Bonequinha de luxo.



Bonequinha de luxo.


 


            A chuva vinha em torrentes cada vez mais fortes. Parecia que a qualquer momento o céu cairia sobre o carro de Draco, o qual estava irritadíssimo com toda aquela umidade desnecessária. Não era possível que àquela hora da noite as ruas estivessem tão cheias de carros. Seria algum evento importante? Algum feriado do qual não estava recordando? Deu de ombros e voltou a fixar-se nos carros. Porque, raios, ainda insistia em trabalhar na área trouxa de Londres e utilizar seus meios de transporte tão lerdos? Bufou. Lembrou-se de seu motivo.


Insista nisso porque não queria mais vínculo algum com seus pais, que acreditavam que tudo deveria ser mágico. Quando decidiu-se por tornar-se um homem de negócios no ramo conhecido como metalurgia no mundo trouxa, decidiu-se por abandonar também os meios mágicos de transporte e alguns hábitos bruxos, como vestir-se como tal. Não dispensava a magia e a varinha, a qual tinha sempre presa ao cós da calça, invisível a olhos trouxas, porém entendia que não precisava utilizá-la para absolutamente tudo.


            Ainda queixando-se da lerdeza com que se movia pela rua, percebeu um movimento vermelho um pouco à frente. Ficou tenso, atento. Quanto mais o ser vermelho aproximava-se, sem um guarda-chuva e completamente encharcado, mais seu coração dava piruetas e espacates dentro do peito. Assim que identificou a pequena figura de sua esposa, terminou num gracioso salto mortal. A respiração ficou contida, o corpo petrificado, o estômago em festa. Tentou se mover, abrir o vidro, chamar seu nome. Nada. Seus membros não tinham a devida rapidez, como se estivessem anestesiados, sua voz não saiu de jeito algum.


            A adrenalina, então, entrou em ação. Saltou do carro. Correu em sua direção. Tomou-a pelo braço, virando-a de encontro a si.


- EI!


            Mal pode conter o sorriso que lhe subiu às faces, iluminando os olhos. A chuva ainda caia forte sobre ambos, mas Draco estava aquecido, completamente renovado pelo súbito olhar de surpresa que a ruiva o direcionou.


- Draco?


            O sorriso se alargou mais ainda, o corpo parecia um carnaval. Sem mais demora, tomou-a em seus braços, de onde nunca devia ter saído, e beijou-a. A pequena mulher, surpresa e completamente enternecida pelo sorriso caloroso com que fora recebida, se deixou levar e proteger da chuva por aqueles braços fortes, os mesmos braços fortes que a pertenciam perante a lei divina de Deus. Não lhe restava mais dúvidas. Nunca mais sairia dali.


            Interrompendo o beijo devido à falta de fôlego, Draco segurou as mãos de Gina, as quais beijou com devoção. O sorriso que deu ao ver que a ruiva ainda usava a aliança foi milhares de vezes mais elétrico e brilhante do que o raio que caiu ali perto. De pronto, como se precisasse daquilo para viver, beijou o anel demoradamente para logo depois murmurar emocionado e convicto:


- Ginevra Molly Weasley Malfoy. Eu lhe amo.


            Não houve coragem de ambas as partes para parar o beijo que selava aquele momento como o primeiro de muitos. Enfim, juntos.

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