Capítulo I



“Esqueça as mentiras,


pois tudo que importa é reviver.”


 


Capítulo I


Londres, 1833


Sempre que os membros da alta sociedade londrina comentavam sobre lorde e lady Malfoy, o senso comum era: o visconde e sua esposa não se suportavam. Mesmo a mais inexperiente das anfitriãs sabia que eles não podiam ser convidados para o mesmo jantar. Ninguém conseguia entender as razões que separaram o casal apenas seis meses após o casamento, e por que, passados oito anos, lady Malfoy ainda não dera a seu marido um herdeiro, como era usual.


Apesar de não haver nenhum herdeiro direto ao título do visconde, o contrato matrimonial de lorde e lady Malfoy não dava sinais de que seria quebrado por nenhuma das partes. Pelo menos não até 15 de março de 1833. Esse foi o dia em que a chegada de uma carta mudou tudo, pelo menos para o visconde.


A mensagem era urgente e foi entregue na residência dele em Londres por volta das onze horas da noite. Lorde Malfoy, porém, não se encontrava. No meio da alta temporada londrina, Draco Malfoy , assim como todos de sua posição social, se ocupava com a nada sagrada trindade masculina: bebida, jogo e mulheres.


Seus amigos, lorde Vicente Crabbe e sir Gregório Goyle o assistiam alegremente nessas atividades. Depois de várias horas de seu jogo predileto, chegaram ao Brook's pouco antes da meia-noite. Após a sexta garrafa de vinho, começaram a discutir onde deveriam pernoitar.


— Eu creio, Malfoy, que deveríamos ir ao baile da Sra. Black pelo menos por uma hora ou duas — disse Gregório. — Vicente e eu prometemos a ela que iríamos. Você sabe como a dama fica quando não aparecemos.


— Nesse caso, serei forçado a deixá-los. — Draco despejou mais um pouco de vinho em seu copo. — Hermione foi convidada para o baile e aceitou o convite. Portanto, sou forçado a declinar. Sabe muito bem que eu e minha mulher nunca comparecemos aos mesmos eventos.


— Nenhum cavalheiro comparece aos mesmos eventos que sua esposa, Gregório — esclareceu Vicente. — Por isso seria melhor que Malfoy explicasse que a verdadeira razão é a seguinte: Pansy Parkinson estará lá, e isso é sinal de confusão certa.


Draco quase teve vontade de rir. Sua mais recente amante não provocaria emoção alguma em Hermione, a não ser o mesmo desprezo que demonstrava por ele havia vários anos. Um final melancólico, visto que Draco se casara com uma linda e adorável jovem. Mas casamentos raramente davam certo, e ele já desistira do seu.


— A Srta. Parkinson é uma criatura adorável — acrescentou Gregório. — Pena que o romance tenha terminado.


Draco lembrou-se de como Pansy se tornara possessiva, exigindo coisas que não cabiam a uma amante exigir. Por isso, havia terminado com ela dois meses atrás, não sem antes pagar uma boa quantia pelo rompimento do contrato.


— Veremos o quanto Pansy é adorável, pois o fim do romance não foi nada amigável. Não hei de querer saber de mulheres tão cedo. — Draco tomou mais um gole.


— É o que sempre diz, meu amigo! — Vicente deu risada. — Mas essa resolução só dura até aparecer a próxima beldade. Você precisaria ter um harém.


— Uma mulher de cada vez já basta. Minhas duas últimas amantes me deram motivos de sobra para eu nunca mais pensar em romance.


A amante anterior a Pansy, a cantora de ópera Maria Allen, fez Draco se envolver num duelo em que acabou ferido no ombro pelo marido traído. O casal se separou, e Maria se tornou amante de lorde Dewhurst.


 


Pansy Parkinson, entretanto, não parecia disposta a encontrar um novo protetor. Continuava a escrever toda semana, implorando que Draco voltasse para ela. As respostas com recusas formais não a satisfizeram, e Pansy decidiu deixar a propriedade que ele lhe dera em Sussex para segui-lo até a capital. O visconde, porém, não tinha a menor intenção de revê-la.


— Não, não, meus amigos, mulheres são criaturas maravilhosas, mas cobram muito e de muitas maneiras. Pretendo passar este ano inteiro sem nenhuma amante.


— O ano inteiro, Draco? — Vicente meneou a cabeça, incrédulo. — Estamos apenas em março. Você ama demais o sexo frágil para ficar tanto tempo longe.


Draco se recostou no espaldar e ergueu seu copo.


— Só porque um homem não tem uma amante não quer dizer que não goste mais de mulheres.


Seus amigos deram boas risadas e decidiram que aquele era um bom pretexto para brindar. Voltaram a encher os copos e brindaram várias vezes às damas de todas as categorias. Em menos de cinco minutos, outra garrafa foi esvaziada.


— Olhe, Malfoy! — Vicente ficou sério de repente. — Aquele não é um de seus empregados?


Draco seguiu o olhar do amigo e viu um de seus criados à soleira, perscrutando ansiosamente para dentro do salão lotado. Ao ver o patrão, o rapaz se apressou a entregar-lhe uma correspondência.


—É uma carta expressa, senhor, vinda do Norte. O Sr. Pershing ficou preocupado e me mandou entregá-la de imediato.


As cartas expressas costumavam trazer más notícias. Draco pensou logo em Malfoy Park, sua propriedade no norte do país. Quando deparou com a caligrafia, contudo, constatou que não era a de seu administrador, mas de Constance, esposa de seu primo, o que significava que as más notícias eram assunto de família. Sua apreensão aumentou ainda mais quando quebrou o selo e desdobrou a única folha.


A missiva continha apenas quatro linhas; a tinta estava manchada de lágrimas. As novas eram piores do que ele poderia ter imaginado. Continuou olhando para as palavras, lendo e relendo, sem poder acreditar. Não podia ser verdade.


— Percy. Oh! Meu Deus! Percy!


A dor parecia insuportável. Tentou entender o que aquela notícia significava, o que teria de fazer, mas só o que lhe ocorria era que deixara passar um ano inteiro sem visitar seu primo e melhor amigo... e agora era tarde demais.


— Malfoy? — A voz preocupada de Vicente trouxe-o de volta à realidade.


Draco dobrou o papel e o colocou no bolso. Lutando para se controlar, fitou o criado, que esperava ansioso por suas ordens.


— Prepare minha carruagem neste instante.


— Pois não, mi lorde. O empregado partiu.


Seus amigos continuavam a estudá-lo, preocupados. Nenhum deles fez pergunta alguma, nem Draco pronunciou mais nenhuma palavra. Apanhou o copo e engoliu o restante do vinho, tentando se recuperar.


Mais tarde, disse a si mesmo, tentando ignorar a dor. Deixaria para sofrer depois. Naquele momento, tinha de pensar no efeito que aquilo teria sobre suas propriedades. Elas tinham de vir em primeiro lugar; sempre fora assim.


Afastou a cadeira e ficou de pé.


— Perdão, cavalheiros, mas tenho de deixá-los. Negócios urgentes exigem minha presença. — Draco se curvou, afastou-se da mesa e partiu.


Meia hora depois, Stephens, o camareiro, arrumava os pertences. Hermione tinha de saber do ocorrido.


O encontro ia ser difícil. Sua esposa era uma mulher de fortes paixões, e a mais intensa delas era o ódio declarado que nutria por ele. Sabia que Hermione abominava qualquer possível encontro entre os dois, mas daquela vez seria inevitável. A vida de Hermione seria profundamente alterada pelas notícias que estava a ponto de receber.


A chegada de Draco, sem dúvida, causaria muitos comentários, pois nem ele nem Hermione se incomodavam em manter as aparências. Não era segredo para ninguém que aquela era uma união de conveniência, e que assim permanecia havia mais de oito anos. No entanto, isso ia mudar, Draco jurou para si mesmo no momento em que entrava na mansão de lorde Black.


Apesar da multidão que se apertava no salão e do fato de sua esposa não ser muito alta, Draco a encontrou com facilidade. Hermione usava um vestido de seda cor-de-rosa, mas, mesmo que não estivesse usando sua cor predileta, ele a acharia do mesmo jeito. Decerto por causa dos cabelos castanhos com alguns fios dourados  brilhando à luz dos castiçais, que sempre o faziam lembrar-se da luz do sol.


Hermione estava de costas para ele, mas não importava. Draco conhecia cada centímetro daquele rosto, o formato oval, os grandes olhos amendoados com cílios espessos, as covinhas na face quando sorria. Nem sabia como podia se lembrar disso, pois fazia muitos anos que não a via sorrir. Mas Draco se lembrava. Hermione tinha um sorriso que parecia abrir as portas do Paraíso. Todavia, era capaz também de tanto sarcasmo que poderia mandar alguém para o inferno. Draco conhecera os dois destinos.


Alguns convidados se envolviam com a dança; outros se distraíam apenas observando os casais dançarem. Assim, levou algum tempo até que sua presença fosse notada. Quando aconteceu, a quadrilha se desorganizou, pois os casais ficaram ocupados demais olhando para ele, em vez de atentar para os intricados passos. Logo em seguida, os músicos pararam de tocar, a conversa se transformou num silêncio desajeitado e começaram a circular murmúrios de especulação pela sala. Reações inevitáveis, pois havia muitos anos lorde e lady Malfoy não compareciam ao mesmo evento social.


Draco observou sua esposa se voltando para ele. Quase perdeu o fôlego, aturdido, como sempre, pela beleza de seu rosto e a perfeição de seu corpo. Embora não a visse por quase um ano, Hermione continuava tão linda quanto da última vez.


Quando Draco caminhou em sua direção, ela não teve escolha a não ser agir como a viscondessa e cumprimentá-lo com polidez.


— Malfoy! — exclamou, surpresa, oferecendo a mão para que ele a beijasse.


O visconde tocou com os lábios a mãozinha estendida e ofereceu-lhe o braço. Hermione hesitou, mas, passado um momento, apoiou-se no marido e tratou de arrastá-lo para um local mais reservado.


— Por que veio até aqui depois de ter declinado do convite? — perguntou, zangada.


— Por uma razão que não pode ser explicada em público. Todos nos olham.


— Se isso o incomoda, pode ir embora — sugeriu ela  ao observar o olhar que uma bela jovem de cabelos negros, vestida de verde, dirigia a seu marido.


Embora Draco fingisse não tê-la visto, Hermione compreendeu que o pior de seus pesadelos estava se repetindo.


— Quer dizer que Pansy Parkinson é o motivo pelo qual veio até aqui. As pessoas diziam que você tinha terminado com ela, mas parece que não é bem assim. Será que não se cansa de me humilhar?


— Eu vivo para isso, querida. E arranco asas de moscas também, mas prefiro torturar filhotes de gatos.


Ela quase explodiu de ira e tentou se afastar, mas Draco não permitiu.


— Pare de tentar provocar uma briga e ouça-me. Tenho negócios urgentes a resolver no Norte, e quero discuti-los com você em particular.


— Ter um encontro privado com você? Jamais!


— Mas é importante, Hermione, porque a envolve. Ela se voltou e, embora relutante, concordou:


— Muito bem, então. Mas terá de esperar. Estou comprometida para a próxima dança.


Quando Hermione se afastou, Draco apertou a carta em seu bolso, pensando em seu significado. Se a animosidade de sua mulher fosse tão grande quanto parecia, sua vida acabara de se transformar num inferno.


Por que ele viera? A pergunta continuava na cabeça de Hermione, que girava pelo salão, tentando se concentrar nos passos da dança.


Havia anos Draco não sentia necessidade de discutir nada com ela. O que teria para conversar agora, e por que aquela noite?


Quando a música terminou, seu olhar buscou pelo marido no meio da multidão, quase sem acreditar que ele estava mesmo ali. Encontrou-o num animado grupo, rindo e conversando como se fosse a coisa mais natural. Uma pontada da antiga dor calou fundo em seu coração, uma dor que Hermione acreditava já ter superado.


Tentou recuperar o escudo de gelo que a protegera das mentiras dele e de suas amantes. Podia ouvir os comentários sobre a presença de seu marido e de Pansy Parkinson no mesmo local. No dia seguinte, em toda a Londres, não se falaria de outro assunto.


Hermione mal voltara para perto do duque de Tremore, seu irmão, e de sua cunhada Luna, quando Draco chegou e a conduziu até a biblioteca de lorde Black. Assim que as portas se fecharam, ele foi direto ao assunto:


— Percy está morto. E também o filho dele. Hermione levou a mão ao peito, tamanho o choque.


— Como? O que houve?!


— Escarlatina. Uma epidemia devastadora se abateu em Shropshire. Acabei de receber uma carta expressa.


Incapaz de assimilar a infausta notícia, Hermione balançava a cabeça, pensando no que acontecera a Percival Malfoy, o primo e melhor amigo de seu marido. Num gesto instintivo, aproximou-se e tocou-lhe o braço.


— Sinto muito. Sei que ele era como um irmão para você. Draco se desvencilhou, como se aquele toque o queimasse, e se virou de costas, imaginando por que Hermione teria expressado solidariedade.


— Tenho de ir a Whitechurch para os funerais.


— E está aqui para me pedir para acompanhá-lo...


— Deus! Claro que não! Jamais lhe pediria isso. Você nunca teve escarlatina e, com essa epidemia, poderia adoecer.


Hermione soube, então, que deveria haver mais alguma coisa, pois, se fosse apenas para comunicar-lhe a morte do primo, Draco poderia ter enviado um mensageiro.


— Foi para isso que veio? Para me contar pessoalmente? — arriscou.


Draco tornou a olhá-la.


— O filho de Percy também faleceu, Hermione, e isso muda tudo. Você deveria perceber.


O impacto daquelas palavras a atingiram com a força de um furacão. Incapaz de disfarçar a vertigem de que foi tomada, tentou argumentar:


— Por quê? Você tem outro primo. Bertram também é um Malfoy, e herdará o título e as propriedades no lugar de Percy.


— Bertie, aquele inútil? Ele não é capaz de dar um nó na própria gravata. Por causa de nossas brigas, eu me resignei-a deixar o que é meu aos cuidados de Percy, pois sabia que ele o faria tão bem quanto eu, assim como o filho dele. Mas Bertie é totalmente diferente. É desleixado e esbanjador, como meu pai. Seria um desastre total se ele, algum dia, viesse a pôr suas mãos ambiciosas sobre Malfoy Park, Enderby ou qualquer outra de minhas propriedades.


— Será que esta discussão não pode esperar até seu retorno? — Hermione tinha esperança de mudar de assunto, até que pudesse raciocinar melhor. — Seu primo está morto. Não podemos, ao menos, chorar por ele? Temos de discutir sobre a herança agora?


A fisionomia de Draco se tomou implacável, fato raro em alguém conhecido pelo charme e bom humor.


—Meu principal dever é com minhas propriedades, Hermione. Bertie me arruinaria, gastando até meu último centavo e destruindo nove anos de meu trabalho. Não deixarei que isso aconteça. Quando eu voltar de Shropshire, nossa separação vai acabar. Você será minha esposa, não só no sentido legal, mas também no sentido literal e moral do termo.


— Sentido moral? — Tomada de fúria e desespero, Hermione levou alguns segundos para tornar a falar: — Você falando em "senso moral"? É algum tipo de piada?!


— Não tenho tempo para discussões hoje. As circunstâncias exigem uma conversa sobre deveres e obrigações, e isso nem sempre é agradável.


— Draco, o que seus deveres têm a ver comigo? No entanto, ela sabia a resposta.


— Estou falando de seu dever como minha esposa e como viscondessa.


Um zumbido se instalou no cérebro de Hermione, que pensou que fosse desmaiar pela primeira vez na vida.


— Sim — disse Draco, como se a mente dela fosse um livro aberto. — Sei como me despreza, como não suporta que eu a toque, mas preciso de um filho, Hermione, e pretendo ter um, custe o que custar.


Que Deus tivesse piedade dela, mas Draco estava falando sério. Hermione olhava para o marido, assustada, as palavras martelando em sua cabeça.


Draco queria um herdeiro. Agora, depois de todos esses anos, resolvia querer um herdeiro. Depois de toda a dor e humilhação por que Hermione pássara, a censura social e a culpa por não ter lhe dado um filho antes. Após todas as amantes que o marido tivera, como esperava tê-la de volta ao leito conjugal?


— Nem em um milhão de anos! — Hermione lhe deu as costas, para sair.


Draco colocou as mãos em seus ombros para detê-la.


— Um herdeiro agora é crucial, Hermione, e você sabe disso. Sem Percy, se torna necessário que eu tenha um filho.


— Você já tem um. Todos sabem que o caçula de lady Darwin é seu.


— É o que se diz, mas lhe asseguro que é mentira. Hermione fez um esgar de deboche e incredulidade, e ele continuou:


— E mesmo que fosse, isso não significaria nada. Eu preciso de um filho legítimo.


— Pouco me importa do que precisa, Draco!


— Quer goste, quer não, você é minha esposa, eu sou seu marido e as circunstâncias nos obrigam a fazer o que se espera de nós.


— As circunstâncias não me obrigam a nada. Nosso casamento é uma farsa e sempre foi. Não vejo motivo para que isso mude.


— Sério? Você é uma dama da sociedade, a irmã de um duque e esposa de um visconde. Não é uma qualquer e conhece as regras que regem nossas existências.


Hermione sustentou o olhar dele com a mesma determinação, e não se intimidou.


— Posso ser sua esposa no papel, mas não serei de fato. Às favas com as regras e com as circunstâncias. Às favas você!


— Ainda que contra sua vontade, nós voltaremos a viver juntos quando eu voltar do Norte. Pode escolher onde prefere morar, se na casa de campo em Chiswick ou em minha mansão em Bloomsbury Square. Se escolher a residência da cidade, avise Pershing para que ele leve seus pertences para lá, enquanto estou fora.


— Você e eu sob o mesmo teto? Deus tenha piedade!


— Sim, Hermione, sob o mesmo teto, a mesma sala de jantar. —- Então, Draco fez uma pausa e completou com um olhar cheio de significados. — E na mesma cama.


— Se acha... se realmente acredita... se...


A idéia de tomar a fazer amor com ele depois de todas as amantes que o marido tivera era insuportável. Assim, Hermione respirou fundo e disparou:


— Se passa por sua cabeça que permitirei que me toque de novo, deve estar louco!


— Pode ser uma lástima para você, mas esse é o único jeito de se fazerem os bebês. Não há loucura nenhuma nisso. Casais se amam todos os dias e, a partir de agora, nós os imitaremos. — Draco fez uma reverência e se virou para a saída.


— Ah, como eu o desprezo!


— Obrigado por me informar. Ainda não tinha percebido. — Ele parou à soleira, com a mão na maçaneta, e a fitou de soslaio.


O rosto dele estava de perfil, a cabeça baixa e uma mecha de cabelo caída na testa. Quando a encarou, não havia nenhum sorriso sarcástico em seus lábios e, quando falou, não surgiu nenhum sinal de ironia em sua voz:


—Nunca quis magoá-la, Hermione. Queria muito que pudesse acreditar em mim.


Se ele não fosse o canalha que era, ela poderia jurar ter visto um pouco de sinceridade naquele olhar. Mas Draco era um mentiroso, e nunca a amara.


— Não pode estar falando sério. Sabe que o odeio e, mesmo assim, espera que o receba em meu leito?


— Bem, a cama é o lugar mais confortável, entretanto, se tiver outra sugestão, estou propenso a aceitar. Faz muito tempo, mas lembro que fazer amor em lugares estranhos era um de nossos passatempos prediletos.


Antes que Hermione pudesse responder, ele partiu. Sentia tanta raiva que não podia acreditar que o tivesse amado um dia.


Quando conhecera Draco Malfoy nove anos atrás, tudo parecia um romance perfeito. Ele tinha vinte e seis anos e era o homem mais simpático que jamais conhecera. Era dono de um corpo atlético e olhos de cor cinza, e acabara de receber seu título de nobreza. Contudo, se fosse um comerciante, e não um visconde, não teria feito a menor diferença. Aos dezessete anos, Hermione se apaixonou perdidamente por ele.


Detestava admitir, mas Draco era ainda mais atraente agora do que antes. Ao contrário dos outros cavalheiros na faixa dos trinta, a maturidade o tornara ainda mais forte, e havia apenas alguns fios de cabelo branco em sua fronte. Os olhos mostravam o mesmo tom de conhaque, só que agora surgiram marcas ao redor deles; marcas do riso que outras mulheres lhe proporcionaram. Tantas outras...


Draco dizia que a amava, mas era tudo mentira. Não se casara com ela por amor, mas por dinheiro. Todo o amor de Hermione desperdiçado com um homem que só precisava de uma esposa rica para resolver suas questões financeiras e cujo coração jamais lhe pertencera.


Bem, tudo aquilo pertencia ao passado. Fazia anos que aceitara seu destino. Enquanto o marido colecionava aventuras, ela construíra uma vida própria, com trabalhos de caridade, bons amigos e tranqüilidade. Uma vida que não o incluía. E ela não iria permitir que isso mudasse.




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Hêee Primeiro Capítuloo. \o/
Bem, esse é um livro de mesmo nome que amei ler, sendo que é pouco conhecido e difícil de se encontar.Portanto uma maneira de todos poderem conhecer, resolvi publica-lo como Fic para que vocês possam aprecia-lo como eu. =D Enquanto isso to produzindo minhas reais Fic's , sendo que cês sabem né, tem coisa que demoooora =\ Enfim é isso, gostaria que vocês comentassem o que acharam, se gostaram, suas opiniões, pois esse tipo de livros me encantam XD e quero saber se vocês também gostam, ai acabam me dando umas inspirações para as minhas fic's hihihihi =P

Há, não pretendo demorar nos posts, provavelmente nos finais de semana vou está por aqui, ao todo são uns 11 capítulos =] 

Já agradecendo os comentários de lizaaa e Mione03

Vou providenciar um Draco Loirão ! hauhauah

Beijão =*

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