Quase um segundo



                                                         *Capitulo Vinte e Dois: Quase um segundo*


                     É um mistério como nos apaixonamos, por quem nos apaixonamos e o motivo de nos apaixonarmos. Mas a gente se apaixona.      


 

 


            ― Lia, abre essa porta!


Lilian estava encostada a porta do quarto de sua melhor amiga, há o que ela pensava ser quase meia hora, batendo e batendo, e nada. A única coisa que a fazia ter certeza de que Lia estava ainda viva lá dentro, era o barulho ora ou outra que ela ouvia de soluços e da mesma brigando com sua cachorrinha quando a pequena se assustava com o barulho da porta que daqui a pouco seria posta abaixo, se Lia não a abrisse.


― Lia, abre a porta, por favor.


  


― Caralho, se você não abrir a porra dessa porta, eu vou por ela abaixo, to falando.


― Falow, Huck. – Disse um Sirius sonolento, abrindo a porta e voltando a cama, enquanto Thiago adentrava o novo quarto do amigo em sua casa e se jogava no sofá, vendo Sirius desmontando na cama.


― O que tava fazendo? Batendo uma? Achei que tivesse comido o suficiente ontem pra não precisar disso hoje.


― Pra merda, Pontas, eu to morto cara. – A voz de Sirius saiu abafada pelo travesseiro.


 


 ― Ele ta morto pra mim. – Lilian ouviu a voz abafada e levemente fanha de Lia quando o nome “Sirius” fora pronunciado por Lilian justamente para ter certeza que a amiga ainda estava viva, viva e provavelmente, pensara Lilian, com os olhos e o nariz mais vermelhos que seus cabelos, de tanto chorar.


E ela não estava errada, deitada sobre a cama, Lia encontrava-se toda encolhida, o rosto pressionado contra o travesseiro, escondia o mesmo que se encontrava vermelho e levemente inchado de tanto chorar. Ela precisava parar de sentir aquela maldita dor que parecia a sufocar e esmagar seu coração como se uma mão invisível estivesse tentando arrancá-lo do peito, mas parecia impossível.


― Você não pode ficar o dia todo chorando por causa dele, Lia.


― Eu não estou chorando. – Gritou Lia novamente, soluçando em seguida.


  


― Você mente muito mal, sabia?


            Sirius, com a aparência mais cansada do que estava quando acordara, agora se encontrava estatelado no chão, enquanto o sol batia fortemente no seu rosto e os olhos levemente escurecidos pelos óculos escuros permaneciam fechados. Sem muito esforço, ele ergueu a mão, mostrando o dedo do meio para Thiago que agora saia da piscina, rindo com o gesto de Sirius e passando a mão pelos cabelos ao se aproximar do amigo deitado ao lado da piscina, deixando a água da mesma cair sobre o corpo de Sirius que praguejou alto, enquanto Thiago corria pra cadeira, se esparramando na mesma debaixo do guarda sol.


            ― A gente sabe muito bem que você diz que não liga a mínima, mas no fundo esta fudido porque ela brigou com você.


 


             ― Só porque você esta em love, não quer dizer que todo mundo esta como você.


Agora Lilian se encontrava sentada ao pé da cama, acariciando a pequena cachorrinha de Lia, enquanto a loira, continuava deitada na cama, com os olhos levemente avermelhados.


            ― Lia, eu sou sua amiga, não acredito que você vai querer me enganar. E mesmo que você quisesse isso, eu te conheço e sei muito bem que você esta mal não só pelo que ele fez, mas porque você gosta dele.


Erguendo o rosto, decidida, Lia encarou a ruiva.


            ― Tudo bem, eu estou idiotamente apaixonada por ele, esta satisfeita agora?


 


             ― É, agora eu senti firmeza.


            ― Pois é, mas ela não e eu vou fazer o que? Se ela não acredita na minha palavra, então que se foda.


            ― Sirius não é bem assim cara. – Remo agora estava sentado no sofá do quarto de Thiago, mal observava os dois marotos jogando um jogo de formula um, enquanto ele terminava de mandar uma mensagem para Patsy.


            ― Qual é Remo, como eu vou ficar com uma mina que nem acredita no que eu digo?


 


 ― Mas ele é um galinha, e alem do mais, ele vive ficando com aquela garota, como eu vou acreditar nele?


― Lia, o Sirius é até legal, mas depois que eu vi ele daquele jeito com aquela garota... – Lilian fez uma cara de nojo e Lia bufou irritada.


― Lilly eu não quero ouvir isso de novo, por favor.


― Mas Lia, até agora eu não entendi direito. O que exatamente aconteceu entre você e o Sirius? Ele ganhou a aposta? – Indagou Lilian cuidadosamente, olhando pra amiga tentando não deixá-la mais irritada do que já estava.


― Nada. Não aconteceu nada.


 


 ― Como assim? Alguma coisa a mais rolou ai, senão você não estaria assim.


― E nem ela. – Emendou Remo, agora concentrado em anotar os principais tópicos da matéria numa folha a parte para a prova de matemática que seria na próxima aula.


― A gente transou, é isso.


Desviando os olhos do que faziam, Thiago e Remo encararam Sirius por segundos, antes do mesmo revirar os olhos e afundar o corpo na cadeira, deixando a cabeça cair pra trás, encostando-a a beirada da cadeira e o deixando observar o teto.


A segunda feira finalmente tinha chego, ou melhor dizendo, infelizmente tinha chego e agora os três marotos assistiam a aula de português se preparando para a prova de matemática.


― O que? Você comeu ela, Almofadinhas? – Exclamou Thiago com a voz ligeiramente alta fazendo Remo e Sirius, que desviara os olhos do teto, fuzilar o maroto com os olhos.


  


― Isso, fala mais alto, quem sabe alguém lá na Barra funda ainda não ouviu? – Lia censurou Lilian, enquanto a mesma revirava os olhos.


― Falando em Barra funda, a gente podia ir no Playcenter antes do fim do ano.


― Ah não sei não, Pat, não estou a fim de ver a cara do Sirius.


― Lia, você vai ter que se acostumar com o Sirius por perto.


― A Lilly tem razão, Lia, ele agora faz parte do nosso grupo de amigos, você vai ter que aprender a conviver com ele.


  


― A ser ignorado por ela, você quis dizer né?


― E você queria o que? Que ela te tratasse completamente normal? Depois de você comer ela e a outra que você vive comendo por ai dizer pra coitada que você só transou com ela por uma aposta?


― Mas não foi por causa da aposta que eu transei com a Lia, Pontas.


― Porque então? – Indagou Remo em seguida, enquanto os três caminhavam pelos corredores do colégio em direção ao refeitório.


― Por que... – Sirius não conseguiu terminar a frase.


― Sirius, você pode admitir ou não, mas você gosta dela.


 


 Não. Ele só gosta dele mesmo. – Lia irritada fechou o caderno enquanto o sinal tocava anunciando o fim da ultima aula.


― E chega, eu não agüento mais ouvir o nome dele, muito menos falar dele.


As meninas se entreolharam, sem dizerem mais nenhuma palavra.


― Acabou. O tempo não vai voltar atrás pra eu poder mudar alguma coisa, então...


  


― Foda-se. – Disse Sirius jogando a mochila em cima de sua cama, enquanto deixava seu corpo cair mole sobre a mesma, caindo deitado de costas na cama.


Thiago revirou os olhos se esparramando no sofá do quarto de Sirius e Remo apenas sentou-se ao lado de Thiago, colocando a mochila no chão e puxando o celular do bolso.


― Você é um babaca, sabia, Almofadinhas?


― É, e o Aluado sempre tem razão cara, você ta cometendo mais erros, ao invés de apenas tentar reparar esse mal entendido.


― Mal entendido? Caralho Pontas, a mina preferiu acreditar na Bella do que em mim, e se ela não acredita na minha palavra, então era melhor parar antes que rolasse mais coisas, ta ligado?


― Mas se você não ficasse comendo a Bella direto, as coisas não ficavam tão feias pro seu lado.


― É, você arruma encrenca porque quer. – Dessa vez, Remo concordou com Thiago, enquanto Sirius observava o teto branco do quarto.


― Eu não tenho culpa se a Lia estava levando as coisas a sério demais, achei que estava claro que a gente só tava curtindo de boa.


 


 ― Eu não estava levando a serio. Eu só...


 ― Fui idiota. Eu não devia...


 ― Ter acreditado nele. Ele é...


 ― Incrível, eu sei velho, ela é demais, mas...


 ― Ele foi longe demais.


 ― Foi longe demais.


 ― Nada disso devia ter acontecido. Eu fui uma idiota, eu sei. Mas acabou.


― Nada disso devia ter acontecido. Eu fui um idiota, eu sei, mas acabou.


 ― Só me deixem esquecer ele, ta legal?!


 ― Deixa ela seguir na dela. Foi melhor assim.


 ― Ele não me merece mesmo.


― Ela não me merece, cara. Eu sou Sirius Black


 ― Ele nunca vai mudar.


― Eu nunca vou mudar.


                                                                              ***


 


 ― E ai, ta pronto?


Era quase como um ritual em Hogwarts que o ultimo dia escolar do ano fosse marcado com comemorações, e a cada ano uma coisa diferente acontecia no ultimo dia de escola: Teatro, musicais, apresentações de bandas, danças, festas juninas fora de época, torneios, entre vários. Aquele ano, o ultimo dia escolar teria mais uma coisa pra marcar como o término oficial das aulas, e eles esperavam que fosse com uma vitoria do time de Hogwarts que jogava contra seu maior rival, o time de futebol da Durmstrang.


Como um ritual também, Thiago nunca se trocava pro jogo no vestiário, ele tinha toda uma preparação que ele fazia sozinho, a sua concentração antes dos jogos. Por isso ele estava sozinho num dos banheiros masculino de Hogwarts, pelo menos até aquele momento.


― Falta quanto tempo pra começar?


Thiago estava colocando a camisa do time, depois de terminar de calçar as chuteiras, enquanto Sirius estava parado encostado à parede próxima a porta.


― Quinze.


― Beleza, eu já to indo.


Sirius se desencostou da parede.


― Não enrola hein, senão o Hoosh vai ter cria.


Thiago riu, vendo Sirius saindo do banheiro, enquanto ele esticava os braços acima da cabeça, sentindo estalar a coluna. Se aproximando da pia, Thiago apoiou as duas mãos na mesma e abaixou a cabeça, fechando os olhos. Era como se ele pudesse ver, mesmo com os olhos fechados, todo o campo de futebol, de um lado a outro, os técnicos de cada lado na lateral do campo, as arquibancadas repletas de torcedores dos dois times, o campo já com alguns jogadores, os juízes caminhando pelo campo pra ver se estava em condições de jogo, os bandeirinhas de cada lado e até mesmo o sol quente brilhando acima do campo de futebol. Tudo estava pronto e ele também estava.


Ainda de olhos fechados enquanto terminava sua pequena concentração, Thiago ouviu barulho de passos no banheiro.


― Porra, Sirius, eu já to indo cara.


― Acho que a gente ainda tem um tempinho.


Thiago ergueu a cabeça ao constatar que aquela voz estava melosa demais pra ser do seu melhor amigo, enquanto mãos o abraçavam por trás.


                                                                                   ***


 Era o ultimo dia de aula e dia de jogo de futebol, ela sabia disso, mas nada daquilo importava pra ela naquele momento, não se pudesse passar uma tarde agradável e sozinha com seu namorado, antes das férias começarem e eles ficarem longe um do outro, o que ela ia tentar não deixar acontecer.


Mas pra ela conseguir passar uma tarde inteira com seu namorado, tinha que, primeiro, conseguir sair de sua casa sem chamar a atenção de seu pai, o que, pra sua infelicidade, estava sendo mais difícil que o normal naquele dia.


 ― Como foi a aula hoje, querida?


Patsy estava sentada a mesa de jantar, onde havia uma chaleira de cerâmica importada, alguns pedaços de bolo de chocolate e algumas xícaras de chá do mesmo material da chaleira.


― É o ultimo dia, papai, vai ter um jogo de futebol. Na verdade – Ela pegou o celular do bolso olhando-o rapidamente antes de continuar. – Eu marquei de encontrar as meninas lá. Já posso ir?


― Não.


Patsy ergueu rapidamente os olhos pra encarar o pai que lia atentamente algumas folhas de sulfite que ela acreditou ser algum documento da empresa.


― Eu queria conversar com você antes. – Continuou o senhor Kensit, fazendo Patsy desviar os olhos do pai para a mãe sentada do outro lado da mesa, que apenas tomou um gole de chá de sua xícara, silenciosamente.


― Tudo bem. – Disse Patsy cautelosamente.


Nos últimos tempos evitava ao máximo estar na presença do pai, afinal a ultima coisa que queria era ouvi-lo indagando-a sobre qualquer coisa a respeito de Remo e seu namoro com o garoto, não queria sentir novamente a raiva que sentira do pai sobre suas reações sobre o namoro.


― Eu sei que você tem se encontrado com aquele... – Ele parou e Patsy percebeu que o pai esforçava-se pra não dizer algo pior sobre Remo, o que ela achou bom. – Afinal, vocês estudam juntos, não é.


Ele parou novamente, mas Patsy não disse nada, sabia que era melhor ficar quieta e deixá-lo dizer o que quisesse, desde que fosse rápido e ela pudesse ir ver seu Remo, estava morrendo de saudade dele e mal conseguia aceitar o fato de não ter mais aula e não poder vê-lo todos os dias mais.


― Mas já que suas aulas acabaram, isso também vai acabar.


Patsy sentiu como se todo seu sangue estivesse congelando por dentro.


― Mas papai...


― Ele não é garoto pra você, Sissy.


― É claro que é.


Como ele podia saber quem era bom ou não pra ela? Ser seu pai não dava a ele direito de decidir com quem ela ia namorar ou não. Não queria odiar seu pai, mas naquele momento ela não conseguia sentir outra coisa.


― Não é não, e você é muito nova ainda pra ter certeza disso, eu sei o que estou falando minha filha, sou mais velho e sei o que é bom ou não pra você.


― Você acha que sabe.


Patsy revirou os olhos, cruzando os braços e desviando os olhos do pai. A vida toda acreditara que seu pai fosse legal e justo, e que jamais faria algo como aquilo, proibi-la de namorar alguém, mas agora achava seu pai um tirano idiota que pensava que tinha o direito de controlar a vida de alguém só porque era sua filha. Ela não podia deixar isso acontecer. Não podia.


― Eu não quero discutir isso novamente, Sissy.


― Mas...


― Sem mais. E sem jogo de futebol hoje.


― Mas pai, as meninas estão...


― Você me acha com cara de idiota? – Patsy viu o pai erguer os olhos do papel e sentiu a raiva pulsando dentro de si.


― Mas vai ter o jogo de verdade, pode ligar lá na escola se quiser.


― Você não vai. - Thomas Kensit disse firmemente voltando os olhos para os papéis e virando a próxima pagina dos documentos.


― Eu vou. – Patsy se levantou da mesa e encarou o pai. Sentia agora toda a raiva pulsando dentro de si como se ela estivesse criando vida própria.


― Não vai. – Thomas afastou a cadeira calmamente se levantando em seguida e juntando os papéis sobre a mesa, enquanto falava sem encarar a filha. - Eu e sua mãe iremos sair e você vai ficar aqui. E não tente sair, eu troquei a senha da porta.


― O que? Vai me deixar trancada dentro de casa? – Patsy sentiu as mãos apoiando-se sobre a mesa a sua frente enquanto seus olhos encaravam o pai que calmamente pegava a xícara de chá e tomava um gole rápido, como se tudo estivesse perfeitamente normal. Deus, como ela podia ter um pai desses? Como ele podia ser assim? Como podia trancá-la dentro de casa? Até quando ele pretendia mantê-la presa? Se ele pensava que assim iria conseguir afastá-la de Remo estava muito enganado, teria que a prender pelo resto da vida, porque nada a faria se afastar de seu namorado, de seu Remo Lupin.


― Você não pode fazer isso!


― Eu posso. – Patsy viu seu pai colocando a xícara sobre a mesa e a encarando seriamente, antes de dizer ainda com as mesmas feições. - Eu sou o seu pai.


Patsy ficou estática, sentia todo seu sangue congelado nas veias, seu coração batendo desesperadamente dentro do peito, enquanto parada a mesa ela via o pai pegando os papeis sobre a mesa e saindo da sala de jantar em seguida, tranquilamente, como se tivessem acabado de ter uma conversa normal entre pai e filha. Ela tinha que fazer alguma coisa além de ficar ali sentindo toda a raiva a consumindo de maneira feroz e todo seu ser gritando desesperadamente pra pegar a xícara e acertar a cabeça daquele ser extraterrestre que possuíra seu pai, porque definitivamente, aquele não era o pai amoroso, atencioso e perfeito que sempre tivera, que sempre lhe dera tudo que queria e que jamais a manteria trancada dentro de casa. Ele não era seu pai.


                                                                                  ***


 Sirius sabia que era apenas um jogo qualquer, apenas pra fechar o ano escolar com chave de ouro, mas pra fechar mesmo com chave de ouro, eles tinham que ganhar aquele jogo, podia ser apenas um jogo amistoso, mas quando Hogwarts estava em campo contra Durmstrang, nada era amistoso; Era por isso que ele sabia que Thiago não estava exagerando em se concentrar como sempre para o jogo, queriam ganhar aquele jogo de qualquer jeito, pra acabar muito bem o ano.


Como o banheiro masculino que Thiago estava era no segundo andar, Sirius corria mais apressado naquele momento, sabia que o treinador se não desse cria, mataria os dois se Sirius também se atrasasse pro inicio do jogo.


Quando Sirius terminou de descer o ultimo lance de escada ele viu uma mecha loira virando o corredor e caminhando logo a frente dele, também em direção ao campo de futebol. Apertando o passo, Sirius passou a caminhar logo atrás da garota, quando ela saiu pelos gramados atrás do colégio que dava pro campo de futebol.


― Lia. – ele chamou levemente temeroso.


Desde a noite do baile, Sirius não havia falado com ela, e nas vezes em que vira a loira durante aquela ultima semana de aula, ela permanecera firme em ignorar Sirius por completo, como se ele nem existisse.


Lia virou o rosto pra trás pra ver Sirius logo atrás de si, e voltou a olhar pra frente, ignorando o maroto e continuando em seu caminho em direção ao campo de futebol onde Lilian a esperava na arquibancada.


Vendo a loira voltar os olhos pra frente e não respondê-lo, Sirius apressou o passo, passando a caminhar ao lado da loira.


― Vai torcer por mim? – Ele sorriu, tentando ser charmoso, mas a feição fechada de Lia, que continuava fingindo que ele nem existia, fez Sirius perceber que não seria tão fácil quanto ele desejava. Respirando fundo, Sirius deu passos apressados, e virando-se de costas ao caminho, Sirius ficou a frente de Lia, fazendo a loira parar de frente pra ele, ainda com as mesmas feições, séria, como se nem o conhecesse.


― Olha, me desculpa, eu sei que você esta com raiva de mim, mas eu só quero que saiba que eu sinto muito. Eu não apostei nada, eu juro, eu só queria que você acreditasse em mim.


Ele franziu as sobrancelhas numa carinha de cachorrinho sem dono, enquanto permanecia a frente de Lia, esperando ela dizer alguma coisa, qualquer coisa, ela tinha que dizer alguma coisa. Mas Lia não disse nada, apenas respirou fundo, desviando-se de Sirius e continuou caminhando em direção as arquibancadas. Bufando irritado, Sirius passou a mãos pelos cabelos e virou-se para seguir em direção ao campo de futebol pisando fundo.


― Então é assim? Beleza.


                                                                            ***


 Mãos percorreram seu tórax por cima da camisa, enquanto lábios roçavam por sua nuca o fazendo se arrepiar, abrindo os olhos rapidamente, Thiago viu mechas de cabelo vermelho-cebola e levou as mãos rapidamente as mãos da garota que agora deslizavam por baixo de sua camisa indo direto a sua barriga, fazendo as unhas da garota roçarem em sua pele e ele prender a respiração rapidamente por segundos.


― Hey, hey, o que você faz aqui? – Thiago encarou, através do reflexo do espelho, os olhos da garota que afastara os lábios de sua nuca e o olhava pelo reflexo.


― Vim desejar boa sorte. – Ela sorriu e aproximou os lábios da orelha de Thiago, passando a ponta da língua de leve por ela fazendo o maroto arrepiar-se e rapidamente afastar as mãos da menina de sua barriga, soltando-as antes de virar-se para encarar a garota.


― Valeu, mas eu preciso ficar sozinho.


A garota sorriu e passou as mãos em volta do pescoço de Thiago aproximando o rosto do dele.


― Mas eu ainda não desejei boa sorte. – Ela sorriu aproximando mais seus lábios dos dele.


Thiago tentou pensar em alguma coisa pra dizer e tirar logo aquela garota dali, mas antes que conseguisse pensar em uma frase completa, ele sentiu os lábios quentes da garota nos seus e em seguida a mão dela roçando em sua nuca, deslizando por seus cabelos e um delicioso cheiro invadindo-o, fazendo-o lembrar-se de como os lábios dela eram suaves e de como ele não sabia porque mas adorava quando a tinha daquele jeito em seus braços.


Quando Thiago sentiu a língua da garota entrelaçando-se a sua, ele lembrou-se de uma coisa: Aquela não era Lilian Evans.


Levando a mão à cintura da garota, ele afastou-a rapidamente.


― Você ta louca, garota?


― Louca... Por você. – ela sussurrou, sorrindo sapecamente e voltando a aproximar os lábios dos de Thiago que afastou a cabeça levemente para trás, não deixando com que os lábios da garota tocassem nos seus.


― Você precisa sair.


Thiago afastou-se da garota, sentindo as mãos dela soltando-se de seu pescoço e rapidamente ele segurou-a pelo braço puxando-a em direção a porta.


― Não, eu ainda não...


― Você já fez muito mais do que desejar boa sorte. – Muito mais mesmo e Thiago sabia que em qualquer outro momento de sua vida, teria beijado Mayara e até dado uns amassos legais nela, mas alguma coisa parecia muito errada naquilo tudo, não conseguia pensar em outra garota que não fosse Lilian, e o fato de ter sentido o beijo da ruiva quando Mayara o beijara estava deixando-o completamente confuso, ainda mais do que já estava.


― Mas... – Mayara tentou insistir, enquanto resistia em não ser arrastada, mas Thiago rapidamente alcançou a porta e soltou o braço da garota ao chegar a porta do banheiro.


― Thi só um beijinho de boa sorte. – Mayara sorriu charmosamente e Thiago pensou que até que ela era gostosinha, mas tinha uma coisa muito errada com ela, não era Lilian.


Bufando irritado, Thiago passou a mão pelos cabelos enquanto seus olhos se desviavam da garota pro relógio pendurado a parede a frente do banheiro. Estava atrasado.


― Droga, eu preciso ir.


Thiago correu apressado em direção às escadarias que o levaria direto ao campo de futebol sem ninguém saber sequer de onde ele veio.


Aquilo tudo estava ficando confuso demais em sua cabeça, alem de Mayara, Thiago sabia que teria qualquer garota que quisesse, mas a sensação de que ele só queria uma, estava o deixando perturbado. Porque ele havia pensado em Lilian enquanto Mayara o beijava?


 
                                                                            ***


     Ela sentia a raiva a consumindo por dentro, como ele tinha coragem de fazer aquilo? Como ele tinha coragem de ir até ela e fingir que estava tudo bem? Como podia ser tão cara de pau? A vontade era de xingá-lo de todos os nomes que ela conseguisse se lembrar, mas não, ela não daria esse gostinho a ele, pois xingar era mostrar que ela estava com raiva, que ele a tinha atingido, e ela não queria mostrar nada, não queria mostrar que sentia alguma coisa, mesmo que fosse raiva, então a indiferença era a melhor coisa.


Não tem nada pior do que ser desprezado e ele vai aprender isso.


Foi com esse pensamento que Lia chegou à arquibancada, procurando alguma mecha vermelha entre os torcedores da escola que já estavam esperando ansiosamente o jogo começar, na verdade ela nem queria estar ali, mas Lilian praticamente a obrigara porque Patsy iria sair com Remo e ela não queria ficar sozinha.


Chantagem emocional, ela é ótima nisso.


Lia!


Revirando os olhos, Lia viu uma mão se agitando no ar e então as mechas vermelhas iluminadas pelo sol se destacou, fazendo a loira caminhar até a amiga.


― Você demorou!


Lia fez uma careta à bronca da amiga e sentou-se ao lado da ruiva.


― É que tentaram me atrasar. – Disse a loira simplesmente, fazendo Lilian franzir o cenho, confusa.


― Quem?


― Ele. – Lia revirou os olhos fazendo uma careta.


― O Sirius? O que ele queria?


― Me encher com suas mentiras idiotas. – Mais uma vez a loira revirou os olhos fazendo uma leve careta e Lilian balançou a cabeça levemente.


― Lia e se ele estiver falando a verdade? E se ele não apostou nada?


― Alguma coisa sobre aposta deve ter rolado ou esse papo nem existiria, não acha?


Lilian não disse nada, nisso a loira parecia estar certa.


― Ele não disse que os meninos que zuaram sobre uma aposta, mas ele nem falou nada, só deixou os meninos zuando?


― É, acho que sim.


― E se foi mesmo isso? E se ele não levou a sério a aposta e ficou com você porque quis?


Lia virou-se, cruzando os braços e encarando a ruiva.


― Lilly, ele voltou pro baile só pra transar com aquela garota enquanto eu estava em casa chorando por causa daquele idiota? Vai mesmo defender ele?


Nisso definitivamente, Lia estava certa.


― Desculpa. – Lilian fez uma leve feição de quem sentia muito e calou-se, era melhor não aprofundar mesmo naquele assunto, não era dia pra isso, e talvez fosse melhor mesmo Lia esquecer Sirius, mesmo sabendo que a amiga gostava de verdade do maroto.


― Olha, algodão doce! – Disse a loira terminando de vez a conversa.


 
                                                                        ***


 ― Ele não pode fazer isso, ele não pode!


Patsy andava de um lado ao outro em frente à porta de sua casa, na sala de estar, tentando descobrir a senha que abriria a porta e a faria sair daquele apartamento para encontrar seu Remo, mas a cada minuto que se passava aquilo se tornava mais impossível, nenhuma senha, nada funcionava e tudo isso só a fazia odiar cada vez mais seu pai.


Pisando fundo, ela seguiu em direção as escadas e rumou para seu quarto, entrando no mesmo e desabando sobre a cama, sentindo as lagrimas brotando em seus olhos enquanto ela agarrava a colcha da cama com força, sentindo a raiva quase explodindo dentro de si.


Deus ela realmente não queria odiar seu pai, mas não conseguia sentir outra coisa naquele momento, sentindo o choro preso a garganta ela sentou-se a cama ouvindo seu celular tocando.


― É ele. Droga. – Rapidamente ela atendeu, tentando não deixar transparecer que estava chorando ao dizer “Oi amor”.


― “Oi Amor.” – Ela ouviu a voz adorável do homem que ela mais amava do outro lado da linha e não conseguiu não sorrir, ele a deixava bem não importava o que estivesse acontecendo.


― Amor, eu não posso ir.


― “Porque Pat?” – A voz de Remo pareceu preocupada e por mais que Patsy não quisesse preocupá-lo, não podia mentir.


― Remo, meu pai me trancou em casa. – Ela disse, sentindo as lagrimas rolando de seus olhos por seu rosto ao dizer essas palavras.


― “O que? Mas ele não pode... Pat, calma tá, a gente vai arrumar um jeito.”


― Não! Não, Remo, deixa pra lá, quando ele voltar eu converso com ele...


― “Ele não pode te trancar em casa, Pat, eu tenho que fazer alguma coisa, vou falar pro meu pai ir comigo falar com seu...”


―NÃO! Não, Remo, eu não quero que você enfrente meu pai de novo, eu não quero que aconteça de novo a mesma coisa...


― “Não vai acontecer nada, amor.”


Droga, tinha feito o que não queria fazer, piorar ainda mais a situação, deixar Remo ainda mais preocupado e pior, querendo enfrentar novamente seu pai, não podia deixar isso acontecer, não podia deixar que alguma coisa acontecesse novamente com ele, não se perdoaria se algo acontecesse a Remo novamente.


― Remo, por favor, me promete que não vai fazer nada. Eu resolvo isso. Por favor.


― “Mas Pat...”


― Me promete amor, você não vai fazer nada, por favor.


― “Tudo bem.”


Patsy sentiu-se respirando fundo, não devia ter dito nada a Remo, não queria que ele fizesse alguma coisa e passasse mal de novo, não podia colocar a saúde de Remo em risco desse jeito.


― Olha, ta tudo bem amor, eu resolvo isso ta?! Vai no jogo e torce pelos meninos por mim.


― “Pat...”


― Eu vou ficar bem, eu juro. Meu pai só estava mal humorado, depois eu falo com ele e vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar, ta. – Ela o ouviu suspirar. Mas era melhor fingir que estava tudo bem, que era apenas um mal entendido, não podia preocupar ainda mais Remo.


― “Tudo bem então.”


― Bom, eu vou tomar um banho, ta amor?!


― “Vai ficar bem?”


― Eu vou amor, não se preocupa.


― “Ok então. Eu te amo.”


― Eu te amo!


Patsy desligou o celular e sentiu em seguida seu corpo desabando na cama enquanto lagrimas rolavam por seu rosto, não era justo aquilo, não era justo ficar longe do homem que ela amava, ela tinha que fazer alguma coisa, não conseguiria ficar longe de Remo pra sempre.


Sentindo as lagrimas rolando por seu rosto, Patsy sentou-se rapidamente na cama, havia se lembrado de uma coisa.


Estava sozinha em casa.


                                                                          ***


 O sol estava fritando os miolos deles, e Thiago tinha quase certeza que daqui a pouco seria literalmente que ele e seus miolos estariam fritos. Não apenas Thiago pensava aquilo, Sirius parou próximo ao meio de campo após um chute de Thiago ter passado perigosamente próximo ao gol adversário e passou a mão pelos cabelos deslizando-a em seguida pelo rosto, sentindo-o molhado de suor, o sol e o calor estava acabando com todos dentro do campo, precisavam urgentemente fazer um gol e acabar logo com aquilo.


Ele viu a bola voar alto e cair próxima a zaga após ser chutada pelo goleiro adversário, e virou-se pra ver Thiago caminhando pelo campo em sua direção.


― C’ ta legal, cara?


― Fritando. A gente tem que marcar um gol e acabar logo com essa porra, Sirius.


― É, to ligado, mas a defesa deles ta me marcando demais. Preciso arrumar um jeito de sair da marcação.


― Acho que precisamos pensar numa daquelas jogadas descartadas pelo Hoosh.


Sirius viu a bola sendo recuperada por algum jogador do seu time e virou-se rapidamente pra ver o técnico berrando na beira do campo, ele sabia que as jogadas descartadas pelo técnico tinham um motivo pra terem sido descartadas, mas se todas as jogadas ensaiadas e todas as coisas que ele fizera pra sair da marcação e conseguirem um gol, não estava rolando, então a única chance era tentar as jogadas descartadas.


― É, não tem outro jeito.


― Beleza então, o chicão ta vindo ai, tenta sair da marcação e vamo tentar a gira-gira. – Disse Thiago, antes de se afastar correndo em direção a grande área. Aquele plano tinha que dar certo.


Thiago não queria chamar a atenção do técnico, por isso avisar os outros jogadores sobre a jogada seria um erro, ele era o capitão do time e se todos soubessem que ele ia tentar uma jogada descartada do técnico e não desse certo, ele poderia perder o próprio lugar no time, caso tivessem a infelicidade de não ganharem o jogo. Por isso. Thiago ficou atento dentro da grande área vendo chicão, agora com Zeca, driblarem a defesa da Durmstrang e se aproximarem mais, ele desviou os olhos da jogada pra ver Sirius enganar a defesa e correr em direção ao Zeca, era a hora de Thiago correr pro seu lugar e esperar que Sirius conseguisse fazer a jogada.


Sinalizando Zeca, Sirius viu o colega do time chutar a bola pra ele pra segundos depois ele pegar a bola e correr rapidamente pela lateral do campo, vendo dois jogadores da defesa se aproximarem, Sirius partiu com tudo pra cima de um dos caras e quando viu o cara ir com tudo, Sirius deu um toquinho na bola, fazendo ela retroceder, num giro, Sirius viu o jogador ir enquanto ele voltava pegando a bola e a chutando alta em direção a Thiago, que ajeitou a bola e chutou, um chute alto, direto.


Um segundo parados, Thiago, Sirius, o técnico, toda a torcida na arquibancada, todo o time adversário, observando a bola voando em direção ao gol.


― Na trave? MERDA!


Thiago passou a mão pelos cabelos segurando-os fortemente, que droga de bola, porque ela não entrava logo?


Aquela era a quarta bola que ele chutava na trave, e aquilo já estava deixando-o irritado, ele tinha que fazer um gol, eles tinham que ganhar aquele jogo.


   
                                                                          ***


 


Definitivamente ele desejava que aquele jogo acabasse logo, ele queria muito tomar um banho bem gelado, sentir a deliciosa sombra apagando dele os vestígios do sol fritante sobre sua cabeça, depois colocar uma bermuda e virar uma cerveja bem gelada, aquela idéia em sua cabeça o fez sentir água na boca e ainda mais calor.


Discretamente ele se aproximou do banco de reservas do seu time e fez sinal de água aos colegas, que lhe jogaram uma garrafinha não muito gelada de água, mas que já ajudava muito. Rapidamente ele virou um grande gole de água, a sentindo descendo deliciosamente por sua garganta, a bola ainda estava com o goleiro reserva de Hogwarts, isso significava que Sirius tinha mais um tempinho pra se refrescar, com isso ele virou a garrafinha sobre sua cabeça, sentindo a água gelada escorrendo por seus cabelos e seu rosto e aliviando a sensação de cérebro frito que ele sentia naquele momento.


― Ta tudo bem ai, Black? – Ele ouviu o técnico perguntar e ele fez um jóia com o polegar, jogando a garrafinha vazia de volta aos colegas no banco de reservas, permanecendo parado próximo a lateral do campo vendo que a bola agora era chutada pelo goleiro pra mais do meio de campo.


Passando a mão pelos cabelos, Sirius sentiu as gotas da água em seus cabelos molhar seus dedos enquanto erguia os olhos pro céu, vendo que pela posição do sol, já estava quase perto das seis da tarde, o que significava que o jogo estava próximo do fim, assim como o sol estava bem próximo de se pôr, o que ele esperava ansiosamente. Desviando os olhos do céu, ele abaixou-os em direção a arquibancada, estava lotada e de onde ele estava podia até reconhecer algumas pessoas na multidão, e uma coisa, reparou Sirius, era bem fácil de reconhecer, um borrão vermelho se destacava na multidão.


Sorrindo Sirius localizou os cabelos ruivos de Lilian, se Lilian estava ali, então ela também deveria estar, desviando os olhos da ruiva, Sirius viu as mechas loiras de Lia, fazendo-o sorrir discretamente. Ela estava segurando uma latinha de coca cola nas mãos e sorria, na verdade, ela parecia estar rindo, parecia estar se divertindo e não era com o jogo, sentindo alguma coisa bem estranha na boca do estomago, Sirius desviou os olhos de Lia pra ver ao lado da loira ninguém menos que o goleiro de Hogwarts, Olívio Wood. Então era isso que ele fazia enquanto o resto do time se matava em campo? Ficava azarando as garotas alheias?


Alheias? Ela não é sua pra ser uma garota alheia.


Disse uma voz muito irritante dentro da cabeça de Sirius fazendo-o desviar os olhos de Lia e Wood e caminhar pelo campo bufando irritado, enquanto dentro de si ele sentia a raiva borbulhando como um vulcão prestes a entrar em erupção.


 


                                                                           ***


 Agora ela estava dentro do quarto de seus pais, em pé sobre uma cadeira, vasculhando todo o guarda roupa. Estava se sentindo como se estivesse invadindo a casa de alguém, a diferença era que aquela era a sua casa, então não estava invadindo nada e não estava cometendo nenhum crime, afinal aquele era o quarto de seus pais e podia entrar ali quando quisesse, não pra vasculhar, é claro, mas bom, essa parte poderia ser muito bem omitida.


Ela já havia vasculhado minuciosamente o escritório de seu pai e não havia encontrado nada e pelo jeito não encontraria nada no quarto de seus pais também.


Ela desceu da cadeira respirando fundo, tinha que ter alguma coisa em algum lugar daquela casa, tinha que ter, puxando a cadeira pra onde ela a encontrara inicialmente, Patsy saiu do quarto fechando a porta depois de se convencer de que não havia nada ali.


Encostando-se a porta, Patsy pensou onde ela poderia encontrar alguma coisa que pudesse esclarecer o motivo de seu pai odiar o pai de Remo e toda a família, mas não parecia se lembrar de um lugar especifico, ou seja, ela teria que vasculhar a casa toda.


Afastando-se da porta, Patsy caminhou pelo corredor em direção ao fim do mesmo, onde havia uma pequena escada em espiral que levava ao terceiro andar e então ela parou. Seus olhos observaram a escada por segundos antes dela começar a subir lentamente a escada, agora começava a se lembrar que seu pai proibira ela de subir ao terceiro andar, onde havia um enorme sótão e que seu pai costumava chamar de seu canto. Era lá que ele guardava toda sua coleção de livros e vinis antigos, era lá que ele guardava suas recordações de infância, coisas que ele só compartilhara com ela quando ela era muito pequena e que depois de grande apenas fora proibida de voltar lá.


Era óbvio, se houvesse alguma coisa escondida sobre seu pai, com certeza estava escondida lá.


Ela terminou de subir as escadas e se deparou com uma porta logo ao fim da escada, onde ela parou e respirou fundo. Apurando os ouvidos ela tentou ouvir alguma coisa que anunciasse a volta de seus pais, mas apenas o silêncio foi tudo que ela conseguiu ouvir, o silêncio e sua respiração, agora ofegante, enquanto sua mão girava a maçaneta da porta lentamente, abrindo-a em seguida bem devagar e vendo o imenso sótão ir surgindo a sua frente.


     
                                                                   ***


 ― Deus do céu, será que eles não vão fazer um gol logo? – Disse a ruiva, levando uma das mãos ao rosto e tentando ver, sem o sol atrapalhar, a bola bater na trave.


― O que será que acontece se der empate?


― Pênaltis. – Disse uma voz masculina ao lado das duas, as fazendo olhar pro garoto antes de exclamarem surpresas.


― Wood! – O garoto sorriu e as meninas logo olharam dele pro campo de futebol, como se estivessem confusas.


― O que você esta fazendo aqui?


― Porque não esta lá?


― Se você esta aqui, quem esta lá?


― Ah meu Deus, agora vamos perder o jogo.


O garoto riu das duas garotas, antes de balançar a cabeça e dizer rapidamente.


― Eu me machuquei, mas não se preocupem, não vamos perder, o Laurão é um bom goleiro.


― Laurão? Esse é o nome dele? – Indagou Lilian, franzindo o cenho e causando mais risos no garoto.


― Não, não. É só um apelido interno, coisa do time.


― O que você tem pra te tirar do jogo? – Lia viu o garoto sorrindo a ela e pensou em como ele era bonito.


Os cabelos levemente encaracolados davam um ar angelical a ele, os olhos castanhos pareciam mais claros com a luz do sol e seu sorriso era lindo e levemente charmoso, do tipo que fazia qualquer garota sentir um calor estranho na barriga toda vez que olhava pra aquele sorriso, e claro que ela não pôde deixar de reparar no físico que, mesmo com a camisa regata, dava pra perceber que era bem definido, o deixando ainda mais bonito.


― Torci o pulso. – Ele ergueu a mão mostrando um gesso firme a mão, vendo a loira fazer uma leve carinha de dor.


― E torceu como?


― No treino.


― O técnico parece ser bem chato né, do tipo que pega muito no pé. – Disse Lilian, observando, agora não tão atentamente como antes, o jogo.


― Ele é bem exigente sim, mas é um cara legal. – Disse Wood ajeitando o boné na cabeça enquanto observava as duas garotas mais atenciosamente que antes.


― Você tem certeza? Porque sei lá, ele me lembra um, como é mesmo o nome daquele cachorro... – Disse Lilian levando o dedo indicador aos lábios enquanto tentava se lembrar de algo e aquele gesto fez Wood engolir em seco, ela tinha um jeito tão tentadoramente charmoso e delicado que seria capaz de levar qualquer homem a perdição.


Saindo de seu pequeno transe o garoto, falou rapidamente, tentando não deixar transparecer o quanto aquele simples gesto da ruiva o cativara.


― Pitt Bull?


Wood riu e as garotas gargalharam vendo Wood inclinando a cabeça em seguida pra ver o técnico à beira de campo.


― É, ele é uma doçura que nem o Maguila.


E as meninas riram, continuando numa conversa que as distraíram completamente do resto do jogo.


           
                                                                   ***


            


 ― Black ta dormindo, porra?


O técnico gritava a beira do campo, mas Sirius não parecia se importar muito com isso.


― O que ta acontecendo, cara?


Sirius viu Thiago o olhando preocupado e deu de ombros.


― Essa porra desse sol.  – Ele disse apenas. Queria tentar convencer que era o cansaço e o sol o atrapalhando, mas ele sabia que era mentira, afinal de contas ele não conseguia mais prestar atenção ao jogo, principalmente sabendo que Lia estava ali na arquibancada ao lado aos risinhos com o goleiro do seu time, o que o fazia desviar os olhos pra tal cena de cinco em cinco segundos. Ele estava começando a pensar que aquele não era seu dia de sorte.


― Se concentra cara, a gente tem que ganhar esse jogo.


Ele viu Thiago se afastando em direção a grande área e pensou que o amigo tinha razão, ele tinha que se concentrar, precisavam ganhar aquele jogo, ele não admitia perder um jogo pra Durmstrang, sendo amistoso ou não.


Tentando esquecer a cena de Lia aos risinhos com Wood, ele correu em direção ao meio de campo, vendo seus colegas de time acompanhando a jogada que trazia a bola em direção a ele, era sua chance de esquecer todas aquelas coisas que o estavam distraindo e acabar logo com aquele jogo.


Correndo em direção a grande área, Sirius ergueu a mão no alto, dando o sinal de que estava livre, e então segundos depois a bola vinha em sua direção, rasteira e rápida, fazendo-o não perder tempo e correr com a bola em direção a grande área. Ele tinha que tentar marcar o gol ou passar a bola pra Thiago e torcer pro amigo acabar logo com aquele jogo, ele queria sair logo daquele campo de futebol e saber que Lia estava longe daquele garoto, mas quando Sirius estava prestes a entrar na grande área ele sentiu seu corpo sendo empurrado fortemente, fazendo-o desviar os olhos rapidamente pro lado pra ver um zagueiro chato do time adversário, agora colado a ele, o empurrando com a lateral do corpo, tentando roubar-lhe a bola. Aquele cara estava começando a deixá-lo irritado.


― É minha, seu viadinho, sai fora. – Sirius devolveu o empurrão, empurrando o cara com os ombros e protegendo a bola com o corpo, enquanto tentava se livrar da marcação e passar a bola pra Thiago.


― Sai fora você seu bambi de merda.


― Você me chamou do que?


Sentindo o sangue fervendo nas veias, Sirius deu uma forte cotovelada no zagueiro o empurrando com toda força que tinha, fazendo o jogador desequilibrar-se e cair num baque forte nos gramados, sem parar pra prestar atenção ao cara Sirius chutou rapidamente a bola pra Thiago logo em seguida, vendo-o pegar a bola e seguir em direção ao gol, agora era só esperar o grito da multidão quando Thiago fizesse o gol. Mas ele não ouviu os gritos, e ele não sabia se era porque Thiago não tinha feito o gol ou se era porque ele não estava mais prestando atenção, mas tudo que ele soube era que o jogador adversário havia se levantado e tinha ido até ele o empurrando, fazendo Sirius tropeçar em campo e quase cair.


Agora sim, ele tinha deixado Sirius realmente furioso.


― Ta querendo apanhar seu fedaputa? – Sirius deu passos decididos em direção ao garoto, o empurrando com as mãos, fazendo-o tropeçar alguns passos pra trás enquanto Sirius continuava indo pra cima do garoto.


― Não sabia que Bambis batiam – zombou o garoto e aquilo fez o sangue de Sirius ferver ainda mais irritado pelas veias, num segundo os dois times estavam em volta deles, enquanto Sirius socava o cara com toda a força, sentindo toda a sua raiva se extravasando nos músculos da mão que atingiam a face do garoto com toda força que Sirius conseguia juntar, enquanto em sua mente milhares de coisas passavam como um filme em flashs rápidos, o placar de zero a zero, os jogadores de Durmstrang debochando deles, Lia rindo com Wood, o garoto o chamando de bambi e tudo aquilo só o fazia sentir vontade de uma coisa: Socar ainda mais aquele garoto.


― Sirius, você ta louco, cara?


― Ninguém chama um Corinthiano de Bambi, seu filhodaputa. – Sirius sentiu-se sendo puxado por braços enquanto ele se debatia de raiva, sua vontade era socar ainda mais aquele garoto até toda sua raiva passar, mas aquilo parecia impossível, não apenas socar o menino, mas impossível mesmo era sua raiva passar.


― C ’ta louco Sirius? Calma, cara. Calma, porra. Que droga, merda, agora você vai ser expulso.


Sirius voltou a si quando viu o rosto de Thiago a sua frente enquanto o amigo tentava o segurar pra ele não voltar a agredir o jogador adversário.


Se desvencilhando de Thiago, Sirius passou a mão pelos cabelos, ouvindo ao longe os gritos do técnico se juntando a multidão, ele não conseguia distinguir mais nada, nem o que o técnico gritava, nem a multidão, nem os jogadores em campo, ele só sabia de uma coisa, ele estava mesmo expulso e não precisava nem ficar ali pra ter certeza disso.


Bufando de raiva, ele se virou, puxando a camisa do corpo e tirando-a enquanto seguia em direção ao vestiário, os gritos da multidão ficando pra trás, tudo ficando pra trás sem ele se importar mais, se perdessem ou se ganhassem não importava mais, tudo parecia ter perdido o sentido. Sirius sentia sua cabeça latejando enquanto caminhava pelo campo de futebol em direção ao vestiário e quando seus olhos ergueram-se em direção a arquibancada pela ultima vez naquele jogo, ele a viu, mais uma vez, e dessa vez sem os risinhos enjoativos ao Wood, apenas os lábios levemente entreabertos, fechando-se enquanto ela mordia levemente o canto dos lábios e o encarava com aqueles olhos azuis.


Mais uma vez ele sentiu a raiva borbulhando dentro de si como um vulcão em erupção, mas dessa vez não soube exatamente o por que.


― Ta satisfeita agora?


              
                                                            ***


 


Ela piscou varias vezes até se acostumar com a claridade, ao contrario do que ela pensava o sótão não era escuro, mas completamente claro, sendo iluminado pela luz do sol que vinha de pequenos retângulos de vidro no teto. Sorrateiramente ela entrou e fechou a porta.


Observando tudo a volta ela percebeu que tinha muito a cara de seu pai, mesmo sendo no sótão, algumas estantes, uma mesa de escritório, uma cadeira mais confortável atrás da mesma, algumas poltronas com pequenas mesinhas em volta, o velho aparelho de som do qual a única coisa que tocava eram os velhos discos de vinil de seu pai, alguns quadros com fotos de família e outros com fotos de carros, o que ela sabia ser a paixão da juventude de seu pai.


Tudo estava ali, tudo da vida de seu pai, se aquele lugar continha tudo da vida de seu pai, talvez tivesse alguma coisa que o ligasse a família Lupin ou a aquela carta estranha enviada ao pai de Remo. E sem sombra de duvidas, aquela era a chance perfeita de Patsy descobrir alguma coisa.


Caminhando lentamente pelo sótão, Patsy parou, ao canto, no fundo, haviam três caixas empilhadas e muito bem fechadas, que lhe chamaram a atenção.


Em passos rápidos ela se aproximou e observou as caixas, parecia que fazia bastante tempo que seu pai não ia até ali, pois quando Patsy puxou a tampa da primeira caixa uma camada de pó e teia de aranha grudou em sua mão, a fazendo tossir e afastar o rosto enquanto tentava tirar o pó das mãos.


Sentindo a curiosidade formigando de maneira animadora em seu estomago, Patsy resolveu que seria mais fácil olhar caixa por caixa, por isso, ela segurou a primeira caixa, a colocando no chão e agachou-se próxima a ela, terminando de abrir a mesma.


Brinquedos, um bonequinho de luta, alguns carrinhos, cartinhas de amiguinhos de infância, desenhos de dia dos pais que provavelmente seu pai fizera quando era criança e nada mais.


Suspirando, Patsy percebeu que não havia nada de realmente interessante naquela caixa e empurrou a caixa pro lado, segurando a segunda caixa, após se levantar e colocando-a no chão, onde ela abaixou-se novamente e passou a vasculhar a caixa minuciosamente.


Cartas de namoradas, fotos de namoradas, algumas fotos de amigos, uma bola de futebol, alguns desenhos, dessa vez mais bonitos que os feitos na infância e uma miniatura de carro.


Sentindo-se mais desanimada, Patsy aproximou-se da terceira e ultima caixa, estava começando a pensar que não encontraria nada ali, mas quando abriu a caixa viu que poderia estar enganada.


Havia apenas um álbum, grande e preto. Rapidamente, Patsy segurou o álbum e sentou-se ao chão o colocando a sua frente, o coração martelando dentro do peito e então ela o abriu.


Assim que a capa do álbum se abriu ela viu uma foto, bem posicionada dentro do plástico e de aparência bem antiga. Apenas isso e nada mais. Uma foto, seu pai e um rapaz abraçados, sorrindo.


Sem conseguir se conter, Patsy virou a pagina vendo do outro lado do plástico uma legenda escrita a mão na parte de trás da foto.


“Do seu irmão, T.”


Patsy virou a pagina do álbum novamente pra ver os dois irmãos abraçados, era o irmão de seu pai, aquele que a única coisa que ela sabia é que havia falecido há muito tempo.


Virando novamente a pagina do álbum, Patsy viu mais uma foto dos dois irmãos juntos e mais outra na próxima pagina.


Provavelmente era um álbum exclusivo ao irmão de seu pai, pensou Patsy, talvez uma maneira de seu pai matar a saudade do irmão, mas quando Patsy virou a ultima pagina do álbum ela percebeu que talvez não fosse só um álbum pra matar a saudade.


Um pedaço de jornal velho, de aparência amarelada, estava levemente amassado dentro do plástico do álbum e a noticia de destaque do jornal, fez Patsy franzir o cenho sentindo-se completamente confusa.


                                     “Acidente de carro mata jovem empresário”


 


                                                                  ***


 


O enorme placar acima indicava que o jogo estava empatado, os minutos no relógio indicavam que faltava muito pouco para o jogo acabar e a tensão em volta do campo e dentro do mesmo aumentava a cada segundo mais.


Thiago sabia que se não fizessem um gol logo a tensão iria aumentar ainda mais, a ultima coisa que ele queria era que aquele jogo fosse pros pênaltis, nada o deixava mais nervoso do que decidir um jogo nos pênaltis.


Ele estava parado próximo a grande área do time adversário, onde ele deveria marcar o gol da vitoria e observou o campo, enquanto do outro lado seu time roubava a bola, agora ele sabia que seria fundamental ter Sirius, ele era o responsável por ajudá-lo a chegar ao gol, e sem ele, Thiago tinha que se virar pra conseguir marcar aquele gol e acabar logo com aquele jogo torturante.


Correndo um pouco mais adiante pra se livrar da marcação, Thiago viu a bola vir rasteira e rápida em sua direção e rapidamente a ajeitou, desviando-se de um jogador adversário e seguindo rapidamente em direção a grande área, todos os jogadores, incluindo os adversários pareciam mais cansados, devido ao sol e calor intenso, por isso Thiago aproveitou para tomar mais fôlego e tentar investir mais contra a zaga, se conseguisse passar por ela, ele conseguia chegar fácil ao gol e conseguir a vitoria para seu time, mas quando Thiago driblou o primeiro zagueiro, ele sentiu uma pancada forte na parte de trás da perna, fazendo-o dobrar os joelhos e cair de frente nos gramados num baque forte. O gramado macio pareceu feito de aço quando Thiago sentiu seu corpo desabando contra ele, sua vista se escureceu levemente e ele ouviu um urro ecoando pelo campo, que droga, aquela era a bola que ele ia chutar no ângulo e terminar de vez com aquele jogo, não podia perdê-la, não quando faltava menos de dois minutos pra acabar o jogo.


Sentindo a perna doendo, Thiago apoiou as mãos nos gramados e se levantou, vendo o time adversário com a bola e seguindo em direção ao meio de campo, respirando fundo, Thiago sentiu uma pontada na perna quando ele pisou firme no gramado antes de recomeçar a correr em direção ao meio de campo, não importava a dor, tudo que importava era que ele precisava recuperar aquela bola e terminar logo com aquele jogo, não podiam ir pros pênaltis, ele não queria aquilo, tinham que ganhar o jogo e dentro do tempo normal.


Ignorando totalmente a dor na perna, Thiago correu o máximo que conseguiu em direção ao jogador adversário que acabava de passar pela linha do meio de campo e em segundos, Thiago o alcançou, passando a sua frente e levando com ele a bola, deixando o jogador pra trás e ignorando o urro da torcida, que ele não sabia mais se era de desaprovação ou de estimulo.


 Thiago correu rapidamente em direção a grande área, o jogo ia acabar, ele precisava chegar lá a tempo. Driblando um, dois, três, Thiago viu se aproximando da grande área, rapidamente ele ergueu os olhos pra ver no placar que faltava menos de um minuto pra acabar o jogo, ele não ia conseguir chegar a tempo, driblando mais um, Thiago analisou a jogada rapidamente: tinha quatro jogadores do time adversário dentro da grande área e três do seu time, o goleiro estava adiantado e se ele...


Ele não pensou, ele apenas parou e chutou, com a ponta da chuteira ele ergueu a bola, a chutando alta e vendo ela deslizando pelo ar em direção ao gol.


Ele não conseguiu ver nem pensar em nada mais, apenas na bola seguindo em direção ao gol, cobrindo o goleiro e entrando no gol, marcando o gol da vitoria, fazendo a torcida explodir.


Ele não conseguia acreditar que tinha conseguido.


Levando as mãos aos cabelos, Thiago virou-se sentindo o sorriso se alargando no rosto, mas quando ele virou-se e seus olhos giraram com seu corpo ele viu uma mecha ruiva próxima às grades da arquibancada, ao lado da passagem do vestiário e tudo se perdeu, o resto do mundo virou uma grande mancha desfocada de sua visão, enquanto apenas as mechas ruivas e seu rosto delicado e seus olhos de rubis iluminados pela claridade do sol, importavam pra ele.


Com o sorriso enorme estampado na face ele sorriu a ela, vendo o sorriso dela iluminando aquele rosto perfeito e aquilo o fez querer sorrir mais ainda, o fez querer gritar e correr até ela e a erguer no ar, a rodopiar e comemorar aquele fim de jogo como deveria ser, mas antes que Thiago desse um passo sequer em direção a ruiva, ele sentiu braços o envolvendo e pernas se enroscando em sua cintura enquanto ele automaticamente a segurava, e antes que ele pensasse em qualquer coisa, ele sentiu lábios colando-se aos seus e o beijando ardentemente.


Sem conseguir entender nada, como se estivesse preso numa confusão imensa onde a única coisa que ele conseguia se lembrar era os olhos rubis brilhando ao sol, Thiago abraçou a garota e a beijou intensamente.


 

 


*N/A (nota da Autora)


Deus do céu, eu demorei demais pra escrever esse capitulo, mas isso se deve aos problemas pessoais que andei tendo e a mudança de casa, que alem de me deixar cansada, me tira totalmente a inspiração, alem do tédio, é claro, ele é o pior vilão da inspiração.


Mas finalmente o capitulo está pronto, acho que poderia estar melhor, mas hoje isso foi o máximo que conseguiu sair. Sem contar que as coisas são essenciais pra historia, então não me matem, nem me ameacem de morte (isso eu já ando tendo demais G_G), enfim, prometo que os próximos capítulos serão melhores. (assim espero e tentarei ao máximo)


Então até o próximo Capitulo.


 E comentem. ^^


 Beijos


Lanah Black.

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Comentários (3)

  • Alice Spring

    EU VOU MATAR O PAI DA PATSY!!!

    2012-08-18
  • Vitória Snape

    Ta muiiito boom! Aff,o Sirius não se toca neh ¬¬ !Ele acha mesmo que a Lia vai perdoa-lo assim,sem mais nem menos? Tadiinha da Patsy *-*,to muiito curiosa pra saber o q aconteceu naquele tal acidente Faltou um pouquinho de Tiago e Lilian hehe' AIIIIIN eu quero MATAR aquela idiota da Mayara!!!!!!

    2011-04-12
  • Anna Black

    Ainn como assim? Que Sirius tapado, ele achou mesmo que depois daquela cena ia ser só chegar dizer "desculpa" e ficar tudo bem? AFFFF Faltou um pouquinho mais de Tiago e Lily... =/  Que diabos, essazinha fica agarrando o Tiago! Se eu fosse a Lyli dava na cara dela... U.U' Muito bom, continua logo!!!

    2011-04-06
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