O acidente



*Capitulo Vinte e Sete: O acidente*


 


                                                                                “Ate que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.”

 


 As nuvens densas no céu iam se dissipando gradativamente, o vento do norte, que soprava o mar, causando ondas agitadas, ia tornando-se lentamente menos feroz, diminuindo os assobios e aquietando as arvores. As gotas de chuva que sem piedade açoitaram a terra iam perdendo a força, tornando as gotículas agora quase imperceptíveis aos olhos humanos. A estrada silenciosa e vazia, escurecida pela densa camada de neblina a cobri-la, era ora ou outra iluminada pelos faróis baixos que cautelosamente velozes seguiam em seu destino sem notarem as marcas vivamente impregnadas sobre o asfalto encharcado.


As ondas agitadas atingiam sem dó as pedras a sua costa, encharcando em grandes ondas também a pequena praia logo à frente, levando consigo as areias grossas e deixando a beira mar os resquícios dos seres humanos ao passarem pelo grande oceano atlanticamente azul.


As estrelas, encobertas pelas nuvens escuras, eram incapazes de iluminar a noite, por isso era quase imperceptível notar-se que algo anormal, acontecera. Os pequenos animais silvestres que habitualmente corriam por entre as arvores, alcançando rapidamente as pedras a costa mar e deixando às areias suas pequenas pegadas, agora corriam assustados de volta a seu habitat enquanto um farol alto iluminava algum ponto indistinto, espantando-os. Entremeados com o som do mar quebrando-se a areia, ao vento norte que se acalmava lentamente pelo grande Deus Éolo e as gotículas de chuva que agora, suavemente, banhavam a terra e o mar, o som de um motor ligado impregnava o ar, enquanto gradativamente o som de algo debatendo-se ia se tornando mais intenso.


As rodas, fora do chão, ainda giravam ao ar lentamente e os vidros quebrados ainda presos ao automóvel, ameaçavam em leves rangidos desprenderem-se. O capo do carro amassado pela terra vermelha e úmida do morro ia agora lentamente escorregando junto com a água que escorria pelo morro em direção à queda que as levariam em direção à imensidão do mar que se estendia abaixo.


 Do alto do morro, a beira da estrada apenas um par de olhos observava, encharcados pela ira e o medo, um carro caído ao morro, preso por um milagre ao final do mesmo, prestes a cair queda abaixo sobre o mar, levando certamente a vida das pessoas, que permaneciam ainda presas ao carro, à morte.


            O som de batidas iam aumentando gradativamente, enquanto de dentro do carro mãos se arrastavam, depois de um baque, passando pelo vidro quebrado e alcançando a lama que rapidamente impregnou-se as mãos, aos joelhos e ao corpo que tombara, sentindo o frio da terra e do mato tomando-lhe as costas. Os olhos fechados rapidamente foram abertos, quando mãos tocaram seu corpo, aflitas, buscando uma resposta, um gesto que indicasse que o fim ainda não havia chego.


 

Quando Thiago abriu os olhos sentiu sua cabeça latejando, era como se ele tivesse bebido exageradamente demais e acordado de repente de um pesadelo horrível, ainda podia sentir o cheiro de queimado exalando por suas narinas e as costas doloridas como se tivesse sido massacrada. Podia lembrar-se claramente do pesadelo, a chuva intensa, a neblina impossibilitando-o de enxergar com nitidez a estrada, um carro perseguindo-o, batendo contra o carro de Thiago, fazendo-o perder o controle e rodopiar na estrada. Thiago ainda lembrava-se das mãos grudadas com força ao volante, numa tentativa de controlar o carro, do mesmo inclinando-se e então, as imagens se tornaram um redemoinho confuso, enquanto ele sentia o corpo girando junto com o carro, preso pelo cinto de ponta cabeça enquanto sentia em seu próprio corpo os baques do carro contra o chão, enquanto o mesmo capotava morro abaixo, e a ultima coisa que Thiago se lembrava, antes de acordar, eram os gritos, desesperados, de Lilian.


Imediatamente Thiago girou o rosto, sentindo sua cabeça latejando e pequenos pontos surgirem diante de seus olhos, percebendo, só então, o breu onde se encontrava.


Alguma coisa estava errada, Thiago sentia seu próprio corpo formigando e ao tentar esticar as pernas percebeu que era impossível, alguma coisa o impedia, como se estivesse preso. Tateando a sua volta, Thiago sentiu-se ser invadido pelo pânico. O pesadelo ainda não acabara, ele estava preso, dentro do carro, de cabeça pra baixo.


 

A chuva agora era imperceptível, o vento frio soprava não muito manso e as arvores chacoalhavam com a força do mesmo, enquanto as nuvens no céu iam se dissipando, sendo sopradas para longe pelo vento. No final do declive do morro o carro se encontrava caído, de ponta cabeça, as rodas agora imóveis no ar, o capo do carro, amassado contra a terra e as pedras, e logo a frente do mesmo podia-se ver que o final do morro levava a uma queda livre, direto ao oceano abaixo, agora não azul, mas negro pela escuridão da noite.


Um baque ecoou na noite quando Remo soltou o cinto, sentindo-se cair de costas no teto interior do carro, sentindo uma pontada profunda nas costelas enquanto o pescoço se enrijecia pela força da queda. Tateando a sua volta após as pernas tombarem para o lado, Remo se arrastou em direção ao único vão aberto de onde ele podia sentir o vento penetrando e fazendo-o inspirar profundamente. Juntando as forças ao corpo molemente fraco, ele arrastou-se pelo vão aberto, sentindo suas mãos tocarem a terra molhada e o ar invadindo-o, fazendo-o inspirar profundamente o ar fresco que lhe invadia as narinas, dando-lhe uma sensação de vida muito maior do que quando estivera dentro do carro, de onde um forte cheiro de borracha queimada impregnava a tudo.


Rastejando-se pela terra molhada e lamacenta, Remo alcançou o outro lado do carro, vendo um corpo caído ao chão, reconhecendo, sem esforço algum, os cabelos acastanhados quando ele se aproximou, desesperado, as mãos tocando o braço dela e seus olhos encontrando-se com os olhos castanhos, que assustados deixavam as lagrimas escaparem rasteiras e silenciosa pelo canto dos olhos rolando pela lateral da face e perdendo-se.


Quando os braços de Remo envolveram o corpo delicado, o choro invadiu a noite silenciosa, onde nem mesmo os grilos cantavam, nem o vento mais uivava, apenas o som, distante, das ondas quebrando-se calmamente, era imperceptivelmente ecoado.


― Você ta bem? Machucou? Quebrou alguma coisa? – A voz preocupada e carinhosa de Remo ecoou baixa ao ouvido de Patsy, que levou a mão ao rosto do maroto acariciando-o rapidamente, na tentativa de acalmá-lo.


― Eu to bem, eu... – A voz de Patsy se perdeu, quando um forte barulho ecoou na noite.


 
Batidas ecoavam pela noite, e gradativamente iam aumentando, enquanto Remo, que agora se ajoelhava ao chão, ia se rastejando lentamente em direção ao carro, quando ele finalmente alcançou o vão aberto que ele reparara ser uma janela do carro, cujo vidro havia se despedaçado e saído durante a queda, ele ouviu uma voz fraca e rouca e sentiu o coração disparando.


― Si... Sirius? – Imediatamente, Remo abaixou-se, vendo pelo vão aberto da janela, que mesmo com o breu da noite a preencher todo o interior do carro, um vulto, claramente, encontrava-se pendurado de cabeça pra baixo, provavelmente preso ao banco do carro.


― Lia? É você?- No instante em que Remo, chamou-a pelo nome, outra voz ecoou na noite silenciosa.


― Aluado? – O vidro do banco da frente, onde Thiago estava, encontrava-se fechado, por isso o maroto não conseguiu visualizar o melhor amigo, mas sabia pela voz, que o mesmo encontrava-se provavelmente preso também, de ponta cabeça, pelo cinto de segurança ao banco.


― Pontas? – Um medo apavorante instalou-se a boca do estomago de Remo, enquanto ele voltava-se rapidamente ao vão da janela, enfiando parte da cabeça pra dentro, tentando enxergar alguma coisa.


― Remo. – A voz baixa e ansiosamente preocupada de Patsy ecoou próximo ao maroto, fazendo-o virar-se rapidamente, para ver a namorada, segurando algo a mão e esticando a ele.


Remo apanhou rapidamente o celular, sentindo-se mais esperançoso quando ligou a lanterna do mesmo, cujo apenas o espelho frontal encontrava-se rachado, iluminando então rapidamente o interior do carro, vendo a loira pendurada ao teto, cujos cabelos encobriam-lhe totalmente o rosto.


― Lia? Lia você ta bem? – A voz de Remo, mesmo baixa, ecoou alto pela noite escura e silenciosa, enquanto Patsy arrastando-se ajoelhada aproximava-se da janela, pegando o celular das mãos de Remo e indicando que ele tentasse ajudar Thiago, enquanto ela iluminava o interior do carro.


― To... Z-zonza. – A voz de Lia tremia, assim como ela presa ao cinto, era uma sensação horrível, estar de ponta cabeça, seu corpo preso ao banco, sentindo o sangue descendo rapidamente enquanto pequenas luzes começavam a cintilar cada vez mais intensas a sua frente, ao mesmo tempo em que fortes dores desconhecidas iam invadindo seu corpo, causadas pela falta de sangue nos restantes dos órgãos e músculos do corpo.


― Lia, o cinto, abre o cinto.


Ao mesmo tempo em que, agora, Patsy tentava ajudar Lia, Remo ajoelhado ao lado, tentava arrumar um jeito de libertar Thiago, o que, com o vidro fechado seria impossível.


― Pontas, não da pra você abrir o vidro daí?


As vozes de Patsy e Remo ajudando pareciam ser os únicos sons presentes na noite, agora que a chuva rareara tanto que o som das minúsculas gotículas caindo era totalmente imperceptível, o vento inesperadamente silenciara-se de modo que parecia nem mesmo estar presente na noite e o som do motor do carro soava bairro, como se tivesse perdendo a força.


― Pat não da, não consigo soltar o cinto, ta duro. - As vozes de Thiago e Lia soaram quase em uníssono


― Não da Aluado, não abre.


Thiago tentava, com a mão levemente dormente, apertar o pequeno botão a porta cujo era responsável por abrir e fechar o mesmo, mas suas tentativas pareciam fracassadas, do mesmo jeito que Lia, também presa ao cinto, tentava soltar o cinto de segurança, pressionando fortemente com as mãos dormentes a pequena trava vermelha, mas também sem sucesso algum. Nada acontecia, nada se abria e os dois continuavam presos, dentro do carro, o sangue descendo pela cabeça e os músculos se retesando pela falta do sangue, deixando-os a cada minuto mais tontos e prestes a perderem a consciência a qualquer instante.


Encarando o namorado, Patsy sentiu o medo invadindo-a, um medo totalmente diferente do que sentira há horas atrás, um medo de que algo pior acontecesse com seus amigos, se tornava mais intenso a cada segundo.


― Remo o que vamos fazer?


Remo podia ver o medo estampado nos olhos da namorada, mas não podia deixar-se ser invadido por tal sentimento, ele tinha que se manter firme e o mais frio possível para  ajudar os amigos.


― Pontas, agüenta ai, tenta se soltar do cinto, eu tenho uma idéia.


Sem esperar uma resposta de Thiago, Remo sentou-se ao chão, antes de deitar-se e ir se arrastando de costas, entrando lentamente dentro do carro e vendo acima de si, com a ajuda da luz do celular, o banco maior, onde Lia encontrava-se presa pelo cinto de segurança, os pés tocando o chão que agora parecia o teto pelo fato do carro estar de cabeça pra baixo, os cabelos caídos pelo rosto impossibilitando-o de ver-lhe o rosto e as mãos que se seguravam firmemente as laterais do banco como se temesse cair do mesmo inesperadamente e machucar-se.


― Lia, eu vou tentar abrir o cinto, ta? – Erguendo levemente o corpo, apoiando os cotovelos ao interior do teto do carro, Remo levou a mão ao cinto, tentando soltar a trava e constatando que realmente estava endurecida. Apertando a parte vermelha com mais força, Remo puxou o cinto, tentando afrouxá-lo levemente e assim forçar a abrir. Quando um baque forte de alguém caindo sobre a parte metálica se fez presente, Remo parou congelando, Lia não havia caído, então da onde vinha aquele som?


 


― Ai, caralho. – Quando Thiago apertou pela terceira vez a parte vermelha que destravava o cinto, não esperou que caísse tão rapidamente, por isso quando seu corpo se desprendeu do cinto, se descolando do banco e caindo de costas, batendo sem querer a cabeça na parte superior do encosto do banco, ele sentiu uma dor penetrar sua costela e sua vista perder o foco por segundos. Nunca em sua vida passara por nada parecido, nunca sofrera acidente algum e agora, estando ali, depois de estar preso de ponta cabeça no carro, era algo assustador, e se tivesse morrido? E se algum, de seus amigos, estivesse morto?


No mesmo instante, Thiago apoiou-se ao chão, que era o teto e virou-se para ver o banco ao seu lado, onde os cabelos ruivos cobriam a face da garota.


― Lilly!? - O medo na própria voz o fez estremecer, quando Thiago afastou os cabelos do rosto da ruiva, vendo-a desacordada enquanto uma mancha de sangue escorria por seu rosto.


 

― Pontas?


Ainda deitado na parte metálica que era o teto do carro, Remo percebeu, virando o rosto rapidamente para o lado, que Thiago se soltara do banco e agora parecia estar ajudando Lilian, então voltando-se a Lia, Remo forçou a trava vermelha, enquanto puxava o cinto, ouvindo, inesperadamente, um grito penetrar o ar, antes de sentir uma dor lancinante no estomago, enquanto sentia um peso extra sobre seu corpo.


Mesmo segurando-se firmemente as laterais do banco, Lia sentiu seu corpo descolar-se totalmente do mesmo, quando o cinto de segurança soltou-se, libertando seu corpo, impossibilitando que ela evitasse a queda, quando seu corpo caiu sobre o de Remo, sem aviso prévio.


― AU. D-desculpa Remo. – Apressou-se Lia, apalpando as mãos à volta no carro e tentando sair, sem apoiar os joelhos ou mãos ao maroto.


― S-Sem problema. – Ofegou Remo, sentindo o peso de Lia saindo de si, deduzindo que ela saia do carro, ajudada por Patsy.


Quando Lia saiu completamente do carro, sentiu seu corpo tombar sem forças ao chão, a terra gélida e grudenta colando-se ao seu corpo, sem que ela se importasse com isso, na verdade, ela mal notara tal fato, a sensação do sangue agora fluindo por todo seu corpo e sua cabeça latejando enquanto o sangue circulava e o ar fresco invadia seus pulmões eram muito mais importantes para serem notados, como se fosse a primeira vez que ela respirasse ou sentisse de verdade o sangue circulando e seu pulmão levando o oxigênio para seu corpo.


 


― Lilly? – A voz de Thiago ecoou mais baixa e rouca, quase inaudível para os que estavam agora do lado de fora do carro, enquanto Thiago acariciava o rosto de Lilian, tentando desperta-la. Seu coração pulsava fortemente ao peito, fazendo-o sentir ainda mais forte a dor que ia esmagando lentamente seu coração à medida que o medo aumentava. Ele precisava tirá-la dali, ter certeza que ela estava bem, que ficaria bem, que estaria a salvo.


― Pontas? – Com o susto, Thiago pulou pra trás sentindo suas costas batendo ao banco atrás de si, enquanto Remo surgia, por entre os bancos do carro.


― Au, Caramba, Aluad... – Thiago parou, todo o seu ser congelou, era impressão dele ou o carro estava se mexendo?


― O que foi isso? – Mas Thiago não teve tempo de responder, rapidamente ele tentou soltar o cinto de Lilian, mas em vão, parecia totalmente preso e impossível de se destravar, e nem mesmo quando ele tentou afrouxar o cinto, deixando parte dele sem o peso de Lilian, o mesmo não se abriu.


Agora o pânico começava novamente a tomar conta de seu corpo, alguma coisa estava errada, ele podia sentir que o carro, em um movimento infinitesimal, saia do lugar, como se estivesse escorregando.


― Pontas...


― A gente precisa tirar ela, Aluado. – Agora Thiago sacudia o cinto e a trava, tentando abri-la, mas não adiantava, o corpo desfalecido de Lilian pressionava-se contra o cinto, impedindo que o mesmo se soltasse, por isso todos os esforços de Thiago pareciam em vão.


― Não abre, o cinto não abre, mas que caralho.


― Pontas, seu canivete. – Diante da idéia inesperadamente brilhante de Remo, Thiago seguiu os olhos diretamente para o porta-luvas, constatando, para seu maior desespero, que o mesmo encontrava-se aberto e agora completamente vazio, todas as coisas que havia dentro se perderam durante a queda.


― Não ta aqui, não tem nada aqui. – Thiago sentia seu peito arfante, não de cansaço, mas de desespero à medida que o tempo parecia correr mais rápido contra eles. Percebendo que não conseguiria tirar Lilian dali sem algo que ajudasse a romper o cinto, Thiago virou-se prestes a esgueirar-se por entre os bancos e sair em direção à noite, sendo impedido quando um som mínimo chamou-lhe a atenção, fazendo-o parar de súbito.


― Lilly? – Lilian tossia fracamente, mexendo-se devagar, enquanto tentava erguer o rosto encoberto pelos cabelos ruivos, que foram afastados em seguida pela mão carinhosa do maroto, deixando os olhos verdes, e assustados, se destacarem do rosto avermelhado


― O que...? – Ela tentou dizer, mas não terminou a frase, seus olhos se desfocaram de Thiago para o redor do carro, percebendo que estava tudo aos avessos.


― Eu vou tirar você daí, Lilly, não se preocupa.


― Não, não, Thiago. – O medo na voz de Lilian fez Thiago parar antes mesmo de conseguir virar-se para sair do carro, então ele encarou aqueles olhos verdes, sentindo um aperto no peito ao vê-los agora amedrontados e levemente encharcados de lagrimas. – Não me deixa aqui, não me deixa aqui.


― Eu vou tirar você daqui, Lilly, eu volto, eu juro, eu só vou achar alguma coisa pra tirar esse cinto de você.


No mesmo instante em que Thiago disse essas palavras, Lilian levou as mãos ao cinto, tentando abrir a trava vermelha, desesperadamente, sacudindo febrilmente a trava, enquanto o pânico a tomava por inteiro. Thiago rapidamente segurou as mãos de Lilian, fazendo-a parar.


― Lilly, olha pra mim, olha pra mim. - Ele viu a ruiva erguer os olhos para encará-lo. – Eu vou tirar você daqui, mas você tem que ficar quieta.


― Thiago... – A voz rouca de Lilian fez o coração de Thiago apertar-se ao peito, antes dele continuar.


― Eu só vou achar alguma coisa pra tirar esse cinto. – Thiago respirou fundo sentindo todo seu ser gritando desesperadamente pra não deixá-la ali, mas não havia outra saída, ele precisava achar alguma coisa que o ajudasse a soltar o cinto, rasgá-lo, cortá-lo, qualquer coisa que libertasse Lilian daquele cinto e daquele carro.


Quando Thiago se rastejou em direção a janela, cujos vidros quebrados permitiam-o sair por onde Remo e Lia haviam saído minuto atrás, ele sentiu rapidamente o vento batendo em seu rosto enquanto em segundos suas mãos tocavam o chão de terra vermelho e enlameado e o vento da noite a bater-lhe contra o rosto dava uma maravilhosa sensação de vida e liberdade.


 

O vento estranhamente voltou a se tornar mais vivo, as nuvens no céu começaram a se movimentar rapidamente como se estivessem apostando corrida entre si no vasto céu pés abaixo da camada de ozônio sobre a terra; Trazidas pelas nuvens e pelo vento, as gotículas de água, que caiam das densas nuvens, começavam lentamente a se intensificar, deixando de serem invisíveis e tornando-se grandes gotas que caiam sobre o morro lamacento e sobre a loira deitada ao chão, cujos olhos fechados abriram-se imediatamente. O coração disparou ao peito, circulando agora mais rapidamente o sangue pelo seu corpo já pré recuperado, as mãos apoiaram-se à terra grudenta sentindo-a infiltrar-se por entre os dedos melecando-os enquanto o corpo erguia-se, sentando-se ao chão vermelho, e os olhos azuis espiavam, desesperados, a volta, antes da voz tremula escapar-lhe dos lábios fazendo Thiago, que agora estava febrilmente a sua volta a caça de alguma coisa aguda o suficiente para cortar o cinto de Lilian, parar de chofre e encarar Lia, fazendo-o sentir-se tão desesperado quanto estivera segundos atrás.


― Cadê o Sirius?


As gotas da chuva inesperadamente se intensificaram de tal maneira que foi como se os despertasse, fazendo Remo e Patsy erguerem-se de chofre enquanto Lia, num pulo, se colocava de pé e Thiago virava-se sentindo o desespero congelando seu sangue.


― Sirius.


Então um grito pavoroso espalhou-se pela noite.


 


A terra lamacenta e vermelha do morro começava agora a descer junto com a chuva como pequenas corredeiras cada vez mais intensas, vindas do alto do morro, e se perdendo no penhasco em direção ao mar, fazendo com que o chão se tornasse mais lamacento e escorregadio, levando consigo muito mais do que as pequenas pedras e matos, enquanto o carro capotado começava a escorregar minuciosamente.


― Thiago!


A voz de Lilian ecoou pela noite impregnando-a e espantando as corujas escondidas nas arvores ao longe, enquanto Thiago horrorizado a via escorregar em direção ao penhasco, presa dentro do carro, que, como se tivesse em câmera lenta, ia deslizando pelo chão enlamecido do morro.


Tomado pelo pânico, Thiago desceu correndo o declive, olhando para rosto branco de pavor enquanto ela escorregava, então inesperadamente ele sentiu seus pés escorregarem, enquanto seu corpo caia pelo chão, deslizando na lama vermelha junto com a água que descia do morro, fazendo-o cravar as mãos a terra na tentativa de segurar-se e diminuir a velocidade de seu corpo que deslizava mais rapidamente em direção ao penhasco.


― PONTAS. – Numa fração de segundo Remo viu-se procurando por Sirius e o canivete e no outro ele corria segurando-se a um ramo de mato ao chão e fechando a outra mão ao pulso de Thiago o segurando, evitando que o maroto caísse morro abaixo. Puxando Thiago com toda força pra cima, Remo ajudou o maroto a se levantar, antes dos dois virarem-se juntos para o carro, que deslizava suavemente e lentamente pela lama em direção ao penhasco onde Thiago quase caíra.


― THIAGO! THIAGO, ME TIRA DAQUI, ME TIRA DAQUI, PELO AMOR DE DEUS.


Thiago congelou, um grito escapou dos seus lábios. Seu grito foi pavoroso.


― LILIAN!


 


 As gotas da chuva caiam grossas na terra encharcada castigando sem dó a Terra, o vento do norte, junto com a chuva começava a soprar mais intensamente, espreitando seus assovios sussurrantes por entre os cabelos louros que esvoaçavam, enquanto ela desesperada percorria o morro tentando em vão enxergar em meio ao breu da noite alguma coisa que indicasse algum sinal de Sirius. Lágrimas abundantes escorriam por seu rosto misturando-se a chuva que banhava seu rosto, enquanto os lábios, agora mais brancos que o normal, sussurrava uma prece baixa que emanava de seu coração.


― SIRIUS, SIRIUS CADE VOCÊ? SIRIUS... Deus ele não pode ter caído, ele não pode ter caído no penhasco, por favor, Deus, pelo amor, Sirius cadê você.


 Os joelhos cederam batendo com força ao chão e a lama que grudaram em seus joelhos e canelas, enquanto as lagrimas encharcavam seus olhos tornando a visão borrada. A chuva escorria por seus cabelos e seu rosto, grudando os fios louros e sujos de terra a face da garota, que cravava as mãos ao chão avermelhado e verde do morro, sentindo todo seu corpo estremecendo desesperado pelo choro e pelo frio do vento que soprava dolorosamente contra sua pele completamente desprotegida enquanto os sons das ondas agitadas, açoitando as pedras da costa abaixo do morro, tornavam-se mais intensas.


 



― ME TIRA DAQUI, PELO AMOR DE DEUS, ME TIRA DAQUI.


O desespero era opressor e esmagava todos os órgãos dentro dela; Presa pelo cinto ao banco, ela podia sentir o coração pulsando em sua cabeça, em seu cérebro, causado pelo excesso de sangue no mesmo, enquanto a visão ia se tornando cada vez mais turva; Mesmo de ponta cabeça ela podia sentir que o carro não se encontrava totalmente parado, ela podia senti-lo em movimento enquanto o som de gotas caindo fartamente grosas contra a lataria do carro, pareciam castigar seus ouvidos, mais sensíveis.


Quando Thiago ajoelhou-se ao lado do carro ele tentou manter-se o mais calmo possível ou o desespero de Lilian, unindo-se ao seu próprio desespero poderia piorar a situação e ele precisava, agora urgentemente, tirar Lilian daquele carro de qualquer jeito.


― Thiago... – O som rouco e soluçante penetrou o coração de Thiago, fazendo o músculo, que involuntariamente batia, parar por segundos antes de disparar dentro do peito; As palavras, a voz dela, o medo estampado em cada silaba que ela emitia, penetravam os poros dele, tornando o medo pior do que qualquer dor que ele já tivera na vida. - Me ti-tira daqui, m-me tira da-daqui, po-or favor.


O pânico pulsava em seu ouvido como se fosse o tambor de alguma escola de samba, tão forte, tão intenso que ele sentia-se surdo pra qualquer outra coisa, as mãos ágeis, agora seguravam com tanta força o cinto que quando Thiago enfiou-se metade pra dentro da janela, ele pareceu afrouxar-se mais em suas mãos, fazendo o maroto deslizar a outra mão rapidamente em direção a trava vermelha do cinto, apertando-a com toda a força que tinha, ouvindo um segundo depois o som de um “clique” antes de um peso sobrecarregar-se contra suas costas, no instante em que o grito de Lilian invadia seus tímpanos, interrompendo-se rapidamente antes de outro unir-se a ele.


― THIAGO.


 


Ela quase não podia sentir o vento soprando forte contra sua pele arrepiada, e tão pouco conseguia sentir as grossas gotas de chuva caindo sobre si, nem as mãos cobertas de lama, que se cravavam a terra, desesperadas, a única coisa que ela conseguia sentir era seu coração batendo tão desesperadamente forte ao peito que chegava a doer, o medo pulsava junto com ele tornando cada pulsação uma dor latejantemente aguda, sua voz rouca murmurava agora preces incompreensíveis até mesmo para ela, enquanto os soluços escapavam altos ecoando pela noite; Seus joelhos arrastavam-se agora pelo declive do morro, grudando as mãos as pequenas raízes e mato misturados a lama vermelha, ela tentava ir escalando-o, então quando Lia ouviu gritos, ela virou-se rapidamente para observar, com os olhos arregalados e o pânico invadindo-a, o carro deslizando em direção ao penhasco, e antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, gritar, correr, alcançá-los, outra coisa a fez voltar-se com os olhos em direção ao morro: alguma coisa se rastejava por entre o mato logo a sua frente.


 


Ele podia sentir o carro escorregando lentamente, agora talvez mais devagar pelo peso de seu corpo ao carro, mas ele sentia a lataria onde ele apoiava-se mexendo tão devagar como se fosse uma cobra se rastejando lentamente antes de dar o bote, tentando não espantar sua presa. Quando Thiago finalmente soltou o cinto de Lilian, o peso do corpo da garota caindo sobre suas costas fez Thiago gemer baixinho. Uma dor penetrou-lhe as costelas, enquanto ele sentia mãos segurando fortemente suas canelas, tentando puxá-lo pra fora do carro, o que ele sabia, com Lilian sobre suas costas seria impossível.


― Pontas, vocês tem que sair dai, cara, o carro vai cair, sai logo, cara, sai logo. – o medo era palpável na voz de Remo e Thiago sabia que a namorada do amigo também tentava puxar o maroto pra fora, pelas canelas, por isso, ele deitou-se completamente a lataria interior do teto do carro, sentindo pontadas espalharem-se por seu corpo.


― Lilly, sa-sai pela janela. – Mas a ruiva não se moveu, o peso do corpo dela nas costas de Thiago o espremia de forma que, deitado de bruços ao carro, ele mal conseguia respirar, podia sentir as dores pulsando em seu corpo enquanto ele tentava forçar o oxigênio a ir mais rapidamente aos pulmões.


― Pontas. – A voz de Remo mais uma vez alcançou os tímpanos de Thiago e o maroto percebeu que se Remo e Patsy não tirassem Lilian dali, ele e a ruiva cairiam penhasco abaixo junto com o carro, que continuava deslizando lentamente.


― Re-Remo a Lilly. – Foi tudo que ele conseguiu dizer antes de respirar mais uma vez profundamente sentindo-se sufocando enquanto pontos piscantes começavam a surgir diante de seus olhos que pareciam fazer a vista de Thiago ir escurecendo-se aos poucos.


 


Ela ergueu-se na hora, as mãos soltaram-se da lama vermelha e as costas ficaram eretas enquanto os olhos atentos percebiam o movimento do mato enquanto o som de algo se rastejando se tornava mais intenso. Um medo e uma esperança percorreram seu corpo no instante em que Lia pôs-se de pé, os olhos tentando focalizar o responsável pelos movimentos do mato e o barulho do mesmo, mas a escuridão da noite impedia-a de enxergar qualquer coisa que não estivesse perto o suficiente.


Com o corpo trêmulo, ela levantou-se, e também tremulas estavam as pernas quando ela tentou caminhar em direção ao mato que agora não se movia mais, mas encontrava-se imóvel. A respiração forte indicava o coração disparado e as mãos suando não eram de calor, mas de medo, enquanto vagarosamente ela dava pequenos passos subindo o declive do morro.


Quando Lia deu o quarto passo, inesperadamente o mato a sua frente mexeu-se tão rapidamente que Lia sentiu o corpo involuntariamente ir pra trás, antes dela ver o serpentear de uma cobra por entre o mato, a fazendo gritar e dar vários passos, sentindo seus pés tropeçarem em algo atrás de si, fazendo-a tombar pra trás, causando outro grito enquanto as mãos apoiavam-se ao chão e o medo a fazia arrastar-se, temendo que fosse a outra cobra ou em algo pior que ela tropeçara. Mas quando ela arrastou-se pra trás e seus olhos desceram rapidamente para ver o que havia a sua frente um grito sufocado pela mão escapou de seus lábios.


― Sirius?


 


A chuva intensa que caia fortemente sobre o morro levava agora mais rapidamente a terra avermelhada misturada aos matos que se soltavam do mesmo, ajoelhados àquela terra vermelha, ao lado do carro, Remo e Patsy tentavam puxar Lilian pela janela, que agora parecia molemente desacordada, e com grande esforço Remo conseguiu segurar a ruiva pelos braços e puxá-la pela janela quebrada. Quando a ruiva fora completamente arrastada para fora do carro, ele deixou-a deitada em segurança, antes de voltar a atenção ao carro, segurando então Thiago pelas canelas e puxando o amigo com cuidado.


― Eu... To... – Thiago tentou dizer, mas Remo fez um sonoro “Shiu”, quando finalmente conseguiu arrastar o amigo pra fora do carro e deitá-lo ao chão gélido, enquanto o carro escorregava agora muito mais leve, pelo chão encharcado do morro até finalmente parar.


Sentindo-se zonzo, Thiago apoiou os cotovelos ao chão e ergueu-se ligeiramente ao ouvir o som do carro deslizando pelo morro, vendo, com os olhos arregalados, o carro agora bambeando entre o morro e o penhasco.


― Lilly. – Novamente o pânico  invadiu-o completamente.


 


Caída de costas ao chão, as mãos apoiando-se ao mesmo enlameado, ela mal conseguia ver o que havia a sua frente, o breu da noite impossibilitava-a de identificar qualquer coisa de onde ela se encontrava, mas as curvas escurecidas caída a sua frente deixavam claro que havia ali uma pessoa. Rapidamente, Lia ergueu-se caindo ajoelhada ao lado do corpo, as mãos grudando-se a camisa que ela conhecia muito bem enquanto ela aproximava-se dele, vendo aquele rosto lindo desfalecido a sua frente.


As lagrimas encharcaram seus olhos antes de descerem abundantes pelo rosto, o coração já sufocado dentro do peito esmagou-se de tal maneira que a dor que ela sentiu beirou o insuportável, enquanto os olhos fechavam-se e o desespero a sacudia de forma cruel.


O maroto caído ao chão encontrava-se totalmente alheio às lagrimas e soluços de Lia, o rosto totalmente ensangüentado parecia totalmente tranqüilo, as pálpebras cerradas, como se estivesse dormindo, dava a impressão de que ele estiva tendo o mais tranqüilo sonho. Sua camisa estava rasgada assim como partes de sua calça, deixando visíveis os cortes e sangue que escorriam dos ferimentos.


― Sirius, Sirius.


Lia sacudiu-o, as mãos enlameadas agora segurando a camisa do maroto, tentando, em vão acordá-lo, enquanto a voz embargada em lagrimas sussurrava o nome do maroto, que molemente mal se movera as investidas fracas de Lia em sacudi-lo, totalmente inerte ao que acontecia, Sirius Black continuava desfalecido, tendo em seu peitoral o rosto encharcado de Lia, soluçante e os fios de ouro grudando-se a sua pele, enquanto ele continuava caído ao chão, como se estivesse morto.


 


― Lilly.


Thiago não saberia dizer como e nem com que rapidez exata ele se levantara e correra até onde Lilian estava deitada, antes de sentir seus joelhos cedendo e afundando-se na lama, enquanto suas mãos seguravam o rosto delicado da ruiva e o medo mais uma vez sufocava-o de maneira cruel.


 ― Lilly. – Ele sussurrou tão baixo que, pelo barulho alto da chuva e do vento, era de se questionar se ela, mesmo acordada, ouviria. Ele encostou a testa à da ruiva, sentindo uma coisa quente grudando a sua pele, antes de afastar-se e ver um enorme ferimento a testa da garota, de onde o sangue escorria misturando-se a chuva que banhava o rosto da ruiva.


As lagrimas, agora impossíveis de serem controladas, escorreram dos olhos castanho-esverdeados e desceram pelo rosto, enquanto ele abraçava o corpo dela com tanta força ao seu que temeu machucá-la ainda mais, mas a necessidade de ter o corpo de Lilian ao seu, de ouvir os batimentos do coração dela, de saber que ela agora estava a salvo daquele carro, daquele perigo, eram maiores que tudo, e quando sua mão tocou os fios de cabelos da ruiva, Thiago foi acometido de uma dor profunda e um medo sufocante, que o fez grudar ainda mais o corpo de Lilian ao seu. Seu rosto sufocou-se por entre o pescoço e os cabelos da ruiva, e seu corpo sacudiu-se por um choro profundo, um choro que parecia emanar do desespero, do pânico de seu coração, do maior medo que Thiago já sentira na vida e agora o sentia castigando-o de maneira que seu coração se despedaçava. O que ele faria se Lilian nunca mais acordasse?


 


O choro sacudia o corpo inteiro, muito mais do que o vento, a chuva e o frio eram capazes, sentindo o corpo fraco, ela afundou o rosto ao peitoral de Sirius, sentindo o choro sacudindo seu corpo, antes dela levar uma das mãos ao rosto, tentando, em vão, afastar as lagrimas dos olhos para enxergar melhor o rosto do maroto.


A visão do rosto ensangüentado de Sirius fez o coração de Lia rasgar-se ainda mais ao peito, e num átimo de desespero ela sentiu-se o abraçando fortemente.


-- Sirius... – Ela murmurou, a voz tão baixa e rouca que era impossível ele ouvi-la, mesmo se não estivesse inconsciente, deslizando a mão pelo rosto do maroto, Lia desabou em pranto, as lagrimas escorrendo fartas por seu rosto.


Desesperada, Lia tremia, balançando o corpo de Sirius, tentando despertá-lo, tentando fazê-lo dar algum sinal de vida, um mínimo sinal de vida, mas nada adiantava. Sirius continuava desfalecido em seus braços, ensangüentado.


 Lia o abraçou mais fortemente, desesperada, sentia cada parte de seu coração se despedaçando como jamais antes, a dor a fazia querer gritar, o desespero a fazia querer sacudi-lo, sacudi-lo até que ele acordasse, o medo descia em lagrimas, embargando sua voz, encharcando seus olhos, sufocando seu peito como se fosse difícil até de respirar.


Lia beijou a face do garoto, sentindo o gosto de sangue misturado a chuva e as próprias lágrimas, e entre beijos, ela sentiu seus lábios tocando o lábio dele, desesperadamente, enquanto em sussurros inaudíveis ela repetia diversas vezes o nome de Sirius, ansiando que, com isso, ele acordasse, que abrisse os olhos e lhe desse aquele sorriso maroto de quem estava apenas brincando, aquele sorriso que a fazia querer viver sempre mais e mais.


Os soluços escaparam altos, os lábios grudaram-se ainda mais aos dele, as lagrimas borraram ainda mais sua visão e o desespero tomou-a de maneira cruel, o que Lia faria se Sirius estivesse morto em seus braços naquele momento?


 


*N/A:
 Eu acho que esse é o menor capitulo que eu já escrevi até agora, não é? Mas não me matem, nem xinguem, nem me lancem crucios, por favor ç.ç


E sei que fui a cruela cruel, mas né \z
não resisti, eu tinha que escrever um capitulo assim hihihi
então no próximo capitulo que tudo vai se desenrolar e bom, daí vamos saber o que aconteceu com o Sirius e a Lilian \z


Ah pessoal, daqui duas semanas é estreia do filme do Harry, e provável que eu volte pra São Paulo, e acabe ficando lá por conta de trabalho e tals, e então, talvez, eu demore um pouco pra postar porque acho que ficarei sem PC, pelo fato de que não estarei em casa e tudo mais, bom, eu vou tentar deixar capítulos adiantados prontos antes de ir, assim, mesmo estando sem PC por um tempo, vocês não ficaram tanto tempo sem os capítulos. Espero que entendam, é realmente por força de motivo maior (motivo maior que to saindo de casa e voltando pra Sampa, mas dessa vez pra morar sozinha, e bom, sabem como é, no começo é meio apertado, mas logo tudo isso se resolve)
Enfim, deixando explicado pro caso de futuras ameaças de morte kkkkkkkkkkkk

Se der eu deixo os agradecimentos no próximo capitulo.
Espero que tenham gostado desse, e comentem, sabe como é, eu adoro ser ameaçada kkkkkkkkkk
Obrigado mesmo pelos comentários e o carinho *-*

Ahhh, antes de ir-me, eu não diria que estou com uma fic nova, porque ela já ta bem velhinha kkkk, mas eu modifiquei totalmente uma fic minha, se der deem uma olhadinha lá
Um capricho do destino.
[http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=26711 ]

Bom, é isso, ate o próximo capitulo (em breve se Merlin quiser)


Beijos
Lanah Black


 

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Comentários (7)

  • Bárbara JR.

    Nossa, vou lançar uma Imperius em você pra você escrever rapidamente! Que malvadeza# sua terminar assim U-U '  IMPÉRIO (6'

    2011-07-30
  • fernanda luna

    Meeeeu Deuuus ! que fic maravilhos ! muito muito boa ! espero anciosamente os proximos capitulo !!! e parabens denovo pela melhor fic de marotos !

    2011-07-29
  • Sah Espósito

    Oi mnha autora preferida.... to com saudades de ver essa fic atualizada... eu to em crise pra saber o que houve... por favor.. atualizza!

    2011-07-27
  • bela moony.

    Que agoniiiia, você é terrível de acabar exatamente nessa parte, sério !! quero o próximo !

    2011-07-06
  • bela moony.

    Que agoniiiia, você é terrível de acabar exatamente nessa parte, sério !! quero o próximo !

    2011-07-06
  • Chrys Malfoy

    Legal, eu to aki quase tendo um INFARTO e ela pede pra não ameaça - lá de morte! Que interessante, AVADA KEDAVRA! Muahahahahaha

    2011-07-06
  • Sah Espósito

    qui desespero....rsrs   muito bom o capitulo! emocionante!!

    2011-07-06
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