Conversas e Situações



 Anne estava sentada na biblioteca, fazia seus deveres de Defesa Contra às Artes das Trevas. Lílian havia acabado de sair dali, pois iria começar sua aula de Herbologia, enquanto Jessie fora para sua aula de Adivinhação na companhia de Remo. Vários livros encontravam-se abertos sobre a mesa, muitos esquecidos por Anne, que lia absorta sobre as Maldições Imperdoáveis. A maldição cruciatus fora a primeira à ser lida pela morena, mas era a mais famosa das três maldições; em seguida, Anne havia lido sobre a maldição imperius, que era uma das mais usadas para conseguir algo sem despertar a atenção de terceiros; por último, Anne começara à ler sobre a maldição Avada Kedavra, mais conhecida como a maldição da morte. A garota começou a se lembrar de uma conversa que ouvira entre o professor Slughorn e a professora Minerva.

 - A maldição da morte? - dissera Slughorn, mas fora repreendido pela professora de Transfiguração.

 - Fale baixo, Horácio! - a professora olhara ao redor por cima de seus óculos, então falara mais baixo para o professor de Poções. - Sim, foi o que Alvo me disse! Voldemort está usando não só a maldição da morte, mas todas as maldições imperdoáveis.

 - Que Merlin nos ajude! - Slughorn parecera aterrorizado. - E o que o Ministério tem feito?

 - Isso que é o pior, Horácio! O Ministério não tem feito absolutamente nada!

 Anne se lembrava da expressão de horror dos dois professores. E como o Ministério não estava fazendo nada? Pessoas continuavam desaparecendo, morrendo, e os responsáveis pela nossa segurança estavam de braços cruzados... Isso sim era o fim do mundo!

 - O que faz aqui? - Sirius apareceu do nada, assustando Anne e fazendo-a fechar o livro rapidamente.

 - Eu estava... estudando! - exclamou Anne, fechando todos os livros rapidamente e colocando-os em pequenas pilhas. Em seguida, arrumou seu material e guardou-o em sua mochila. - Vou devolver esses livros.

 - Eu te ajudo! - Sirius pegou a maior pilha de livros e acompanhou Anne até a bibliotecária, depois virou-se para a morena e sorriu. - Estudando essa hora? Você devia estar se preparando para o teste de quadribol.

 - Eu já me preparei. Estarei no campo de quadribol hoje à noite, na hora marcada! - Anne deu um sorriso amarelo e saiu da biblioteca, sendo seguida por Sirius.

 - E o que você vai fazer agora? - os olhos azuis do moreno expressavam grande marotisse, mas ele não parecia se importar.

 - Vou esperar Jessie e Lily, nós precisamos conversar!

 - Sério? Sobre o quê?

 - O que você quer, Sirius? - Anne parou de andar e encarou o moreno, que sorria radiante.

 - Conversar com você! Por quê? O que você achou que eu queria? - Sirius chegou mais perto de Anne, que deu um passo para trás.

 - Boa coisa que não poderia ser! - a garota deu outro passo para trás quando Sirius foi novamente em sua direção. - Será que você poderia chegar um pouquinho pra lá?

 - Por que? Isso te incomoda? - o sorriso maroto do rapaz se aprofundou.

 - Sim, e muito! - Anne sentiu a parede em suas costas. Era o fim. Agora estava, definitivamente, encurralada por Sirius Black e, infelizmente, parecia não ter muitas forças para resistir à beleza e ao charme do moreno.

 - Relaxe, Anne! - Sirius colocou uma mão na parede, ao lado do pescoço da garota. - Eu não vou fazer nada que você não queira!

 - Ótimo. - Anne ainda não conseguia se mover. Sirius estava cada vez mais perto e Anne podia sentir o perfume do rapaz; ela olhou para o lado, para o braço de Sirius, e começou à tremer: o braço dele era musculoso e tinha algumas veias saltadas. Muito sexy. A garota fechou os olhos e tentou respirar de vagar, mas isso era uma das coisas que menos conseguia fazer naquele instante; ao reabrir os olhos, viu Sirius parado extremamente próximo à ela, seus lábios quase se tocavam. - Sirius, para!

 - Parar? Mas eu nem comecei! - o sorriso do maroto se alargou, e então ele investiu contra Anne, na direção de seus lábios.

 No momento em que Anne havia falado para Sirius parar, ela lembrara de uma coisa que Lílian falara uma vez: "Eu não quero ser só mais uma na vida de ninguém! Se, algum dia, eu me apaixonar pelo Potter, e isso é uma coisa que eu espero que nunca aconteça, não aceitarei ser mais uma para ele. Serei a única!". Então, Sirius falara algo e fora em sua direção. Ele iria beijá-la! Anne, naquele instante, concordou totalmente com o que Lílian dissera, então se afastou em cima da hora, fazendo Sirius beijar a parede.

 - Anne, mas o que...? - Sirius olhava-a espantado.

 - Eu não quero ficar com você, Sirius! E, se algum dia eu quiser - Anne abriu um sorriso maroto, ela aprendera aquilo com o próprio Sirius. Se aproximou dele, provocante, - pode deixar que eu te procuro, ok? - dando uma piscadela, ainda com o sorriso maroto em seus lábios, Anne deu as costas e saiu andando na direção da sala comunal.

 Sirius ficou parado ali, perplexo. Nunca, ninguém fizera aquilo com ele! E ele não poderia negar que havia gostado da provocação, isso deixava as coisas mais divertidas. Sorrindo novamente, mas com seus lindos olhos azuis brilhando dessa vez, Sirius falou: - Anne, eu vou ficar com você! Pode escrever o que estou dizendo.

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 Remo e Jessie desciam a escadaria que levava até a aula de Adivinhação, os dois haviam acabado de entregar um trabalho para a professora e voltavam para a sala comunal, à procura dos amigos. Os loiros estavam mais amigos do que nunca, a proximidade deles era até comentada pelos amigos; os marotos achavam bom que ele começasse à perder a vergonha perto de Jessie, porque ele dizia estar apaixonado por ela, então deveria estar bem próximo para que tivesse coragem de assumir seus sentimentos; já as garotas achavam estranho a incrível amizade que crescera entre eles, poderia até ser que Remo que revelasse igual aos amigos e acabasse machucando Jessie, mas a garota não escutava-as.

 - Remo, você gosta da noite? - questionou Jessie, sorrindo.

 - Gosto, por quê? - Remo retribuiu o sorriso, mas pareceu um pouco preocupado, graças ao seu 'problema peludo'.

 - E gosta de lua cheia?

 - L-Lua cheia? - Remo engoliu em seco. Jessie só poderia desconfiar de alguma coisa para ter falado isso. - Por que você quer saber?

 - Bem, é que... - Jessie corou, mas prosseguiu. - É que eu sempre gostei da noite, da lua cheia, e todos os anos eu vou até o jardim de Hogwarts à noite, escondida, e fico observando a lua cheia, sozinha! Talvez, quer dizer, eu queria saber se você não gostaria de ir comigo... é que nesse sábado começa a lua cheia!

 - Jessie, eu não... - Remo parou de falar, ele havia percebido agora que a loira acabara de convidá-lo para sair! - Não posso ir, Jessie! Não que eu não queira, é que... - o garoto não conseguiu terminar. Ele não poderia falar para Jessie que era um lobisomem.

 - Ah! Tudo bem - Jessie deu um sorriso amarelo e abaixou a cabeça, terminando de descer a escadaria e indo pelo corredor. - Só pensei que você fosse gostar..., foi besteira minha achar que você...Esquece!

 - Não, Jessie. Eu não disse que eu não quero ir, eu disse que não posso ir! - Remo parou de andar, seguido por Jessie, que o encarou.

 - E porquê não pode ir?

 - Se eu pudesse te falar, pode ter certeza que eu falaria! Mas isso está alem do que posso fazer por alguém, Jess! - Remo tirou um fio de cabelo da bochecha da loira. - Se eu pudesse escolher, pode ter certeza que eu escolheria ir com você!

 Jessie deu um leve sorriso, mas abaixou a cabeça novamente, dizendo: - Não precisa arranjar desculpas, Remo, é só dizer que não quer ir e pronto!

 A garota olhou dentro dos olhos de Remo, depois virou as costas e foi embora, deixando o triste garoto parado ali, sem reação.

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 Pedro estava na cozinha comendo algumas guloseimas, como sempre. Os elfos domésticos nem se importavam mais com a presença daquele pequeno ser, apenas faziam maiores quantidades de comida, para não faltar no banquete do Salão Principal. O rapaz estava, realmente, empanturrado; saiu da cozinha cambaleando de cansaço e por estar com a barriga inchada de tanto comer. Enquanto andava pelos corredores, se batia nas paredes por não conseguir caminhar normalmente; alguns alunos riam dele, mas Pedro murmurava algo sobre contar que estavam rindo dele para Tiago e Sirius, e logo todos paravam.

 - Pettigrew! - exclamou uma voz sebosa, extremamente metida.

 - O que? - Pedro virou para trás, arrogante, mas perdeu seu ar de superioridade ao ver com quem estava falando.

 - Você esqueceu com quem está falando? - era Severo Snape, um grande inimigo de Tiago.

 - N-Não! - apressou-se Pedro à dizer, abaixando a cabeça.

 - Muito bem! Só gostaria de falar com você por um instante, tenho algumas coisas para lhe informar - Snape foi na direção de Pedro e começou à andar, fazendo com que o rapaz o seguisse rapidamente.

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 - Lílian! - exclamou Tiago, quando a ruiva desceu às escadas do dormitório feminino.

 - O que você quer?

 - A professora McGonagall estava procurando por você, então ela me mandou vir te chamar! - Tiago sorriu ao ver a expressão de interesse de Lílian.

 - Você sabe o que ela queria? - Lily parou na frente de Tiago, prestando grande atenção no que ele dizia.

 - Não, mas pediu para eu te achar o mais rápido possível e para acompanhá-la até a sala dela! - Anne entrou na sala comunal nesse exato momento, sorrindo.

 - Lily, eu posso falar com você? - pediu a morena, mas Tiago apressou-se à responder.

 - Desculpe, Anne, mas a professora McGonagall pediu para eu levar Lílian até a sala dela! - Tiago não havia terminado de falar, quando Jessie entrou correndo na sala comunal e falou, exasperada: - Meninas, preciso falar com vocês!

 - Me desculpem! Tenho que ir ver a professora McGonagall. - Lily encarou as amigas, então o retrato da mulher gorda girou mais uma vez, deixando Sirius e Remo passarem.

 - Jessie! - exclamou Remo. - Anne! - exclamou Sirius. As duas garotas se encararam, então subiram correndo as escadas para o dormitório feminino, deixando os garotos perplexos. Sirius e Remo trocaram olhares significativos, então subiram correndo as escadas para o dormitório masculino.

 - O que está acontecendo? - exclamou Lílian, encarando Tiago.

 - Depois nós perguntamos, agora, vamos! - Tiago agarrou o braço de Lílian e puxou-a para fora da sala comunal.

 Pelo que Lílian lembrara naquele pouco tempo em que Tiago e ela correram pelos corredores, ela nunca havia ido tão rápido de um lugar à outro, exceto quando aparatava. A sala da professora McGonagall ficava alguns andares abaixo da sala comunal da Grifinória; Tiago e Lílian já haviam ido diversas vezes naquela sala, mas em situações completamente diferentes. A ruiva fora por ser monitora, monitora-chefe, e por ajudar e pedir ajuda à professora e vice diretora; já Tiago, fora por bagunçar muito, por levar muitas detenções e, o único bom motivo, por ser o capitão do time de quadribol da Grifinória.

 - Pode entrar! - exclamou McGonagall, ao ouvir Tiago batendo na porta.

 - Com licença, professora. - Tiago e Lílian entraram. - Eu a trouxe!

 - Obrigada, Potter. Agora, será que você poderia esperar pela senhorita Evans lá fora, preciso ter uma conversa séria com ela!

 - Claro! - Tiago já estava saindo, quando Lílian falou: - Não precisa esperar!

 - Lamento ter que dizer isso, senhorita Evans, mas receio que você não poderá voltar sozinha para a sala comunal quando terminarmos nossa conversa! - a professora olhou para Tiago sobre os óculos. - Pode esperar, Potter?

 - Sim, senhora! - Tiago sorriu para Lílian e saiu. A garota virou-se para a professora, que lhe fez sinal para que sentasse. - Professora, o que pode ser tão importante para a senhora me procurar com tamanha urgência e não querer que eu volte sozinha para a sala comunal da Grifinória?

 - Lílian - a ruiva gravou seu nome. Quando McGonagall chamava algum aluno pelo nome, boa coisa não viria à seguir, - se o professor Dumbledore não tivesse que se ausentar, ele mesmo teria essa conversa com você! O que tenho para lhe falar é terrível, mas não posso adiar.

 Lílian encarou a professora, estava começando à ficar muito aflita; o suor escorria pelas suas têmporas, fazendo-a ficar um pouco sem fôlego. A ruiva descruzou as pernas, esperando pelo pronunciamento da professora. O que seria tão importante para deixar McGonagall naquela situação? 

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