A poção do amor



Merope foi informada pelas cobras que o Sr. Riddle havia dado um jeito de que despejassem seu pai e seu irmão de onde moravam. Merope não se importou, pouco ligava agora para eles, estava totalmente obcecada em fazer com que a poção do amor funcionasse que nada mais tinha em mente.


   A carruagem que realizava a entrega dos mantimentos estava se aproximando.


_ Reducio – disse Merope


   As roda dianteira esquerda da carruagem se partiu imediatamente. O cocheiro desceu da boléia e xingou alto, examinou a roda e resmungou algo como sair pra buscar ajuda.


   Merope foi até a carruagem e verificou que havia muita coisa, ela escolheu colocar a poção em uma garrafa de vinho branco, pois lembrou-se que Tom certa vez mencionara que tinha um fraco por esse tipo de bebida.


_ Certifique-se que apenas ele beba – disse a uma das serpentes.


_ Coloque isto no vinho favorito de Tom – sibilou Merope para a cobra que movimentou a cabeça positivamente.


_ O vinho fica na despensa dentro do porão, entre por baixo, assim ninguém a verá.


_ Farei, minha senhora. – concordou a cobra emitindo um som que apenas Merope poderia compreender.


A cobra se afastou, arrastando-se por dentro dos arbustos que rodeavam os jardins da propriedade dos Riddle, carregando o frasco em sua boca.


_ Assim você será meu Riddle, mesmo que outros venham a beber deste vinho, garanti que a poção só funcione com você, mesmo que com isso tenha selado um pacto de que nunca utilizarei a poção com outra pessoa, creio que nunca precisarei, pois só amarei você.


            Meia hora depois Merope viu a cobra retornar à ela, não segurava mais nada em sua boca, o que indicava que a operação havia sido bem sucedida.


_ Perfeito minha querida – disse a garota enquanto a cobra se enrolava em seu pescoço – Agora basta esperar.... desta vez você virá até mim Riddle.


 


 


 


Sr. Gaunt acordou com as batidas insistentes na porta de sua casa.


_ Mas quem pode ser a essa hora da manhã, seja quem for, é melhor que seja importante ou nem pensarei antes de amaldiçoá-lo para que nunca mais ande.


_ Papai, deixe que eu atenda, por favor  - disse Merope


_ Vá, eu vou voltar a dormir – respondeu o Sr. Gaunt.


            Merope já sabia quem era, só poderia ser....


_ Riddle?! – disse fingindo surpresa


_Er... Merope, eu.... eu não... digo... eu não sei o que houve mas eu.... eu precisava te ver.


_ Me ver? Algum problema? – respondeu ironicamente


_ Eu sinto que preciso de você, entende? Gostaria de lhe pedir desculpas pelo modo como agi com você, eu fui um grande idiota.


_ Ah... tudo bem, não se preocupe – respondeu sorrindo


_ Acha que podemos começar de novo... do zero, que dizer, gostaria de sair comigo hoje a tarde?


_ Eu adoraria, Riddle.


_ Por favor, me chame de Tom.


_ Eu adoraria, Tom.


_ Então, às cinco? Antes de escurecer? No mesmo lugar de nosso primeiro encontro?


_ Estarei lá, com certeza.


_ Certo – respondeu ele abrindo um largo sorriso – Até mais.


            Merope não cabia em si de tanta felicidade, seu plano havia funcionado, finalmente Tom estava apaixonado por ela.


            Naquela tarde, Merope contava os minutos que se arrastavam lentamente um após o outro, até que finalmente às quatro e meia da tarde, quando estava saindo, Morfin se colocou em seu caminho.


_ Onde vai, irmã querida? – disse ele ironicamente.


_ Vou sair Morfin, não importa pra onde vou, não lhe devo satisfações – Respondeu secamente.


_ Vai encontrar aquele trouxa imundo novamente, não é? Sua imunda, traidora bastarda que envergonha nossa família.


_ Morfin, saia da minha frente antes que lhe quebre os joelhos – disse Merope cuja calma havia sumido completamente.


_ Vá... – disse ele afastando-se – Mas você ainda irá se arrepender por isso, e não será por meus atos nem palavras, mas por sua própria inconseqüência.


            Merope bateu a porta ignorando as palavras do irmão. Só pensava em reencontrar Tom Riddle. Quando chegou a entrada da floresta, ele já esperava por ela.


_ Merope, querida, que felicidade em vê-la – disse ele abraçando-a.


_ Também estou feliz Tom.  – disse ela mal podendo se conter de tanta felicidade.


_ Merope, não sei como explicar mas estou apaixonado por você, quero ficar com você pra sempre, preciso de seu amor para viver... Merope case-se comigo.


_ Pensei que já estivesse noivo Tom.


_ Errado, aquele matrimônio foi arranjado pelos meus pais, eles estão me forçando... mas estou disposto a fugir com você Merope, você é tudo que eu quero neste momento.


            Tom a beijou. Merope nunca sentira tanta felicidade em toda sua vida, nem nunca tão apaixonada por Tom Riddle do que naquele momento.


_ Você vem comigo? Eu possuo uma casa de campo no interior da cidade, podemos morar lá, juntos viveremos felizes.


_ É claro, é claro que sim, eu te amo.


            Tom a abraçou e beijou-a novamente.


_ Então partimos esta noite... pegue somente o necessário, nos encontramos aqui à meia noite.


_ Certo, estarei aqui – disse Merope abraçando-o.


            Voltou para casa e correu até seu quarto para arrumar seus pertences. Virou-se para o espelho empoeirado em sua penteadeira, com a imagem de duas cobras entalhadas em mogno, cujos olhos eram feitos de rubis. O colar de Salazar Slytherin pendurado em seu pescoço brilhava. Passou a mão sobre ele, e o arrancou de seu pescoço, colocando-o sobre a penteadeira. Pensou em deixá-lo, queria esquecer sua vida naquela casa, queria esquecer seu passado, sobre seu sangue, sobre Salazar Slytherin e tudo que a ligava à ele. Merope nunca se vangloriou por sua descendência, afinal de que valia status, se muitas vezes não tinham o que comer em casa, seu pai era arrogante, prepotente e egoísta, era devido a seu orgulho que haviam chegado ao fundo do poço, e ali nada mais havia para ela.


            Pegou suas malas, e voltou-se ao colar novamente, sentiu algo estranho dentro do peito, voltou à penteadeira, agarrou o colar, enfiando-o dentro de sua mala, em seguida bateu a porta do quarto.


            Andou devagar ao descer as escadas que mesmo com toda a cautela rangiam estridentemente. Fechou a porta deixando para trás o cativeiro que a confinou durante 26 anos e vislumbrou seu futuro à frente, finalmente sua chance de ser feliz. 


            Quando chegou, Riddle a esperava ansioso, beijaram-se novamente e partiram em uma carruagem. Merope não soube dizer por quantas horas viajaram, quando Riddle abriu a porta da carruagem dizendo:


_ Chegamos.


            Merope vislumbrou uma magnífica mansão em ruínas.


_ Está velha, mas vamos reformá-la, aqui pelo menos viveremos em paz, sem que meus pais saibam, assim só nós dois, Merope... eu te amo.


            A garota abraçou Riddle e novamente a felicidade encheu seu coração.


            Naquela noite, Merope sentiu-se a mulher mais feliz do mundo, ter o homem que tanto amava em seus braços era maravilhoso, vê-lo dormir a seu lado era tudo que sonhara na vida. Tom possuía uma beleza fora do comum, seus suaves cabelos negros refletiam o brilho da lua que adentrava o quarto através da janela aberta. Ela o acariciou, não conseguia dormir.


            No dia seguinte, Tom saiu cedo dizendo que iria até a cidade para comprar mantimentos. Merope aproveitou para preparar mais poção do amor, conhecia bem poções, portanto sabia exatamente o intervalo das doses para manter seu amor sempre apaixonado.


            Quando Riddle voltou, trazendo as compras, abraçou-a e disse:


_ Celebraremos nosso casamento na semana que vem, em uma pequena capela na cidade, já conversei com o padre, finalmente seremos marido e mulher, minha querida Merope.


_ Mal posso esperar por isso, serei a Sra. Riddle – respondeu sorrindo


_ Sem dúvida alguma Merope... e seremos felizes... eternamente felizes.


            Tom iniciou a reforma da casa naquela semana, e Merope o fez tomar uma dose de poção colocada em seu vinho todos os dias, ela sempre se certificava que ele bebesse em sua frente, nos dias em que não desejava tomar vinho, ela colocava a poção em sua comida.


            Na semana seguinte celebraram seu casamento, não havia convidados, apenas eles e o padre, Merope vestira sua melhor roupa e Riddle estava mais bonito do que nunca. Foi uma cerimônia bem simples e terminou em poucos minutos.


 

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