A Difícil Arte de Ceder



Capítulo 7-


                    A Difícil Arte de Ceder


 


 


 


Nina acordou decidida a colocar Nick em contato com o pai. Já era hora de ver como os dois se sairiam. Apostava no seu garotinho. Era educado e retribuía o amor que era lhe dado. E Draco com certeza tinha muito amor. Ela podia sentir.


 


- Antes de sair com a Twinky, acorde seu pai, por favor. – Disse casualmente escondendo sua ansiedade.


 


- Sim senhorita.


 


Nick escalou a cama e ficou ao lado de Draco imóvel por um momento, Nina o observava de longe.  Ele apontou o dedinho e tocou o braço do pai de leve. Depois rolou os olhos se aproximou do ouvido de Malfoy e disse com cuidado.


 


- Pa-pai? – Sua voz era pouco mais que um sussurro. Como não houve resposta ele postou suas mãozinhas nas bochechas de Draco e chacoalhou de leve.


 


- A senhorita Nina não gosta de falar duas vezes, ela mandô acordá! Papai? – Nick falava baixo, mas já estava impaciente.


 


Draco abria os olhos e por um momento se assustou com o garoto em cima de si. - O que você disse filho?


 


- Que a senhorita Nina mandô acordá... Papai, quando vai poder me levar para voar? – Nick ainda estava entusiasmado com a idéia de voar.


 


- Voar? – Draco não entendeu.


 


- Nick meu bem, deixa o seu papai respirar. E saia de cima dele, ele está machucado lembra? O que dizemos quando acordamos? – Interferiu Nina.


 


- Bom dia Senhor. – O garoto colocou seu ar mais aristocrático e cumprimentou o pai.


 


- Bom dia meu filho. Posso te abraçar? – Draco tinha em seu estômago uma revoada de besouros. Era emoção demais ouvir a voz de seu filho pela primeira vez. Por um segundo imaginou o que havia perdido em cinco anos.


 


Nick olhou para Nina, como poderia fazer aquilo sem machucar o pai? Nina percebeu.


 


- Com cuidado. – Orientou a garota.


 


Malfoy o abraçou como se fosse a primeira vez, seu cheiro ainda era o mesmo. O que se lembrava. Nina percebeu o brilho de lágrimas fugidias dos olhos do Malfoy mais velho.  A cena a comoveu. Também tinha lágrimas nos olhos. Malfoy o soltou temendo assustar o garoto.  Em seu peito um misto de alívio e felicidade. Algo que sentiu somente quando pôs os olhos nele pela primeira vez.


 


- Quando vai me levar pra voar? – Nick insistia na pergunta.


 


- Em breve. Mas, como... – Draco pediu socorro para Nina.


 


- Potter nos levou pra voar no dia seguinte a sua saída. Desde então ele não me dá um segundo de paz. Eu não vôo, não vejo Potter desde o dia em que você foi resgatado, e Nick é insistente. – Informou Nina com um sorriso no rosto.


 


- Voou com Potter? – Draco estava furioso de ciúmes.


 


- O Tio Harry só deu uma voltinha, a senhorita Nina se sentiu mal. Mas, ele prometeu que me levaria para voar novamente. Mas, agora eu quero que o senhor me leve. O senhor sabe voar? – Nick inquiriu curioso.


 


- Claro que sei! – Seu mau humor crescia a olhos vistos.


 


Nina percebeu a irritação de Draco e tratou de intervir. – Acho melhor você leva-lo agora Twinky.


 


- Sim senhora. Vamos pequeno mestre. – Foi puxando Nick da cama que começou a dar birra.


 


- Quero ir com meu pai! – Disse resoluto.


 


- Nick meu bem seu pai não pode sair da cama. Lembra? – Nina tentava ficar calma com a manha do garoto.


 


Nick se aproximou novamente de Draco e disse baixinho: - Pede pra senhorita Nina te dar um beijo que sara mais depressa!


 


- Acho que ela não vai querer! – Rebateu Draco no mesmo tom.


 


- Senhorita Nina, pode dar um beijo no papai pra ele sarar logo? – Disparou Nick sufocando risos do pai.


 


- Nick! – Nina ficou vermelha.  Dryade acabava de entrar no quarto e ouviu o pedido do menino, olhou para Nina procurando pela resposta. Por fim estavam todos rindo.


 


- Podem ir. Obedeça a Twinky! – Nina tratou de despachar o garoto antes que ele causasse mais estrago.


 


- Por que mandou que ele saísse? – Draco reclamou.


 


- Porque você precisa se alimentar e voltar a dormir.  – Explicou Nina pacientemente. Seguida a afirmação muda de Dryade.


 


- Eu estou bem Tia Dry e... – Foi interrompido pela medibruxa.


 


- Acho que vou acrescentar mais uma maldição em você se continuar a me chamar assim! Não vou te dar alta. Capricharam dessa vez. Eu não quero correr riscos. – Dryade tentava colocar um tom severo na voz, mas sempre falhava.


 


- Nick já o aceitou. Vocês terão todo tempo do mundo. – Interviu Nina.


 


- E enquanto eu durmo Potter leva meu filho pra voar. – O ciúme voltava com toda a intensidade, “Onde já se viu o Potter me roubar o primeiro vôo do meu filho?”.  Pensou o loiro.


 


- Sinto muito senhor Malfoy! Eu não sabia da sua...  Das suas pendências com o senhor Potter, posso lhe assegurar que isso não vai acontecer novamente!!! – A garota calma e doce acabara de perder a paciência com o mimadinho.


 


Nina ajudou ele a se sentar colocou a bandeja no colo dele e se afastou, contrariada com o mau humor de Draco com relação ao vôo. Como ela poderia saber? Lembrou-se que foi durante o vôo que teve a visão e voltou.


 


- Deveria agradecer ao senhor Potter pelo vôo. Pois foi ele que desencadeou a visão que possibilitou o seu resgate. – Nina desapareceu pela porta do quarto, deixando Dryade e Draco atônitos.


 


- O que foi isso? – Perguntou Draco ainda digerindo o que a garota tinha dito.


 


- Seu trasgo! Ela realmente não tem culpa. O senhor Potter foi ser sociável com ela. É um Gryffindor, você deveria saber que ele se aproximaria dela. Ele e os outros. Eles vieram para uma verificação de rotina naquele dia e a encontraram no lago. E eu pensei que fossem amigos. Não o entendo Draco... – Dryade parou por um segundo e compreendeu. – Está com ciúmes! – Riu baixinho, achando graça do mau humor do loiro. – Você a deixou irritada. Perdeu uma agradável companhia para o almoço... Agora coma logo! Eu não tenho muito tempo. – Dryade tinha um tom de reprovação na voz. Mas sentiu que alguma coisa existia entre os dois ali e por fim sorriu. Seria agradável ver aquilo.


 


Draco olhou para o prato, tinha perdido o apetite. Mas, com Dryade ali sabia que não tinha saída. Então a contra gosto comeu. Bebeu sua poção e em pouco tempo estava dormindo. 


 


Nina aproveitou o seu mau humor e procurou pela biblioteca. Afinal ali deveria ter uma, era uma escola.  Queria um livro que explicasse o que era aquele lugar. Saiu de lá com um exemplar de Hogwarts uma História.  Voltou aos aposentos de Dryade sentou-se em uma poltrona confortável e se perdeu na leitura. 


 


Dryade chegou por volta da cinco horas e a convidou para um chá. Nick concluía uma atividade que Nina havia programado para ele. O chá transcorreu em silêncio. Ambas se estudavam, Nina não tentou ler a mente de Dryade, mas sentiu que a tia erguera uma nova barreira a frente de sua mente.


 


- Deve ter paciência com ele. – Começou a falar com a sobrinha cautelosamente. – Muitas vezes falamos as coisas sem pensar. Ele é um Slytherin e nem sempre aceita pessoas que são diferentes dele. Apesar de pertencerem a mesma equipe, e hoje em dia serem amigos, Draco está com ciúmes! Potter levou o filho dele para voar antes dele. Conheço Potter, sei que não foi intencional. Ele não se deu conta que Draco gostaria de ter apresentado o campo de quadribol e todo o resto pessoalmente ao filho.


 


- Compreendo a rivalidade entre as casas e posso dizer que Malfoy terá uma sincope quando souber que Nick é um Gryffindor legítimo.  Acho que será o primeiro Malfoy na casa de Gryffindor. Eu também, mas, já passei da idade do chapéu seletor. Acho que teremos um pequeno problema por aqui. – Nina sorriu parcamente para a tia.


 


- Como sabe tudo isso sobre as casas. Invadiu a mente de quem? – Dryade fez uma cara de muito brava.


 


- A sua com certeza não foi. Depois de todas as barreiras que ergueu, não sei se poderia.  Engana-se novamente a meu respeito. Não saio por aí lendo mentes indiscriminadamente. Isso é errado. Mas, para responder a sua pergunta achei a biblioteca. Ela é grande e tem uma infinidade de livros. – Sorriu zombeteira para a tia que já mudara de cara.


 


Nina pegou o livro sobre a poltrona e entregou a Dryade.


 


- Hogwarts, uma História. Estou realmente surpresa, a senhorita é uma caixinha de surpresas. Bem, peço desculpas pelos escudos. E pela acusação infundada. É realmente uma aluna aplicada. E a maneira com que cuida do meu afilhado e do garotinho me surpreende a cada dia. Sinto-me honrada em tê-la como sobrinha. E também de ser sua professora. – Disse a medibruxa muito orgulhosa.


 


- Fico feliz que não a tenha irritado com minha estadia aqui. – Nina estava vermelha e constrangida.


 


- De forma alguma. Nem se nota que há um garotinho de cinco anos em meus aposentos. A educação dele é primorosa, digna de um Malfoy. E vejo que isso é um pouco mérito seu. – Afirmou a tia.


 


- É madrinha de Draco? Pode me falar sobre a família Malfoy? – Perguntou Nina curiosa.


 


- Na realidade não. O padrinho dele morreu na guerra. – Dryade empalideceu, respirou fundo e continuou. – Na realidade não queria tocar no assunto. Com relação aos Malfoys, foram uma das famílias bruxas mais ricas do nosso mundo. Hoje a fortuna deles está bem reduzida. Draco tem suas reservas eu sei, herança adiantada da mãe quando se casou, dinheiro não seria problema para eles. Trata-se de sangues-puros, que significa que pertencem a uma linhagem muito antiga de bruxos que nunca se uniram a trouxas...


 


Nina havia percebido o mal estar da tia com relação ao padrinho de Draco. E também os escudos que havia levantado. Havia algo ali ela podia sentir. A conversa se transformou em aula e depois em conversa novamente até que chegou a hora do jantar. Nick já havia tomado seu banho. E estava sentado em uma poltrona, um tanto inquieto.


 


- Senhorita Nina, posso acordar o Papai? – Perguntou entediado.


 


Nina olhou para Dryade que respondeu ao garotinho.


 


- Pode sim, pergunte a ele se quer se levantar e comer conosco, está bem?


 


- Sim senhora! – Nick correu para a cama e parou de repente lembrando-se que deveria ter cuidado. Subiu na cama e sussurrou no ouvido de Malfoy algumas vezes.


 


- Oi carinha! – Draco já se acostumava com a voz do filho.


 


- Boa noite senhor! – Disse com aquele ar aristocrático que fazia Malfoy explodir de orgulho.


 


- Boa noite. Voou hoje? – Perguntou Draco tentando colocar seu melhor sorriso no rosto, ainda que sorrir fosse complicado por conta dos hematomas que ainda tinha.


 


- Não senhor o Tio Harry não apareceu. – Disse chateado.


 


- Peça a Tia Dry que chame o Tio Harry aqui. – Orientou Draco.


 


Nick saiu correndo em direção a saleta onde Dryade e Nina estavam.


 


- Tia Dry, Tia Dry. O papai falou pra senhora chamar o Tio Harry aqui. – O garoto era uma felicidade só!


 


- O que? – Dryade levantou-se encaminhando a passos rápidos até o quarto seguida do garoto e de Nina. - Está com febre? Delirando?  – A medibruxa parou em frente ao garoto colocando a mão em sua testa. – Ensinou o garoto a me chamar assim e quer ver o Potter?


 


- Calma Dry. Não vou matar o Potter. Só aproveitar um pouco das habilidades de vôo dele, depois de mim ele é o melhor. E de mais a mais Nick quer voar. – Informou Draco a duas bruxas atônitas a sua frente.


 


- A Tia Dry mandou perguntar se o senhor quer se levantar para jantar com a gente. – Perguntou o garotinho que já havia subido na cama novamente.


 


- Posso mesmo? – Perguntou ansioso.


 


- Vamos tentar, mas, sem excessos ok? – Concordou Dryade.


 


Nina que estava ao seu lado o ajudou a se sentar. Nina arrumou os travesseiros atrás dele. 


 


- Como se sente? – Perguntou a moça meio preocupada.


 


- Tudo bem. – Draco informou.


 


Nina sentou-se ao lado dele e deixou que ele passasse o braço sobre seu ombro. As mãos de Nina enlaçaram sua cintura. Por fim levantaram. Uma tontura o alcançou e ele pendeu o rosto para muito perto do rosto dela. Ela o sentia junto de si, era impactante.


 


- Acho melhor voltar... – Sugeriu Nina. Dryade apenas observava atenta.


 


- Está passando. Estou bem. Só não me solte. – Draco tinha a respiração meio ofegante e suava frio.


 


Nick não perdia um movimento do pai. Nina o levou para a mesa na saleta contígua ao quarto. Draco sentia a proximidade do corpo de Nina e sentia-se bem.  Após o jantar Potter apareceu. E tiveram algo parecido com uma conversa.


 


- Levou meu filho pra voar Potter? – Draco ainda tentava controlar seu ciúme.


 


- Sim levei. Quando mostrei o Campo de Quadribol pra eles. Espero que não fique irritado. – Disse Harry já imaginando a reação do amigo.


 


- Irritado? Não. Gostaria que o levasse novamente, não voarei tão cedo e o garoto quer voar. Poderia, por favor, leva-lo? – Draco havia engolido todo seu orgulho naquele momento.


 


- Sim claro. Passarei amanhã cedo. Tem treino da Slytherin pela manhã. Ouvi alguns alunos da sua antiga casa falando a respeito no corredor ainda agorinha. – Potter sorriu. Isso com certeza agradaria ao loiro.


 


- Perfeito! – Draco acabava de cair na armadilha de Potter, a irritação havia passado. – Poderia pedir à ruiva que levasse Nina para conhecer a escola que sua filha estuda?


 


Harry ficou surpreso, as bruxas também. – Com toda certeza, mandamos uma coruja marcando a visita.


 


- Mais uma coisa, poderia colocar um segurança de confiança com eles para mim? – A voz de Draco se tornou preocupada. – Enquanto esses comensais malditos não forem todos presos, nós não estamos seguros.


 


- Pode contar conosco, e quanto ao segurança você já os tem. Eu coloquei um e Lucius mandou mais dois. Os escudos e os feitiços de proteção de Hogwarts estão ativos. Aqui ainda é o lugar mais seguro da terra. Descanse. Está tudo bem.


 


- Obrigado Potter. – disse Malfoy sinceramente.


 


- Até amanhã. – Potter se despediu.


 


Harry se despediu deixando Malfoy mais tranqüilo, sua família estava bem afinal. Potter por sua vez saiu de lá estranhamente feliz. Draco colocando seu filho na escola de sua filha? Isso ninguém iria acreditar.


 


- Agora eu quero os Malfoys na cama! – Anunciou Nina.


 


- Ah! Só mais um pouquinho... – Nick choramingou.


 


- Não Nick. Já pro banheiro escovar os dentes. – Insistiu Nina.


 


Nick marchou para o banheiro e Nina ajudou Draco a voltar para a cama. Dryade já havia se retirado também. O dia terminava bem. Draco esperou que Nina colocasse seu filho na cama e que o pequeno dormisse. Precisava se desculpar com a garota.


 


- Tenho que me desculpar pela maneira com que falei com você hoje... – Draco estava um tanto constrangido.


 


- Já fez isso trazendo Potter aqui. Sei o quanto deve ter sido difícil. Agora entendo muita coisa. Andei pesquisando. – Nina sorriu.


 


- Então estou perdoado? – Draco arriscou.


 


- Está senhor Malfoy, já que faz tanta questão disso!! – Nina percebeu que Draco estava aliviado. Nina brindou Malfoy com um lindo sorriso, que deixou o loiro desconcertado.


 


- Pode me chamar de Draco. Acho que temos intimidade o suficiente para você me chamar pelo primeiro nome. Até já dividimos a cama! – Brincou Draco.


 


- Sim. É, já dividimos a mesma cama. E o amor de um garotinho... E o segredo de um cofre. Alguns diriam que estamos comprometidos até o pescoço! – Acrescentou Nina.


 


Draco riu. Era um sorriso meio forçado, mas, deu mais beleza ao seu rosto bem feito. Seus hematomas estavam quase desaparecidos. Nina colocava os travesseiros às suas costas fazendo com que ficasse confortável, roçando os cabelos no rosto de Draco quando terminou de arrumá-los. Sentou-se na beirada da cama. Pegou as mãos de Draco e pareceu estudar os traços do garoto.


 


- Já conhecia seu rosto. – Disse ternamente a garota.


 


- E eu o seu. – Devolveu Draco no mesmo tom.


 


- Quando se vive em um orfanato com certos poderes, é necessário nos manter atentos. A primeira vez que sonhei com você era uma garotinha assustada que havia sido punida. Você me ensinou a ler mentes... – Nina voltava a um tempo em que julgava a muito esquecido.


 


Draco procurou na memória e se lembrou da cena. Eram sonhos tão reais que jamais esqueceu.


 


- E depois te ensinei a controlar a vontade dos trouxas. Nada muito sério, pois éramos crianças ainda. E depois disso, nossas aulas de Legilimência ficaram cada vez mais fortes. Você se tornava uma bruxa poderosa, pois concentrou seu poder só nisso. E com o dom de sensitiva que herdou de sua mãe... – Draco também se lembrava e com carinho.


 


- Você se lembra!!! Você estava lá o tempo todo! – Nina estava eufórica.


 


- Eu não sei como sei de tudo isso, mas agora, sinto que é tudo verdade. E você encontrou o meu filho. – Draco tinha lágrimas nos olhos.


 


- De coração Draco faço tudo que posso para que Nick e você tenham um bom relacionamento. Olha assim que tudo estiver bem, vou voltar para a Londres trouxa. Não ficarei entre você e o garoto. – Informou Nina.


 


- Você não entende. Amo meu filho. Ele foi a primeira pessoa que realmente amei. E ele nunca vai me perdoar por tirá-la de nossas vidas. Quero que fique. Não só pelo Nick... Bem... Er...


 


Draco estava vermelho, muito constrangido, não sabia como poderia falar tão intimamente com alguém que acabara de conhecer. Não queria ver a garota longe.


 


- Não preciso de outro elfo doméstico. Nick precisa do seu amor. Foi você que o protegeu naquela noite. Foi você que andou quilômetros por ele. Foi você que enfrentou aurores para que ele não saísse de perto de você. Não posso explicar. A verdadeira mãe dele jamais agiria assim por ele. Eu não poderia escolher outra mãe para Nick. E se eu não sobreviver quero que ele fique com alguém que provou ser digna da minha confiança. Nós bruxos temos um ritual de responsabilidade que dá a pessoa laços mágicos que equivalem à paternidade ou a maternidade. Pense nisso. Gostaria que o fizesse. – Draco disse firmemente.


 


Nina tinha lágrimas nos olhos que não conseguira conter. Sim ela queria Nick. Draco ergueu o rosto de Nina e com os polegares secou as lágrimas que teimavam em cair. Os dedos finos e pálidos do garoto contrastavam com a pele dourada de Nina. Constrangida ela se afastou dele, pegou o frasco de poção e  entregou a ele.


 


- Beba. Já abusou demais por hoje. Prometo que quando Dryade te der alta conversaremos sobre o que quiser. – Prometeu Nina.


 


- É uma promessa? Vou cobrar! – Brincou Draco.


 


- Sim é uma promessa seu bobo!!!


 


Draco tomou a poção e dormiu. Nina depositou um delicado beijo em sua testa. Nick acordou, abriu os olhos e flagrou o beijo.


 


- Senhorita Nina vai curar o papai?


 


- Talvez, meu bem, talvez. – Nina aproximou-se da cama cobrindo melhor o garotinho. – Agora é hora de menininhos bonzinhos dormirem, feche os olhinhos e durma meu anjo!!!


 


- Boa noite senhorita Nina.


 


- Durma com os anjinhos meu bem! – Nina depositou um delicado beijo na testa do garoto.


 


Nina ficou acordada por um bom tempo olhando para os Malfoys. Pensando em tudo aquilo. Não se separaria de Nick. Nunca mais. Ele seria seu filho e ninguém mais o faria sofrer novamente. Dormiu embalando sua nova posição na vida do garotinho. A de mãe dele.


 


 


oOo


 


Agradeço a todos que estão lendo e deixando coments tão carinhosos! Espero que tenham gostado! Semana que vem tem mais!!!


 


Jinhos da  Belle

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