A visita inesperada



[A musica abaixo faz parte de um trecho do capitulo, caso não queira ouvi-lá, clique no Player abaixo.]







                                  
                                              *Capitulo Vinte e Três: A visita inesperada*


                          Ah o amor, que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei porque



 
Quando os lábios da garota se separaram dos seus, Thiago levou a mão ao rosto dela, o sorriso imenso voltando aos seus lábios enquanto o som da multidão comemorando o envolvia, então quando seus olhos se encontraram com os dela o sorriso se desmanchou.


― O que...? – Thiago desviou os olhos rapidamente pra arquibancada próxima a passagem do vestiário enquanto tentava se livrar da garota em seu colo e viu as mechas ruivas caminhando em meio à multidão em direção à saída.


Com as mãos, Thiago puxou a garota a fazendo soltar as pernas de sua cintura e tirou as mãos dela de sua nuca, enquanto ele tentava desesperadamente se desvencilhar da garota.


― LILIAN! – Thiago gritou, tentando chamar à ruiva, mas ela não ouviu e ele sabia que ela não ouviria enquanto a multidão gritava e ria e cantava animadamente comemorando a vitoria de Hogwarts.


Ele tinha que fazer alguma coisa, ele tinha que conseguir se desvencilhar de Mayara e correr atrás de Lilian e dizer que não era nada, que ele nem sabia por que aquela louca tinha feito aquilo, ele sequer sabia como ela tinha conseguido entrar tão rápido dentro do campo, mas ele não conseguiu fazer nada do que queria, pois assim que sentiu os braços de Mayara se desvencilhando dele, ele sentiu-se sendo erguido no ar, enquanto mãos o seguravam e ele sentia-se saindo do chão, sendo carregado no ar como um herói, um herói que agora via sua donzela indo embora, sumindo na multidão e o deixando ali, sendo erguido no ar, sendo exaltado, enquanto sentia-se estranhamente sufocado, como se alguma coisa dentro dele estivesse se desfalecendo.


                                                                           ***


 ― Pelo jeito seu time não vai ganhar, Wood. – Disse Lilian meio risonha, fazendo o garoto exibir uma leve careta que causou risos nas meninas.


― E isso significa que eu vou ganhar a aposta.


― Não conte com isso, loirinha, o jogo ainda não acabou. – Disse o goleiro convencido de que seu time ainda tinha chances de vitoria, o que causou mais risos nas meninas.


― Faltam dois minutos pra acabar o jogo, não tem como você ganhar. – Disse Lia convencida disso.


― Dois minutos dá tempo de fazer um gol. – Ele piscou e Lia riu, balançando levemente a cabeça, como se não acreditasse que alguém confiasse tanto assim num time de futebol.


― Só pode ser Corinthiano. – Disse Lia deixando um pensamento escapar alto, o que causou um riso que ela não gostou muito.


― Que isso, não me xinga não.


― Ah não, não diz que você é São Paulino. – Lia fez uma careta e o garoto riu.


― Palmeirense.


― Ah menos mal. – Suspirou Lia, risonha. – Gente, que calor.


― Acho que vou comprar uma água.


― Eu vou pra você, ruiva.


― Ah que cavalheiro. – As meninas riram e Wood riu junto, levemente sem jeito. – Pode deixar eu vou, cansei de ficar sentada aqui.


Lilian levantou-se e desceu alguns degraus indo em direção à grade, onde próximo havia um homem com uma imensa caixa de isopor onde provavelmente ele tentava manter as águas geladas.


Ela sentia-se mais quente que o normal.


Talvez seja porque alem desse sol, eu estou de vela.


Ela riu com seus pensamentos, enquanto se aproximava do tiozinho da água, enfiando a mão no bolso de trás da calça e pegando o dinheiro.


― Três águas, por favor. – Ela disse totalmente distraída, desviando os olhos do homem a sua frente, que vasculhava a caixa de isopor atrás das garrafas de água, pra olhar para o campo. Thiago corria em direção ao gol, chutando a bola de fora da área e marcando um gol que fez Lilian abrir a boca, completamente impressionada. Sabia que ele era bom jogador, mas agora tinha certeza que ele era muito bom naquilo, mesmo ela não entendendo perfeitamente aquele jogo.


Ela sentiu como se a arquibancada tremesse, mas ela não entendia porque, não conseguia ouvir nada, seus olhos estavam fixos nele, que se virava com um sorriso estupidamente perfeito nos lábios, um sorriso que ela jamais vira, havia uma felicidade plena ali que o fazia irradiar como o sol, ela viu os olhos dele cruzando com os seus e sorriu, sentindo-se como se a felicidade dele pudesse irradiar até ela, a fazendo sentir-se igualmente feliz.


Os olhos dele olhando-a de dentro do campo com aquele sorriso perfeito nos lábios a fazia sentir uma vontade imensa de pular aquela grade e invadir o campo, correr até ele e pular em seus braços, pra em seguida beijá-lo intensamente e esquecer-se completamente do mundo.


Mas aquilo não aconteceu, o que aconteceu a seguir foi o contrario, foi algo que a fez sentir como se o seu mundo estivesse desabando.


Outra garota corria pelo campo, corria em direção a Thiago, outra garota pulava no colo dele, envolvendo a cintura dele com as pernas e o pescoço dele com as mãos, antes de outros lábios que não os seus beijar os lábios perfeitos dele.


O mundo desabou. Lilian não ouvia nada a sua volta, ela não via mais nada a sua volta, a única coisa que ela via era Thiago beijando a garota enquanto seu mundo desabava, enquanto seu coração se despedaçava como um pedaço de papel caindo dentro de uma trituradeira. Ela não conseguiu fazer outra coisa alem de deixar seus pés a guiarem pro mais longe possível dali.


Ela devia ter escutado Patsy desde o inicio, e ela sabia que Lia também tinha razão, eles não prestavam, nenhum dos dois, nem Sirius e nem Thiago, não passavam de dois garotos galinhões que tudo que queriam era zuar, como haviam feito, zuado com elas, as feito de idiotas, as iludido e as trocado por outras. Apenas isso. E nada mais.


                                                                          ***


 ― Isso não faz sentido.


― Eu sei, eu também não consegui entender muita coisa.


Patsy estava sentada a sua cama, as pernas cruzadas, o pedaço de papel xerocado do jornal encontrado nas coisas de seu pai sobre a cama a sua frente, enquanto ela falava com Remo ao telefone.


― “Amor tem certeza que esse jornal ta falando da morte do irmão do seu pai?”


― Tadeu Kensit, não tem como não ser o irmão do meu pai, Remo, além do mais, estava no álbum onde tinha foto deles.


― “Mas se o irmão do seu pai morreu num acidente de carro, porque seu pai acha que o meu pai matou o irmão dele?”


Aquela era definitivamente a pergunta chave de tudo e tanto Patsy como Remo sabiam disso agora: Teriam que descobrir porque Thomas Kensit culpava Gregório Lupin pela morte de Tadeu Kensit, que, de acordo com aquele jornal, morrera num acidente de carro há vinte e dois anos atrás.


― “Temos que arrumar um jeito de desvendar tudo isso.”.


― Mas como? – Indagou Patsy encarando o Xerox do jornal velho com mais intensidade que o normal. – Perai, tem uma coisa que eu deixei passar.


― “O que?”  – Ela ouviu a pergunta curiosa de seu namorado do outro lado da linha e continuou por mais meio minuto observando o papel a sua frente.


― “Pat?”  – A voz de Remo ecoou pelo celular, fazendo Patsy sair de seus pensamentos.


― Na noticia não fala onde aconteceu o acidente, mas...


― “Mas? O que você descobriu Pat?” – Remo indagou mais uma vez enquanto a namorada se perdia mais uma vez em pensamentos com os olhos fixos no Xerox do jornal, a sua frente.


― Na borda do jornal esta escrito, Santos, 18 de Dezembro de 1988. Ah meu Deus, ele morreu no dia do meu aniversario.


Patsy levou a mão livre à boca sentindo-a entreabrir-se surpresa, então todos aqueles anos de sua vida, seu pai comemorava seu aniversario, mas provavelmente lembrava-se também da morte de seu irmão, e nunca lhe dissera nada. Por quê?


― “Amor não fica assim.” – Remo disse desajeitadamente.


― Remo, meu pai nunca morou em Santos, ele me disse que nasceu e cresceu em São Paulo, ele e a família toda, então porque o irmão dele morreu em Santos?


― “Meu... Meu pai é de Santos”.


                                                                       ***


 Toda festa pós jogo de futebol é boa, mas a ultima festa do ultimo jogo tinha que ser melhor, era o que todos pensavam, mas para Thiago Potter aquela festa não estava nenhum pouco boa, na verdade aquela festa estava um saco e ele estava ha muito tempo tentando sair dali. Depois de ter feito o gol da vitoria, o time e a arquibancada inteira o arrastaram pra festa, pra comemorarem, ate caírem, a vitória espetacular do ultimo jogo do ano, mas Thiago não estava interessado na festa, pela primeira vez, uma vitoria do seu time, uma vitoria graças a ele, não tinha importância nenhuma no momento, tudo que Thiago mais queria era achar Lilian e explicar tudo pra ela, explicar que ele nem fazia ideia de como a louca da Mayara tinha ido parar naquele campo e agarrado ele daquele jeito.


Será que Lilian acreditaria? Não importava, ele precisava tentar.


   
                                                                            ***


 


You don’t want me, no
Você não me quer, não


You don’t need me
você não precisa de mim

Like I want you, no
Como eu quero você, não

Like I need you
Como eu preciso de você


 


And I want you in my life
E eu quero você em minha vida

And I need you in my life
E eu preciso de você em minha vida


 


 A noite silenciosa estava escura, talvez isso se devesse mais pela falta de lua no céu, mas as estrelas estavam brilhantes como sempre, isso indicava que o dia seguinte provavelmente seria quente como todos os últimos. Mas Lilian não estava realmente pensando nisso, na verdade ela não conseguia nem sequer notar a falta de lua no céu ou o quanto as estrelas brilhavam a convidando a admira-las, a única coisa que Lilian pensava era no quanto estava sendo idiota sentada na varanda de seu quarto ouvindo uma musica depressiva seguidamente e pensando em alguém que não merecia sequer que ela lembrasse que ele existisse.


Porque o amor era tão traiçoeiro? Porque o amor fazia as pessoas sentirem aquelas coisas? Porque ficava tão idiota e estúpida sofrendo por alguém que ela sabia não valer a pena?


Estava sendo estúpida, Lilian sabia disso, eles não tinham nada, não havia porque ela ficar daquele jeito.


— Diga isso pro meu coração. – A voz baixa, levemente rouca e embargada de lagrimas ecoou pela noite a fora.


Passando as mãos pelo rosto ela bufou, levantando-se em seguida para dar alguns passos ate a beirada da sacada, onde ela se debruçou sobre a grade de proteção, vendo o jardim escuro de sua casa e as luzes de São Paulo ao longe.


Os acordes do violão de sua musica favorita atualmente a fazia se perder em pensamentos e a impedia de ouvir qualquer outra coisa, mas isso se devia ao fone de ouvido de seu MP5 em volume suficiente alto para entorpecê-la em sofrimento.


— Mas que droga, porque essa maldita musica é tão verdadeira?


 


I can’t have you, no
Eu não posso ter  você


like you have me
Como você me tem


 


                                                                           ***


 — Pontas, relaxa cara, olha como essa festa ta boa.


Sirius estava com uma latinha de cerveja na mão, virando um gole em seguida e puxando a garota em seus braços mais pra perto pra morder o lábio dela devagar a fazendo rir abobalhadamente, era tão fácil pegar aquelas garotas, ainda mais bêbadas, pensou Sirius rindo com tal pensamento.


Fazendo cara de nojo e balançando a cabeça levemente, Thiago deu um tapinha nas costas de Sirius.


— Valeu Almofadinhas, mas não da, preciso achar a Lilly.


— Pontas, você ta perdendo tempo com essa ruivinha cara, olha quanta mina gostosa e fácil nessa festa e você quer a mais difícil?


— Deve ser por isso que eu quero ela, Almofadinhas. – Thiago deu mais uns tapinhas nas costas de Sirius dizendo um “falow” e saiu em seguida, desviando-se das garotas que correram em sua direção, risonhas e bêbadas demais para o gosto dele. Como ele conseguia antes ficar com garotas como aquelas? Lilian era muito melhor e muito diferente delas.


Pensando no jeitinho de Lilian, Thiago sorriu, saindo sorrateiramente da festa e logo alcançando a rua.


Ele já sabia o que faria, sorrindo marotamente e passando a mão pelos cabelos, Thiago seguiu em passos apressados em direção a Rua Canadá.


                                                                         ***



 
Remo estava inquieto, seu quarto parecia sufoca-lo e seus pés caminhavam de um lado ao outro, nervosamente. Ele tinha que fazer alguma coisa pra tirar Patsy da casa dela e depois descobrir o que acontecera entre os pais deles, mas como ele faria tudo isso?


Remo olhou o celular e viu que já eram sete horas da noite, obviamente Sirius e Thiago estavam bebendo e aproveitando a festa, então Remo tinha que sozinho tentar tirar sua amada Patsy  da casa dela, essa era a primeira emergência que ele tinha que fazer.


Enfiando o celular no bolso, Remo saiu em direção ao prédio onde Patsy morava e apressadamente Remo alcançou a Rua passando a caminhar rapidamente em direção a Rua Oscar Freire.


Quando Remo chegou ao prédio ele parou à portaria e viu que sua primeira tarefa não seria difícil, ele conhecia o porteiro, que já o vira com Patsy várias vezes, por isso Remo conseguiu entrar sem nenhum problema, dirigindo-se rapidamente em direção ao elevador antes que alguém indesejável o visse.


— Ok. – Remo observou a porta se fechando e respirou fundo. Era obvio que não poderia ir direto ao apartamento de Patsy, já que o elevador dava direto ao apartamento dela e o pai dela jamais o atenderia, então ele tinha que arrumar outro jeito.


Sem saber direito o que fazer, Remo apertou o botão do andar de baixo da casa de Patsy, e se o elevador desse direto ao apartamento, ele teria que arrumar uma boa desculpa ate ter ideia do que fazer.


Quando o elevador parou e as portas se abriram, Remo deu alguns passos saindo do elevador e se vendo num hall de entrada, não muito grande, onde ao fundo havia apenas uma porta. Tremendo de nervoso, Remo puxou o celular do bolso e discou rapidamente.


—“Oi amor” - Remo ouviu a voz suave e doce de Patsy e sorriu levemente, pigarreando e tentando falar num tom de voz baixo.


— Pat seus pais estão ai? – Ele olhou a volta com medo de alguém ter o ouvido, mas o silencio no hall permaneceu, deixando-o respirar tranquilamente, enquanto ele ouvia a voz de Patsy do outro lado da linha.


—“ Não amor, eles saíram, porque?”


— Espera perto da janela da sala e fica com ela aberta, fica lá ate eu te ligar de novo.


— “Remo o que ta acontecendo?” – ele ouviu-a indagar, mas não tinha tempo para explicar seu plano mirabolante, então ele apenas respondeu rapidamente.


— Me espera lá.


— “Te esperar? Remo o que...”


— Eu te amo. Beijo. – Remo desligou rapidamente, sentindo o coração batendo forte no peito. Devia estar louco por fazer aquilo, mas ele não tinha saída se queria salvar Pat de ficar presa dentro de casa, não podia permitir aquilo de maneira nenhuma.


Seria mais fácil com Sirius e o Thiago aqui. Pensou Remo, mas tanto Sirius quanto Thiago deviam estar bêbados demais para ajuda-lo e ele teria que se virar sozinho, ele era capaz disso, é claro que era.


Respirando fundo e engolindo em seco, Remo deu passos decididos em direção ao apartamento e apertou a campainha. Ele daria um jeito de fazer o que queria, inventaria uma boa desculpa, qualquer coisa, mas ele conseguiria.


Mas antes que Remo pensasse no que ia dizer a porta se abriu e uma mulher, vestindo apenas uma camisola de seda preta e salto alto, apareceu à porta, sorrindo charmosamente e passando a mão pelos cabelos.


Remo arregalou os olhos e pigarreou.


— Oi, é aqui que... – Ele começou, mas não conseguiu terminar, antes que ele o fizesse, a mulher grudou em seu braço o puxando pra dentro do apartamento.


— É aqui sim, gostosão.


Quando Remo se viu dentro do apartamento, ele sentiu seu estomago afundando, umas dez mulheres todas vestidas de camisola o encaravam com uma taça nas mãos e os olhos brilhando de desejo.


                                                                         ***


 Lilian estava debruçada sobre a grade de proteção observando as luzes da grande metrópole ao longe, a música de seu MP5 ecoando em seu fone de ouvido permitindo que seus pensamentos voassem pra longe e a dor estranha em seu peito pudesse momentaneamente se dissipar, mas isso não queria dizer que tudo sumira, que a dor, os pensamentos, aquela sensação de vazio em seu estomago, de aperto em seu peito desaparecera, nada disso sumira, nada disso a deixara completamente em paz, apenas um breve segundo de paz, era apenas o que ela estava tendo, mas desejava profundamente que aquele segundo durasse para sempre.


Ela percebeu que a musica em seu MP5 recomeçava novamente, o repeat estava ligado porque aquela musica torturante a faria se sentir bem de algum modo, depois de ouvi-la milhões de vezes, depois de sentir todo o seu ser sufocar-se, esmagar-se e depois de muitas lágrimas rolarem por seu rosto, seu coração se incharia como uma esponja limpa, e então tudo passaria, tudo se amenizaria e tudo voltaria a ser como antes.


Era tudo uma questão de tempo, a dor não era eterna, ela sabia disso, por mais horrível que fosse no momento, tudo passaria e ficaria bem de novo, de preferência sem ele por perto pra estragar tudo como sempre fazia.


Lilian fechou os olhos, abaixou o rosto sobre os braços que apoiava na grade de proteção e suspirou, ouvindo agora mais atentamente a musica, a letra era linda e horrível e grudava em cada parte de seu ser; Por que ele tinha que fazer aquilo com ela sempre? Por que ele sempre conseguia um jeito de estragar tudo? Quando poderia confiar nele? Quando poderia ter certeza que ela não era apenas um brinquedinho muito útil pra ele? Talvez nunca, porque talvez ela fosse só isso, um brinquedinho útil demais pra ele, que depois que ele enjoava, ele trocava por outro mais interessante.


Lilian bufou irritada e em seguida aprumou-se rapidamente, os olhos arregalando-se, o coração disparando de repente no peito, alguma coisa se movera lá em baixo, algum barulho estranho e diferente fora ecoado pelos jardins de sua casa, alto o suficiente para fazê-la ouvir mesmo com a música alta em seus fones de ouvido.


 Lilian tirou os fones do ouvido rapidamente, olhando atentamente em direção aos jardins, porem a escuridão da noite misturada aos cantos e arvores pelo jardim não permitia que ela visse muito.


— Tem alguém ai? – Ela sentiu a própria voz tremula.


Podia sentir todo o corpo tenso, estranhamente amedrontado, será que havia sido imaginação dela? Talvez nem fosse em sua casa, pensou Lilian tentando se acalmar, mas por via das duvidas ela deu alguns passos pra trás, voltando a seu quarto e acendendo a luz da varanda, iluminando um pouco mais os jardins abaixo de sua sacada. Voltando rapidamente há onde estivera um minuto atrás, Lilian olhou atentamente o jardim abaixo tentando notar qualquer coisa diferente, mas não parecia haver nada, respirando aliviada, Lilian colocou os fones no ouvido novamente e se virou, voltando para o quarto, era melhor ficar lá dentro antes que sua mente levemente perturbada aquela noite lhe pregasse mais peças estranhas.


Voltando ao quarto, o qual estava acesso, Lilian fechou a porta de vidro da varanda de seu quarto e caminhou ate sua cama, deixando seu corpo cair deitado sobre a mesma, fixando os olhos no teto. Abaixando o volume do seu MP5, Lilian fechou os olhos lentamente perdendo-se novamente em pensamentos, mas mais uma vez algo a despertou. Rapidamente Lilian sentou-se em sua cama, arrancando os fones do ouvido, os olhos arregalados, olhando atentamente a porta de vidro, Deus, estava ficando louca ou agora ouvira barulho de alguma coisa batendo na porta de vidro?


                                                                           ***


 Sirius viu Thiago saindo em meio às pessoas pra lá de bêbadas na festa e balançou levemente a cabeça, seu amigo estava sendo levado pro mesmo caminho de Remo, e isso não era bom, pensou Sirius, ia perder seu fiel companheiro de farra, precisava fazer alguma coisa, mas Sirius não teve tempo de pensar em qualquer outra coisa quando os lábios da garota em seus braços grudaram-se aos seus o fazendo esquecer de todo o resto.


É foda ser tão gostoso, eram os pensamentos constantes de Sirius, ele tinha qualquer garota que quisesse e ate as que não quisesse, sem precisar fazer nenhum esforço e ao contrario do amigo, não achava nada ruim isso.


As mãos da garota enroscada em Sirius deslizaram por baixo da camisa dele fazendo com que as unhas arranhando suas costas o arrepiassem e ele sorrisse de lado entre o beijo, deslizando os lábios pelo pescoço da garota e as mãos pelo jeans apertado, ele parou as mãos nas nadegas dela, apertando-a em seguida e trazendo a menina pra mais perto del si.


Sirius sentiu os lábios da garota colando-se ao lóbulo de sua orelha, onde ela deixou escapar um gemido baixinho excitando-o ainda mais, sorrindo marotamente safado, Sirius afastou os lábios do pescoço da garota, erguendo o rosto para encara-la, ele ia dizer para irem pra um lugar mais reservado, na verdade ele a levaria pra qualquer outro lugar menos povoado, não importasse onde fosse, pra que ele pudesse fazer tudo que quisesse, mas antes que as palavras saíssem de seus lábios, seus olhos caíram numa imagem não muito longe dele, o fazendo parar tudo que estava fazendo e se fixar à visão que o atordoara momentaneamente.


O sorriso dela iluminava toda a noite, os fios de ouro balançavam-se soltos pelas costas nuas dela, ele podia ver os lábios vermelhos e lindamente contornados movendo-se entre o sorriso e aquela imagem fez algo dentro dele se acender, como se uma alegria inesperada preenchesse seu interior apenas de olhar pra ela, ele sabia que em seus próprios lábios um sorriso se formava, mas o sorriso não perdurou por muito tempo, quando seus olhos seguiram o caminho que os olhos dela faziam, seu sorriso se transformou. O riso, os lábios, o sorriso, os fios de ouro não eram pra ele.


Sirius não soube entender o que estava acontecendo com ele, mas suas mãos deslizaram pelo corpo da menina, soltando-a e seus pés seguiram o caminho que ele em sã consciência jamais teria coragem de fazer.


                                                                           ***


 Thiago sabia exatamente o que ele próprio lhe diria se o que ele estava prestes a fazer fosse há algum tempo atrás, era loucura, mas ele precisava fazer aquilo.


As ruas de São Paulo no bairro do Jardins estavam vazias, pelo menos a que ele caminhava em direção a casa de Lilian, mas isso se devia talvez ao fato de ser sexta feira e todos estarem em festas e baladas, mas festas ou baladas era o ultimo lugar que ele queria estar naquele momento.


Puxando o celular do bolso, Thiago constatou que já eram quase sete da noite, era tarde demais pra ir tentar falar com ela? E se ela não o atendesse?


É claro que ela não vai querer te ver depois da cena no jogo. Disse a voz sabia da razão na mente de Thiago e ele balançou a cabeça levemente, concordando com os próprios pensamentos.


Era obvio que ela provavelmente não ia querer ver Thiago nem pintado de ouro e se ele aparecesse na porta da casa dela, ela o expulsaria ou bateria a porta na cara dele. Ele precisava arrumar um jeito de faze - lá ouvi-lo, mas como?


Ainda com o celular na mão, Thiago discou o numero de Lilian e esperou, mas antes que desse o primeiro toque, Thiago desligou a chamada.


— Não. – Ele disse pra si mesmo. – Ela não vai me atender.


Era incrível a sorte que Thiago tinha, pra não dizer o contrario, toda vez que ele e Lilian pareciam estar se acertando, quando tudo parecia que ia dar certo, que ia se acalmar, alguma coisa acontecia e isso já estava o aborrecendo, a vida dele não era uma novela pra tudo dar errado e as coisas só darem certo no final, Se é que no final vai dar certo, com a sorte que eu tenho. Pensou Thiago levemente aborrecido.


Ele virou a Rua Canadá e parou, vendo a casa de Lilian logo à frente, seu estomago afundou-se e ele sentiu as mãos soarem frias, e agora, como faria pra ela atende-lo?


Thiago aproximou-se da casa de Lilian e encarou o portão, era alto e todo fechado, e os muros eram altos, mas não o suficiente que ele não conseguisse pular, sempre fora um macaquinho na infância, com tal pensamento Thiago riu baixo, Caralho, eu devo ta louco mesmo.


Aproximando-se do portão ele olhou a volta, depois voltou os olhos pra casa de Lilian, não havia câmeras de segurança, não a vista pelo menos e a rua deserta o ajudava ainda mais.


Deus, o que essa menina esta fazendo comigo?


                                                                        ***


 — Uau!


Uma das mulheres parada entre as demais disse, e Remo sentiu-se soando frio. Deus, onde tinha se metido?


— Nossa Alice, que lindo, eles capricharam heim.


— Adoro meninos novinhos com ar de colegial. Olha a cara de assustado dele. – Remo ouviu outra mulher comentar e a que estava do lado dela, comentou ligeiramente alto.


— Eles realmente fazem parecer de verdade né?!


Todas as mulheres riram e Remo sentiu-se congelando, quem afinal de contas elas estavam esperando?


A mulher que atendera a porta pousou a mão ao ombro de Remo, fazendo-o sentir as unhas grandes da mulher e virar-se rapidamente, olhando-a assustado, enquanto a mulher sorria charmosamente a Remo.


— Porque não fica a vontade, querido. Quer beber alguma coisa antes pra se preparar?


— Preparar? Preparar pra que? - Remo encarou a mulher e depois desviou os olhos pras mulheres que riram, pareciam um monte de hienas famintas, pensou Remo, engolindo em seco.


— Que gracinha que ele é. – Disse outra mulher e Remo virou o rosto pra mulher que apoiava a mão em seu ombro, com os olhos arregalados.


— Ora bobinho, não se preocupe, não somos muito exigentes, apenas suba no seu palco e arrase. – A mulher piscou e Remo desviou olhos, só então notando que atrás das mulheres havia uma mesinha de centro toda de madeira e enorme que parecia um pequeno palco baixo, engolindo em seco, Remo sorriu amarelo.


E agora o que faria?


                                                                      ***


 Lilian levantou-se e ficou encarando a porta, sentia o medo pulsando em suas veias, pensou em chamar sua mãe ou alguém, mas e se ela saísse e alguém entrasse em seu quarto e roubasse suas coisas?


Com os batimentos a mil, o medo pulsando dentro de si, Lilian deu dois passos em direção à porta, olhando da porta pra porta atrás onde ela poderia correr e gritar por alguém, mas ela não fez isso, não quando pela terceira vez ela ouviu um barulho, dessa vez mais alto, a fazendo pular de susto, deixando escapar um grito que foi abafado pela mão.


Alguém tacara alguma coisa na porta, Lilian tinha certeza disso, precisava ir ate lá, abrir a porta e ver o que era, mas o medo a fazia ficar paralisada apenas encarando a porta.


Respirando fundo, Lilian tentou controlar o medo, dando um passo à frente, ela encarou a porta de vidro como se fosse seu inimigo fatal. Engolindo a saliva a seco, ela respirou fundo novamente e caminhou mais alguns passos lentos em direção a porta, tinha que ir ate lá, talvez mostrar que a casa era bem habitada e que não tinham medo, espantaria alguém ou algum bandido, mas será que bandidos seriam tão facilmente espantados?


Lilian parou, podia ouvir seu coração pulsando forte, podia sentir o sangue correndo mais rápido pelas veias instigado pelo medo e a adrenalina, e se o que estivesse lá fora não fosse um bandido? E se não fosse sequer um humano?


Lilian sentiu seu corpo congelando, e se o que estivesse lá fora pudesse ouvir os batimentos acelerados de seu coração? Se pudesse ouvir o sangue correndo veloz e quente por suas veias?


Deus, estou começando a enlouquecer, acha o que Lilly, que o Edward vai estar lá fora?


Lilian riu com seus pensamentos e balançando a cabeça levemente, ela caminhou em direção a porta, era bobeira ficar assustada a ponto de imaginar que lá fora pudesse ter um vampiro, daqui a pouco estaria acreditando em lobisomens também. Bom se for um lobo igual ao Jake.


Lilian riu, abrindo a porta de vidro e caminhando ate a varanda, dessa vez muito mais relaxada do que estivera há minutos atrás, olhando a volta, ela viu que os jardins continuavam como estavam há tempos atrás, escurecido e imóvel, nada parecia se mover lá em baixo, tudo parecia normal. Talvez fosse só algum gato fazendo bagunça por ai e Lilian ficava imaginando coisas.


Rindo ela se virou e deu alguns passos em direção a seu quarto, depois de ver que não havia nada lá fora e nenhum motivo pra tanto pânico como havia criado dentro de si, mas quando Lilian estava há um passo de adentrar seu quarto, algo a fez parar novamente, com o coração batendo a mil dentro do peito.


-- Lilian.


Uma voz estranha ecoou na noite.


                                                                        ***


 Lia estava se sentindo estranhamente feliz, era muito melhor quando se sentia mais ela mesma, sem toda aquele drama que Sirius fazia tudo parecer, alem do mais, como não se sentiria bem com um garoto daqueles a divertindo tanto como Wood estava fazendo?


Diferentemente de Sirius, Wood era muito mais maduro e muito menos galinha, muito divertido e inteligente, e era muito bom conversar com um cara que não parecia querer agarra-la depois de cada palavra que ela dizia, Wood era completamente diferente de todos os garotos.


— Wood. – Disse Lia cautelosamente e o garoto a observou sorrindo. – Esse com certeza não é seu nome mesmo, não é?


O garoto riu e Lia riu junto com ele.


— Não, não, Wood é meu sobrenome e me chamam assim no time, meu nome é Olívio. Mas não ria, eu sei que é bem estranho.


Lia com certeza não riria do nome do garoto, mas o modo como ele falara a fez rir, causando gargalhadas no garoto que risonho disse:


— Poxa eu pedi pra você não rir.


— Me desculpe, mas o jeito que você disse foi muito engraçado. – Lia observou o garoto e reparou o quanto ele era bonito. Alto, forte, o corpo bem definido, mas nada exagerado, uma covinha no queixo o deixava ainda mais lindo e os olhos castanhos claros destacavam-se a pele clara do garoto que deixava uma pequena barba crescer acima dos lábios o deixando com ar de mais velho e mais maduro, que Lia achou lindo.


Quando Lia abriu os lábios pra dizer algo ao garoto que ainda tinha o sorriso da ultima conversa nos lábios, ela viu alguém parando a seu lado e ao de Wood e encarando-a, desviando os olhos do garoto, Lia encarou Sirius fechando o sorriso completamente.


— Lia, posso falar com você?


                                                                     ***


             Remo não sabia o que fazer, estava preso dentro de um apartamento cheio de mulheres loucas, usando camisola e querendo que ele subisse numa mesinha de centro e fizesse um showzinho que ele já imaginava bem do que seria.


Droga, eu to ferrado.


Ele engoliu a seco e virou-se novamente à mulher, sorrindo, ou tentando, sorrir charmosamente, lembrando-se de como Sirius e Thiago faziam sempre.


— Bom, se você não se importar, linda dama, - Remo sorriu de lado, segurando a mão da mulher e beijando-a devagar. – Eu preciso me arrumar antes.


Soltando a mão da mulher, Remo passou a mão pelos cabelos bem estilo Thiago e Sirius e a mulher derreteu-se.


— Claro gostosão. – Ela segurou a mão de Remo fazendo-o sentir as unhas grandes demais da mulher acariciando a palma de sua mão e o arrastou pela sala, passando por todas as mulheres, que Remo reparara, eram todas morenas.


— Eu vou levar ele ao banheiro. – Disse a mulher que segurava a mão de Remo a outra e Remo sentiu seu estomago afundando. Será que a mulher iria entrar com ele no banheiro?


Mas pra alivio de Remo a mulher o levou ate a porta do banheiro e soltou sua mão, deixando o garoto mais aliviado, sorrindo charmosamente em seguida.


— Eu já volto.


Piscando, Remo entrou no banheiro e fechou a porta rapidamente. O banheiro era enorme e assim que Remo virou-se ele se viu de frente a um espelho enorme que ocupava quase toda a parede a sua frente.


— Caramba, eu to perdido. - Remo apoiou as mãos na pia e encarou-se no espelho. Não tinha jeito, ele ia ter que fazer alguma coisa.


                                                                        ***


 — Lilian.


Lilian ficou paralisada, sentia seu coração pulsando dentro do peito dessa vez muito mais forte que antes, as mãos suavam frias e ela podia sentir as pernas tremendo levemente.


Ah meu Deus, é mesmo o Edward Cullen.


Lentamente, Lilian girou nos calcanhares e voltou os olhos para o jardim, mas tudo parecia como antes, completamente normal, as arvores, o gramado, as folhas e flores pareciam intactos, não parecia haver nada de anormal no jardim, nem nas sombras do mesmo que ela tentava ver, forçando a vista, dilatando as pupilas o máximo que conseguia na expectativa de ver se havia ali um Edward, ou um Damon, quem sabe.


Ela riria se fosse outro momento qualquer, mas naquele momento, estando próxima de alguma coisa que, se fosse um vampiro ou não, estava a assustando muito, não dava pra rir de nada.


— Quem esta aí? – Novamente a voz de Lilian saiu tremula e ela sentia-se tremendo, mas não parecia ser de frio.


Nada respondeu.


Lilian continuou parada, olhando a sua volta, esperando que alguma resposta viesse, mas nada veio, nada aconteceu.


— Quem esta aí? – Ela disse mais uma vez, dessa vez num tom de voz mais alto, mas o silencio era absoluto, a única coisa que Lilian ouvia era a própria respiração, e o som abafado da cidade fora dos muros de sua casa, o som de musica em algum lugar, buzinas de carros ao longe e de vez em quando o som de carros correndo demais, mas quando sua mente se desfocava de todo o resto, o silencio prevalecia a tudo.


Lilian estava começando a ficar em pânico de verdade com toda aquela situação, era melhor chamar seu pai e dizer que estava com medo porque tinha alguma coisa lá fora, então seu pai iria ate o jardim, acenderia as luzes e espantaria qualquer coisa, pessoa ou vampiro e lobisomem que estivesse lá.


Ridículo ou não, e se isso a fizesse parecer uma criança medrosa ou não, Lilian não se importava, ela ira chamar o pai e acabar com aquele pânico idiota. Virando-se decidida, Lilian deu mais um passo, chegando à porta, quando seus pés se levantaram e deu o segundo passo, Lilian ouviu uma coisa que fez um grito, abafado por sua mão, sair de sua boca.


                                                                      ***


 — Lia, posso falar com você?


Sirius sentiu-se estranho, como se estivesse atrapalhando um casal prestes a dar o primeiro beijo e isso o enfureceu, Lia não tinha nada com aquele cara e nem poderia ter, ela gostava dele e não do Wood.


Lia o encarou erguendo as sobrancelhas.


— O que você quer, Black?


Black? Ela o chamara de Black? O sangue correu mais quente nas veias de Sirius e sentindo a raiva predominando tudo, Sirius agarrou no braço de Lia antes mesmo que ela dissesse alguma coisa e a arrastou pra longe de Wood, fazendo Lia protestar contra tal ato do maroto.


— Você ta louco?


Sirius parou longe de Wood, mas viu o garoto dando passos em direção a eles, aparentemente preocupado com a maneira como Sirius tratara Lia.


— Será que dá pra conversar com você sem aquele seu amiguinho por perto?


— Sirius você ta bêbado, né?


Sirius viu que Wood se aproximava mais e olhou pra Lia, vendo que a garota também notara a aproximação de Wood.


Bufando irritada, Lia deu alguns passos em direção a Wood, colocando a mão no braço do rapaz e falando alguma coisa ao garoto, que Sirius, que assistia a tudo de longe, não gostara nenhum pouco de ver, afinal de contas, o que ela já tinha com Wood?


Ele viu Lia voltar, enquanto Wood caminhava pra longe ate se perder de vista, Lia parou a frente de Sirius o encarando aparentemente brava.


— É melhor você falar logo o que você quer, porque eu to com pressa.


— Por quê? Seu namoradinho esta te esperando? – desdenhou Sirius e Lia ergueu a sobrancelha encarando o maroto seriamente.


— Ele é meu amigo, por favor, né.


— Eu vi muito bem o jeito que você estava com ele. – Sirius olhou feio pra Lia e para o lugar onde Wood estivera há um tempo e Lia revirou os olhos, balançando a cabeça levemente.


— Sirius, você ta bêbado.


Lia virou-se pra sair, mas Sirius segurou no braço da loira puxando-a de volta.


— Não, Lia, eu...


— Você o que Sirius? Você ta bêbado, por favor, não estraga minha noite de novo não, você já fez isso demais.


Sirius puxou Lia pra mais perto dele e a loira encarou-o seriamente erguendo novamente as sobrancelhas.


— O que você pensa que esta fazendo, Sirius?


— Lia. – Sirius disse baixinho e a loira franziu a testa, ele não estava com halito de quem bebera muito, mas obviamente não estava em seu estado normal. – Você não pode ficar com ele.


— Porque não? – Lia encarou Sirius sem desviar os olhos dos dele e percebeu que Sirius se aproximava lentamente dela, ficando cada vez mais próximo.


— Porque você é minha.


                                                                       ***


 Remo sentia-se num pesadelo onde ele não apenas tinha que se passar por Sirius e Thiago, como também teria que fazer coisas que ele jamais se imaginou fazendo em toda sua vida, nem na vida, nem em sonhos ou pesadelos.


Depois de digitar rapidamente duas mensagens no celular, Remo enfiou-o no bolso e se encarou no espelho, teria que mudar alguma coisa ali pras mulheres lá fora acreditarem que ele realmente fora se arrumar.


Abrindo a torneira, Remo molhou as mãos e passou-as nos cabelos, espetando-os, ou tentando mante-los espetados, em seguida, Remo puxou a camisa, tirando-a e se encarou no espelho. Deus eu to fudido.


Remo respirou fundo e passou a mão molhada pelo tórax, tentando deixa-lo levemente umido, então mais uma vez ele respirou fundo, fechou a torneira e se virou, encarando a porta, enquanto em pensamentos ele fazia uma prece desesperada.


Anda logo. Anda logo.


Remo abriu a porta e se viu diante das dez ou mais mulheres que o encaravam, agora com os olhos brilhando ainda mais intensos ao ver Remo sem camisa.


Sorrindo charmosamente, tentando imitar os amigos, Remo procurou a mulher que parecia ser a que comandava tudo.


— Eu... Bom, precisamos esperar um pouco.


As mulheres se entreolharam parecendo ainda mais empolgadas, enquanto a mulher, provavelmente a que se chamava Alice, aproximou-se de Remo, com um sorriso perturbador no rosto.


— Ah, mas porque você não nos distrai um pouco?


Remo encarou a mulher agora mais do que nunca tentando sorrir charmosamente e não amarelo. Desviando os olhos da mulher e vendo as outras mulheres esperando, Remo sorriu amarelo e subiu em cima da mesinha de centro sentindo-se estranhamente envergonhado.


Deus o que eu vou fazer?


                                                                      ***


 PUFT.


“AU”


Lilian ficou parada, sentia todos os músculos de seu corpo paralisado, como se tivesse sido petrificada, podia sentir o pulsar do coração forte e rápido, o medo percorrendo cada célula de seu corpo, o pânico prestes a tomar conta de tudo, respirando fundo, Lilian tentou manter a calma, agora mais do que antes, ela não poderia ficar sozinha ali, tinha que chamar alguém, tinha que sair correndo dali e chamar alguém, antes que...


“droga”


Lilian não conseguiu completar seus pensamentos, aquilo devia ser alucinação, só podia, ela virou-se rapidamente dando passos apressados em direção a grade de proteção e olhando pro jardim, não havia nada, mas ainda assim alguma coisa estava ali, ela podia sentir, podia ouvir alguma respiração forte, algum barulho minúsculo, alguma coisa ou alguém, ou o que quer que fosse estava ali, mas ela não deixaria o medo vencer.


— Quem esta aí? – A voz saiu dessa vez mais firme e forte do que das outras vezes, ela estava controlando o medo, ao invés de deixa-lo domina-la, e ela se sentia bem melhor agora. Confiante, Lilian pigarreou alto e apoiou as duas mão na grade de proteção, encarando o nada firmemente.


— Quem esta aí? – O silencio foi novamente a resposta, mas ao invés de uma resposta o que Lilian ouviu em seguida foi novamente um barulho, era estranho, era como se alguém estivesse escalando alguma coisa ou algo do tipo.


— Se não responder eu vou gritar. – Ameaçou Lilian, mas o silencio e o nada responderam novamente, aquilo já estava a irritando, era obvio que tinha alguém ou alguma coisa ali e a não ser que fosse surdo, mudo ou não soubesse falar, teria que responde-la ate ir embora de vez.


— Eu vou contar ate três. – ameaçou Lilian novamente.


— Um. – silêncio. – Dois. – silêncio novamente. – Três.


— AHHHHHHH!!


                                                                        ***


 — Porque você é minha.


Sirius desviou o olhar dos olhos de Lia para os lábios vermelhos da garota que pareciam mais próximos a cada segundo.


Lia gargalhou.


— Meu deus você bebeu mesmo e pelo jeito foi muito.  – Lia puxou o braço fazendo Sirius solta-lá. – Entende uma coisa, Sirius: Eu não sou, nunca fui e nunca serei sua.


Com isso, Lia virou-se e saiu andando, deixando Sirius sozinho, apenas observando a loira.


Porque ele estava se sentindo daquele jeito? Afinal de contas, ela era só mais uma, não era?


Sirius viu Lia parando logo a frente e conversando com Wood, a mão dela mais uma vez tocava o braço do garoto, fazendo o ser dentro de Sirius revirar-se loucamente, era melhor ele ir beber mais uma pra ver se a sanidade dele voltava ao normal.


Ele virou-se e caminhou ate uma mesa próxima onde havia algumas garrafas de vodca, pegando um copo, Sirius encheu-o de vodca, colocando um pouco de Coca-Cola em seguida, pra virar metade do copo num só gole, fazendo a bebida descer queimando, tentando levar consigo aquela sensação estranha que estava possuindo-o. Por que ele não podia simplesmente fazer como sempre, beber muito, pegar muitas e simplesmente esquecer com quem Lia estava ou deixava de estar?


Mas não, alguma coisa dentro dele o fazia pensar em Lia e no que ela estava falando ou não com Wood, fazendo ou não com Wood. Com o copo ainda na mão, Sirius virou-se e quando seus olhos encontraram as mechas loiras de Lia alguma coisa muito diferente aconteceu, uma coisa que Sirius jamais, em toda sua vida, nunca sentira: o ser dentro dele pareceu rasgar todos os seus órgãos, matando-o por dentro.


                                                                       ***


 Mulheres apenas de camisola e roupa intima por baixo, os pés em saltos super altos, encaravam Remo como se ele fosse o jantar, Remo sentia-se tremendo por dentro, alguma coisa gritava dentro de sua cabeça desesperadamente pra ele sair dali, mas ele não podia, era o único jeito de tirar Patsy daquela prisão que virara a casa de sua amada, ele tinha que fazer aquilo, por ela ele faria qualquer coisa, foi com esse pensamento que Remo segurou a camisa que estava pendurada em seu ombro e rodou-a no ar, enquanto tentava mexer o corpo de maneira sensual.


Se o Thiago e o Sirius me ver fazendo isso, eu to ferrado.


Remo riu, rodopiando a camisa no ar e jogando-a em direção as mulheres que gritaram e tentaram pegar a camisa, enquanto Remo ouvia uma musica de boate invadindo todo o ambiente. Ótimo, Pensou Remo, agora ele tinha virado dançarino de boate?


                                                               ***


 — Esta tudo bem?


Lia sentia-se estranha, Sirius como sempre a confundia, a deixava sem saber direito o que se passava naquela cabeça oca dele e isso a deixava com aquela sensação estranha, quando finalmente começava a tentar supera-lo, ele ia e fazia alguma coisa pra ela sentir-se novamente daquele jeito por ele, não era justo aquilo.


Ela fixou os olhos ao garoto a sua frente que a encarava esperando uma resposta e Lia sorriu forçadamente, tentando não demonstrar a confusão que se formava dentro dela.


— Ah, esta sim, não se preocupe.


— Ele não te machucou, né? – Wood levou a mão ao rosto de Lia e a garota sorriu sem jeito, sentindo a mão quente do garoto em seu rosto.


— Não, não, ele só... Ele está bêbado daí fica meio... – Lia parou, virando o rosto pra olhar pra trás e ver Sirius virando um grande copo de alguma coisa, voltando os olhos pra Wood Lia balançou levemente a cabeça.


— Não se preocupe, está tudo bem.


Mas Wood não tirou a mão do rosto de Lia, e ela percebeu que ele se aproximara mais.


— Olha Andrews, eu... -  Ele começou, mas Lia o interrompeu, sorrindo sem jeito.


Pode me chamar de Lia. – o garoto sorriu, enquanto seus dedos acariciavam levemente o rosto de Lia.


— Lia, eu venho te notando tem um tempão e eu, eu pensei que você e o Black tivessem alguma coisa... – Ele não terminou quando Lia balançou a cabeça rapidamente.


— Não, eu não tenho nada com o Sirius, a gente só... – Ela parou, porque era tão difícil falar dele? Porque era tão difícil dizer que eles não tinham nada e pronto?


Mas Lia não conseguiu dizer nada alem disso, nada que realmente convencesse de que ela e Sirius não tinham absolutamente nada, mas Wood não pareceu notar isso, ao contrario, ele se aproximara mais dela, ela tinha certeza que ele não precisava nem dar um passo sequer pra que os lábios dele tocassem os seus e estava certa.


— É que eu... – Começou Lia, mas quando o rosto de Wood se aproximou ainda mais, ela se calou, sentindo aquele friozinho típico de primeiro beijo perpassar por seu corpo.


— Você é linda! – Lia fechou os olhos vendo o rosto de Wood mais perto, os lábios dele quase colando-se aos seus e assim que seus olhos se fecharam ela sentiu os lábios dele nos seus, a mão do garoto em seu rosto a acariciando, enquanto seus lábios moviam-se junto com o do garoto, deixando-se levar pelo beijo.


Ele era incrivelmente cheiroso, sua mão em seu rosto era macia e ele a segurava com delicadeza, mas ao mesmo tempo de uma maneira que a fazia querer beija-lo cada vez mais.


Quando Lia sentiu suas mãos tocando os cabelos do garoto e o beijo se intensificando, alguma coisa aconteceu, ela não conseguiu entender quando os lábios de Wood se separaram dos dela e o vento frio da noite invadiu seu corpo, enquanto Wood era jogado pra trás e um garoto partia pra cima dele, o esmurrando.


Lia ficou parada perplexa, sem conseguir ter reação alguma enquanto em meio à briga apenas uma coisa se destacara o suficiente para ela entender.


— Fique longe da minha garota.


 


                                                           ***


 


Três.


— AHHHHHHH!!


Lilian não soube o que dizer, mas no momento seguinte em que terminou de dizer “três”, ela sentiu alguma coisa grudando em seu braço, e em seguida o barulho de alguém subindo na grade e pulando na varanda, enquanto um grito de susto saia de seus lábios.


— AHHH! PAPAIII! PAPAI!!


Lilian sentiu que alguma coisa, uma mão talvez, continuava grudava em seu braço e dessa vez ela sentiu o pânico dominando-a completamente.


— Me solta, me solta. – Lilian sacudiu o corpo, tentando se esquivar da coisa que a agarrava, mas não adiantou muito, pois a pessoa que estava segurando-a, apertou a mão com mais força em seu braço, mantendo-a ali, então Lilian abriu os lábios, se preparando para gritar mais alto, chamar seu pai ou alguém, qualquer pessoa, pra livra-la, salva-lá, mas antes que ela fizesse isso, algo totalmente inesperado a fez virar o rosto em direção a pessoa que a segurava e sentir seu queixo caindo, levemente assustada e surpresa


— Lilly, Lilly, sou eu.


  


                                                                         ***


 


— Fique longe da minha garota.


Sirius já não sabia o que estava fazendo, mas quando sentiu Wood o acertando com tudo e seu corpo caindo no chão, ele sentiu a raiva penetrando de vez cada célula de seu corpo, então apoiando a mão no chão, Sirius levantou-se, pronto pra partir pra cima de Wood, mas antes que fizesse isso, ele viu Lia a sua frente, o rosto assustado, os cabelos lindos caindo sobre a face macia da garota.


— Sirius o que você ta fazendo?


Sirius não pensou em mais nada, vendo Lia em sua frente, ele a segurou pelo braço, afastando-a de Wood, que o encarava furioso, com os lábios ensanguentados, enquanto varias pessoas se aglomeravam a volta deles pra assistir a briga.


— Fica longe da minha garota, Wood. – Sirius ergueu o dedo apontando pra Wood e Lia encarou Sirius, erguendo a sobrancelha.


— Eu não sou sua garota!


Mas Sirius não deu a menor atenção a Lia, ainda com o dedo erguido no ar apontando-o em direção a Wood, Sirius ameaçou mais uma vez.


— Eu não vou te avisar de novo.


— Se não o que? – Wood encarou Sirius e a vontade que Sirius teve foi de socar ainda mais o garoto.


— Quer parar vocês dois. Eu não sou de ninguém.


— Lia, ele que... – Começou Wood, tentando se explicar, mas Lia ergueu a mão, interrompendo o garoto, virando-se em seguida pra Sirius e cuspindo as palavras pra cima do maroto.


— Está satisfeito, Sirius? Acabou com a minha noite mais uma vez.


Lia sentia-se completamente irritada, como Sirius tinha coragem de fazer aquilo? Como ele conseguia estragar tanto a vida dela daquele jeito?


Irritada, Lia virou-se e saiu pisando fundo, ele já tinha acabado com a noite dela mesmo, pra que ficaria ali?


Quando Lia saiu, em passos rápidos, pelo portão, levando-a direto a Rua, ela sentiu alguém a puxando e quando seu corpo girou, ela viu Sirius a sua frente e  inesperadamente a vontade de fazer com ele o mesmo que Wood fizera, tornou-se enorme. Sem pensar, Lia ergueu a mão e deixou-a cair em direção a Sirius, prestes a acertar o rosto do garoto, mas Sirius rapidamente segurou firmemente a mão de Lia, impedindo-a que o  acertasse e encarando-a em seguida, dessa vez mais sério do que Lia jamais o vira.


— O que você quer? Quer acabar de vez com a minha noite, Sirius? Como você sempre faz? Porque você faz isso? Quem você pensa que é? Quem você...


A voz de Lia emudeceu-se. Os lábios de Sirius colaram-se aos seus. E tudo perdeu o sentido.


 


                                                                       ***


— Lilly, sou eu.


Lilian virou-se num pulo, vendo Thiago caído no chão da varanda, segurando sua mão, completamente coberto de folhas e grama pelos cabelos.


— Potter o que esta fazendo aqui? - Olhando-o completamente confusa e surpresa, Lilian sentiu Thiago soltar sua mão e apoiar-se na grade, levantando-se desajeitadamente.


— Desculpe é que eu... eu... – Thiago parou e Lilian virou o rosto rapidamente em direção à porta de seu quarto que levava aos outros cômodos da casa.


— Lilian, ta tudo bem? – Lilian ouviu a voz de seu pai ecoando pelo corredor da casa e olhou rapidamente pra Thiago com os olhos levemente arregalados, antes de dizer.


— Ah meu Deus, é meu pai.


Thiago sentiu-se inesperadamente sendo arrastado em direção ao quarto de Lilian, ele adoraria observar a decoração do quarto da ruiva, com certeza acharia muitas coisas interessantes que o deixaria ainda mais fascinado por ela, mas ele não teve tempo de nada, antes que seus olhos sequer se acostumassem com a claridade do quarto de Lilian, ou ele pudesse ver pelo menos a cor do quarto dela, ele viu-se sendo empurrado contra alguma coisa que logo ele percebeu ser o guarda-roupa de Lilian, pois varias roupas roçavam contra seu rosto, enquanto a ruiva, parada a frente do guarda roupa, lhe fazia uma carinha rápida de sinto muito; Quando Thiago conseguiu dizer “Lilly, o que você esta fazend...?” , ele ouviu um “Shiu”, e a porta se fechou, deixando-o sendo engolfado pela escuridão do guarda-roupa de Lilian.


Lilian fechou a porta do guarda-roupa e antes que conseguisse pelo menos se afastar do mesmo, ela viu a porta de seu quarto sendo escancarada  e a cabeça de seu pai espiando o quarto e a filha preocupadamente.


— Filha, esta tudo bem?


— Ah, é... Ta sim papai. – Lilian apoiou a mão no guarda-roupa com medo que Thiago tentasse abrir a porta e sorriu amarelo ao pai que a olhou confuso.


— Eu ouvi você gritando.


— Ah é, é que... Tinha uma barata aqui, enorme, mas ela já saiu, eu abri a porta da varanda e ela saiu, era daquelas nojentas que voam, sabe, e eu odeio.


O pai de Lilian permaneceu na porta olhando-a estranhamente, mas por fim ele deu de ombros.


— Fecha essa porta antes de se deitar hein. – Ele disse apenas antes de sair e Lilian respondeu rapidamente.


— Pode deixar pai. Boa noite.


Assim que a porta de seu quarto foi fechada, Lilian correu pra perto da mesma, encostando o ouvido a porta, tentando certificar-se de que o pai já estava longe o suficiente.


Thiago jamais reclamaria de ficar preso no guarda-roupa de Lilian, primeiro porque a ultima coisa que queria era causar problemas pra ruiva, sendo que ele que invadiu a casa dela, e depois porque o cheiro que impregnava todo o guarda-roupa dela, era maravilhoso.


Dentro do guarda-roupa, tendo apenas pequenas brechas da porta iluminando muito pouco o interior do mesmo, Thiago ficou em silencio, ouvindo o pai de Lilian falando com ela, alguma coisa que ele não entendeu muito bem, seus sentidos, todos, estavam concentrados em outra coisa, na roupa de Lilian que Thiago segurava e aproximava do rosto, sentindo mais ainda o cheiro delicioso dela.


Quando Thiago ouviu o barulho de porta se fechando, ele pensou que o pai de Lilian talvez já tivesse ido, então soltando a roupa de Lilian, Thiago abriu vagarosamente a porta do guarda-roupa e espiou pra fora, vendo que Lilian agora se encontrava com ouvido colado a porta.


— Você ta louco, Potter? – Lilian sibilou, correndo ate ele, segurando em seu braço e o arrastando em direção a varanda.


— Não pode vir na minha casa assim, alias como foi que você chegou aqui? Você escalou as paredes? Por um acaso agora é o Jacob Black que escala árvores?


Lilian colocou as mãos na cintura, nervosa, sentia agora o sangue correndo rápido nas veias, mas de raiva e não mais de medo, como ele tinha coragem de invadir a casa dela, invadir a varanda dela no meio da noite? Quem ele pensava que era?


Thiago permaneceu parado, vendo a ruiva com as mãos na cintura e o encarando aparentemente furiosa, mas Thiago estranhamente não estava preocupado com nada, nem com o fato dela estar ou não nervosa, a única coisa que Thiago conseguia notar era o quanto ela ficava linda nervosinha, com tal pensamento ele sorriu, fazendo Lilian arregalar os olhos, despeitada, batendo no braço dele com força.


— Esta rindo do que? Acha tudo isso engraçado?


— Não, Lilly, não. – Thiago disse rapidamente antes que ela o derrubasse de cima da varanda de propósito. – É que você fica linda bravinha desse jeito.


Lilian abriu os lábios, prestes a xingá-lo, mas fechou-os em seguida.


— O que... ? Potter, o que você esta fazendo aqui afinal de contas? Vai embora, eu preciso dormir.


Sem esperar uma resposta, Lilian agarrou novamente o braço de Thiago o aproximando da grade, pra que ele descesse por onde subiu, mas Thiago virou o corpo, ficando de frente pra Lilian e a encarando.


— Não, Lilian eu não vou embora.


— O que? Potter você andou bebendo e o álcool afetou seu cérebro? – Lilian ergueu a sobrancelha encarando-o sem entender o que afinal de contas ele estava querendo.


— Você é tão linda! – Thiago disse e Lilian levou as mãos novamente à cintura, o encarando nervosa.


— Quer parar com isso?! Você tem que ir embora. Anda! – Lilian estava começando a ficar realmente nervosa, ele invadia a casa dela no meio da noite, a assustava, subia na varanda do quarto dela, sabe lá Deus como, fazia o pai dela quase a pegar com um garoto no quarto e depois não queria ir embora?


— Lilian, eu não vou ir embora até fazer o que eu vim fazer. – Thiago ficou parado próximo a grade observando a ruiva atentamente, ela podia joga-lo varanda abaixo, mas não antes dele fazer o que ele queria, não tinha passado por tudo pra chegar ali e ser expulso antes de pelo menos dizer o que tinha a dizer.


— Ah ótimo, então pra que foi que você invadiu meu quarto no meio da noite?


— Pra te perguntar uma coisa.


Lilian ergueu a sobrancelha, parando os pés que ela batia ao chão impacientemente, ainda com os braços cruzados, esperando que não fosse nada que a fizesse se sentir pior do que estava antes dele aparecer ali, ou melhor, antes dele invadir seu quarto.


— O que é, Potter?


— Lilly, quer namorar comigo?




 


 


 


 


*N/A:


Ahhhhhhhh, não me matem, por favor \z
Milhoes e milhões e milhões de desculpas pela demora, eu sei que eu demorei imensamente demais, nunca tinha demorado tanto pra postar um capitulo, mas é porque a vida particular, que eu costumo chamar as vezes de vida off (os fãs de fake me entenderiam), esta corrida demais, problemas demais, coisas demais, daí eu demorei pra escrever e demorei a postar.


Desculpem-me mesmo, prometo tentar não demorar tanto pra postar o proximo, de verdade (y)


 


Bom, o que acharam do capitulo? Eu achei bem bizarra a cena do Remo dando um de Sirius e Thiago, mas o próximo capitulo vai estar bem legal também.


Prometo tentar compensar vocês pela demora
ahh a musica do capitulo é “You”  uma musica linda da banda de rock da Taylor Monsen “The Pretty reckless”


Enfim, obrigado pelo carinho sempre
E comentem sobre o capitulo.


 Beijoos
Lanah Black

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