ending day



- Precisamos terminar logo isso, Malfoy.


Não houve nenhum "Temos que conversar sobre ontem à noite", ou "Aquilo foi um erro", sequer um "Vamos fingir que aquilo nunca aconteceu", o que, de fato, o fez acreditar que nada daquilo havia acontecido. Pelo menos ela, Granger, estava agindo da melhor forma: sem desculpas, sem comentários e sem exigências (especialmente as sentimentais).


Mais estranho é que quando ela dissera Precisamos terminar logo isso, Malfoy, ela estava se referindo as entrevistas com os doadores e não a qualquer outro isso que pudesse haver entre eles.


E em qualquer outra época/dia/mês, ouvir tal fato de uma garota com quem não planejava um futuro e tivera um sexo satisfatório seria excelente, isto se ele não soubesse que ela também estivera com Potter. E antes disso um beijo com Weasley. Bem antes um encontro com Ryan e alguns flertes com Finningan. Então, bem, talvez ele realmente estivesse com problemas.


Esperava alguma sinceridade assustadora pela parte da castanha. Afinal, sua memória insistia em torturá-lo com a idéia de que ela o amava. Quer dizer, sentia alguma coisa. Que podia ser amor, certo? Mas ela sentia, e quem podia apagar?


Mas e quanto ao que ele sentia? Aí sim sua mente esvaziava e seu coração, embora livre de empates, pesasse todos os pensamentos pelos quais ele estivesse pronto pra dizer. Que ela fazia alguma diferença. Ou talvez ela só fosse boa de cama e ele estivesse confundindo desejo com qualquer outro sentimento mais metafórico.


Que metáfora existia em querer seqüestrá-la pra longe daquela sala? Que metáfora existia em sorrir dos olhares gélidos? Que metáfora o impedia de imprensá-la contra a mesa, afundar as mãos em suas coxas e mudar aquele olhar distante?


Passou tanto tempo em silêncio, visualizando a postura rígida da psicóloga Granger, que não dera qualquer reação a sua frase.


- Como foi a noite com o Potter? – Sua mente dissera, com alguma mágoa e ele não tinha certeza se dissera isso ou só fora um pensamento súbito.


Levando em consideração que o rosto dela sofreu uma variação de cor, ele teve certeza que havia dito a indiscrição em voz alta.


Puta. Merda.


Ela permaneceu em silêncio, oscilando entre sarcasmo e tristeza.


- Não vai responder, Granger?


- Que diferença faz? – Mandara, revirando os olhos, em um suspiro cansado.


- Pra quem não tinha vida sexual até uma semana, transar com dois em menos de 24hs eu diria que foi uma evolução recorde, tsc tsc tsc. – Falara, crispando os lábios em desprezo, ao mesmo tempo em que a mão dela o atingia no rosto, na tapa que ele mesmo provocara.


Claro, tocar no nome de Potter era como profanar o nome de algum deus. Ou anjo. Santo. Foda-se o que Potter significava pra ela. Ou pra qualquer um. Potter era... Por Merlin, o que Potter podia ter demais?


- Ciumes.


- Morrendo. – Ele dissera, erguendo uma de suas sobrancelhas enquanto lhe dava um sorriso fácil em desafio.


- Nem tudo se resume a sexo, Malfoy. Felizmente algumas pessoas tem relacionamentos que possuem prioridades diferentes.


- Então assume que há um relacionamento?


- Amizade.


- Mais que porra de amizade, Granger! – Ele falara, um pouco agressivo. – São adultos. Não vem com essa de que ele não a considera atraente, porque eu sou homem, e eu sei, existe um limite pra qualquer coisa e acredite, vocês já o ultrapassaram.


- Somos feito IRMÃOS. Já parou pra pensar que no quanto Harry é diferente de... – Pausara. – Você?


- Ele é homem.


- Ele é um irmão.


- De sangue?


- Não, mas-


- Mas o quê, Granger? Ele mente pros instintos dele falando que tudo bem, vocês são parceiros de infância? Foda-se a infância, Granger, é isso o que ele deve pensar, enquanto cria coragem pra finalmente beijá-la, se é que isso já não aconteceu.


- Não, não aconteceu. E mesmo que já tivesse, não faria diferença pra você, Malfoy.


- O que ele fazia lá ontem?


- Por que eu tenho que responder, loiro aguado?


- Porque eu to mandando, Granger. – Respondera, sério.


Ela franzira o cenho como se estivesse prestes a rir da afirmação.


- Aceita uma troca...?


- Não tem nada de você que eu queira, Malfoy.


- Se responder as minhas perguntas, eu demito...


- Perdão?


- Annie. Eu a demito.


- E por que isso seria importante pra mim, de qualquer forma? – Ele revirara os olhos, como se não considerasse responder a tal pergunta.


Ela respirara fundo.


- Ok, ele foi até lá porque precisava conversar.


- Sobre...?


- Assuntos pessoais, Ginna e as coisas que fazem parte do casamento.


- Ele passou a noite lá? – Perguntou, embora imaginasse a resposta.


- Aham.


- E vocês...


- Só conversamos.


- Por quanto tempo?


- Sei lá, talvez horas. – Respondera, sentando-se no próprio divã. – Escuta Malfoy, daqui a pouco meus pacientes vão começar a chegar e... É melhor você sair dessa sala. – Pausara. – E o que eu quis dizer mais cedo é que não quero que você faça o parto ou participe mais das entrevistas. Quer dizer, nós transamos e eu não sou exatamente sutil. Somos diferentes. Você é o cara que vai embora enquanto a garota dorme, eu sou o tipo que prefere conversar pela manhã. Você namora uma, transa com outra. Já eu, bom, eu nem sei mais o que eu sou, mas eu sei que eu me importo e eu não sei não me importar. Então fim, é isso, consideraria um favor não vê-lo qualquer tempo que não fosse estritamente necessário pro hospital. – Falara, fingindo um sorrisinho de puta no final. Ou pelo menos era assim que se sentia, meio usada.


- Ok, Granger. – Ele dissera, levantando-se enquanto ela o acompanhava até a porta.


Silêncio.


- Mas e se eu precisar vê-la por um tempo estritamente necessário... pra mim? – Sinalizara, beijando-a.


Atacara-a, em um beijo voraz, enquanto erguia a saia dela com uma mão subindo por cada coxa, urgente.


Ela repetira o processo desfazendo o nó da gravata do loiro e dirigindo-se de forma desesperada aos botões da camisa dele.


- Mione? – Fora a primeira palavra que ouvira, de uma voz familiar.


Soltara-se de Malfoy em um pulo, sentindo que ficaria vermelha de vergonha.


Lá estava Harry.


O moreno a encarou na porta da sala, não parecendo decepcionado, apenas demonstrara desprezo pela cena.


- Potter. – Draco ousou cumprimentar, soando vencedor, enquanto abotoava os botões da própria camisa e respirava ofegante, os lábios igualmente vermelhos aos dela.


O loiro ousara olhar pra ela, que ainda estava desconcertada, e notara logo no primeiro olhar que os quatro botões da blusa dela estavam abertos deixando a mostra o sutiã meia taça e o decote farto.


Sentira ímpetos de cobri-la pra que Harry jamais a notasse.


- Tenho um assunto de seu interesse, Potter. – Dissera, pensando de forma anormalmente rápida. – Se não se importar.


O moreno fez que não com a cabeça, silencioso, antes de dizer um Depois nos falamos, Herms.


Quando ambos saíram da sala, Draco logo aparatou com Potter até seu escritório de Diretor do St Mungos.


- O que queria, Malfoy? – Pausara. – É bom que seja rápido.


- Eu vou direto ao ponto: Fique longe dela.


- Ela? – Harry ousara dizer. – Hermione?


- Tem um cérebro aí, Potter ou precisa atrapalhar mais algum amasso pra ter certeza de quem estamos falando?


- Amassos não significam nada.


- Você e eu sabemos que não foram amassos, eu não perderia meu tempo com isso.


- Mas está perdendo tempo agora. – Falara, sorrindo tão sarcasticamente quanto Malfoy. – Acha que conhece a Hermione? – Dissera, seguro. – Eu sei tudo sobre ela. Não só isso, eu sou a pessoa em quem ela confiaria a própria vida. E não é como se vocês tivessem algum futuro, certo?


- Quem falou de futuro aqui, Potter? – Draco alimentara, irritado. – Afaste-se dela enquanto eu estiver aqui. Ou eu vou fazê-la se afastar de você pra sempre.


- Tsc tsc tsc, depois de 13 anos enfrentando até mesmo Voldemort, acha que alguma coisa vai afastá-la de mim ou de qualquer um que realmente se importa com ela?


- Granger acredita em amor, caso não saiba.


- E?


- E daí que ela me ama, qualquer idiota notaria Potter.


- A única coisa que eu vejo é uma atração passageira.


- Foda-se o que você vê, Potter. – Vociferara. – Não tem uma esposa pra cuidar?


- na verdade, não, meu casamento vai bem. E você? Essa ameaça toda é medo da concorrência?


- Se por concorrência você diz um pobretão que já foi chutado e um quatro olhos que se esconde atrás de uma "amizade" mais fajuta que qualquer outro mérito que já teve? Então não, não existe ameaça.


- Morre de medo, não é Malfoy? Você sabe que se eu quisesse, eu seria o cara certo, ela cederia. Fim. Quem é Draco Malfoy nessa história?


Fora o suficiente pra o loiro descontrolar-se e avançar no moreno acertando-lhe um soco.


O soco fora tão forte que Harry caíra no chão, tonto, e quando estava prestes a erguer-se o loiro repetira a dose.


- POR MERLIN… - Hermione falara, entrando bruscamente na sala. – HARRY! – Fora seu primeiro pensamento, correndo na direção do amigo. O moreno desmaiara tamanha a força. - AH MEU DEUS, SEU... SEU IDIOTA! – Gritara, em pânico. – O super cílio do amigo sangrava e ele permanecia inconsciente. – O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? – Gritou, com lágrimas rolando pelos olhos.


Aquilo era o bastante pra estragar o dia do loiro. Por Merlin, ela estava chorando DESESPERADAMENTE pelo Potter. POTTER!


Revirara os olhos antes de socorrer o inimigo.


5min depois.


- Ei! Como se sente? – Ela dissera, sentada de frente para o amigo, que encontrava-se deitado no divã de seu consultório.


- Tonto? – O moreno falara, fechando os olhos de novo. – O qu-


- Dois socos dele.


- Ah. – O moreno murmurara, em entendimento. – Que merda.


- Desculpe por... envolver você nisso.


- na verdade, Herms, eu acho que eu mesmo me envolvi.


- hã?


- Disse a Malfoy que... – Respirou fundo, procurando escolher as palavras. – Que eu praticamente estava, você sabe, a fim de você e todas aquelas coisas que se diz quando se quer dar a entender que existe algo mais. Fui bem direto, por sinal. – AI! – Falara, quando a sentiu dar-lhe uma tapa no ombro. – Qual é, ele é um babaca de primeira, precisa sofrer pelo menos uma pressão psicológica!


- E precisava por nossa amizade em jogo por isso?


- Eu não pus nada em jogo, Herms. A opinião do Malfoy que se foda.


Ela o censurara com o olhar.


- A propósito, não queria admitir isso, mas... – Respirara fundo, quase não acreditando no que falaria. – Ele gosta de você. De verdade. Claro que ele tem um jeito bem imbecil de gostar das pessoas, mas ele é o Malfoy.


Ela rira, com um sorriso idiota.


- Hermione Granger apaixonada por uma doninha... Tsc tsc tsc. – Dissera, antes de receber como resposta um abraço forte da amiga. – Mas fora isso, precisamos mesmo conversar.


- Sobre?


- Ginna pediu o divórcio.


- O quê?


- Divórcio, Mione. – Pausara, enterrando a cabeça em suas próprias mãos. – Por que ela faria isso?


- E-eu, merda Harry, eu não sei...


- Você que é a psicóloga aqui.


- Estavam em crise ou


- Não. Só algumas brigas de 5 minutos e o episódio isolado da aliança. – Voltara a afundar a cabeça no divã.


- E o que ela disse?


- Que não podíamos continuar com essa "farsa", e que com o tempo eu ia ver o sentido do divórcio.


- E depois?


- Saiu pra resolver assuntos de trabalho no Ministério. – Respondera, inseguro. – Herms, quer dizer, eu confio na Ginna, é óbvio, mas... E se ela estiver tendo um caso?


- Ela não faria isso.


- Ela pediu o divórcio! – Falara, tenso, enquanto a garota segurava em seu ombro, como se no ato tentasse lhe dar segurança.


- Não tem nada que queira me contar...? – Incitara, pressionando-o.


- Tipo...?


Ela revirara os olhos, voltando a encará-lo de maneira sensata.


- Ela não faria algo assim do nada, Harry... – Respirara fundo. – A não ser que fosse uma resposta a um problema bem maior.


- Está sugerindo que...


- Que talvez você esteja me escondendo algo.


- Eu não tenho um caso, se é isso o que acredita, Herms.


- Nem um flerte no Ministério?


- Não!


- Alguma missão secreta que pudesse desconfiar Ginny?


- Esses tempos de missões secretas já passaram... – Respondeu, sentindo-se tão perdido quanto nunca.


- E o que vai fazer a respeito?


- Preciso descobrir quem ele é.


- Perdão?


- O amante.


- Ela não tem um caso!


- Podemos seguí-la...


- Eu não vou seguir minha melhor amiga, que por sinal é sua esposa, isso é absurdo! – Protestara.


2hs depois.


- E como eles reagiram?


- Disseram que não fazia diferença, que me apoiavam se isso me fizesse feliz. – Ryan falou, abrindo um sorriso grande demais. – Eu pensei muito no que me disse na nossa primeira consulta, sobre verdadeiras máscaras e ter coragem...


- E como se sente agora?


- ser gay se tornou real pra mim, mas o importante agora é que é real pra eles também. Meus amigos, meus pais... especialmente meus pais. – Contara, seguro. – Mudando um pouco de assunto, e quanto aquela noite?


- Que noite? – Mentira, perdendo a cor.


- Na boate. Você e Malfoy sumiram, tsc tsc tsc. – Dissera, sarcástico.


- Não aconteceu nada no banheiro!


- hmm, sexo no banheiro...?


- Ok. Houve sexo. – Pausara. – Quer dizer, eu fiquei bêbada, acho que ficamos na porta do banheiro, mas aparatamos pro meu apartamento porque eu desmaiei


- Desmaiou com um orgasmo? – O loiro dissera, divertido.


- Não, idiota, eu desmaiei porque alguém aqui me embebedou...


- Nesse caso você me deve uma.


- É, e depois no apartamento... hmm, ele pediu pra dormir lá, conversamos um pouco, no outro dia houve a ressaca, ele se ofereceu pra sair comigo pra um almoço pro qual não deveria. Foi um total desastre, meu ex apareceu, fingiu um porre de vodka e se declarou pra mim pedindo pra voltar, nos beijamos, Draco viu, discutiu com Ronald, aparatou comigo. Chegamos a mansão da família dele, voltamos a discutir, ele deduziu que eu... argh, sinto alguma coisa, transamos no quarto e fim.


- Mais nada?


- Não acho que ele queira algo além de sexo.


- Como pode saber?


- Aquela é a... hmm, digamos que namorada dele. A loira da boate. Quem quer algo não mantém dois contatos sexuais paralelos.


- isso é o século 21, Herms. – Ryan falara. – Ah sim, o que vai fazer depois do expediente aqui no Hospital?


- Bancar a detective, eu acho. – Ela respondera, sem saber como lhe explicar a situação. – E ajudar um amigo.


- Como assim?


- Ele acha que a esposa o trai e quer minha ajuda pra seguí-la.


- Nossa. – reagira, com os olhos arregalados.


- detalhe: ela é a minha melhor amiga. Nem sei porque aceitei fazer parte dessa coisa.


- Eu sei.


- ..?


- Quer ocupar sua mente com os problemas dos outros pra ver se ignora Malfoy por mais tempo.


- Era sobre isso o que eu queria falar com você, aliás.


- Tempo? Problemas? Malfoy?


- Todos; - Falara, criando coragem. – Eu e Malfoy não somos... qualquer coisa, mas temos tido contato por causa das entrevistas pro meu doador.


- Ainda quer levar essa história adiante?


- Não é uma história, é meu sonho. Eu quero ter um filho.


- Ok, que seja, continue.


- Pois então: eu quero que você seja o doador.


- O quê? – perguntara, franzindo o cenho.


- O doador do esperma. – Ela esclarecera, abrindo um sorriso afogado de esperança. – tudo bem... pra você?


- Hã, claro, vai ser estranho, quer dizer, dentro dessa barriga vai ter alguém com meu sangue, eu... – Pausara. – Caralho, Herms. – Dissera, afundando o rosto entre as mãos, o que era contraditório, já que ao mesmo tempo Ryan lhe abria um sorriso. – Eu sei que tecnicamente eu não vou ser o pai nem nada, mas... Tudo bem se eu... mantiver contato?


Ela revirou os olhos, como se infantilmente lhe respondesse um dãã.


O momento fora interrompido por batidas na porta.


- Srta. Granger, Dr. Malfoy está aí pra vê-la, mando-o entrar?


Ela quase gruniu, imaginando o que diabos Draco pudesse querer.


- Não, diga que estou em uma consulta.


Ryan abriu um sorrisinho como se considerasse a si mesmo capaz de mudar o rumo das coisas.


- Na verdade eu já estava de saída mesmo, Herms. – Afirmara, erguendo-se do divã.


O olhar dela parecia lhe implorar que ficasse e servisse como a desculpa perfeita pra manter-se longe de Malfoy.


- Diga ao Sr Malfoy que já estou de saída também.


- Ele disse que o assunto era urgente e que não podia ser adiado. – A secretária lhe informou.


Merda.


- Que seja. – Rendera-se, percebendo que não teria escapatória do encontro.


Draco entrou na sala cruzando um olhar indiferente à Ryan.


- As pessoas vão começar a desconfiar, Malfoy. – Ela lhe dissera, nervosa pela quantidade de vezes que ele insistia em ir até sua sala.


- O que você falou sobre "contato estritamente profissional"... – Começara, seguro. – Eu concordo. – Afirmara. – Com uma condição.


Ela respirou fundo, sem encorajá-lo a continuar com isto.


- Uma noite. – Pontuara, como se falasse do tempo. – Uma noite e podemos fingir que nada aconteceu.


Ela franzir o cenho sem entendê-lo. Uma noite a mais? Uma noite de sexo? Uma noite feito um encontro?


- O que me diz, Granger? – Perguntara, erguendo uma de suas sobrancelhas e lhe direcionando um sorriso de canto de lábio.


- Hoje é um dia... complicado, Malfoy. – Explicou, com exitação.


- Já tem planos? – Tentara esclarecer, tenso. – Um encontro...?


- Não! – Dissera, rápido demais. – Quer dizer, me comprometi em ajudar um amigo.


- Potter? Weasley? Ryan? Finningan?


Ela revirara os olhos, quase beirando ao sarcasmo.


- Isso só interessa a mim.


- Outra noite de "conversas" com o Potter, certo? – Provocara, amargo.


- Não exatamente. Só prometi ajudar e pretendo cumprir.


- Desmarque. – Pedira como se determinasse. – Ele vai entender.


- Claro que não.


- Se ele é tão seu melhor amigo quanto afirma, tenho certeza que vai entender. – Retificara, dando-lhe a impressão que não estavam falando do mesmo Potter. Que ele, Malfoy, não tinha nenhum problema com Harry.


- Não quer logo acabar com isso o quanto antes? – Dissera, sem desviar os olhos.


Ela concentrara-se, perdendo o raciocínio, enquanto sentia suas mãos tremerem de antecipação.


- Okay. – concordara, pensando na reação que seu amigo teria quando ela lhe contasse a verdade. – Que horas?


- Final do expediente...?


- Okay. – Repetira.


Três horas depois.


Caralho. Lá estava ela, com Harry, na missão mais infantil de seguir sua melhor amiga adúltera [?], justo quando poderia estar tendo uma decente – mais do que decente, até – noite com Malfoy. Okay, seria a última, mas pelo menos seria uma noite bem aproveitada. Isso se ela não estivesse com Harry e não precisasse de distância do loiro.


Revirou os olhos mais uma vez, enquanto fitava a feição séria do seu amigo, fitando uma ruiva de longe enquanto a mesma saíra do ministério.


- Pr'aonde ela tá indo? – Ele dissera, como que pra si mesmo.


A ruiva andava em passos largos, olhando – nem tão atentamente - as pessoas ao redor.


- Algum lugar, eu suponho. – Respondera a outra, cansada.


O moreno parecera não ouvi-la e dispusera-se a andar atrás da esposa. E foi durante mais um suspiro de tédio e repreensão pela ridícula desconfiança do moreno e do que estava submetendo por ele que assustou-se quando sentiu que o seu celular vibrava.


Puta que pariu.


Resolvera atender, afinal, ainda precisava dar alguma desculpa ao loiro.


- Alô?


- GRANGER, AONDE SE METEU?


- Eu tive que sair pra uma... hã, emergência. E hã


- Está com Potter DE NOVO?


- Não exatamente, quer dizer, sim, mas não do jeito que você está pensand-


- Quer saber, Granger? – Pausara ele, com a voz pesada e a respiração tensa. – Cansei disso. Você e o Potter que se fodam. – E desligara o celular na cara dela.


- FILHO DA P-


- Shhh. – Censurara-lhe Harry, tapando sua boca com uma das mãos. – Ela pode ter ouvido! – Olhara pros lados, soltando Hermione. – Herms, se está tão preocupada com o Malfoy, por que não vai logo ver ele?


Como se isso fosse uma opção!


- Cala a boca. – Murmurara pra Harry, com o coração acelerado.


Saíra de trás da mureta aonde estavam e começara a acenar pra Ginna.


- Eeeei, Ginny! Giiinny! – Fitando-a com um sorriso típico de uma coincidência.


Harry nada pudera fazer senão acenar pra a (ex) esposa, com um sorriso sem graça e pensando em mil maldições que seria capaz de jogar em Hermione.


- Herms? Harry? O que fazem aqui?


- O que você faz aqui nesse... bairro? – Ele dissera acusadoramente.


Hermione lhe dera uma forte tapa no ombro, revirando os olhos.


- Cala a boca, Harry. – E virara pra Ginna, que nada parecia entender. – Quer dizer, Ginny, Harry veio atrás de você. Pra falar sobre o divórcio. Vocês precisam conversar...


Ginny pareceu afetada quando o fitou.


- Conversar o quê? – falara, fingindo que assuntos inacabados não existiam.


O moreno fingiu um olhar distante antes de dizer um sarcástico: - Hã... Quem sabe sobre: o porque você pediu A MERDA DO DIVÓRCIO!


- Eu já disse, to cansada de viver essa farsa Harry!


- Nosso casamento nunca foi uma farsa!


- então foi o quê? Um disfarce pra sua covardia?


- Perdão?


- Você... Nunca parece dar mínima.


- Porra, eu te amo!


- Qual a última vez que conversamos sobre alguma coisa?


- Sei lá, um dia antes de você surtar e colocar nosso casamento em crise!


- NOSSO CASAMENTO PASSOU POR UMA CRISE E VOCÊ SEQUER CONSEGUIU NOTAR! – A ruiva vociferara, fazendo com que Hermione desse alguns passos pra trás, pensando seriamente sobre sair dali.


- AAAAAH SIM, A SUA CRISE DE TPM? – Pausara. – OU DE INFIDELIDADE?


- MAIS QUE PORRA É ESSA? QUEM DISSE QUE-


- TÁ NA CARA QUE VOCÊ TEM UM CASO COM ALGUÉM, GINNY! OLHA SÓ COMO VOCÊ... ANDA ESTRANHA!


- ESTRANHA? EU SOU ESTRANHA? QUANDO VOCÊ TEM UM PROBLEMA VOCÊ NÃO É CAPAZ NEM DE ME CONTAR, É COMO SE TUDO SEMPRE ESTIVESSE BEM! FELIZ, FELIZ, FELIZ, FELIZ... FODA-SE ESSA FALSA FELICIDADE DA VIDA DO CONTO DE FADAS DO FAMOSO HARRY POTTER!


- COMO ASSIM? QUE PROBLEMA?


- VOCÊ VIVE DISTANTE!


- ISSO É RIDÍCULO!


- RIDÍCULO? EU SOU SUA ESPOSA E NÃO SEI NADA DA SUA VIDA, ISSO SIM É RIDÍCULO! – Pausara, com amargura. – MAS A HERMIONE, HAHAHA, APOSTO QUE ELA SABE! APOSTO QUE PRA ELA VOCÊ CONTA ATÉ A PORRA DO MAIS ÍNTIMO SEGREDO!


- E O QUE ISSO TEM HAVER COM A HERMIONE?


- QUE VOCÊ AMA ELA!


- O QUÊ?


- AMOR, HARRY! PUTA MERDA, VOCÊ OUVIU O QUE EU DISSE!


- EU N-


- AONDE PASSOU AS ÚLTIMAS NOITES?


- NO APARTAMENTO DA H-


- POIS É, ACREDITE OU NÃO, MAS ANTES DE FAZER ESSA PERGUNTA EU JÁ SABIA QUE DIRIA ISSO!


Hermione parecia chocada, e dispusera a falar um baixo: - Ginny, eu posso garantir que não existe nada entre mim e o-


- CALA ESSA BOCA, HERMS! MAIS QUE MERDA! PELO MENOS ME DEIXA TER ESSA DISCUSSÃO SEM DAR A PORRA DE PALPITE! – gritara a ruiva.


- EU. NÃO. A. AMO. – Harry pausara, respirando fundo pra não enlouquecer.


- AMA SIM, CLARO QUE AMA! É COMO SE ELA FOSSE A FAMÍLIA QUE EU E O JAMES NUNCA VAMOS SER!


- VOCÊS SÃO A MINHA VIDA, GINNY! ELE É NOSSO FILHO E EU ADORO ABSOLUTAMENTE TUDO O QUE ENVOLVA A NOSSA ROTINA!


- É MESMO? E SE TIVESSE QUE ESCOLHER ENTRE MIM E ELA? QUEM ESCOLHERIA?


- O QUÊ?


- ESCOLHA, POTTER!


- ISSO É RIDÍCULO! – O moreno gritara, também confuso.


A ruiva o fitara por algum tempo, um tanto quanto destruída, quase sem forças, deixando as lágrimas rolarem por seu rosto.


- Eu sei... – Respondera, de forma baixa. – herms, não me leve a mal, você é a minha melhor amiga, é só que... Não foi esse o casamento que eu esperei... Eu não... quero ser a segunda opção de ninguém mais...


- ginny. – O moreno chamara. – Não importa se estamos em crise ou se estamos distantes. – pausara. – Eu te amo, eu posso consertar isso, eu posso... te contar cada detalhe do que me acontece 24horas por dia, se você quiser, e você é a mulher que eu amo! Por Merlin, Herms é como uma irmã, é como Rony, e...


A ruiva o beijara, quase dando-lhe o perdão, o que foi bastante pra Hermione lagrimar pela intensidade da cena.


CARALHO, POR QUE MALFOY NÃO PODIA SER TÃO SINCERO E LEGAL QUANTO HARRY? POR QUE ELE TINHA QUE SER UM FILHO DA PUTA ETERNAMENTE?


Aparatou.


Jogou-se no sofá, puta da vida.


- Granger? - Ah. Meu. Merlin. – estava chorando? – Ele lhe perguntara, franzindo o cenho.


- O quê? Eu? chorando? – Pausara. – Claro que não, Malfoy. Que idiota essa idéia! – Vira o olhar dele não alterar de preocupação. – E o que faz aqui?


- Foi o Potter, não foi?


- Quê?


- Foi ele que te fez chorar...? Porque se foi, eu vou atrás dele e-


- Cala a boca. – Sinalizara, revirando os olhos, meio amarga. – Você parece um namorado ciumento. – Olhara pros lados impaciente. Por que não conseguia tirar de si essa atmosfera triste? Como se fosse uma fracassada no amor destinada apenas a discussões, bebedeiras, sexo e brigas estúpidas por controle... Talvez, quando Malfoy cansasse dela, ela se tornasse uma dessas mulheres sozinhas... Cheias de gatos. Puta merda, precisava adotar alguns gatos aliás! Quem disse que gatos não eram animais bons, hein? O que tinha demais em passar a vida sozinha se lembrando do quanto ainda amava um loiro filho da puta que só gostava dela pelo prazer que ela proporcionava? – Escuta, se veio aqui pelo sexo, sinto em informar mas eu não to com saco pra isso, então hã... a maldita noite que prometi vai ficar pra outro dia... – Tentara dizer da melhor forma, esperando que ele deixasse logo seu apartamento.


- Então está esperando alguém?


- CLARO QUE NÃO! – Suspirara, impaciente. – Eu só... quero ficar sozinha. – Ele continuava olhando-a inexpressivo, como se a analisasse. Isso estava lhe dando nos nervos. – Sai daqui, Malfoy, mais que merda, eu não vou transar com você hoje! – Falara, quase lagrimando de novo. Sentia-se tão humilhada. Como podia gostar tanto de alguém assim?


- Okay, - Ele começara, com um sorrisinho de canto de lábio, aparentando rir de tudo o que ela sentia. – Então tá decidido né, eu vou ficar.


- O QUÊ, MALFOY?


- é, eu entendi, não vai rolar sexo nem nada e você quer ficar sozinha e bla bla bla bla... – Dissera, sarcástico. – mas eu quero ficar.


- Por quê? – Ela murmurara, em uma espécie de careta de descrédito.


- Não faz diferença.


- Eu não vou cozinhar pra você e nem ficar fazendo sala se é isso o que está pens-


- Granger, eu só quero estar aqui. – Olhara bem nos olhos dela, meio confuso por tamanho brilho. – Com você. É simples.


- Ah merda, isso é alguma aposta, né? – Ela falara, desconfiada.


- Tudo bem, Granger. Quer uma aposta? Aí vai uma: Não vou tocar em um fio de cabelo seu, ou melhor, não vou tentar beijá-la ou qualquer coisa que leve a isso, a menos que você me beije primeiro. Se eu ganhar a aposta, você me conta o que a deixou assim, e se você ganhar a aposta, eu deixo que peça demissão do St. Mungos.


Uma proposta tentadora, hã? Se ela ganhasse, poderia pedir demissão do Hospital e perder contato definitivo com o loiro, mas e se perdesse? Mas não é como se existisse essa possibilidade, certo?


- Aposta feita. – Falara, apertando a mão do loiro.

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Comentários (1)

  • The Daily Doll

    Essa história d mulher sozinha cheia d gatos me lembrou d duas coisas, a louca dos Simpsons q atira gatos selvagens por aí e minha vizinha viúva do meu tio q tem 30 gatos e 10 cachorros er/ euri. Mas adorei o capítulo, até axei q vc tinha abandonado a fic, mas enfim, ta super legal, vou pro outro capítulo ler, continue a escrever, bêjxus =*  

    2012-02-05
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