não é Mione?

Ela simplesmente não respondeu.

- Bem, desde aquela nossa briga eu ando pensando em um jeito de te prender a mim, sempre aqui comigo. Não quero que você vá à França ou a qualquer outro lugar de jeito nenhum – continuou bem baixo -, principalmente porque eu não vou estar lá pra cuidar de você, e não deixar nenhum trasgo olhar pra você – a última parte era quase um sussurro. – Eu quero fazer tudo certo dessa vez – falou olhando o chão.

Hermione, que não via maneira de responder a isso, apenas sorriu e apertou a mão dele com um pouco mais de força, mostrando que ela estava ali e esperando que ele terminasse.

- E eu achei uma maneira, foi difícil decidir se era certo, e até achar essa maneira. Mas eu consegui. Agora eu posso te prender aqui comigo, se você quiser é claro – Rony atingiu um dos vermelhos mais altos na escala do vermelho.

Ele esperou alguma colocação dela, mas apenas viu a expectativa nos olhos dela, misturado com apreensão e talvez até medo. Ou era só a curiosidade que faziam os olhos dela brilharem como os de uma criança esperando pelo presente de aniversário. Era lindo.

- Tudo bem, eu digo de uma vez – ele respirou fundo e falou rapidamente. – Eu comprei uma casa, e queria saber se você moraria comigo.

Ele falou tudo num fôlego só, e muito rápido. Quando Hermione deu por si, e entendeu o que ele havia acabado de dizer, arregalou os olhos e escancarou a boca, e ficou completamente sem reação.

A reação de Rony foi ainda mais inesperada, para não dizer estranha; bizarra; estúpida, e se Hermione não estivesse em estado de choque, acharia extremamente cômico. Tudo que ele fez foi soltar a mão dela, com um olhar muito pesaroso, levantar-se, colocar as mãos nos bolsos, se virar e começar a ir embora, arrependido.

Hermione não havia voltado a si ainda, e quando se deu conta do que estava acontecendo, mais uma vez, surpreendeu-se. Ela olhou aquilo confusa, e não sabendo o que fazer, gritou.

Hermione Granger gritou em pleno Beco Diagonal. Realmente Rony a deixava confusa.

- RON, VOLTA RON!

Ele olhou para trás com os olhos brilhando, completamente descompassado e a viu com um sorriso encantador acenando pra ele.

Enquanto isso, metade do Beco Diagonal olhava um ruivo muito sardento, alto e desengonçado correr e levantar uma morena de cabelos cacheados com um sorriso contagiante no rosto. Era possível ver a felicidade no rosto daquele ruivo louco, praticamente descontrolado girando a menina de cabelos cor de mel que sorria tanto quanto ele. Era uma típica cena de amor, e todos que viam achavam, esses se amaram desde sempre. Ninguém fazia idéia de tudo que passaram, mas sabiam, que naquele momento, estavam mais que felizes, um nos braços do outro.

- Rony, seu louco, eu não acredito que você comprou uma casa! – Ela disse esbaforida , sorrindo de orelha a orelha.

Ela riu, não, praticamente gargalhou, e se pendurou no pescoço dele ficando na ponta dos pés. Ele beijou o topo de sua cabeça e se inclinou, alcançando sua boca e a beijando.

Hermione já com os pés doendo, separou-se dele, e Rony nem contestou, já que suas constam já doíam pela pouca altura de Hermione. Ela caminhou e sentou-se a mesa novamente, sendo seguida de perto por Rony.

- Essa é a chave da casa? – Perguntou sorrindo de ansiedade.

- É sim. Eu pensei que a menina mais inteligente de Hogwarts iria sacar isso quando visse.

Ela sorriu mais ainda antes de dizer:

- Você é um bobo sabia?

Ele fingiu estar ofendido.

- Só se for bobo por você – e riu.

- Essa desculpa esta ficando repetitiva – falou contendo o riso.

- Eu faço o que posso – deu ombros.

Ela riu e parou um pouco de falar, com um dedo no ar.

- Qual é a idéia brilhante que você teve agora, Hermione? – Rony falou, fingindo estar bravo.

- Como você sabia que eu estava tendo uma idéia? – ela perguntou, quase incrédula.

Ele suspirou.

- Eu conheço seu jeito, Hermione. Cada gestinho, cada olhar, eu sei o que significa. Nunca demonstrei que te amava, mas sempre prestei muita atenção nas suas peculiaridades. E eu sei muito bem que quando você para de falar, fica com o olhar fixo e com o dedo no ar, você ta tendo uma idéia brilhante e vai precisar ir à biblioteca.

Hermione parou fixa vendo Rony rir, e ao perceber a reação dela, Roy parou de rir na hora e a olhou.

- Eu não acredito nisso Ron. Você me conhece mesmo... é tão...

- Hermione para. Vamos fazer assim, esquece o que te disse e fala logo a sua idéia brilhante.

Ela sorriu timidamente e demorou um pouco pra responder.

- Vamos ir ver a casa?

Os olhos dela brilhava tanto, que Rony achou impossível recusar. Ainda meio sem jeito, conseguiu responder.

- Humm, se você quiser, a gente pode ir. Mas a casa não ta terminada ainda, falta alguns retoques...

- Não tem problema, fiquei curiosa.

Ele riu e levantou-se, estendendo a mão para ela. Ela deu a mão para ele, que a ajudou a levantar-se. Segurou sua cintura e olhou bem para seus olhos.

- Hermione, não me tortura.

Ela olhou bem fundo nos olhos azuis ociosos e tentou entender o que ele dizia.

- Te torturando?

- É.

- E como eu estou te torturando?

Ele olhou nos olhos castanhos assustados, curiosos, preocupados e ansiosos. Sentiu u pouco de culpa por ter falado daquele jeito, mas achou mais divertido provocá-la um pouco.

- Você não sabe?

- Não. Se soubesse não estaria perguntando.

Ele riu.

- Você ainda não me respondeu.

- O quê? – ela pareceu confusa.

- Você ainda não respondeu, por isso esta me torturando.

Ela riu baixinho.

- Todo esse drama por causa disso?

- Drama?

- Isso ai.

Ela riu de novo e colocou as mãos em volta do pescoço dele.

- Você quer muito saber se eu quero morar com você, não é? – ela disse bem baixo, quase inaudível.

- Quero. E agora você está me torturando por querer.

- Eu sei.

- Você não vai responder? – ele tentou convencê-la com o olhar, mas não conseguiu perceber diferença.

- Talvez.

- Por que talvez?

- Porque eu ainda não sei se mereces.

- E como você vai saber?

- Quando eu achar que sei.

- Então ta – ele fingiu estar bravo. – Eu só te deixo ver a casa quando você me responder.

- Nossa... então como eu vou saber se eu quero morar com você? – Ela disse rindo.

- Eu sei que você quer.

- Que convencido! – Ela disse batendo de leve no ombro dele.

- É mentira? – perguntou brincalhão.

- Não – ela disse muito, mas muito baixo, tão baixo que o próprio Rony praticamente não entendeu.

Quando deu por si, e se deu conta do que ela havia falado, colocou alguns trocados em cima da mesa, segurou Hermione pelo pulso, e desaparatou.

Hermione, tomada pelo susto, nem percebeu quando aparatou no beco estreito. Rony já a estava puxando pela ruela sinuosa e escura.

- Onde estamos indo?

- Você não queria ver a casa?

- Queria, mas pensei que você só fosse me trazer aqui quando eu respondesse.

- Você pensa que eu não ouvi – disse rindo.

-Oh, não acredito!

Chegaram no fim do tal beco, e Hermione assustou-se ao ver uma rua com muitos prédios antigos e trouxas. Trouxas. A rua era bonita, enfeitada com flores nas janelas e donas de casa arrumando tudo ao seu redor. Sem varinha. Era um bairro trouxa.

- Rony, a casa é nessa rua?

- É sim, por quê? – pareceu brevemente assustado, com o pavor repentino de que ela não gostasse de sua surpresa.

- Porque isso é... ai Ron, nem sei o que dizer – ele olhou para ela, enquanto analisava absolutamente tudo, com olhinhos minuciosos, prestando atenção em tudo. Aqueles olhos brilhavam de felicidade, era incontestável. Sorriu consigo mesmo, imaginando que essa seria a reação dela, ao ver o bem apessoado vilarejo trouxa.

Depois de andarem mais um pouco, chegaram a um grande prédio, um dos maiores dali, de aparência gasta. Era relativamente antigo, mas era visível que em seu interior não era bem assim. Ao chegarem a recepção do prédio, Hermione deparou-se com uma sala bem decorada, nova e equipada com todo tipo de parafernália trouxa.  Era lindo ver o trabalho que Rony havia tido para fazer aquilo. A casa que seria deles, só e apenas deles. O sorriso de Hermione aumentou.

Rony tinha os olhos brilhantes ao ver o sorriso dela. Começou a subir as escadas a levando pela mão, parecia que estava apenas guiando uma pluma ao seu devido lugar, de tão fácil que era levá-la. Ao chegarem ao oitavo andar, pararam e viraram em um corredor cheio de portas de madeira maciça decoradas.

Parecia que era interminável, ao chegarem ao oitavo andar, andaram por mais alguns corredores antes de chegar a porta de madeira maciça que lhe separava de sua grande surpresa. Prendeu a respiração enquanto Rony colocava a chave na fechadura e girava bem devagar. Devagar demais. Era apenas para irritá-la.

A porta dava pra a sala. O queixo dela foi caindo lentamente, ao mesmo tempo que sua cabeça ia virando e analisando cada pedaço da sala. Os móveis eram de uma madeira escura polida, muito bem cuidada, os sofás eram feitos de bancos de madeira com almofadas fofas de estampa clara e a mesa de centro combinava com aquilo tudo.

Como Rony havia passado tão rápido do menino insensível, imaturo, bobo pra um homem que estava lhe surpreendendo de tal maneira, que sua vontade era quase de chorar. Tudo estava tão arrumado, tão colocado no seu devido lugar. Era difícil acreditar que Ronald Weasley tinha feito tudo. O chão ainda estava com uma fica camada de pó, mas era tudo tão lindo...

- Eu vou comprar um sofá novo – disse encabulado -, não gosto dessas almofadas.

Hermione riu baixinho.

- Rony, ela é linda.

Rony riu consigo mesmo com o brilho nos olhos dela ao analisar cada pedaço minuciosamente como se estivesse lendo Hogwarts uma História. Nada desprendia os olhos atentos dela de cada detalhe. Era difícil descrever a determinação dela de ver cada coisa.

Ela via a cozinha, que tinha uma mesa de madeira lustrosa com cadeiras combinando. Não pode evitar o sorriso ao ver eletrodomésticos trouxas. Era tudo tão arrumado, era impressionante.  

As paredes da casa eram uma mistura do rústico com o atual, do trouxa com o mágico e com algumas partes apenas de tijolinhos à vista bem cuidados. Era tão lindo. Pela janela entrava um raio de luz que iluminava a sala toda e deixava a casa alegre.

Virou-se para ele e viu uma TV na sala, que avia passado despercebido. Impressionou-se ainda mais. E continuou sorrindo.

- Ron... é tudo tão perfeito... – seu sorriso estava presente em cada pedaço de suas feições, o que fez Rony ter vontade de agarrá-la.

E foi exatamente isso que ele fez. A girou no ar, fazendo com que gritasse e se prendesse nele com força. Vendo o medo nos  olhos da menina, colocou-a no chão e a conchegou em um abraço.

- Eu te amo, sabia? – Hermione disse com tamanha sutileza, naturalidade, que era como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Eu também te amo – Rony também perecia indiferente com a gravidade de suas palavras, tudo que importava era olhar bem no fundo daqueles olhos cor de mel. Era simplesmente a verdade, era natural.

E como se fosse a única coisa que importasse no momento, beijou-a e foi a coisa mais natural do mundo. Era mais que natural, era único, era certo.

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N/A: acho que esse é meu favorito ate agora... E cpntinuo pedindo milhões de desculpas pelo super atraso, mas minha vida ta uma loucura!
Comentem, e me deixem feliz!! =) Sério, comentem... Assim eu acho que a fic é uma porcaria e nem quero continuar... tive que apelar e vir aqui escrever depois de postar o cap. eu sei que não é ótima, e ta bem longe disso, mas até criticas construtivas me deixam feliz! Comentem... (ok, ok, to ficando insuportavel) mas enfim. Comentem! =)
Muito obrigada a todo mundo que le a fic. É muito importante pra mim. De verdade. 

 Beijinhos, até o proximo cap.

 (Espero que demore bem menos *-*)

 

 

 

 

 

 

 

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