O Trono de Locke



O TRONO DE LOCKE



O esconderijo era, na verdade, um calabouço. Harry encontrou os companheiros acorrentados e desmaiados. As varinhas se encontravam num aposento separado, de modo que se alguém conseguisse fazer magia sem varinha, não teria como recuperá-las.

Harry desabou no chão, urrando de dor, enquanto Trevor libertava o grupo.

Stefan logo veio auxiliar o general ferido, enquanto Hermione administrava uma poção em Trevor, a mando de Stefan. Logo estavam todos recuperados, exceto o menino que sobreviveu, que tinha os ossos quebrados e precisaria de uma noite inteira de descanso para se recuperar. Voltaram à pensão para reorganizar tudo para a viagem que começariam no dia seguinte.

Harry foi direto para a cama.

No dia seguinte, foi o primeiro a levantar. Sua perna estava perfeita.

Arrumou suas coisas, acordou Carlinhos e foi tomar café. Ainda não amanhecera. Estava um frio de cortar.

Saiu para conferir os trenós. Apertou bem tudo, conferiu mantimentos, brincou com os cachorros e quando voltou encontrou todos tomando café. O clima era tenso. Pior que numa final de quadribol entre Grifinória e Sonserina.

Todos ali sabiam que encontrariam Voldemort. E nada poderia ser mais assustador do que isso. A não ser enfrentar o lorde das trevas com um dragão revoltado extremamente poderoso, no frio do norte do Alasca, sabendo que possivelmente o Lorde está sentado num trono que aumentará seus poderes.

Mas todos sabiam que era sua responsabilidade, e que o mundo dependia deles. Os comensais derrotados foram mandados para os quartéis da Ordem. O sigilo da missão já não era mais tão importante, e a descoberta de espiões tinha que ser avisada.

Pouco depois estavam todos em seus trenós, rumo norte. Quando o Sol apareceu, o frio passou a ser menos intenso, porém, ainda congelante. Antes do meio dia chegaram ao ponto de encontro, onde já eram esperados por dragões.

Carlinhos fez o primeiro contato, com Harry do seu lado. Os dragões estavam ansiosos para acabar com o traidor.

Viajar nas costas de um dragão era, no mínimo, estranho. O movimento das asas parecia querer te derrubar, mas ao mesmo tempo, parecia impossível de cair do lombo.

Além dos generais, Trevor e Sirius iam sozinhos. A viagem foi muito séria. No ritmo que viajavam chegariam ao destino ao final do dia seguinte, considerando oito horas de parada, numa caverna de conhecimento dos dragões.

Harry não dormiu direito. Estava ansioso. Já tinha enfrentado Voldemort antes, mas quem sabe esse não era o dia da profecia se realizar. Queria ter Gina ali. Era incrível com ela conseguia acalmá-lo.

A simples companhia dela já era o suficiente para Harry achar que tudo daria certo. Olhou ao seu redor. Todos dormiam. Quase todos. Sirius e Lupin continuavam acordados. Harry chamou o padrinho para a entrada da caverna, onde batia um vento frio no rosto do garoto, aliviando um pouco suas preocupações.

Remo, que estava deitado, abraçado com Tonks, ajeitou-a e foi se juntar aos amigos.

-Vejo que meu caro Aluado se deu bem. – brincou Sirius. De repente, Harry se sentiu quente, descontraído. Assim deveria ser aquela conversa. Nada de táticas, nada de previsões, nada de treinamentos. Apenas jogar conversa fora. Relaxar, esquecer um pouco o que enfrentariam em poucas horas.

Remo riu sem graça.

-Você não pode falar nada, Sirius. Ele saiu com duas lésbicas que procuravam algo a mais. – contou Harry para Remo. Esse riu com vontade.

-E você? Pelo que me contaram, especialmente enquanto eu estava na ala hospitalar, você conseguiu ser mais galinha do que eu e Thiago juntos.

-Pelo menos encontrei alguém para a vida toda, agora.

-Você realmente é igual ao seu pai. Até na vida sexual seguiu os passos do seu velho. Galinhou até achar sua ruivinha.

-Harry, não escuta o que esse cachorro fala. Você está certo em querer uma só.

-Vai ouvir quem? Seu padrinho ou um lobisomem? – os três começaram a rir que nem crianças.

Passaram a noite inteira assim, rindo e provocando uns aos outros. Conforme os outros acordavam, se juntavam a eles. O bom humor tomava conta do ambiente.

Logo chegou a hora de partirem. A seriedade retornou. Mas o clima já não era tão pesado. Todos ali sabiam de sua responsabilidade, mas sabiam agora que ela era compartilhada com companheiros fieis. Mais do que isso. Amigos. Que estavam lá para isso.

A viagem no lombo de dragões continuou. A vista era linda. Gelo e neve cobriam tudo. O vento gerado pelo vôo pioraria a situação, se os dragões na aquecessem os corpos dos viajantes.

O tempo pareceu passar num piscar de olhos.

-Em alguns minutos começará a batalha. – avisou o dragão de Carlinhos, que parecia ser o chefe do grupo.

-Pessoal, saiba que é uma honra estar na presença de vocês. E lembrem-se de atacar o trono para tirar o poder extra de Voldemort. Depois, estaremos em maioria e na companhia do menino que sobreviveu. – o apelido foi um jeito de tentar descontrair.

-Alguma palavra, general Potter? – perguntou Sirius, tentando contribuir para o clima descontraído que Carlinhos tentou criar, mas ninguém ali, nem mesmo eles, conseguiria descontrair num momento como aquele.

-Num tem o que falar numa hora dessas. Apenas que me sinto honrado por estar aqui com vocês, e honrado por todos confiarem em mim. A única garantia que posso oferecer é que não deixarei ninguém na mão, e não pararei de lutar até que o trono seja destruído ou eu morra. E lembrem-se: não se arrisquem desnecessariamente. Quando o trono for destruído, retirem-se caso Voldemort não se renda. E ataquem o dragão traidor. Esses dragões foram muito gentis em nos ajudar e devemos isso a eles. Saibam – falou agora, se dirigindo aos dragões – que é uma honra tê-los como aliados e que têm minha eterna gratidão.

-Chegamos. – anunciou o líder dragão, num tom que mostrava que a gratidão e respeito eram recíprocos.

Voldemort estava sentado num trono de pedra e a Rainha traidora estava sentada ao seu lado, como se fosse seu cachorrinho. Os dragões aliados da Ordem formaram um círculo em volta das duas criaturas malignas.

Sem anúncio, todos lançaram feitiços e os dragões cuspiram fogo. Tudo ao mesmo tempo. Voldemort, com um aceno de varinha, acabou com todos os ataques de uma vez.

Harry, em acordo com seu dragão, que era o mais arisco e com maior sede de vingança, se separaram. Harry estava frente a frente com Voldemort. Os dragões e seus cavaleiros guerreavam com o aliado do Lorde. e Sirius e Lupin chegavam por trás do Lorde, que se levantou e caminhava em direção a Harry.

Remo e Sirius atacaram, mas foi inútil. Os dragões atacaram também antes de fazerem a curva, o que gerou uma grande explosão, mas Voldemort simplesmente continuou andando. Numa espiada Harry percebeu que a Rainha do Caos parecia inatingível. Viu seu dragão atacando-a furiosamente.

-Achou que seria fácil, Potter?

-Nada nunca é fácil com você. Mas ainda somos maiorias e eu vou acabar com você.

-No seu sonho mais louco. Avada kedrava. – Harry aparou o feitiço, mas esse foi lançado com tamanha força que o menino que sobreviveu foi jogado longe.

Sirius e Remo voltavam para atacar o trono. Voldemort em um aceno de varinha criou um escudo em volta do trono que jogou os dois, junto com seus dragões longe.

O cérebro de Harry funcionava em velocidade alucinante. Viu Carlinhos ser perseguido. Enquanto isso o dragão de Harry perseguia o perseguidor de Carlinhos, que agora entrava num rasante perto do trono para tentar se livrar. Ao mesmo tempo lançou um feitiço no trono. O primeiro que o atingiu. Nada aconteceu.

Harry, começando a entrar em desespero viu uma idéia surgir quando o dragão de Carlinhos passou ao lado do trono.

Harry lançou um feitiço de locomoção no trono, e lançou-o contra a Rainha do Caos, que passava ao lado do trono, em sua perseguição. O resultado foi devastador. O trono explodiu. A rainha foi jogada longe. Voldemort desaparatou, sabendo que perderia seus poderes excepcionais logo e ficaria incapaz de desaparatar, cercado pelos seus melhores adversários.

O trono desapareceu liberando uma luz vermelha, que veio seguida de uma escuridão. Quando o efeito passou, Harry viu seus amigos correndo em sua direção e os dragões cercando o traidor.

Ao mesmo tempo, todos lançaram bolas de fogo que geraram uma explosão enorme. Quando a poeira baixou, não havia mais Rainha do Caos. Apenas a lembrança de um traidor numa raça que valorizava a honra e honestidade, além da boa relação com tudo que é do bem, principalmente humanos, a quem juraram defender muito antes.

Ainda estava claro, mas já era tarde. No extremo norte, o dia durava seis meses, e a noite, outros seis.

Descansaram na mesmo caverna. Dessa vez harry dormiu calmamente e sonhou com Gina. Retornava mais uma vez como herói.

Quando acordou, encontrou Sirius sentado, sozinho, pensando. Todos os outros ainda dormiam.

-Seu pai, onde quer que esteja, tem orgulho de você. – falou olhando pro céu.

-E de você também, por tomar conta de mim. Com certeza ele lhe é muito grato. – abraçaram-se.

-Agora me conta direito sobre a Gina. A gente nucna teve tempo de conversar sobre isso.

-AH. Ela é tudo de bom. É bonita, corajosa, simpática, inteligente.

-Já entendi. Você ta mesmo apaixonado.

Harry corou e apenas concordou com a cabeça.

-Não sei o que faria sem ela.

-Ela sabe sobre a profecia?

-Sabe.

-Você realmente confia nela, hein.

-Muito. Confiaria a minha vida a ela.

-Que bom. É bom ter alguém assim. O meu Harryzinho ta apaixonado. – provocou o padrinho. Depois a conversa foi só provocações e os dois ficaram rindo até terem que seguir viagem.

Todos estavam mais leves. A despedida dos dragões foi cheia de emoção. Harry foi muito homenageado e considerado amigo dos dragões pra sempre. Seu nome nunca seria esquecido.

Seguiram a viagem com os cachorros. Quando chegavam na entrada da cidade, porém, feitiços apareceram do nada. A maioria foi bloqueado ou errou o alvo, mas Trevor foi jogado uns dez metros no ar e caiu, desacordado, ou morto.

Stefan, por impulso correu até o ferido.

-Ele está morto. – gritou. Mas em seguida foi calado para sempre por uma luz verde muito forte.

-É uma emboscada. Temos que passar por eles para podermos aparatar. – lembrou Harry, que defendia a si e aos outros com o escudo verde. O mais forte conhecido.

Os ataques não cessavam e eles não conseguiam contra-atacar. Estavam em número muito inferior e seus adversários protegidos por muros. Além dos feitiços lançados, a única coisa que escutavam era a risada de Voldemort, junto com provocações.

Harry começava a se desesperar. Não tinha mais o que fazer.

-Agora vão morrer. Meus comensais, no três. – ordenou Voldemort. – mirem no Potter. Um...

Harry sabia que nunca bloquearia tantos feitiços de uma vez.

-Dois...

Seria o fim. Se pelo menos ele tivesse como salvar aos amigos.

-TRES. – mas o grito foi mais de desespero do que de comando.

Bolas de fogo caiam com fúria nos comensais. Os muros eram destruídos e comensais mortos. Parecia uma chuva de meteoro.

-Nunca ameacem um amigo dos dragões em terras de dragões. – era o dragão que transportara Harry. O mais satisfeito com a vingança. Harry veio a descobrir que era porque eram irmãos. A Rainha desonrara não só aos dragões, como também à família.

-Nos vemos em breve. – anunciou Voldemort, antes de desaparatar segundos antes de uma bola incandescente cair onde estava.

Gratos e tristes pela pelas perdas, Harry e seus companheiros puderam retornar a Hogwarts.

Todos foram condecorados heróis, e o velório foi extremamente triste. Pegos desprevenidos, logo após uma vitória. Harry conheceu Nicole, mulher de Trevor, e ofereceu ajuda com o que ela precisasse.

-Um ato nobre. – Harry se virou. Era Dumbledore.

-Ela acabou de perder o marido. Era o mínimo que eu poderia fazer. Voldemort não se cansa.

-Realmente não. Ele tem um talento especial para trazer sofrimento a todos. Vou pedir para você passar na minha sala hoje, depois que o velório tiver terminado.

E assim Harry o fez. Lá se encontravam todos os generais.

-A notícia que tenho para vocês não é nada animadora. – começou Dumbledore. – quando o trono foi destruído, Voldemort perdeu os poderes que este fornecia, mas não imediatamente. Teve tempo de desaparatar da batalha e fazer mais uma coisa antes.

-Fale logo. – pediu o ministro Diggory.

-Ele quebrou o feitiço que protege Hogwarts. Ele é capaz de entrar nos terrenos da escola agora. E trazer o que quiser junto.

-Mas ele é capaz de aparatar na escola? – perguntou Carlinhos, abismado.

-Não. Somente nos terrenos, como os comensais já fizeram. Vocês entendem a implicação disso?

-Temos que tirar os alunos daqui. – falou Aberforth.

-Isso também. Mas os aptos a lutar devem entrar para a Ordem imediatamente.

-Mas, por que? – insistiu o irmão, sem entender.

-Quando ele atacar Hogwarts, virá com tudo. Se perdermos aqui, deixaremos de formar aliados. Essa vai ser a batalha final. Quem vencer, reinará.

-Professor, - Harry tomou a palavra – eles sabem a profecia?

-Não. Mas acho que esse é um bom momento para dividi-la. – e explicou que harry teria que enfrentar Voldemort.

-E você acha que ele está pronto? – perguntou Diggory.

-Não é a mim que tem que fazer essa pergunta.

-Você acha que está pronto?

-Não sei. Mas se não estiver agora, acho que nunca estarei. Tenho treinado para isso o ano inteiro. E se não derrotá-lo nessa batalha, não haverá mais pelo o que lutar.

-Verdade.

-Mas temos que isolá-los. Ou pode haver interferência.

-Muito bem pensado, Carlinhos. E já sei o lugar perfeito para isso. Um lugar onde somente eu, Voldemort e Harry podemos entrar. O único lugar dentro da escola onde Voldemort pode aparatar, por ser seu lugar de direito.

-A sala do herdeiro? – perguntou Harry.

-Lá mesmo. É lá que se passará a sua luta, enquanto fora todos lutaremos.

-Certo, vou começar a alistar todos agora mesmo. – anunciou o ministro. – e farei com que as outras escolas façam o mesmo que Hogwarts. Qualquer aluno capaz de lutar e disposto a morrer pela causa deve ser alistado. Todos os outros devem ir para suas casas, se esconderem e protegerem o melhor possível. Quanto a adultos, o alistamento será obrigatório.

-Não. – interveio Dumbledore. – se eles acreditarem que é por uma causa justa e não por obrigação que lutam, lutarão melhor.

-Certo. A propaganda será forte, então.

-E os que escolherem lutar começarão a treinar aqui em Hogwarts a partir de amanhã. – propôs Moody.

-Ótima idéia.

-Então, mãos a obra. Temos que garantir que não será o fim, mesmo que harry não consiga vencer.







N/A - finalmente atualizei... sinto muito pela demora pessoal, mas to sem tempo pra nada... por favor, comentem... eh o melhor incentivo pra continuar escrevendu... e votem, pelo amor de merlin.... espero que estejam gostando....

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