O Fim



Cap. 13 - O fim



-A noite está acabando. – Harry disse ainda segurando Hermione firmemente pela cintura. – Logo o sol aparecerá...



-Passou tão rápido...



Harry deu um sorriso, - Gina deve estar possessa comigo, conosco.



-Gina? Oh! Céus... Ela deve estar pensando que fui embora sem avisá-la.



-É melhor entrarmos então. Antes que ela pensa que fomos seqüestrados ou algo do tipo.



-Então vamos. – Ela iria se soltar de Harry.



-Espera um minuto. – Ele a segurou e com uma das mãos secou as lágrimas que ainda tinham em seu rosto. – Acho melhor corrigir sua maquiagem, não que eu me importe, de qualquer jeito estará bela.



Hermione sorriu. – Você não cansa de me fazer corar?



-Tenho pra mim, que não. – Ele disse galante. Hermione olhou pros pés um minuto.



-Certo, pronto. Agora vamos.



Harry e Hermione entraram sorrindo um pro outro, a mesa do canto parou, só pra observá-los, a maioria ali, se não todos, sabia da briga entre eles. Não eram eles que estavam brigados há doze anos? Enigma...

Gina que estava a um canto no ‘maior embalo’ com o namorado, interromper um beijo pra ver se estava mesmo certa ou estava bêbada, pelo que via.



-Estão nos observando.



-Deixe-os, pela primeira vez não ligo por ser o centro das atenções... – Harry falou em seu ouvido.



-Está acostumando Potter, com a bajulação? – Ele fez uma careta.



-Longe de mim!



Eles chegaram a mesa onde seus amigos mais íntimos estavam, ninguém se atreveu a comentar. Foi como se qualquer ou toda conversa tivesse se extinguido quando eles ficaram a frente deles. Até que o silêncio foi quebrado por um Rony indiscreto.



-Onde vocês estavam? Estavam juntos? – Ele perguntou com ar brejeiro.



Harry e Hermione se entreolharam e tiveram que morder a língua pra não rir. – A pergunta certa é: onde o Sr., – Harry apontou pro amigo. – Se meteu. – As orelhas do homem ruivo ficaram vermelhas e vermelhas, até atingirem a tonalidade da toalha da mesa (vermelho tomate).



-Eu, eu estava lá fora, resolvendo alguns problemas...



-Sei! Problemas... – Hermione riu do rosto constrangido de Rony.



-E então vão falar onde estavam ou enrolar? – Até Remo que estava com um copo perto da boca levou-o a mesa, observando-os.



-Estávamos conversando. – Hermione falou com simplicidade.



-Como conversando? – Luna Perguntou.



-Bem, nós costumamos juntar letras para formas palavras e depois frases, até ser constituído um diálogo... – Disse Harry com escárnio. – Não sei vocês.



-Engraçado. – Disse Gina. – Vocês sabem do que estamos falando.



-Acho que tive um lapso... Um minuto. – Hermione fingiu concentrar-se em algo. – Não, eu não tenho idéia... – Harry gargalhou como a muito não viam, e os outros, ao seu redor, de algum modo sabiam, Hermione lhe fazia bem.



-Estou me sentindo uma estúpida e eu detesto me sentir assim. – Disse Gina cruzando os braços.



A seriedade voltou aos olhos dos indivíduos apreciados. – Gina nós já falamos, estávamos conversando.



-Mas como é possível se... – Eles a avistaram em aviso. – Vocês sabem!



-Isso realmente importa? – Gina e Rony estavam com cara de ‘quer mesmo que eu responda?!’ – Agora?



Gina suspirou, - Não, creio que não. – Então deu um sorriso enorme e falou. – Ainda bem que meus amigos cabeças-duras pararam finalmente com a teimosia.



-A questão não era teimosia! – Eles se defenderam, em vão.



-Tá... Sei. – Foi à vez de Rony desacreditar. Eles se entreolharam risonhos e Harry deu um beijo na bochecha da mulher, fazendo o sorriso de Gina se abrir mais e um leve enrubescer atingir as bochechas de Hermione.



-Que tal dançar?



-De novo?! Acho que não. – Exclamou rapidamente Harry.



-Mas por que? Você ainda nem dançou comigo, na verdade, com nenhuma de nós, só com a Gina.



-Vocês não vão querer dançar comigo... – Harry falou.



-Fale por si só.



-Estou enferrujado. – Ele disse descrente.



-O que custa? Só uma dança... Vai, por favor!



-Não dá, tenho que ver Érica!



-Ih! Não esquenta. – Disse Gina. – Fui vê-la há alguns minutos e estar dormindo como um anjinho. Não se preocupe, pode dançar tranqüilo. – Gina deu uma piscadela.



-Sinto muito. – Ele disse por fim. – Não estou com a mínima vontade de me aventurar pela pista.



-Se é assim. – Lilá deu de ombros e puxou Simas pra dançar, sento seguida por Tonks que puxava um Remo envergonhado e Partavi que chamou Neville pra dançar.



Na mesa só ficaram Harry, Mione, Gina, Dino Rony, Luna. E Harry pôde arrepender-se de não ir pra pista, Gina e Dino não se hum... Desgrudavam e Rony e Luna estavam mais entretidos no seu ‘redoma lunático’ pra se importarem com o constrangimento dos amigos.

A solução foi beber, bastante, e olhar pro outro lado, não que eles esquecessem o que ‘rolava’ se virassem a cabeça pro lado ou pra trás. E a sensatez de ambos impedia que bancassem os gêmeos Weasley...

Eles tentaram agüentar o máximo de tempo possível ali, mas Harry estava começando achar que não ficaria muito tempo longe da boca de Hermione se o evento continuasse daquele modo.

Até que a mão dela encontrou a sua e a apertou, ele a olhou hipotético.



-Tem certeza que não quer dançar? – Ela perguntou com olhos implorantes, em tom baixo demais e ele teve que ler em seus lábios pra entender. – Eu estou me sentindo uma vela, na verdade um candelabro...



Ele lançou um olhar para trás de Hermione e depois se voltou pra ela. – Não tenho certeza de mais nada, só de uma coisa, não quero ficar aqui. - Harry estendeu a mão e Mione concedeu a dela.



-Obrigada. – Ela murmurou em seu ouvido.



A atenção, logicamente, foi voltada para eles. Primeiramente porque eram belos e talentosos, segundo porque quem não prestava atenção em Harry Potter onde quer que ele estivesse?

Além de ser um momento quase único vê-lo dançar, dançar com a ex-esposa de um inimigo e que ainda era ou foi sua melhor amiga. Enfim, quase um momento histórico...



E por ironia a música que tocou era a mesma que ‘haviam’, mais precisamente Lilá (que era filha de pais trouxas), escolhido pra eles, que parecia de algum modo, ao menos pra uma Lilá de seus dezesseis anos e muito romântica, a música ‘ideal’ do ‘casal vinte’ de Hogwarts...

O constrangimento não ficou aparente se eles estavam o sentindo. Com precisão Harry, delicadamente, segurou Hermione pela cintura e encostando-a nele. Os braços dela moveram-se quase inconscientemente para o pescoço do homem e seus olhos lentamente se fecharam, aproveitando o momento...



*****



Em casa, as onze da manhã de domingo, Harry preparava-se para buscar a filha na casa de Gina, Tinha ido embora quase as seis da manhã. Estava um pouco sonolento, só dormiu pouco menos de duas horas. Tinha deixado o carro lá, não dirigiria ‘bêbado’. Depois de um banho demorado, pra ver se acordava e espantava a preguiça do corpo, pôs uma blusa, casaco e uma calça de moletom e aparatou na casa da amiga.

O silêncio reinava, a não ser pelo barulho de crianças brincando. Sendo guiado pelo ouvido, chegou a cozinha. Onde estava uma Gina sorridente, fazendo o que parecia ser chá e duas crianças correndo de um lado pro outro.



-Servido? – Gina indicou uma xícara de chá.



-Seria bom.



-Pai! Já chegou? Nossa pensei que o senhor viria mais tarde! – Disse dando um beijo em seu rosto. – Como foi a festa? Dançou? Se divertiu?



-E como! – Gina cantarolou. – Não é Harry?



-Me desculpe pelo atraso Gina. – Uma Hermione afobada entrou na cozinha. – Acredita que só acordei faz uma hora?



As crianças, Gina e Harry ficaram olhando ela falar e falar, até que Hermione se tocou que não estava sozinha com Gina na cozinha.



-Não liga não. – Cochichou Maycon pra amiga. – Ela nem sempre fica assim, só quando se atrasa ou tem muitas coisas pra fazer. – A menina assentiu.



-Bom dia...



-Oi. – Harry acenou.



-Não tem problema Hermione. Você sabe que adoro cuidar dos meninos.



-Mãe. Como foi a festa?



O menino acabara de pular em seu colo e lhe eu um beijo demorado na bochecha.



-Foi, divertido. – Ela disse abraçando carinhosamente o menino. – E então pronto pra ir embora?



-Mas já? – Gina perguntou. – Não quer beber algo? Fica mais um pouco... Você chegou agora.



-Ah! Gina... Estava pensando em fazer um programa com o Maycon.



-Mas ainda nem almoçamos, que tal, todos vocês almoçarem aqui e depois sair? Odeio almoçar sozinha...



Hermione pensou um pouco. – Tudo bem. Mas só se eu ajudar a cozinhar...



-Nem pensar! – Harry Exclamou. – Não esqueçam que eu sou o cozinheiro oficial daqui.



-E como não soube disso?



-Nem discute. – Gina disse. – O Harry sempre cozinha quando vem passar o dia aqui.



-Mas hoje será diferente não é mesmo? O Harry com certeza vai nos ceder a cozinha. Não é?



-Quem disse isso? – Harry respondeu brejeiro. – Não confio na Gina na cozinha...



Gina cerrou os olhos pra ele. – Vou fingir que não ouvi. Eu sou uma cozinheira de mão cheia, OK?!



Os meninos tiveram ‘ataques’ de tosse, mas o som parecia muito com ‘mentira’, por alguma razão. – Até vocês? Esse mundo está perdido! – Exclamou olhando pra cima.



-Não, nada disso. Nós cozinhamos.



-Eu!



-Não, você sempre cozinha.



-Por isso mesmo!



-Por que não nos deixa uma vez só? – Gina disse. – E você, Harry, fica brincando com as crianças lá fora.



-Ah. Não sei... Por que eu não posso fazer? – Hermione riu. – Tudo bem, mas se eu sentir cheirou de queimado...



-Pode deixar isso conosco! Não sentirão cheiro de queimado. – Gina afirmou.



Harry ainda olhou desconfiado pra amiga. – Não me sinto bem quando você bem com esse ‘deixa comigo’... Vamos meninos, - Ele disse animado. - Quem conseguir me pegar primeiro, ganha um Kit das Gemealidades Weasley!



Os meninos se olharam empolgados e correram pra fora.



-Ele é sempre tão animado assim?



-Você não viu nada. Às vezes parece uma criança, daqueles tempos em Hogwarts, se lembra?



-É difícil esquecer... Vamos andar com isso, daqui a pouco estarão morrendo de fome. Ah! Gina, ia me esquecendo, as crianças se alimentaram bem? Comeram direitinho?



A mulher ruiva não pôde deixar de sorrir.



-Que foi? – Mione perguntou confusa.



-Você. Você tá até parecendo mãe da Érica.



-Não diga besteira.



-Mas é, você já percebeu que não usa mais ‘ele’ e sim ‘eles’ quando vai falar?



-Ai, Gina. Que bobagem! É só o costume, Érica e Maycon ficaram muito amigos e é difícil vê-los separados, só isso. – Ela soou óbvia.



-Hum... Eles comeram direito sim. Estão bem alimentados.



Deixando pra lá a conversa sobre o comportamento de Mione diante de Érica, elas começaram os preparativos pro almoço.



-Leva um suco pra eles, Gina. – Hermione falou olhando o relógio. – Eles estão lá a mais de meia hora, correndo...



-Ai, vai lá Mi. Eu tô fazendo esse molho aqui e não posso tirar o olho.



-Então toma conta da macarronada, pra mim. Pode fazer isso?



-Sem problema!

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-Pelo jeito ninguém vai ganhar o Kit. Como é crianças, já cansaram?



-Não. Só estou dando um tempo. – Maycon falou segurando os joelhos e respirando pesadamente.



-Eu ainda não. – Érica estava atrás de Harry, no entanto quando foi pegá-lo Harry desviou e deu uma ‘estrelinha’.



-Terá que ser mais rápida, querida.



-Venham beber um pouco de suco, crianças.



Harry continuou no mesmo lugar.



-Tem pra você também, Harry.



-Depois eu tomo. Conheço as pecinhas com quem estou lidando... Estão esperando pra me pegar desprevenido. - Eles sorriram travessos e cúmplices.



-O senhor não sabe o que lhe espera. – Érica disse bebendo um gole do suco. Murmurou algo pra Maycon.



-Anrrã! – Maycon falou. – Mas nós deixamos você beber, Harry. Prometemos só tentar te pegar quando terminar de beber. Não é, Érica?



-É sim!



O homem os estudou por um minuto. – Já que prometeram...



O estranho é que quando ele estava bebendo, os meninos ficaram quase grudados nele, esperando alguma coisa, uma oportunidade. Harry, pressentindo algo, se levantou e ficou bebendo o resto do suco em pé, andando e sendo seguido de perto pelos meninos e pelo olhar curioso de Hermione. Harry olhou pra mulher, que estava a alguns metros distante dele.



-Pega Hermione! – Ele jogou o copo e passou a correr.



-Não vale!! – Os meninos protestaram.



Hermione conseguiu pegar o copo e logo viu os garotos correndo novamente atrás do homem. Por uns instantes se perdeu naquele momento, parada ali, olhando-os brincar, correr. Estavam tão felizes... Seu filho tinha um grande e maravilhoso sorriso no rosto, parecia que não pararia nunca, Harry não estava com aquele ar arrogante que antes, quando ainda não tinham voltado a falar, era sua marca registrada. Por outro lado, estava brincalhão, arteiro e com um olhar muito brilhante, um, que ela mesma pensara estar extinto nele e havia Érica, esta estava como os outros, sorridente, não se importava de ser a única menina, parecia que queria demonstrar que poderia fazer a mesma coisa que os outros dois. Por um segundo de desligou e quando voltou viu a menina montada numa vassoura, e estava, o que parecia, correndo atrás do pai. Mione se impressionou com a astúcia da garota.



-Isso não pode! – Harry disse se abaixando por causa de um rasante da filha e levantando-se rápido por causa do menino que quase o pegou.



-O senhor não ditou regras!



-É mesmo? – Ele ergueu a sobrancelha. – Então está bem... – Harry aparatou no telhado e ficava mudando de posição o tempo todo.



-Tudo bem! – Érica Gritou pro pai, que estava no telhado. – Eu já desisti da vassoura, mais o senhor também tem que parar de aparatar!



-Fechado! – Ele disse atrás dela e logo voltou a correr.



-Ai, Mione! Ajuda a gente! Segura meu pai.



-Eu não. – Ela disse sentando-se no balanço. – Não estou na brincadeira. – Disse dando uma piscadela pra Harry. – Além do mais o senhor Potter ali, não teria chance se estivesse jogando com vocês.



-O que? – Harry parou e olhou pra ela, desviando inúmeras vezes das crianças. – Você nunca conseguiu me pegar quando brincávamos Hermione. – Disse todo orgulhoso.



-Claro que consegui! E aquela vez do...



-Arg!!



-O que foi isso?



-Veio da cozinha...



-Hermione, você deixou a Gina sozinha lá?



-Deixei, mas...



-Ai meu Deus! – Harry saiu correndo pra lá, sendo seguido pelas crianças e Hermione apreensiva.



Quando chegaram, Harry desatou a rir, Hermione disfarçou. Gina estava toda suja do que parecia molho de tomate e tinha macarrão no cabelo...



-O que houve aqui?



-Eu, Arg! – Gina tentava limpar o rosto. – Só aumentei a temperatura do fogão. Pra ir mais rápido...



-Meninos, vão pro banho. Tenho pra mim que o almoço vai demorar.



-Eu fico com o da tia Gina!



-E eu com o do quarto de hospedes!



-Eu sabia que não iria dar certo. – Harry disse com a varinha apontada pra amiga. – Por que você não me ouviu, Hermione?



-Que raiva! Porque nunca consigo?!



-É só falta de pratica, Giny. Não fica chateada. – Harry a consolou.



-Não, decididamente eu me aposentei da cozinha, não é possível, ela não gosta de mim.



-Ela quem?



-Miranda? O que faz aqui?



-Só vim me desculparr porr naum terr vindo ontem... Naum pude virr, esstive a trabalho...



-É uma pena – ‘Eu nem tinha sentido sua falta’. – A festa foi muito divertida, pena que não veio... – Gina disse falsamente.



-Vejo que está ocupada. – Disse olhando de Hermione a Harry e pra cozinha imunda.



-Acidente de trabalho.



-Vocêss querrem ajuda?



-Não Precisa! – Gina quase gritou. – Eu, eu já tenho ajuda deles. Né?



-Claro, comigo pode contar. – Harry falou.



-E comigo.



-Como sou má educada! Com vão Sra. Malfoy, Harry?



-Estou estressado. – Ele falou muito sério. – Essa história de vida social se misturar com ambiente de trabalho... – Ele balançou a cabeça. - Você me entende, né? – Ele perguntou cinicamente.



-Clarro. – Ela engoliu. - E você como está Hermione?



Mione pensou um pouco. – Não levando em consideração você ter me chamado de ‘Sra. Malfoy’ relativamente bem. – Ela deu um sorrisinho simpático.



-Bom, eu--



-Mãe!



-Papai.



Harry e Hermione se entreolharam preocupados.



-Olha o que a tia Gina deu pra gente ontem! – Eles vieram correndo com um imenso álbum de fotografias. – Esquecemos de mostrar pra vocês.



-Entaum esse é seu filho, Hermione?



-Sim é.



-Oi Miranda. – Érica falou distraída indo sentar no colo do pai.



-Olá, querrida.



-Maycon, essa é Miranda Delacour.



-Olá senhora Delacour. – Gina virou o rosto pra não verem ela sorrir.



-Srta, querrido. Olá.



Maycon não se desculpou, puxou Hermione pra mesa onde Érica e Harry já estavam.



-Quando foi isso? – A menina perguntou apontando pra uma foto.



-Terceiro ano... – Eles disseram juntos. – Final da copa de quadribol.



-Harry tinha ganhado pra grifinória.



-Er... Arry poderria falarr com você?



Ele olhou pra filha que sorriu e saiu de seu colo.



-Tudo bem. – Ele encolheu os ombros.



Hermione olhou de lado pra Gina, ciúme disfarçado por um riso malicioso.



-O que será que ela quer?



-Não deve ser nada difícil dele dar, se é que me entende. – Gina falou sordidamente.



-Gina! Os meninos.



-Qual é Mione, eles nem estão prestando atenção nisso. – A mulher disse olhando pras crianças que estavam apontando pro álbum.



-Olha! Que foto é essa mãe?



-Ah! Foi no fim do meu quinto ano... – Disse Gina.



-Aqui vocês já namoravam, Mione? – Érica perguntou curiosa.



Gina olhou pra Hermione sem entender. A foto que estavam observando tinha seis pessoas, Dino e ela, Rony, Luna, Harry e Hermione.



-Vocês quem?



-Ah! Tia. O Harry e minha mãe. – Hermione fechou os olhos antes que Gina os encontrassem.



-Namorados?



-Gina vem cá!



-Mas mãe a senhora não respondeu...



-Hã... Er, foi sim, nós estávamos namorando. Eu vou aqui com a tia de vocês, fiquem ai, tá?



-Tá bom.

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-Que história é essa de namoro? Que eu saiba vocês nunca nem ficaram na época de Hogwarts. - Gina disse desconfiada.



-É e não ficamos... Eu Juro! – Disse por fim quando Gina ergueu uma sobrancelha, em descrença.



-E a história do namoro?



-Harry inventou.



-O quê? Por quê?



-As crianças descobriram que nos conhecíamos. Só que estávamos fingindo que não, entende? E eles perguntaram porque fingimos.



-E?



-Seria irrelevante dizer que brigamos por causa de Draco, e que discutimos tão feio que eu deu um tapa no rosto do pai de Érica e que Harry tinha me xingado. Você queria que as crianças nos odiassem?



-E por isso, só por isso Harry mentiu?



-Acha pouco?



-Bem, olhando do seu ponto de vista...



-O que?



-Convenhamos que está estranho este conto.



-No que? Não vejo nada estranho. Você que tem uma mente muito suja.



-É, ainda tem essa opção. – Disse Gina com a mão no queixo fingindo refletir.



Hermione expirou. – Vamos...



-Um minuto...



-O que foi dessa vez?



-O que você acha que o Harry está fazendo?



-Sei lá! E também... Nem me importa.



-Não? Pensa que engana quem com esse papo? E se estivessem se agarrando ali?



-O que tem? Não é nada meu só um amigo.



-Ele é O amigo . Jamais esqueça.



-Meu, nosso amigo. Melhorou?



-Vai dizer que não está curiosa ou com uma ponta de ciúme?



-Quer saber a verdade Gina? – Hermione indagou impaciente. – Não sabe o quando estou curiosa! Meu Deus, estou me roendo por dentro. Sou um poço de ciúmes e isso está me consumindo por dentro. Socorro, socorro... – Disse sarcástica e entediada, revirando os olhos.



-Pegou a mania do Harry, foi?



-De ser irônica? Não viu nada – Mione sorriu com deboche.



-Só uma espiada...



-Não! Absolutamente não! Eles devem ter privacidade.



-Você é a única pessoa conheço a pensar assim... – Gina bufou contrariada.



-Devo me orgulhar? – Hermione perguntou com a sobrancelha erguida.



-Se você acha que deve.



-O que?! – Um som alto.



-É o Harry...



-Eu sei quem é Gina.



Antes que Mione reclamasse Gina foi averiguar o que estava acontecendo.



-Vem aqui, está louca?!



Quando chegaram, Harry tinha o rosto surpreso.



-O que foi, Harry?



Lentamente seu rosto se virou pra encarar a amiga ruiva. – Eu, eu consegui a transferência. – Falou rouco e baixo.



-Como é possível? Não pode ser. – Gina parecia perturbada. – Não pode...



Uma das mãos do homem passou pelo seu cabelo, parecia desnorteado.



-Você não vai né?



-Eu não sei. Não sei o que fazer.



-Eu digo o que tem que fazerr. – Miranda disse. – Você vai, é uma experriência incrível e nem todoss conseguem, deveria esstarr lisonjeado! Depoiss de terr pedido? Não deve desisstirr.



-Cala a boca Miranda! Você não sabe de nada! – Gina gritou irritada. – Sai daqui, só poderia ter suas mãos nisso tudo.



-Mass eu...



-Vai embora. Você conhece o caminho! – Gina apontou.



-Calma! – Hermione falou. – O que você tem? Estava bem até agora.



-Eu estou bem!



-Acho que esstou indo, me telefone depoiss que decidirr.



-Certo.



-O que foi Gina? – Hermione perguntou preocupada com a amiga. Que não lhe deu ouvidos.



-Você não vai, certo? Não quer ir não é? – Gina perguntou sentando-se na frente do homem.



Harry olhou pra ela sem expressão.



-Ainda está pensando? Você não pode... E Érica, não está pensando nela?



-É a única pessoa em que estou pensando agora, Gina! – O homem falou fechando os olhos. – Sempre sonhei com esse período... Mas veio tão repentinamente.



-Alguém pode me explicar o que está acontecendo, por gentileza?



-Desculpe, Mione. O caso é que há dois anos Harry pediu transferência pra França e agora ela veio. Mas ele não pode ir. Hogwarts começa em setembro, como Érica fará?



-Érica foi chamada para estudar em Beauxbatons. – Ele disse se levantando. – Você sabe, é melhor escola de magia da França. Ela vai adorar saber que estará em uma boa escola... Tudo já está arrumado pra mim e se eu aceitar, podemos ir na quarta. Já tem um colégio trouxa pra ela terminar o ano e uma casa nos esperando.



-Mas a escola não será francesa?



-Você sabe que nós falamos fluentemente francês, Gina.



-Se já está tudo pronto, qual é o problema? – Hermione perguntou experimentando novamente aquele sentimento de perda, que ela sempre teve medo.



-Não tenho idéia se é o certo... Ainda quero ir pra lá, no entanto Érica tem amigos aqui. Será um país que ela só estudou, só conhece por livros e ilustrações. Minha filha tem somente dez anos, não posso mudá-la de ambiente tão bruscamente. Terei que conversar com ela. – Ele suspirou. – O que você acha Hermione? Você que é boa de conselhos, o que devo fazer? – Ele levantou os olhos pra mulher.



Hermione parou de pensar em tudo e olhou pra ele com uma expressão vaga. Ela engoliu, olhou de lado pra Gina, que fazia sinais frenéticos pra que ela falasse que Harry deveria ficar e comprimiu os lábios, um milhão de respostas pr’aquela pergunta surgiram e nenhuma dizia pra ele sair de perto dela. – Eu não sei. – Disse por fim. – Você sabe qual é o melhor pra você e sua filha, não posso dar minha opinião. – E seu coração chorou por não obrigá-lo a ficar, por dar a escolha a Harry, por ser tão covarde a ponto de esconder o que sentia naquele momento.



-Sabia que diria isso. Sem tirar nem pôr. Vou ver as crianças. – Ele falou. Gina gemeu.



-Por que não me seguiu? Por que não disse que seria melhor ele ficar?



-Porque a decisão no fim das contas é dele. E afinal, qual é o motivo por está assim?



-Você sabe quantos amigos eu perdi? – Gina falou baixo. – Não quero perder mais um, Hermione. Não quero ficar sem ver minha sobrinha, não quero deixar de vê-la crescer, não quero ficar sem brincar e sorrir com Harry. Eu só não quero... É difícil de entender?



A outra mulher balançou a cabeça negativamente. E Gina a abraçou. – Não pense no pior, Harry ainda não decidiu.



-Sei que ele vai.



-Sai da depre, amiga. O que tiver de ser será. Nossa! Essa foi péssima...



-Concordo em gênero, número e grau contigo. – Gina falou sorrindo levemente.

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-Eu vi essa foto, minha mãe guarda na carteira.



-Meu pai também tem. Mas ele guarda no escritório dele.



-Filha. Quero falar com você.



-Claro. Eu volto logo.



*Harry conversando com a filha.*



-Fomos chamados pra morar na França.



-Que legal papai. Quando vamos?



-Você está entendendo o que significa, Érica? – Ele pausou. – Não é um passeio. Nós não vamos ver mais sua madrinha e padrinho com freqüência, nem Maycon, nem seus amigos do colégio ou os gêmeos. Na verdade só poderemos vê-los duas a três vezes no ano.



-Esse é o seu sonho, né?



-É sim, mas eu quero saber tua opinião. Você vai se adaptar? Quer ir?



-Se o senhor quer... – Ela falou acariciando o rosto do homem. – Lhe seguirei aonde quer que vá, papai.



-Não é essa a questão Érica. Você quer ir?



-Já disse pai. Eu vou pra onde o senhor for. Será uma boa experiência pra mim, parece bem legal. Mas... E meu colégio? Hogwarts não começa em setembro?



-Se formos pra lá, você estudará na melhor escola de bruxaria francesa.



-Beauxbatons?



-Isso.



-Só se eu comprar minha varinha aqui. – Ela falou. – E livros, ah! Eu queria uma coruja igual a Edwiges. Eu posso comprar um livro de artes das trevas? E sobre as pessoas lá, é legal? Eu queria um...



-Você pode ter sim Érica, menos o livro de artes das trevas. – Harry disse sorrindo. – O livro quando tiver mais idade eu te dou, prometo.

-Que ótimo! Eu vou contar pro Maycon a novidade!



-Vai lá.



-Ah! Pai. Quando nós vamos?



-Na quarta-feira.



-Já? – Ela perguntou abismada.



-Ainda tem tempo de desistir.



-Não, não. Eu só pensei... Esquece. – Ela voltou a sorrir.

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-Aí nós vamos quarta.



-Mas tão rápido? – Maycon não pareceu tão empolgado quando a amiga quando soube da notícia.



-É eu sei. Mas temos que ir mais cedo pra que eu me adapte mais facilmente, eu acho. Mas você não acha legal?!



-Ô! – Ele exclamou tentando parecer feliz pela amiga.



-Não fica assim. – ela tocou no ombro dele. – Nós ainda vamos ser melhores amigos. Juro que te mando um monte de cartas e telefono até você cansar da minha voz.



-Promete?



-Eu prometo. – Ela passou o dedo no peito. – De coração.



-Eu também vou mandar pra você. – Eles se abraçaram.



Hermione e Gina estavam observando-os da varanda.



-Que bunitinho. – Cochichou Gina. – Eles me lembram tanto vocês na época de Hogwarts.



-Você acha mesmo?



-Nunca percebeu, Mione? A Érica parece tanto com você, menos na parte de cumprir as regras, nessa parte digamos, ela é bem traquina, puxou ao pai. E o Maycon lembra o Harry, não fisicamente, mas ele é tão corajoso, esperto e bem protetor. E eles tiveram quase a mesma história de vocês, primeiro não se suportavam e depois viraram melhores amigos...



-Pode ser. Mas... Você sabe o que significa? Eles decidiram ir para a França.



Gina assentiu. – Quer falar com Harry?



-Falar o que?



-Ah! Eu sei lá. Alguma coisa, algo como: Boa sorte! Ou espero que seja feliz...



-Depois Gina. – “Quem disse que quero que seja feliz longe daqui?”.



-Depois quando? No dia da viagem ou da morte dele?



-Gina!



-Que é?



-É melhor entrarmos.



-Cê que manda, comandante teimosa. – Disse Gina batendo continência.

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-Então vejo que o senhor Potter aceitou o novo trabalho. – Gina disse o mais calmo possível. – O que fará lá?



-Você sabe o que farei.



-Está telefonando pra quem?



-Miranda.



Gina olhou sarcástica pra Hermione. – Ela pediu pra você ligar?



-Pediu. Por que?



-Só curiosidade. Mas me diz, ela também vai?



-Não sei.



-Devia ter imaginado.



-O que disse?



-Nada... Só estava dizendo que as crianças devem estar com fome...



-Você tem... Miranda? Decidi ir. E sobre a casa de lá? Toda mobiliada, só esperando nós esperando, ótimo. E o colégio da minha filha? Pela manhã e com esgrima. Como...? Eu disse? Nem me lembro. Não quero incomodar, tchau então. Até... Você vai? Certo, certo. Tenho que desligar, beijo. O almoço das crianças.



-Miranda vai?



-Sim.



Gina parecia ter engolido um sapo de uma vez.



-O que você tem?



-Desprezo...



-Desprezo? Pelo que?



-Ih! Esquece Harry, estava pensado em outra coisa.



Harry não quis saber mais, mudou de assunto. - Farei o almoço.



-Ótima idéia. Será a última vez que comerei mesmo...



-Deixa de drama Gina. Só são alguns anos.



-Claro. Só alguns anos, alguns anos! – Ela falou histérica. – Acho bom você me dar a cada semana um relatório completo sobre o que minha sobrinha fez e deixou de fazer, anexando foto.



-Farei isso. – Disse apontando pra ela. – Agora comida!



-Eu perdi meu apetite.



-É uma pena, porque eu ia fazer aquele assado que você adora... – Ela virou o rosto. – Qual é Gina, está agindo como criança.



-Já foi fazer a comida? Estou esperando. – Ela disse ainda de costas pro homem.



-Essa é a minha garota. – Lhe deu um beijo no rosto e foi pra cozinha.

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Hermione estava na cozinha observando atenta e do mesmo modo discretamente Harry. Lembranças lhe desnorteado do futuro. Fechou as pálpebras pra tentar conseguir controle e para que aquele redemoinho de recordações parasse de atormentá-la.



-Você está bem, Mione?



-Não se preocupe querida. É só um pouco de dor na cabeça.



-Então vou mais rápido aqui. Deve ser fome. – Harry falou.



-Quem me dera... – Ela suspirou.



Te tenho com a certeza de que você pode

Te amo com a certeza de que irá voltar

Pra gente ser feliz

Você surgiu, e juntos conseguimos ir mais longe




-Alguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. – Tinha um tom mandão, os cabelos castanhos muito cheios e os dentes da frente meio grandes.



-Já dissemos a ele que não vimos o sapo. – respondeu Rony, mas a menina não estava escutando, olhava para a varinha na mão dele.

(...)



-Você tem certeza de que esse feitiço está certo? – perguntou a menina. - Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na minha família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quer dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que seja suficiente; aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são?



Ela disse tudo isso muito depressa.

Harry olhou para Rony e sentiu um grande alívio ao ver, por sua cara espantada, que ele não aprendera todos os livros de cor tampouco.



-Sou Rony Weasley.



-Harry Potter.



-Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em Grandes acontecimentos mágicos do século XX .



-Estou? – admirou-se Harry sentindo-se confuso.




“Era tão ingênuo naquela época, não conhecia nada do mundo bruxo e nem sua própria história. Ninguém acreditaria se contassem que aquele Harry Potter se tornaria um grande e inteligente bruxo...”.



Eles se entreolharam.



–Qual é a que a fará voltar pelas chamas roxas?



Hermione apontou para uma garrafa arredondada na ponta direita da fila.



-Você bebe essa. – disse Harry. – Agora, escute, volte e recolha o Rony, apanhe vassouras na câmara das chaves aladas, elas levarão vocês para fora do alçapão e por cima de Fofo. Vão direto ao corujal e mandem Edwiges a Dumbledore, precisamos dele. Talvez eu possa segurar Snape por algum tempo, mas não sou páreo para ele.



-Mas Harry, e se Você-Sabe-Quem estiver com ele?



-Bom... tive sorte um vez, não tive? – falou Harry indicando a cicatriz. – Talvez tenha sorte outra vez.



A boca de Hermione estremeceu e ela correu de repente para Harry e o abraçou.



- Hermione



-Harry, você é um grande bruxo, sabe?



-Não sou tão bom quanto você – disse Harry, muito sem graça, quando ela o largou.



-Eu! Livros! E inteligência! Há coisas mais importantes, amizade e bravura e, ah, Harry, tenha cuidado !



-Você bebe primeiro – disse Harry. – Você tem certeza de qual é qual, não tem?



-Positivo.




“Ele sempre cuidando dos outros e protegendo.”.





Você dividiu comigo a sua história

E me ajudou a construir a minha

Hoje parece que nunca

Somos dois

A nossa liberdade é o que nos prende




-Você não vai, não é mesmo, Harry? – insistiu Hermione.



-Porque não vale a pena morrer por causa do Black – disse Rony.



Harry olhou para os amigos. Eles pareciam não ter entendido o problema.



-Vocês sabem o que eu vejo e ouço cada vez que um dementador se aproxima de mim? – Rony e Hermione sacudiram a cabeça, apreensivos. – Ouço minha mãe gritar e suplicar a Voldemort. E se alguém ouve a mãe gritar daquele jeito, pouco antes de morrer, não dá para esquecer depressa. E se descobre que alguém que ela acreditava ser amigo foi o traidor que pôs Voldemort na pista dela...



-Mas não tem nada que você possa fazer! - disse Hermione impressionada. – Os dementadores vão capturar Black e ele vai voltar a Askaban e... e é muito bem feito para ele!

(...)



-Harry por favor – pediu Hermione, os olho agora brilhantes de lágrimas -, por favor tenha juízo Black fez uma coisa horrível demais, mas não corra riscos, é o que Black quer... Ah, Harry, você vai fazer o jogo do Black se por atrás dele. Seus pais não iam querer que você se machucasse, iam? Jamais iam querer que você saísse procurando o Black!



-Eu nunca vou saber o que eles iam querer, porque, graças ao Black, nunca conversei com eles. – Disse Harry com rispidez.




Hermione olhou distraidamente para o homem que andava de um lado a outro pegando condimentos, talheres e copos. Seus olhos se encontraram e ele sorriu.



-O que foi, Mione?



-Hã? Nada... Só pensando.



-Divida conosco esses pensamentos que lhe afligem. – Disse Harry sentando-se na mesa e secando as mãos.



-Nada de importante, assuntos do trabalho.



-Como não adivinhei antes? Afinal o sinônimo de Hermione é trabalho e estudo. – Ele disse sorrindo.



-E então a comida sai ou não? – Ela perguntou.



-Daqui a dois minutos. E meninos indo lavar as mãos.



-To indo!



-Vai fazer alguma festa Harry? De despedida?



-Não e nem inventa Gina.



-Eu não falei nada... Você já está de implicância.



-Não. É porque eu te conheço mesmo...

______________________





Viva todo o seu mundo

Sinta toda liberdade

E quando a hora chegar

Volta

Que o nosso amor está acima das coisas

Desse mundo




-Está tudo na mesa.



-Hum, parece estar uma delícia.



-Papai é um cozinheiro de mão cheia. – Érica falou pro amigo ao lado.



-Percebesse. E não só cozinheiro. – Gina falou. – Tem outras áreas que é muito melhor... -Terminou provocante. Harry corou.



-Gina!



-Que ê?! To mentindo? – Ela perguntou. - Claro que não. Só não sei se a Miranda terá a honra de provar... – Harry abriu a boca pra retrucar.



-Vamos comer? – Hermione interrompeu e olhando muito feio pra Gina falou. – Pode passar a batata?



-Então vocês vão quarta mesmo?



-É o que tudo indica. – Harry deu de ombros.



-Tem previsão pra voltar? – Gina indagou. Mione piscou e esperou a resposta.



Ele a olhou. – Quer saber verdadeiramente?



-Acho que não...



-Voltaremos daqui a dois, três anos.



A conversa mudou e eles começaram a conversar da época de Hogwarts, até todos acabarem de comer.



-Posso te perguntar mais outra coisa sem ser essa? – Gina perguntou lavando a louça.



-Vai fundo, se estiver ao meu alcance...



-Por que você nunca mais se envolveu com ninguém, Harry?



Harry pareceu ponderar.



-Não tenho idéia. Talvez por não estar preparado, talvez por comodismo ou por me sentir bem deste modo. Sabe que não senti falta? Érica substituiu qualquer falta que estivesse sentindo que nem me lembro mais... Eu me senti liberto, não que com Cho me sentisse sufocado, mas é diferente. É como se eu...



-Quisesse ficar assim? – Hermione perguntou.



-Isso...



Vai dizer que o tempo

Não parou naquele momento

Eu espero por você

O tempo que for

Pra ficarmos juntos,

Mais uma vez




-Não está lendo minha mente não é Srta Granger? – E repentinamente alguns acontecimentos vieram a sua cabeça.



-Harry! Que isso, claro que não...



-E então? – Harry perguntou apreensivo quando Lilá se afastou.



-Ela caiu. – Harry deu um sorriso radiante, fazendo a culpa que Mione sentia por enganar uma amiga, diminuir consideravelmente. Ele a abraçou e a rodou.



-Que bom!



Lilá, que estava na porta da biblioteca, deu um sorriso feliz pelos amigos.



****

-Certo. Legilimens! – Hermione exclamou.



A sala precisa flutuou diante dos olhos verdes e desapareceu; algumas imagens passaram por sua mente em alta velocidade.

Eles brincando de guerra de neve, discutindo a importância de adivinhação (e chegando a conclusão que não valia de nada...).



-Chega. – Harry murmurou. – Parabéns Hermione! Você conseguiu. – Claro que ele não falaria que não estava usando oclumencia.



Hermione estava exausta, mas com um sorriso enorme de satisfação e agradecimento.



-Graças a você! Muito obrigado Harry! – E Harry se viu novamente apertado nos braços da amiga.



****

A proximidade deles aumentava e não parecia que percebiam a situação. Estavam tão próximos agora, que a única coisa que podiam ver nitidamente eram seus olhos... Os verdes e os castanhos, não paravam de se encarar e mergulharam uns nos outros. Qualquer pensamento era dispensável ou inerte. As mãos de Harry automaticamente buscaram a cintura de Hermione e lá repousaram. Ela engoliu em seco e arrepiou-se quando sentiu as mãos dele a puxarem pra si. Onde estava toda a raiva que vira há alguns segundos, minutos ou horas, ela não sabia há quando tempo estava ali... Instintivamente pôs as suas próprias no ombro dele. Seus lábios estavam a ponto de se tocar...

Os lábios de ambos formigaram, desejavam e também receavam.

Sem muito se importar com conseqüências, Hermione, cuidadosamente, levou as mãos para o pescoço de Harry. Finalmente, com ansiedade e dúvida, os lábios se encontraram, sentiram e se perderam pela primeira vez. Com um encaixe exato e completo, não faltava nada ali.



****



Ele pôde ver o rosto da mulher se iluminar. Hermione o abraçou forte e enterrou o rosto entre o pescoço e o ombro do homem. Ficaram assim por inúmeros minutos, até que Harry sentiu gostas em seus ombros. Ela estava chorando.



-Ei, não chore. – Disse se afastando um pouco para observá-la. – Quero você alegre, como eu estou.



Hermione, ainda chorando, o olhou, suas mãos acariciaram o cabelo do homem e desceram até suas bochechas, com o polegar perpassou seus lábios, antes de encontrar seus olhos novamente. Deixando a coerência de lado e pela primeira vez ignorando aquela voz que constantemente lhe dava conselhos, Hermione ficou na ponta dos pés e beijou Harry, com uma urgência desconhecida e apreciada por ambos.




Seus pensamentos o estavam traindo. Harry piscou e respirou fundo.



-Você falou que estou estranha mais você tinha que ver sua cara há alguns segundos atrás... – Hermione declarou.



-Vou pegar sua desculpa emprestada, estava pensando em trabalho.



-Estou começando a achar que to sobrando aqui... – Gina falou se levantando. – Vou ver o que nossas crianças estão aprontando.



-Você entendeu...?



-Não. Não esquenta a Gina algumas vezes tem repentes desse jeito...



-O que pretende fazer depois de realizar seu sonho?



-Ah! Deixe-me ver... Acho que vou procurar uma bela francesa pra me casar.



Hermione até perdeu a fala, ficou atônita, com os olhos presos nos dele. – Boa sorte. Espero que consiga um bom partido...



-Hermione. Estou brincando! Você acha mesmo que depois de não querer casar com uma inglesa eu casaria com alguém?



-Como vou saber? Não tenho idéia.



*****

-Herm, é amanhã que eles vão. Você não quer se despedir.



-Eu to muito ocupada. Não vou poder, manda um abraço para eles por mim.



-Você vai se arrepender...



-O que quer que eu faça? Largue todo meu trabalho pra vê-lo hoje?



-Não, pra ver Érica e de quebra o Harry. Ela ficará chateada por não ver o amigo.



-Não posso ir, hoje não vai dar. Sinto muito. E também pela manhã os garotos se encontraram.



-Você é quem sabe. Tchau então, tenho que desligar. Não quero te atrapalhar mais, já que está cheia de serviço...



-Merda! – Hermione arfou passando a mão pelo cabelo e sentando-se na cadeira estrondosamente.



-Tchau Hermione. Se tiver um tempo passa lá em casa com Maycon, Érica iria adorar, eu iria adorar.



-Tá eu vejo se posso. Você sabe, estou atolada de trabalho... – Ela falou colocando uma mexa de cabelo pra trás.



-Bom, se você não for, estou me despedindo agora. – Ele lhe deu um beijo no rosto. – Foi muito bom voltar a falar contigo. E se algum dia precisar de ajuda, não hesite em chamar. Como sabe, mesmo depois de desavenças, é minha melhor amiga, juntamente com Gina.



-Você também é meu melhor amigo, Harry. Bem eu acho que é um adeus né?! Eu não sei poderei ir te visitar...



-Prefiro usar até logo. Acredito que até quarta ainda te vejo.



Antes que as crianças descessem, ela o abraçou. – Só pra não esquecer como é... – Ela bagunçou o cabelo dele e se afastou.



-Por que as mulheres têm mania de fazer isso?!



-Não combina com você cabelo arrumado. É só contrario, confie em mim.



-Eu confio. – E os verdes dele já não se ligavam em seus cabelos, mas nos castanhos da mulher a sua frente. – Sabe o que me deu vontade de fazer agora?



-O que?



-Isso. – Harry segurou o rosto dela com uma só mão, sem resistência da parte de Hermione. Inclinou a cabeça e mordiscou o lábio inferior dela, antes de sedutora e apaixonadamente lhe envolver em um beijo.



-Por que fez isso?- Indagou ofegante.



-Só pra ficarmos quites.



-E se alguém chegasse?



-Diria que estava tirando um cisco. – Ele falou sarcástico.




-Eu não vou... Não mesmo.



*****



Te tenho com a certeza de que você pode

Te amo com a certeza de que irá voltar

Pra gente ser feliz

Você surgiu, e juntos conseguimos ir mais longe

Você dividiu comigo a sua história

E me ajudou a construir a minha

Hoje parece que nunca

Somos dois




-Érica. Anda logo senão não chegaremos a tempo... – Harry falou alto pra que escudasse. – O que tanto faz no quarto?

____________



-Estou indo pai. – Ela gritou do quarto. – Eu já to indo Maycon, acho que então a gente se vê no natal... Vou morrer de saudade de vocês, manda beijo pra Mione, tá? Tchau.



-Tchau. – Ele desligou.

____________



-Que demora, filha! Vamos.



-Desculpa pai. Eu tava me despedindo do Maycon.



*****

-Eles estão indo pra lá.



-Eles quem, filho?



-Harry e Érica, foram agora pro aeroporto...



-Vai sentir falta deles não é?



-Muita.



-Eu também.



-Mamãe? Por que não vamos nos despedir?



-Des, despedida? Eles estarão muito atarefados, não terão tempo pra gente...



-O que custa tentar?



Ela o olhou pensando ‘que tal um coração partido?’ – Nada.



-Então? Vamos, por favor... Ah! Érica mandou um beijo.



*****

-E como ele está?



-Bem, eu acho. Parecia um pouco desanimado.



-O que quer fazer quando chegar em Paris?



-Podemos comprar roupas? Ou doces... Livros?



-Você tem um gosto diversificado, hein? Teremos tempo pra fazer tudo isso e muito mais.



-Só queria ter me despedido deles. Não queria só vê-los no natal...



-Hermione estava ocupada... – “Queria realmente acreditar no que disse”. - Não puderam vir. Não se preocupe não é um ‘nunca mais’, é apenas um ‘até breve’.



-O senhor acredita mesmo nisso?



*****

O aeroporto nem estava tão cheio assim, era um dia de semana. Ela o achou sentado em uma das inúmeras cadeiras do local, estava com Érica.



-Érica!



A menina virou pra olhar quem a estava chamando e abriu um sorriso ao perceber que era seu melhor amigo.



-Vocês vieram! – Ela abraçou Maycon. – Pensei que só te veria no natal...



-Eu também. Mamãe decidiu de última hora. – Disse dando-lhe um beijo no rosto.



Harry se ergueu e foi cumprimentar os recém chegados.



-Decidiu aparecer?



-Não deixaria meu amigo partir sem me dar um abraço. Não mais uma vez.



Harry simplesmente lhe abriu os braços. As crianças se entreolharam e sorriram, nunca tinham visto uma demonstração de afeto entre seus pais.



-Não tenho certeza se é isso que quero. – Harry falou entre os cabelos dela.



-Então não vá. – Hermione mais pediu do que opinou. – Os gêmeos precisam de você.



-Sei que podem viver bem sem meu auxílio.



-A Gina precisa de você...



-Ela tem o namorado pra consolá-la. – Ainda estavam abraçados.



Vai dizer que o tempo

Não parou naquele momento

Eu espero por você

O tempo que for

Pra ficarmos juntos,

Mais uma vez




Hermione o olhou nervosamente, ele estava indo, quando o veria novamente?

‘Aja! Você pode, você deve. Vai vê-lo partir novamente sem nada fazer? E depois se lamentar?’ Mas Harry escolheu! ‘Você verdadeiramente quer isso?’ Eu não sei... ‘Você pode mudar isto se quiser, não o deixe ir embora de novo, diga o que sente.’ – Preciso de você. – Ela murmurou. – Não vá, eu verdadeiramente, grosseiramente e estupidamente necessito de você... – Uma lágrima solitária caiu e passou por sua bochecha. E ela bateu o pé no chão, estava se expondo.



-Verdade?



-Verdade... – Ela olhou pra baixo.



-E pra que você precisa de mim? – Harry perguntou levantando o rosto de Hermione docemente.



-Eu, eu... Creio que as crianças vão sofrer ficando separados.



-Pensei que sentiria minha falta.



-Isso também... – Ela olhou incerta. – Você não precisa ir se não quiser.



-Chamada para o Vôo 325, destino Paris.



-Me dê um motivo pra isso. – Pediu afastando-se dela.



-Pai. Vamos perder a viagem.



-Só um minuto querida. – Ele falou. – Diga-me, um motivo e eu fico.



Hermione silenciou.



-Adeus, Maycon. Tenham um bom dia. – Harry desejou. – Vamos Érica. – A menina deu a mão ao homem.



-Tchau... – Ela ponderou olhando pra trás.



-Não esquece de me telefonar quando chegar!



-Eu vou.

_________________



“Fraca. É isso que você é, apenas uma covarde que se esconde atrás da pose de empregada do mês...” Hermione pensava sentada em qualquer lugar. “Não pode deixá-lo ir. Você gosta muito dele, muito, muito, muito, demais, inacreditavelmente demais... É você simplesmente o ama”. Ela soluçou. “O avião ainda não partiu, ainda pode alcançar...”.



-Mãe, o que estamos fazendo aqui, parados?



-Eu não seu meu filho. Mas tenho que fazer alguma coisa, vem comigo.

_________________

-Harry!



Érica olhou pra o pai. – Essa é a voz da Mione, não é? – Perguntou com a testa franzida.



Ele se levantou da cadeira, incredulidade estampa em sua face. Hermione estava parada olhando pra todos os lados, proposta de ansiosa.



-Como entrou aqui?



-Eu subornei a atendente. – Ela deu de ombros. Maycon foi pra junto da amiga, que parecia confusa com o acontecimento.



Ele ficou pasmo. - O que faz aqui? – Conseguiu dizer.



-Eu tenho um ótimo motivo pra você não ir.



-Hã? – Perguntou confuso.



-Eu disse que tenho um ótimo motivo pra você ficar aqui.



-E qual seria?



-Eu amo você, Harry Potter. E não quero que você vá pra França junto daquela presunçosa da Miranda. – Ela falou rápido.



Harry se aproximou da mulher, seu rosto em um misto de admiração e dúvida. – O que?



-Eu não quero que vá. Porque eu não conseguiria ficar mais tempo longe de você. E também tem Érica, não quero ela distante de mim e do meu filho. Gina e todos os outros sentirão saudades de vocês e eu também. Além do mais seu trabalho é muito bom e você não pre--



Harry havia colocado um dedo em seus lábios. – Não preciso de mais motivos pra saber que meu lugar é aqui. – Ele olhou nos olhos dela tão profundamente que Hermione sentiu-se completa e saciada, estava mais uma vez mergulhando no mar verde do amigo, no companheiro e amor de toda sua existência. Ele colocou seus lábios nos dela. E naquele momento só podiam pensar no agora. – Eu também amo você.



Não parou naquele momento

Eu espero por você

O tempo que for

Nós vamos estar juntos,

Estar juntos

Mais uma vez...




*****

Depois de inúmeros aplausos e do constrangimento dos nossos dois adultos, eles saíram do avião e tiveram que explicar, mais explicar mesmo o que estava acontecendo entre eles para as crianças. E então finalmente eles viveram felizes...



Érica e Maycon foram para Hogwarts no início de setembro. Um ano depois Harry e Hermione se casaram e deste casamento eles tiveram mais dois filhos, Lazaro e Melissa.



Casal mais feliz não há talvez seus filhos, Maycon e Érica, sejam tão felizes quando eles, mais futuramente, contudo isso, só o tempo dirá...



Fim

____________________________



Bom, é isso aí gente...

Não sei se ficou legal. Entaum comentem, mesmo que seja pra dizer que tá horrível...

A música é do Jota Quest – Mais uma vez. * Por alguma razão (que não tenho a mínima de onde veio...) achei que ela combinava com esse final...

Merlin, isso tá gigantesco! Espero que alguém tenha paciência pra ler, né...

Milhões de desculpas pela demora e espero que tenha valido a pena...



B-joks pro todos,

Yasmin. – que está achando que nunca mais faz fic grande


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