C.T;



                                         CHAPTER THREE;




Apenas uma semana havia se passado. Nesse meio tempo, não houve grandes descobertas, conhecimentos, brigas ou afins. James e Marlene já estavam bem mais próximos do que antes, provando que duas pessoas tímidas juntas, provavelmente se anulam. Lily e Sirius, os únicos fumantes (de cigarro normal) da casa, também estavam bem mais próximos, e passavam algum tempo juntos, principalmente por serem expulsos da casa toda vez que queriam colocar um cigarro na boca.


Tanto Lily quanto Sirius eram bem esclarecidos, portanto, o relacionamento que se formara entre os dois era óbvio para ambos: eram amigos; porém, caso eles quisessem se divertir e não houvesse ninguém melhor disponível no momento, ambos sabiam que o outro era bom no que fazia. Obviamente, já tinham posto em prática toda a coisa construída desde o primeiro dia. Mas, como dito, eram bem esclarecidos. Sabiam também o que o outro queria, e isso era muito óbvio: além de todos as outras brincadeiras, queriam algum tipo de desafio. O que James com certeza era para Lily, e Marlene com certeza era para Sirius.


Todavia, James e Marlene, mesmo não sendo tão esclarecidos como os companheiros de chalé, também tinham certa noção do que estava acontecendo entre eles: eram amigos; por mais que gostassem demais um do outro, por enquanto eram apenas amigos.


Algumas pessoas se davam melhor com umas do que com outras. Marlene, por exemplo, se dava melhor com Emmeline, do que com Lily. Não tinha muita paciência pra Dorcas, mas estava claro que a menina era deturpada e tinha problemas emocionais (pelo menos para Marlene isso estava bem claro), além do mais, ela era bem fofa o tempo todo (mesmo que com isso parecesse que ela queria provar alguma coisa a alguém), então Marlene fazia um esforço pra conviver de maneira amigável com ela. O que não era um esforço muito grande, pois a paciência da menina já era como a de um monge tibetano.


James também, por exemplo, se dava melhor com Remus, do que com Sirius. Peter era como uma carta branca, pois raramente estava ali (e por ali eu digo no mundo). Remus, mesmo que suspeito demais, era o mais simpático e tranqüilo dos garotos. Já Sirius, reclamava o tempo inteiro e reclamava de tudo, aliás, o pior: reclamava com James! Isso deixava o garoto bem nervoso, mas ele tentava ignorar as tentativas do outro de tirá-lo do sério e contava até dez.


Remus não tinha problemas como ninguém, mesmo que também não conversasse muito com todo mundo. Conversava bastante com Dorcas, sem dúvida alguma, e com Sirius e James. Não entendia porque os dois implicavam tanto um com o outro e constantemente, pois ele mesmo não tinha problema com nenhum. Eram ambos legais e divertidos, cada qual a seu modo. Peter, como parecia estar sempre fora da Terra, foi a pessoa que Remus menos conversou, depois de Emmeline. Esta parecia ignorá-lo, mas ele também suspeitava que não fosse nada pessoal: ela ignorava a todos.


Nesse momento, inclusive, Remus e Dorcas estavam conversando no sofá, quando Sirius apareceu sorrindo.


Dorcas também se dava muito bem com todo mundo, menos Emmeline que (obviamente) ignorava a todos. Mas ainda assim, tentaria falar com a loira um dia, pois adorava fazer amigos novos.


- Sirius! – Dorcas fez uma careta – Você tá fedendo a cigarro.


Ele deu de ombros.


- A Marlene não gosta. Você sabe... – a garota completou, segurando uma risada.


Sirius pareceu considerar por alguns minutos a idéia e decidiu pegar o desodorante e passar um pouco por cima de sua roupa. Além disso, pegou o trident de melancia (que era o preferido da Marlene, ele havia descoberto isso graças a ele próprio, que havia “vasculhado” um pouco as coisas de James) e colocou na boca.


- Pronto – deu um sorriso triunfante para Dorcas e a garota riu.


- Perfeito! Só podia melhorar a cara de tarado que você tem, colocar uns óculos... Um cabelo mais claro também seria bom. Ah é! Podia fazer matérias de matemática extras. E lógico! Não posso me esquecer dos olhos, né? Um pouco mais verdes ou castanhos seria o ideal – brincou com ele.


Remus riu bastante.


- Relaxa, Sirius – falou pra ele – A Dorcas adora te irritar com isso, você sabe.


- É, eu notei – sentou-se no sofá, um pouco mais mal-humorado. Mas logo não resistiu a cara que a morena fazia e sorriu.


Gostava dela; era como se ela fosse uma criança. Estava sempre de bom humor, alegre, e sempre era educada com todos – contanto que eles não se metessem em problemas delas, como o quanto ela era magra e essas coisas. A última pessoa que tentou falar isso com ela foi Lily, e não deu muito certo.


- Tá pensando em fazer o que hoje? – Dorcas perguntou após um período de silêncio.


- Tem uma festa em algum lugar. Acredito que seja naquela quadra perto da piscina, sabe? – a garota concordou com a cabeça – Então. Devo ir lá.


- É festa de quê?


- Sei lá. Deve ser porque mais um ano tá começando e tal. Tem calouros aqui, tipo a gente.


Ela apenas fez um som com a garganta como se entendesse. Depois olhou para Remus, esperando que ele falasse alguma coisa, mas ele apenas perguntou “O quê?”.


- Você vai?


- Eu? – ele perguntou – Sei lá – olhou para Sirius.


Ele deu de ombros mais uma vez: - Acho que devíamos todos ir.


- Pois eu duvido que a sua princesa vá – Dorcas riu de novo.


-Com certeza. Mas não importo; vão ter várias mulheres lá, não preciso realmente que ela esteja lá também.


Nesse momento Marlene surgiu carregando livros enormes nas mãos; parecia estar necessitando de ajuda. Remus ia se levantar, mas Sirius o impediu, levantando-se ele e chegando perto da morena, pegando os livros de suas mãos e sorrindo.


- Boa tarde, McKinnon.


Ela deu um sorriso rápido e irritado, mas o deixou carregar seus livros. Passou por Remus e Dorcas sem cumprimentá-los, o que os fez achar que havia realmente alguma coisa errada. Mas ninguém iria averiguar, lógico. Apenas Sirius que, naturalmente já era inconveniente, então não faria diferença alguma.


- Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou assim que deixou os livros dela em cima do móvel.


- Claro que aconteceu, idiota! Como poderia não ter acontecido? - ela começou a chorar.


Sirius se sentiu desesperado; não sabia mesmo o que fazer. De todas as coisas que ele esperava, essa era a última delas. Sentou-se ao lado de Marlene na cama e a abraçou de lado. Ficou pensando se deveria fazer alguma coisa, perguntar alguma coisa ou simplesmente dizer alguma coisa. Optou por perguntar.


- Quer conversar sobre isso?


- Não. Quero ficar sozinha - ela não pediu, ela não foi grossa; ela foi simplesmente indiferente ao dizer aquelas palavras.


Ele sentiu-se tão distante dela quanto poderia. Havia mais do que uma diferença de personalidades entre eles... Havia diversas coisas que os impediam de ver um ao outro com clareza. Então, James apareceu no quarto - e isso foi o sinal que Sirius estava esperando pra realmente se retirar.


- Lene! - James gritou, largando os livros e a mochila no chão do quarto da menina e indo se sentar ao lado dela.


Sirius apenas olhou a cena mais uma vez antes de sair dali: formavam um casal até bonitinho. Talvez ele não devesse interferir. Ou... Oh Deus, o que ele estava pensando? Ele era um Black, afinal. Não era questão de interferir ou não. Não houve perda alguma, não houve sequer batalha alguma. Ele não podia simplesmente se afastar e deixar Marlene ir assim. Nenhuma mulher jamais havia resistido ao seu charme, ela com certeza não seria a primeira.


Talvez fosse a última, mas jamais a primeira.


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Era de noite e pessoas se arrumavam pra ir para a festa que já estava acontecendo na quadra. Por pessoas, eu digo todos menos Marlene e James. Ela disse que não estava se sentindo bem o suficiente pra ir e ele decidiu que ficaria ali com ela. Agora ambos estavam na sala vendo TV. Marlene estava deitada com a cabeça no colo de James que lhe fazia carinhos no cabelo.


Sirius parou para olhar Remus e tentou conter um sorriso: era óbvio que o menino torcia pra outro time. Era quase tão óbvio quanto o fato de James estar doido pra comer a sua mulher (o que ele achava um absurdo, inclusive). Remus vestia uma calça branca meio amarelada skinny, um tênis Adidas com listras verdes e uma camisa de malha de listras vermelhas e brancas. Mas não era bem pela roupa, era mais pelo jeito como ele se olhava no espelho que Sirius tinha aquela certeza. Olhou-se mais uma vez em seu espelho e confirmou: estava lindo com aquela calça daquele tecido jeans escuro que brilha, mais sua camisa azul clara e seus tênis da Nike. Estava cheiroso, estava perfeito. Que novidade.


Peter já não estava mais lá; havia saído mais cedo, e Sirius já sabia pra quê: pegar algumas drogas pra se divertir. Ele precisava urgentemente fazer negócio com esse menino, pois dinheiro seria uma boa coisa naquele momento (como em todos os outros de sua vida). Saiu do quarto e deu com Lily que também saia. Sorriu maliciosamente ao olhar para a ruiva: estava usando uma saia muito curta cinza, toda de babados, uma blusa de abotoar na frente de cetim branca, com botões bastante abertos, dando pra ver que ela tinha por baixo um sutiã branco de renda por baixo, e nos pés estavam os saltos muito altos pretos. Claro, como podia esquecer? Os lábios mais vermelhos que os cabelos, e os olhos escuros devido ao rímel, ao lápis e a sombra.


Ela também sorriu maliciosamente ao vê-lo. Acabariam desperdiçando dez ou quinze minutos um com o outro no banheiro aquela noite, tinham certeza disso.


Dorcas apareceu logo depois, usando uma saia de cetim rosa, um pouco mais comprida que a de Lily, uma regata branca, um colar de pérolas por cima e um scarpin branco, mais ou menos cinza. Seus cabelos estavam presos por uma presilha também de pérolas, em um pseudo-rabo de cavalo. Tanto Lily quanto Sirius sorriram para a garota, que lhes sorriu de maneira inocente de volta. Remus apareceu alguns minutos após o contato visual dos três, fazendo com que eles deixassem a casa rapidamente.


Emmeline? Essa saiu logo assim que os quatro saíram; usando calça jeans um pouco rasgada, uma blusa meio larga (pois era um modelo masculino) com um Frankstein na frente e um tênis muito surrado que tinha. Seus cabelos, como sempre, estavam presos em um coque no alto da cabeça; parecia que a loira tinha muita preguiça de cuidar deles, pois estavam sempre no mesmo estado, além de no mesmo lugar.


Marlene olhou para James assim que viu todos saírem.


- Caramba. Essas pessoas são muito diferentes umas das outras.


- Completamente – James concordou. – Queria saber no que isso vai dar.


- Com certeza não vai prestar.


James balançou a cabeça afirmativamente. Ambos sabiam que não iria mesmo prestar, principalmente se Sirius e Lily continuassem insistindo naquela idéia da fazê-los mudar de idéia.


Ficaram algum tempo em silêncio; não era um silêncio constrangedor, era um silêncio daqueles que você sabe que, se você quisesse, poderia estar falando, mas o silêncio é melhor, porque às vezes ele de fato é melhor.


- Tá se sentindo melhor? – James perguntou após esse tempo.


- Acho que sim – ela sorriu; claro que não estava, mas quem se importa? Não poderia deixar James preocupado com isso – Quer comer alguma coisa? A gente podia fazer macarrão!


- Macarrão, Lene? – ele riu – Não, eu vou fazer alguma coisa mais... legal.


A menina se levantou e ele levantou em seguida. Ela o acompanhou até a cozinha, onde ele colocou o avental e começou a pegar as coisas que usaria. Marlene apenas o analisava fazer as coisas e esperava por qualquer tipo de ordem. Caso não pudesse ajudar, melhor seria não fazer nada e apenas assistir.


- Quer ajudar? – James perguntou após um tempo.


- Com certeza – ela se endireitou rapidamente.


Ele abriu um sorriso e a chamou. Explicou a ela pra mexer o molho enquanto ele cuidava do peixe. Marlene estranhou aquele molho branco, mas o cheiro era tão bom que ela se impediu de perguntar qualquer coisa.


Ficaram mais alguns minutos fazendo a comida. Aliás, bastantes minutos, alguns quarenta e cinco, talvez. Conversaram e riram durante esse período de tempo; não precisava de uma coisa específica pra que os dois tivessem assunto, pois qualquer coisa aleatória e de momento os fazia falar sobre meia hora. Quando a comida ficou finalmente pronta, James a arrumou pra por na mesa, enquanto Marlene arrumou a mesa, colocando pratos, copos e pano. Demorou pouco e estavam sentados um de frente pro outro, comendo o delicioso salmão que ele tinha preparado.


- James! – ela falou com a mão na boca, assim que deu a primeira garfada – Isso tá muito bom!


Ele apenas sorriu. Havia aprendido a cozinhar com a cozinheira de sua casa, quando ficava sem ter o que fazer, pois adorava isso. E como sua avó achava um charme um homem que soubesse cozinhar para uma mulher, incentivou o menino ao máximo que pôde.


- Aprecie o jantar então – piscou para a Marlene que riu um pouco e fez um sinal e uma cara como quem dizia “Com certeza”.


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Sirius olhava para os lados. A festa não estava nada mal pra primeira festa em que ele ia ali, mas ainda faltavam algumas coisas antes que ela ficasse do jeito perfeito.


A primeira delas, era olhar e analisar futuros compradores. Sabia que poderia estabelecer algum tipo de relação com Peter, seu colega de quarto, mas só uma pessoa não era o suficiente. Precisava olhar todos daquele lugar, ver quem consumia com freqüência - o que ele saberia dizer só de olhar - e depois planejar fazer negócio com todos eles, mesmo que esses já tivessem acordo com outros vendedores.


A segunda era, definitivamente, encontrar uma mulher. De preferência uma loira, pois ruiva ele já tinha a Evans e morenas estavam o estressando muito ultimamente. Sabia que Emmeline era loira, e ela parecia o tipo perfeito de Sirius: as que não querem saber dele. Mas era trabalho demais, e ele com certeza não queria ter trabalho nenhum. Já bastava falhar todos os dias no seu plano de conquistar a nerd esquisita do chalé. E ainda perdia praquele otário do Potter. Mulher é tudo interesseira, pensou. A porra do cara vai fazer direito, aí elas querem saber dele. Agora, se ele vai fazer música é outra história... Foi quando parou e notou: nunca havia comentado com Marlene que fazia faculdade de música, e já havia ouvido a morena tocar violino diversas vezes. Talvez conseguisse se aproximar dela com isso.


Um sorriso já estava em seus lábios quando notou a loira que se aproximava. A mesma mordia o lábio inferior e quase tropeçou ao chegar perto de Sirius; era tão óbvio que ela estava tonta a ponto de não lembrar o próprio nome. Agora sim a noite estava ficando divertida: Sirius tinha sua loira burra e fácil, já havia olhado os possíveis compradores enquanto pensava e havia ingerido Absolut e Red Label na quantidade perfeita para uma noite divertida.


Ele não era o único a se divertir naquela festa, de qualquer forma. Havia uma loira que conversava com alguns meninos, alguns da turma dos retardados – mas que ela parecia achar o máximo. Havia uma morena meio baixa e magra conversando animadamente com um dos caras que parecia fazer algo relacionado a esportes, um menino meio loiro bem perto fazendo sinais de aprovação para ela e logo se virando para olhar o seu alvo: um garotinho meio... alternativo.


Claro, havia também um outro, não tão em forma quanto as outras pessoas citadas a cima, mas ainda assim, não gordinho; este estava sentado com alguns amigos que havia feito agora. Inclusive, seus “amigos” eram os únicos que conseguiriam suportar o cheiro terrível – que era de uma mistura de coisas – que pairava naquele canto onde estavam.


Sinto que teremos todos uma ótima noite, IUPE!

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N/MMcK: Mais uma vez sem nota da beta, mas a culpa não é minha, ela não me mandou o capítulo DOIS até hoje! E eu não posso deixar vocês na mão, né. Eu já demorei séculos pra atualizar isso aqui, mas foi por provas.. Eu comecei a ir mal, daí tive que tirar um tempo pra estudar. Tudo vai voltar ao normal, vou tentar postar um capítulo por semana, no máximo! Espero que vocês estejam gostando da história. Aliás, admito que a falta de comentários me deixou meio com preguiça de escrever e postar, então, conto com vocês. Sem comentário a gente fica meio desanimado, né? É tensu Q.

Enfim, esse é o capítulo três. Perdoem os erros. Um dia, quem sabe, a beta não deixe algo por aqui (apesar deu duvidar muito). Beijócas, e até logo! 

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