O Ataque



                 *Capitulo Dez: O ataque*


                                                “Cuide de quem corre do seu lado e quem te quer bem, essa é a coisa mais pura.”


 


 


Thiago estava praticamente deitado sobre Lilian, tinha uma das mãos apoiadas na areia e a outra agora pousava suavemente sobre a barriga da garota, onde segundos atrás ele fazia cócegas. Agora ele estava ali, seu rosto tão perto do dela que ele podia ver novamente aquelas leves sardas lindas no rostinho suave de Lilian. Os lábios vermelhos dela o fazia sentir um calor por dentro que era totalmente independente da fogueira crepitando próxima a eles, ele desejava mais que tudo beijá-la, desejava febrilmente sentir os lábios dela sobre os seus, tomá-la em seus braços e beijá-la com muito mais desejo do que havia beijado-a há alguns dias atrás.


Porem ele não podia.


Ele viu Lilian fechar os olhos. Num segundo, ele se imaginou beijando aqueles lábios.


Thiago sorriu sem jeito erguendo o corpo levemente para voltar a se sentar. Depois da briga da noite anterior era melhor ele não bancar de engraçadinho, não queria que ela novamente brigasse com ele e todo aquele dia perfeito fosse buraco abaixo.


Porem antes que Thiago se sentasse e estendesse a mão à ruiva para que ambos voltassem a ficar sentados na areia de fronte para a fogueira, ele sentiu mãos macias envolver-lhe o pescoço e no segundo seguinte Thiago estava sendo puxado novamente pra cima de Lilian e sentia os lábios perfeitamente lindos, quentes e vermelhos de Lilian sobre os seus. Definitivamente Thiago não pôde pensar em mais nada e num ato impetuoso ele levou a mão a nuca de Lilian beijando-a intensamente.


Agora ele tinha certeza absoluta que estava no paraíso, só podia, não havia outra explicação. Ok, talvez não fosse o paraíso, talvez fosse apenas um sonho, ou sendo um pouco mais sonhador, podia ser realmente a realidade, simples, pura e perfeita, como ele nunca imaginou ser.


Porque ela era tão diferente das outras garotas? Thiago, agora tinha certeza que, mesmo tendo beijado varias garotas na noite anterior, ele havia brigado com aquele cara, porque ele estivera fazendo o que Thiago desejou a noite inteira: Beijar Lilian. E ele não sabia por que desejara tanto aquilo se tudo que havia entre eles era um beijo. Um único beijo e varias, praticamente, rejeições dela antes de tal ato.


Thiago aprofundou o beijo sentindo a mão de Lilian deslizar por seus cabelos segurando-os levemente. Ela era doce e suave e ele não conseguia desejar nada mais naquela noite.


Lilian sentiu os lábios deliciosos com um gosto maravilhoso de hortelã nos seus e não conseguiu pensar em mais nada, nem mesmo na briga da noite anterior.


Thiago era definitivamente incrível, seu corpo forte, másculo e quente sobre o dela a fazia sentir coisas que ela jamais sentira ou imaginara sentir antes, e ela não sabia se aquilo era certo ou não, mas ela estava longe de parar para pensar sobre aquilo naquele momento.


Ela deslizou a mão pelas costas de Thiago apertando com mais força, desejando sentir ainda mais o calor daquele corpo sobre o seu. O cheiro do corpo dele era embriagador e Lilian, agora respirando quase ofegante, sentia-se sendo entorpecida por Thiago, por seu cheiro, seu corpo, seu beijo que agora deslizava por seu pescoço, estava totalmente entorpecida e incapaz de raciocinar sobre qualquer coisa que fosse, sua mente parecia que havia se apagado apenas para sentir intensamente em sua pele cada toque, cada beijo daquele maroto cujos cabelos estavam prestes a ficar ainda mais bagunçados.


 


  ***


 


"Oh baby, I love you... I love you...
Baby, I love you…


I love you"


 


 Sirius terminou os acordes da musica lentamente e sorriu olhando pra Lia, que lhe sorria encantada. Não havia como negar a suavidade da melodia na voz de Sirius, Lia sabia que qualquer música, até mesmo a mais brega, ficaria perfeita se cantada por ele.


Sirius sorriu-lhe colocando o violão de lado.


― Nossa! Eu não sabia que você cantava.


― Eu disse que Sirius Black é muito mais do que se imagina.


Lia riu vendo o maroto passando a mão pelos cabelos e olhando-a por segundos.


― Reparou o poder que minha voz tem?


Sirius passou a mão pelos cabelos indicando os amigos a volta e Lia, depois de observar por segundos os amigos, revirou os olhos, percebendo que Sirius se aproximava sorrateiramente, fazendo com que Lia risse.


― Sabe, eu adoro ser um “Maria” vai com as outras.


Lia riu sentindo a mão do maroto deslizar por seu pescoço e sem que ele lhe desse chance de responder, os lábios dele encontraram-se com os seus, iniciando um beijo suavemente intenso porém romanticamente calmo.


Ele tinha o poder de fazê-la se sentir de uma forma que garoto nenhum jamais fizera. No fundo ela podia jurar que tinha medo de tais sensações, poderia estar se apaixonando e jamais saberia.


 


                                                                                                            ***


 


 ― Pat...?


A noite estava magicamente entorpecente, a fogueira crepitando suavemente, o violão sendo tocado com leves acordes, tudo parecia magicamente encantado e Remo sentia que aquela sensação estranha emanava de cada poro de seu corpo, algo incontrolável e inexplicável.


Ele levou a mão ao queixo de Patsy num gesto impensado e quando sentiu os olhos dela sobre si, olhando-o de forma tão intensa, ele sentiu-se sendo sacudido por ondas de sentimentos que ele imaginara incapaz de sentir algum dia.


 Ele viu os lindos lábios brilhosos refletindo a luz flamejante do fogo sendo levemente umedecidos.


― Mais... – Remo ouviu a falar quase num sussurro. – Lindo.


Remo viu o rosto de Patsy corar desviando os olhos rapidamente e sentiu seu coração congelar dentro do peito antes de disparar loucamente.


Não pôde resistir à vontade imensamente súbita e ardentemente desejosa que sentiu aflorar dentro de si e antes que pudesse se refrear sentiu-se inclinando o rosto próximo ao dela e tocando seus lábios aos lábios umidamente quentes de Patsy e instantaneamente sentiu-se pisando nas nuvens.


Ele sentiu que ela ergueu levemente o rosto e num gesto terno Remo segurou-lhe o rosto permitindo que seus lábios se encaixassem.


Os lábios de Patsy eram doces e quentes, porem muito mais perfeito do que em seus mais maravilhosos sonhos, Remo sentiu a mão delicada e enfaixada de Patsy tocar-lhe a nuca levemente e um arrepio percorreu-lhe por todo o corpo, enquanto Remo acariciava o rosto suave de Patsy deixando com que sua língua se encontrasse com a dela e ele pudesse tornar real seu mais intenso e profundo sonho.


Quando Remo deslizou a mão suavemente pelo rosto de Patsy acariciando-a carinhosamente ele sentiu em seu intimo uma emoção, um amor, quase impossível de ser expressado, fosse da forma que fosse, e ele desejava tanto que ela soubesse de cada sentimento que se sacudia euforicamente dentro dele. Por isso ele a beijava de forma intensamente romântica, trazendo pra perto de si o corpo suave e cheiroso de Patsy, sentindo-a tremendo levemente, estaria ela sentindo as mesmas coisas que Remo sentia naquele exato momento?


 


Remo então ouviu, sem desejar ouvir, uma voz baixa chamando-o e o único motivo de Remo, relutantemente, separar seus lábios daqueles majestosos e perfeitos lábios foi a urgência e gravidade que vinha da voz.


Remo sentiu que Patsy afastava levemente seu rosto do dele e ele sentiu-se invadido por um vento frio, como se o corpo de Patsy possuísse todo o calor que lhe envolviera segundos atrás.


Ele virou o rosto pra ver Sirius com o rosto abaixado e os olhos atentos.


― Que...? – Remo calou-se quando viu Sirius fazer-lhe um sinal de silêncio.


Foi tudo muito rápido.


Ele viu o vulto de Thiago se levantando num pulo e a sombra de Sirius se esgueirando na barraca.


Em seguida, um grito. Um barulho de tiro, ensurdecedor. Gritos. Alguém caindo num baque surdo na areia da praia. Meninas gritando. Alguém correndo. Muitos passos rápidos. Barulhos de plástico. Alguém revirando alguma coisa. Um forte cheiro de queimado.


Quando Remo abriu os olhos, que os fechara instintivamente quando o barulho tomou conta de tudo, ele viu uma densa nuvem de fumaça pairando sobre a praia. Era quase impossível enxergar com nitidez, tudo era envolto em vultos e sombras escuras. E pela quantidade de sombras que ele via, ele teve certeza de uma coisa: Não estavam mais apenas os seis jovens na praia.




Remo sentiu-se abraçado a Patsy, os dois deitados no chão de areia, Remo protetoramente tentando mantê-la a salvo.


Mais gritos ecoavam por todo o lado e mesmo pela sombra anuviada de fumaça, Remo podia ver a aflição no rosto de sua adorada garota.


Quando Remo pensou em levantar-se, ele sentiu mãos tateando a sua volta e ao erguer os olhos, viu Lia muito próxima tentando puxar Patsy em direção a barraca.


Remo sentou-se rapidamente, ajudando Patsy a se levantar e correr com Lia em direção a barraca, ele sabia que estivesse acontecendo o que fosse, as meninas estariam mais seguras presas dentro da barraca de Camping montada a praia.


Remo levantou-se rapidamente, viu que a luz que iluminava tudo vinha de uma arma de sinalização disparada por algum dos marotos.


Assustado, Remo viu que a luz fantasmagórica iluminava sombras que pareciam estar lutando, duas pessoas rolavam ao que parecia, aos murros, no chão e duas pessoas, que lhe pareceram, à sombra da noite, enormes caras, brigavam com outro alguém que fora acertado, caindo em seguida ao chão. Remo viu a luz da sinalização e a fogueira refletirem brilhantemente no vidro dos óculos que caia ao chão, sem ter tempo de pensar em absolutamente nada, Remo correu em direção ao amigo, pegando a primeira coisa que viu pelo caminho e acertando um dos caras, distraído o suficiente com Thiago, para vê-lo se aproximando.


O cara caiu de lado com a pancada e o outro se virou pra Remo tentando atingi-lo com alguma coisa que lhe pareceu uma faca, com o instinto de defesa em alerta, Remo ergueu o pedaço de pau que estava na mão, atingindo o cara da maneira que pôde, vendo-o cair de lado e minutos depois sair correndo atrás do outro colega acertado anteriormente, que corria em direção as arvores atrás deles.


Thiago, que já se levantara ajeitando os óculos no rosto, deu uma palmadinha com a mão no ombro de Remo, que ainda segurava o pedaço de pau firmemente nas mãos, atento para atingir o próximo louco que tentasse machucar seus amigos.


Não muito longe dali, Sirius, sentia-se sendo largado no momento em que ouviu gritos, que lhe pareceram ser das meninas, ecoar pela praia, sentia-se totalmente feroz, com a adrenalina pulando a mil nas veias e num pulo ele se pôs de pé vendo os caras correndo em direção as arvores e logo à frente Remo e Thiago.


Um barulho de alguma coisa se rasgando, luta e gritos invadiram a praia. Desesperadamente os três se entreolharam.


 


 


Era impossível saber o que acontecia, mas elas sabiam que não era seguro ficarem lá fora, por mais que quisessem ajudar, por mais que quisessem ter certeza que nada aconteceria aos marotos, era arriscado demais.


Lia queria, profundamente, fazer algo para se certificar de que os marotos estavam bem, por isso assim que puxou Patsy apressadamente pra dentro da barraca, ela passou a tatear o fundo da barraca loucamente a procura da única coisa que poderiam salva-los naquele momento.


Patsy parou a entrada da barraca, vendo que Lia vasculhava dentro das mochilas a procura de alguma coisa, que a um simples gesto da amiga loira, soube que precisavam daquilo urgentemente. Patsy se virou tentando ajudar Lilian que, estática, não sabia se seguia adiante ou ajudava os meninos, ela viu que Remo sumira em meio à densa fumaça e correu de volta a praia, segurando Lilian pelas mãos e correndo em direção a barraca.


Lia achou o que procurava em uma das mochilas e discou o mais rapidamente que pôde, ele não podia demorar, precisam urgentemente sair dali antes que algo de pior acontecesse, a esse simples pensamento ela olhou pras amigas, agora sentadas dentro da barraca, amedrontadas e assustadas, provavelmente pensando o mesmo que ela.


Um breve segundo de olhar trocados e algo as despertou assustadoramente.


Mãos tateavam a barraca tentando forçosamente abri-la. As três se entreolharam pensando se era ou não seguro abrir a barraca.


Gritos ecoaram pela praia. Uma faca cintilou cortando o tecido de plástico da barraca. Mãos fortes e ferozes invadiram a segurança, puxando, arrastando, lutando.


Chutes. Gritos. Mãos. Arranhões. Tudo era usado para afastá-las.


Um som ensurdecedor ecoou novamente pela praia e uma nova onda de fumaça dessa vez muito mais densa impregnou o ar. Um grito surdo penetrou a escuridão. E tudo se silenciou mortalmente.


 




 ― Cadê a Lilly?


A fumaça abaixava levemente, luzes do que pareciam celulares iluminavam pouquíssimos metros a frente da areia da praia. A fogueira já se apagara e o dia não estava longe de nascer.


Três marotos estavam parados próximos as barracas, depois de revirar uma por uma a procura das meninas.


Duas encontravam-se agora sentadas à areia perto da praia, assustadíssimas e preocupadas.


― Gente, pelo amor de Deus, cadê a Lilian?


Thiago perguntou exasperadamente.


Mas antes que se pudessem responder, um grito ensurdecedor e desesperado ecoou pela praia.


O grito vinha do único lugar do qual eles não gostariam de estar naquele momento. A floresta atrás deles.


 


 


Eles não pensaram duas vezes antes de saírem correndo em direção a floresta. Adentraram no meio do matagal apressadamente, Thiago a frente gritando por Lilian.
Apressados e desesperados, eles foram se embrenhando no meio do mato sem se importarem com o que encontrariam pela frente, mas a primeira visão que tiveram foi muito mais forte do que imaginavam. Aproximadamente seis pessoas, todas encapuzadas ou mascaradas, estavam em volta de alguma coisa caída e toda encolhida ao chão.


Thiago sentiu seu coração parar por segundos e então acelerar absurdamente. Pegando um enorme pedaço de galho de alguma arvore próxima, caído ao chão, ele correu o mais rápido que conseguiu em direção as pessoas encapuzadas, acertando cegamente o primeiro que lhe apareceu à frente, pegando alguns de surpresa e acertando um deles com força total. O homem caiu pro lado num baque surdo despertando os demais aos recém chegados.


Os outros encapuzados percebendo o ataque surpresa, viraram-se pros outros quatro que corriam em direção a eles, todos armados com alguma coisa a mão.


E então um ataque estranhamente feroz se iniciou.


Os encapuzados que pareceram esquecer o que estavam amedrontando, seguiram com ferocidade pra cima dos marotos e das meninas, pareciam desarmados, porem muito perigosos.


Thiago não parou para escolher quem queria acertar, vendo, dois encapuzados, vindo em sua direção, ele passou a atacá-los com uma raiva incontrolável borbulhando dentro de si, enquanto atrás de si, os demais tentavam afastar os outros encapuzados da figura ainda caída ao chão.


Sirius apressou-se a atacar dois caras enormes que tentavam acertá-lo com alguma coisa na mão, mas para desespero dos mascarados, Sirius tinha um excelente reflexo.


Remo tentava, ainda com o pedaço de pau a mão, se livrar de um encapuzado, enquanto Lia e Patsy corriam em direção a, o que quer que fosse, que estava encolhida ao chão. Quando se aproximaram sentiram-se momentaneamente perderem o ar.


-- Lilly?


Lilian estava agachada, praticamente encolhida ao chão, as mãos cobrindo o rosto e num estado de completo desespero.


-- Lilly? Lilly? Você ta bem?


Lilian ergueu os olhos lacrimosos para encarar as amigas, em sua feição podia-se ver o medo desesperador caindo agora em gotas incessantes de lagrimas que rolavam por seu rosto. Ela fez um aceno com a cabeça quase imperceptível antes de Lia segurar-lhe rosto carinhosamente, erguendo-o para encará-la.


-- Esta tudo bem. Estamos aqui.


Lia ergueu os olhos pra ver Patsy agachada próxima a Lilian e entendendo o olhar da amiga, levantou-se tentando ajudar Lilian.


―Lilly!
Thiago correu em direção as meninas, parando a frente da ruiva, a qual ele segurou com as mãos delicadamente o rosto de Lilian, febrilmente preocupado, deixando transparente em seus olhos a preocupação e algo mais que ninguém poderia saber identificar com exatidão.


Ele voltou os olhos pras meninas, que seguravam, uma de cada lado, uma Lilian completamente tremula.


-- Ajude ela a sair. – Ele apontou pra onde ele imaginou estar à praia. - Eu dou cobertura.


Elas assentiram e saíram caminhando o mais rápido que puderam, ainda carregando Lilian. Thiago gritou por Sirius, sinalizando ao longe as meninas e Sirius entendeu, ajudando Thiago a se livrar dos encapuzados que perceberam a fuga dos demais.


Thiago correu logo atrás das meninas atento a tudo à volta pra se certificar que chegariam a salvo a beira da praia.


Mas Thiago não conseguia entender agora como a praia parecia tão longe, ele olhou pra trás e viu Sirius e Remo correndo atrás deles, os encapuzados fosse o que fosse, haviam sumido da visão deles.


As meninas pararam exaustas próximas a uma frondosa árvore, ofegantes.


Lilian fez sinal pras meninas que estava bem e as amigas a soltaram, deixando Lilian que, se encostou a arvore, levando uma das mãos ao rosto, secando as lágrimas e tentando controlar a respiração.


As meninas se entreolharam e deram espaço, se mantendo próximas enquanto os meninos se aproximavam rapidamente.


Thiago se aproximou das meninas, com a feição séria, preocupada, os olhos atentos e o pedaço de pau ainda em uma das mãos. Ele parou perto da ruiva a olhando preocupadamente.


-- Você esta bem Lilly?  Você se machucou? Aconteceu alguma coisa com você? Você... – ele disparou preocupado e Lilian levou o dedo aos lábios de Thiago calando-o, enquanto sorria fracamente.


-- Eu to bem.


Thiago segurou-lhe a mão beijando-a loucamente enquanto sentia uma onda de alivio tomá-lo por inteiro.


Ele olhou-a carinhosamente, sentira tanto medo que alguma coisa acontecesse à ruiva, que aquilo o dominara por inteiro, queria ter certeza que ela estava bem e a salvo.


Sem conseguir pensar em nada, Thiago soltou o pedaço de pau e puxou Lilian pela cintura, beijando-a inesperadamente.


Lilian, inicialmente surpresa pelo beijo, levou a mão ao rosto do rapaz beijando-o carinhosamente.


Thiago sentiu-se chegar ao céu, mesmo estando no que parecia ser o inferno. Ela era suave, doce, como um sonho, ele acariciou os cabelos dela e então finalmente se separou.


Ele passou a mão no rosto de Lilian distraidamente, sendo despertado por algum som estranho próximo a eles.


 


 


Quando os marotos se aproximaram, Patsy correu até Remo que a abraçou fortemente contra o peito, sentindo que todo o ar, que parecia preso e angustiante dentro do peito, escapara por seus lábios quando ele sentiu o calor do corpo frágil de Patsy contra o seu.


Queria ficar abraçado com ela eternamente, tendo a plena certeza que ela estava bem e a salvo em seus braços.


Lia, parada próxima a arvore, levou as mãos ao rosto, com o olhar perdido, uma onda de choque, medo, susto, adrenalina percorria por todos os poros do seu corpo. Ela sentiu-se levemente surpreendida quando mãos fortes, macias e quentes a abraçaram deixando com que ela encostasse o rosto contra seu peito.


Sirius apertou Lia contra seu próprio corpo, roçando os lábios pelos cabelos macios e cheirosos da loira e sentiu-se invadido por uma sensação que nunca sentira antes, medo, medo de que algo acontecesse a ela, um medo de perder que jamais sentira em toda sua vida.


Ela ergueu os olhos para olhá-lo, em seus olhos ele via a interrogação que todos se faziam naquele momento: O que havia acontecido?


Sirius não teve tempo de responder. Sequer de pensar na resposta.


 


 


Um barulho de mato sendo esmagado tirou-lhes a atenção abruptamente.


Alguma coisa, cujo parecia causar mais sombras do que as arvores surgiu à costa deles.


Todos, sem exceção sentiram o sangue gelar, o medo invadindo todos os poros, não faziam a menor idéia do que poderia ser, mas ninguém estava a fim de ficar pra conferir.


Thiago segurou firme a mão de Lílian e correu em meio ao matagal, que agora parecia cada vez mais denso. Mas que caralho, cadê a merda da praia?


Lia sentindo o medo a invadindo, olhou pra Sirius que segurou em uma de suas mãos e correu, pra qual direção, ela não fazia a menor idéia.


Ela viu Remo e Patsy se perdendo em meio ao mato e sentiu um medo muito maior tomar conta dela. E se, fosse o que fosse que estivesse atrás deles, tivera realmente a intenção de separá-los?


Quando Lia virou o rosto na outra direção tentando ver pra onde os amigos estavam indo ela sentiu sua mão escorregando e se perdendo da mão de Sirius e quando parou, abruptamente, sentindo a falta da mão do garoto, ela percebeu que estava completamente sozinha no meio da floresta.


 


 


Lílian, Patsy e Remo corriam o máximo que podiam atrás de Thiago, o medo invadia a alma de cada um deles e eles não sabiam nem o que pensar em meio a aquela loucura toda que lhes acontecia.


Correram o máximo que conseguiram, até que se sentiram sem ar, quase não agüentando mais, até que Patsy parou exausta e ofegante. Lílian a olhou encorajando-a.


—N-Não... Agüento... Mais... – Patsy disse forçando-se a respirar calmamente, mas isso era impossível.


—Pat, por favor...  – Thiago disse preocupado, se aproximando dela. – Tente, só mais um pouco, por favor.


Patsy olhou o amigo, temerosa, sentindo a mão de Remo apertando a sua carinhosamente. Sabia que alguma coisa estava atrás dele, precisava se esforçar. Concordou com a cabeça e voltaram a correr.


Chegaram, sem saber como, então, numa parte da floresta onde mal se podia caminhar, havia arvores tão altas e tão juntas que a cada passo que davam os pés pareciam se prender em ramos e folhas e raízes de arvores. Lílian olhou a sua volta desesperada, mal conseguia respirar e Patsy parecia que desmaiaria por falta de ar a qualquer momento.


— E agora Thiago, o que vamos fazer?


 


 


Lia olhou desesperada em volta, Sirius desaparecera, agora ela estava sozinha no meio daquele mato com pessoa ou coisas, ela não sabia ao certo, correndo atrás deles. Um desespero a tomou e ela sentiu-se despertando por um barulho estranho vindo de algum lugar muito próximo em meio ao mato. Sem pensar, Lia correu sentindo o medo pulsando forte em seu peito, junto com seu acelerado coração.  O que era aquilo afinal, ela não poderia saber, afinal, era melhor correr do que ficar para conferir.


Ela correu o máximo que conseguia, sentia as pernas doerem, mas não se importava com aquilo naquele momento, alguma coisa estava atrás deles e ela simplesmente precisava fugir enquanto um temor profundo a sufocava quase tanto quanto já se sentia pela falta de fôlego. Temia, de forma absurda, pelos amigos e se alguma coisa acontecesse a eles?


Perdida em pensamentos loucamente temerosos, Lia só sentiu que seu corpo parara de correr, quando se sentiu, inesperadamente, colidindo com alguma coisa muito grande, muito forte e muito sólida a sua frente.


 


 


Thiago podia sentir que seu coração provavelmente pararia a qualquer momento, devido à imensa pulsação cardíaca que sentia naquele momento, a adrenalina e o medo faziam não apenas seu coração bater acelerado, mas acendia todos os instintos de defesa que seu corpo poderia lhe fornecer.


Ele olhou a volta, buscando rapidamente com os olhos uma saída, tinham se infiltrado demais no meio da mata e ele não via sequer alguma trilha que indicasse que a praia estava próxima.


Thiago virou-se rapidamente, quando sentiu Lilian apertar sua mão e viu Sirius correndo em direção a eles, sozinho e ofegante.


— A praia esta bem próxima. É só seguir naquela direção. Vão! – Sirius disse apontando a esquerda deles.


—Mas e você, Sirius? – Thiago perguntou preocupado.


— Preciso achar a Lia. Vão! Eu tento atrasá-los...


Ele não terminou a frase, um barulho próximo se fez presente e as meninas deixaram escapar um grito de pavor. Definitivamente não estavam seguros ali.


 


 


Lia sentiu seu corpo colidir com tanta força na coisa enorme que se sentiu levemente zonza, sentindo seus pés darem vários passos para trás, levemente cambaleante.


Com o medo borbulhando em suas veias, o coração disparado a mil por hora, Lia ergueu os olhos, levemente embaçados. Um homem enorme e barbudo a olhava de cima.


― O que aconteceu? Cadê o Thiago?


A voz dele era grossa, mas a menção do nome de Thiago não poderia significar perigo, poderia?


Suas enormes barbas cobriam quase todo seu rosto e ele era tão grande quanto um urso.


Lia viu Hagrid ganhando foco e respirou aliviada, ainda que ofegante.


― E-eu na-não se-sei... – disse gaguejante enquanto era puxada pelo braço e sentia seus pés pisando em areias macias segundos depois.


Quando sentiu Hagrid soltar-lhe, ela finalmente olhou em volta.


Estava na praia novamente. A barraca e todas as coisas deles pareciam reviradas, havia um barco no mar à frente e não havia mais ninguém na praia, alem dela e Hagrid.


 Lia sentindo o corpo cair exausto na areia macia, então voltou seus olhos para a floresta atrás de si, mas nada viu. Sirius, seus amigos, o tal bicho ou sequer os mascarados, não havia ninguém ali.


 


 


Thiago queria muito ajudar Sirius, sabia que era perigoso, mas nada poderia fazer enquanto tivesse Lilian e Patsy com eles, correndo perigo. Era preciso deixá-las em segurança antes de qualquer outra coisa.


Thiago lançou um olhar de coragem a Sirius e, ainda segurando Lilian pela mão, seguiu correndo na direção indicada pelo amigo.


Não correram muito e Lílian deu graças a Deus quando viu a luz do dia, já claro, aparecer junto com as areias fofas e macias da praia.


Lilian caiu na areia, ofegante, enquanto Thiago olhando a volta a praia em que, horas atrás eles se encontraram sentados despreocupadamente cantando e aconchegados. Ele viu Hagrid vir rapidamente de encontro a eles, enquanto Remo ajudava Patsy a se sentar perto do acampamento deles, onde Lia já se encontrava em pé, preocupada com os amigos.
Lilian agora estava sentada na areia da praia, levantou-se num pulo quando viu Thiago caminhando de volta a floresta.


— Aonde você vai? – Ela indagou desesperada.


— Não posso deixar o Sirius sozinho lá. - Thiago disse com a voz tremula e Lilian sentiu o medo na voz do maroto.


— Mas pode ser perigoso! – disse ela desesperadamente preocupada.


— Eu não me importo. É meu amigo que esta lá.


 


 


*N/A:


Cap tenso, não?


Eu simplesmente adoro caps assim, cheio de amor e aventura, perigo, acho muito foda e eu adorei esse cap *-*


Espero que vocês também tenham gostado né, senão não vale \z
Asuhasuhauhsah


Como os dois últimos caps foram bem longos, vou responder alguns comentários aqui, finalmente, ok?!


 


Fê Black: Adoroooooo seus coments amor, você sempre ta aqui *-*  e fico muito feliz de ver isso, espero que esteja gostando da fic ^^
aliassss, menina você eh de SJC *o* eu morava aiii, amoooooo essa cidade T_T’ sinto falta dai mimimi’


E gente, a Fê tem uma fic MTOOOO mara dos marotos tbm “Lilly Evans: Proibida pra mim” [http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=27089 ]


Miah_Malfoy: Obrigada pelos coments amor, e pela impolgaçao na mantra do POSTAPOSTAPOSTA euri- hasuhashuahushuashuasa
Não demorarei muito pra postar os caps não, ok?!


 Ever August:  Ownt. Brigada pelo comentário amor *-* que bom que você esta gostando da fic, eu tento faze-la o melhor possível pra todo mundo gostar mesmo.
Ahhhh eu amoooo meu Sirius *-* gostou dele? Ele eh perfeito neh? *suspira.
vai ser lindo assim lá na minha humilde residência *O*


 Lara Mione Black: Ta sempre por aqui neh amoré *-* adoroooo seus coments, adoro ver sua empolgação ;p me empolga junto *-*
brigada pelos coments, e c viu q sacanagem com o Tiago? \z tadinho, até eu fiquei com dó huasuhahushuashua


Tiago Potter: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu riii, foi mal, mas eu riii
caixinha rosa justo pra você heim, sacanagem
isso parece serviço do Sirius heim, axo q ele esta mancomunado com a floreios
kkkkkkkkkkkkkkkk
Valeu pelos coments e comenta mais *-*


 Bea_Bloom: Amor seu comentário foi muitoo legal viu, eu adoreiiii, fico muiitooo feliz de ver vocês gostando da fic sabe, não tem nada mais inspirador do que comentários assim *-*
E olha, eu sei que deveria ter rolado, como até a Fê Black comentou, tinha que ter rolado uns pegas da Lilly com o Thi no cap 8, mas tudo tem um porque sim viu
e como você deve ter visto no cap 9 e nesse, foi melhor não ter rolado antes
Até pq os marotos estão acostumados com garotas fáceis neh? Tendeu? ;)

bom espero não ter esquecido de ninguém.

Valeu a todoooooooo mundo que comenta aqui gente, valeu mesmo mesmo
comentem, digam o que acham da fic, dos caps, opiniem, eh muito importante tudo isso pra continuação da fic
e ao pessoal que passou por aqui e não comentou,obrigado também pela visita ;)

E Priiii Wilston, você sumiu amiga, apareça *-*


beijaooo

Até o próximo capitulo pessoal

Beijooo

Lanah Black

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