Paixão



- Lílian, planeta Terra para Marte... - berrou alguma voz ao qual ela não conseguia identificar de quem era. 

Ocasionalmente, agora, Lílian era pega pensando em alguma coisa que ninguém sabia o que era, embora aspirassem demasiado, saber. A garota começara a suspirar pelos cantos e, repentinamente, agora, sumia do nada, reaparecendo na hora do jantar, calada, engolindo tudo e voltando para o dormitório.

A estranha mudança fora tanta, que até uma pessoa que não falava com ela, percebera...

- Olha lá - disse Tiago, à Sirius, enfiando o garfo no seu rosbife e partindo-o ruidosamente no prato de metal, ao mesmo tempo que seus olhos castanhos acompanhavam algo para o lado das escadas. -, Evans... novamente saindo desacompanhada...

- Você está maluco por ela, né? - zombou Sirius, deglutindo sua carne.

Tiago abaixou a cabeça, como quem reflete e, depois, encarou o amigo com serenidade.

- Eu sou capaz até de parar de zoar com o babaca do Snape por ela - respondeu ele, calmamente, pousando os talheres sobre o prato e juntando as mãos sobre o colo.

- Hum... eu aposto que tem batido umas boas punhetas para ela! - disse Sirius, sua voz arrastada, de quem joga uma bomba e depois tampa os ouvidos para não ouvir a explosão.

Mas não houve explosão; Tiago ficara completamente vermelho - De vergonha? De raiva? -, levantou-se abruptamente e, dirigiu-se para a sala comunal da Grifinória, onde ele poderia deliciar-se com o silêncio calmo, já que, àquela hora, as pessoas se acotovelavam-se no salão principal, para se alimentar e, as chances de haver alguém na sala comunal, era mínima, exceto por alguém que ele imaginava que fosse estar lá...

- A senha? - grunhiu a Mulher Gorda, que estava cheia de bobes enrolados nos cabelos castanhos.

- Porco assado - respondeu Tiago, preparando uma armadura, ou seja, iria se defender como pudesse, de qualquer xingamento que Lílian pudesse falar a ele. Suas pernas bambearam quando ele colocou o pé direito no tapete vermelho-escuro da sala e pôde ver Lily sentada com a mochila no colo e um pergaminho sobre a mochila, anotando algo. Os olhos da garota ergueram-separa encará-lo e, por um longo tempo, detiveram-se em seus movimentos. Depois, ela abaixou-se novamente para seu dever de herbologia, no qual ela deveria escrever uma redação de três pergaminhos e meio sobre planta da libélola, uma planta que costumava brotar em uma montanha alta, de topo cheio de neve.

Tiago dirigiu-se para o dormitório,porém, parou a meio caminho. Pensou muito no que ia fazer e, depois de algum tempo, suas pernas dirigiram-no, bambeando, à poltrona ao lado da que Lílian aventurava-se com herbologia.

A garota levou um tempo para olhá-lo, como que quisesse estar em qualquer outro lugar que não fosse ali; odiava-o publicamente, porém, secretamente, amava-o, como nunca amara outra pessoa em toda sua vida e, começara a dedicar a ele, momentos prazerosos em sua vida

O motivo pelo qual Lílian desaparecia ocasionalmente nos jantares, era que ela subia até o dormitório, despia-se e encarava-se no espelho que ia do teto ao chão, no dormitório dos quintanistas. Seu corpo mudara muito... ela agora, era uma mulher; os seios fartos e macios, fazendo volume em qualquer blusa; o sexo indiscoberto, com poucos pêlos pubianos, as curvas alvas e sexys.

Naqueles dias, ela sentava-se em sua cama de dossel, abria as pernas e começava a acariciar, lentamente, a sua vagina, introduzindo dedos e acariciando seu clitóris; o líquido que iguala-se ao "gozo", só que feminino, salpicando nas cobertas das camas.

Após a curta sessão de prazer, em que ela gemia baixinho, Lílian puxava a varinha e brandia-a, limpando toda aquela sujeira da cama e, voltava para o jantar, revigorada.

Agora, quando seus olhos ergueram-se para o garoto, ela sentiu uma vontade enorme de jogar-se sobre ele e beijá-lo na boca, com amor.

- Boa noite, Potter - disse ela, voltando-se para o trabalho e fingindo escrever alguma coisa.

- Boa noite, Evans - respondeu Tiago, prontamente, fazendo a voz mais educada que conseguia. - tudo bem?

- Desde quando se preocupa como eu estou? - falou ela, antes sem aguentar; ali, quem falara fora a Lílian que odiava Potter sobre todas as coisas, achando-o um pirralho que achava que o mundo girava em torno do seu próprio umbigo.

Tiago sentiu o estômago despencar para o intestino delgado e contorcer-se dolorosamente, porém aguentou e continuou:

- Desde que eu descobri que estou apaixonado por você - disse ele, estufando o peito, como uma proteção.

Lílian parou de escrever, pausando a pena sobre o papel, sem conseguir movr um músculo sequer; de repente, ela percebeu que aquelas palavras realmente tinham saído da boca dele e, novamente, ergueu os olhos só que, dessa vez, estavam com uma ternura incrédula

- Quê? - exclamou ela, esganiçando-se.

- Eu te olho todo o dia e toda a hora e, embora saiba o quanto você me odeia, eu sinto cada vez mais forte esse sentimento dentro de mim e minha vontade é abraçá-la e beijá-la e acariciá-la... poxa, Lily, eu te amo... cada vez mais - Seus olhos estavam quase cerrados, as lágrimas enchendo a fenda que ainda estava aberta; ele não conseguia acreditar que dissera aquilo. Foi como se tivesse tirado uma mochila cheia de livros das costas, livrando-se assim de um peso. Porém, agora, ele teria que saber a resposta da garota e, sua perspectiva não era das melhores.

- Pois então, faça a sua vontade - sussurrou Lílian, levantando-se. -, pois eu também te amo.

Tiago se levantou e abraçou-a carinhosamente, beijando-a, cedento, a língua entrando em sua boca e explorando-a. O sonho se concretizara. Ela não conseguia acreditar. Finalmente conseguira beijar o seu amado e, sua maior vontade era que aquele casal irritante que tomava sua poltrona irrompesse na sala comunal e visse-a ali, BEIJANDO!

Foi dormir tarde, depois de beijar muito Tiago e, assim que deitou, dormiu direto, o sono dos justos.



~*~



Lílian puxou a coberta para perto de seu rosto, sentindo uma brisa leve e gelada batendo em seus pés; cobriu-se o máximo que pôde, contorcendo-se para conseguir ficar debaixo da coberta completamente. Lílian abriu os olhos e um sorriso estampou-se em seus lábios de acordo com que ela lembrava de seu dia anterior. Sua dúvida se fora um sonho logo acabou quando ela apareceu na sala comunal e Tiago a esperava, com uma rosa vermelha na mão.

- Bom-dia - disse ele, sorrindo animadoramente.

- Bom-dia - murmurou ela, segurando sua rosa com a mão direita e envolvendo-o com o braço esquerdo e dando-lhe um selinho.

- Eu te dou uma rosa e você me dá um selinho? - exclamou Tiago, rindo e agarrando-a, tascando-lhe um beijo de língua.

- Vamos logo - disse ela, depois de um momento. -, eu tenho prova hoje!

- Hahaha, tudo bem.

E eles saíram pelo buraco da sala comunal em direção às escadarias de dariam para a marmorra, onde Lílian teria uma prova de poções; primeira questão: Para que serve o lico-nossomo? A mão de Lílian começou a correr pela folha, respondendo; ela pôde ver Lana escrevendo rapidamente na cadeira do lado, com aquela letra super miúda enchendo o espaço destinado às respostas. Em menos de meia hora, Lílian terminara de responder, embora quase todas suas respostas tivessem sido chutadas. Quando seus pés pisaram no chão frio de pedras das masmorras e ela ouviu a porta que dava para a sala da profª LuTchy, ela colocou o rosto sobre as mãos, desesperada.

- Eu estou fudida!


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