Despertando



Passaram-se dois meses, e Merope começou a se sentir muito estranha, tinha enjôos freqüentes e seu corpo estava muito frágil, e se fosse possível de alguma forma estava ainda mais pálida que de costume. Riddle estava preocupado com sua saúde e propôs leva-la a um médico, mas Merope se recusou a ir, pois na verdade sabia o que havia com ela.


            Depois de muito insistência de Riddle, Merope aceitou ir ao médico.


_ Não tem nada de errado com sua esposa Sr. Riddle – disse o médico sorridente – Ela está grávida.    


            Merope sentiu seu estômago dar um giro de 360º enquanto Riddle encarava o médico muito sério. O rapaz fez um aceno psoitivo com a cabeça, e o médico desfez o sorriso compreendendo que talvez aquele bebê não fosse desejado, ou pelo menos não naquele momento.


           


            A viagem de volta foi silenciosa. Merope rompeu o silêncio dizendo:


_ Ah... mas... isso é... bom não é? Teremos um bebê


_ O que? Ah... sim sim... é legal – disse Riddle que aparentemente não havia escutado plenamente a voz da esposa.


            Naquela noite Merope resolveu redobrar a dose da poção por garantia. E no dia seguinte Riddle despertou-a com um beijo no rosto. Pousou a mão sobre sua barriga e disse:


_Me desculpe por ontem, eu acho que fiquei um pouco chocado com a notícia repentina, eu acho que te assustei um pouco, mas agora penso que esta notícia é maravilhosa, de verdade, será nosso filho, eu sempre sonhei com isso.


            Merope sorriu para ele e acariciou seu rosto.


            Os dias que se seguiram foram maravilhosos, estava correndo tudo bem, e Merope jamais se esquecia de dar a Tom diariamente uma dose da poção que trouxera seu amor até ela.


           


            Quatro meses se passaram e Merope desenvolvia uma gravidez saudável, e Riddle parecia um pai jovem e apaixonado. Estava trabalhando, porém Merope não sabia exatamente com o que, mas também não impoertava pois estavam sendo muito felizes. Tanto que Merope começou a achar que agora que estava grávida, e tudo corria bem, talvez pudesse arriscar diminuir a dose da poção do amor ou então simplesmente suspende-la. Riddle parecia realmente apaixonado, não iria deixa-la mais, não naquele estado, grávida de quase 5 meses.


            Gradativamente, dia após dia Merope diminuía um pouco da dose da poção, e nada parecia mudar, Tom continuava sendo aquele marido carinhoso e gentil como sempre.


            Quando estava quase no 8º mês de gravidez resolveu suspender a poção de uma vez, passou-se 1 semana e nada mudou. Merope sentiu que finalmente tinha o homem que amava inteiramente e completamente seu agora, porque realmente tinha seu amor por inteiro, ele estava com ela porque queria, porque seu filho nasceria em breve, porque eram uma família e não simplesmente por causa de uma poção.


 


 


 


 


            Tom saiu novamente para o trabalho, no meio do caminho passou por uma jovem que gritou seu nome, ele se virou e viu que era uma garota maravilhosa, linda e de olhos claros e vivos. Ela lhe pareceu extremamente familiar, mas seu cérebro estava confuso, não sabia de onde a conhecia.


_ TOM!!! – ela correu e o abraçou, ele estava cada vez mais confuso


_ Err... eu a conheço?


_ O que? É claro que sim, sou eu... Cecília, como não me recohece? Oh Tom eu estava tão preocupada com você... não sabíamos onde você estava, você desapareceu a meses, sem deixar vestígio algum... eu...  Tom? O que houve? Não pode estar falando sério, não pode fingir que não se lembra de mim, sua noiva! – disse Cecília desesperada ao ver a expressão de confusão do rapaz, os olhos enchendo-se de lágrimas.


_ Eu.... não.... eu.... – disse Tom levando as mãos à cabeça – Eu não sei... do que você está falando. E saiu correndo deixando Cecília para trás a gritar desesperada seu nome.


            O que estava acontecendo? Porque sentia seu coração bater mais forte quando lembrava de Cecília, aquela garota o fazia esquecer totalmente de Merope ou de seu filho que nasceria em dois meses, sua mente estava confusa, como se acabasse de ter tido um Deja Vu ou algo do tipo. Ele precisava ir pra casa, precisava pensar... de onde conhecia Cecília? E porque ela disse que ele havia desaparecido? Quem era ele afinal? Não conseguia se lembrar, tudo que sabia é que havia se casado com Merope.


 


_ Já voltou? O que houve? – perguntou Merope confusa ao ver Tom entrar em casa. O rapaz não respondeu e foi direto ao quarto trancando a porta em seguida.


Merope preocupada foi até a porta.


_ Tom? Tom? Você está bem?


Ele não respondeu, olhava-se no espelho, olhava em volta para aquela casa simples e mal limpa. Não entendia... mas algumas lembrança lhe irrompiam à mente, riquezas, vinhos caros, ganância... ambição.... o que era aquilo tudo? O que estava acontecendo? É como se estivesse acordando de um sonho... sonho não... um pesadelo, o pior deles.


_ Tom? – Merope insistiu.


_ EU ESTOU BEM, ME DEIXA EM PAZ!!! – gritou ele em resposta.


Merope deu um salto para trás, reuniu forças para responder – Desculpe – e voltou para a cozinha. Sentiu o bebê dar um chute em sua barriga, foi forte e a incomodou, ela sussurrou como se respondesse ao filho.


_ Eu também não sei o que ele tem... fique quieto, droga!


 


 


_ Já lhe disse que não tenho nada, pare de me importunar – dizia Tom.


_ Mas você está agindo tão estranho, desde ontem eu não o reconheço mais, eu só...


_ Vou sair – disse Tom irritado


_ Mas hoje é sábado – respondeu Merope


_ Não posso sair no sábado? – perguntou Tom com rispidez


_ Não é isso eu... – disse Merope sem jeito


_ Então até mais – disse Tom pegando sua capa e batendo a porta


Merope desabou a chorar ajoelhada ao chão. O que teria acontecido? Tudo estava indo tão bem sem a poção, seria possível que Tom de uma hora para outra tivesse criado resistência, ou durante o tempo que suspendeu a poção ele ainda estava sob efeito dela?  Não entendia, mas por precaução havia colocado poção em seu café matinal. Só que Tom havia saído sem comer nada.


            O dia se passou por completo e Tom não havia voltado até muito tarde. Merope estava muito preocupada. Até que Tom retornou com os olhos vermelhos e com expressão de loucura no rosto.


_ Não! – disse quando Merope fez menção de tocá-lo – Eu... eu não posso mais ficar aqui eu....


_ O que? Tom o que é está acontecendo?


_ Eu não sei está bem... eu só sei que não posso mais ficar preso aqui, eu acho que... não! Não sei o que me deu na mente para vir aqui e ...


_ Você não me ama mais? – disse Merope e as lágrimas rolavam por seu rosto


_ Não... eu nunca amei você de verdade... estava sob efeito de um... transe e... VOCÊ... o que você é? Sua estranha! Você não é normal! Nunca foi normal, meus pais me diziam que você e sua família eram um bando de estranhos...


Nesta hora Merope soube que Tom havia recobrado sua memória por completo, era tarde demais, ele iria embora agora, e não havia nada que poderia fazer.


_ O que você deu pra mim? O que você fez comigo?  Você me enfeitiçou não é?


_ Tom tom.... – dizia Merope aos prantos – E o nosso filho?


_ Filho? Essa coisa vai ser uma aberração como você, eu não quero saber disso, não quero mais ter nada a ver com você, vou voltar pra minha casa agora.


_ Não... não! – Merope arregalou os olhos e segurou o braço de Riddle com força. O rapaz por sua vez se desvencilhou depressa fazendo com ela desequilibrasse e caísse. Sentiu uma dor insuportável no ventre e gritou.


Riddle pareceu assustado ao vê-la no chão mas nada fez, foi ao quarto e começou a reunir seus pertences.


_ Você não pode ir embora, você é pai dele, você não pode nos abandonar assim, eu não tenho nada, não tenho ninguém, não posso voltar pra casa do meu pai, eu preciso de você Tom, por favor não vá embora – as lagrimas de desespero rolavam por seu rosto, ela não conseguia levantar por causa da dor que lhe acometia, mas reunia todas as forças que conseguia para gritar e implorar.


_ NÃO QUERO SABER!!! Não mandei usar suas artimanhas contra mim, não mandei fazer o que fez, agora não quero saber, eu vou embora – disse Tom pegando uma mala e se dirigindo à porta


_ Não pode ir – gritou Merope enquanto agarrava Tom pela perna – NÃO PODE ME DEIXAR TOM RIDDLE!!!


_ Não me segure mais aqui, porque não usa seus encantamentos para achar uma saída, sua aberração... BRUXA! – disse Tom ferozmente.


_ Eu... – Merope soltou a perna de Tom e ele saiu da casa deixando-a ao chão chorando em desespero.

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