Investigação e Amor III



Capítulo 6 - Investigação e Amor III


- Oras! Eu nada disse sobre ele que não nos salte aos olhos. - retrucou Gabi. As três amigas estavam tomando chá e discutindo sobre Dan e Henry.


- Não acusamo-la, Gabi. Apenas dissemos que ficastes muito empolgada com o Sr. Miller. - tentou amenizar Helene.


- Não fiquei! - exasperou-se Gabi.


- Ahh, ficastes sim. - insistiu Linda.


- Aff! Vós deixais-me exasperada.


- Pois não te aflijas, Gabi. Não há de que envergonhar-se. Ele é realmente muito bem apessoado.


- Assim como o Sr. Payne, não Lene?!


- Sim, Lin. Ele também é muito bem apessoado.


- Se nossos pais nos pegam falando sobre este assunto nos tiram as línguas. - sentenciou Gabi, sem perceber a troca de olhares entre Helene e Linda.


- Por que deveria ser um assunto proibido? - perguntou Linda petulante.


- Por quê? Eles são aventureiros. Não querem outra coisa que não seja deixar moças com as vidas desgraçadas.


- Nem todos precisam ser assim Gabrielle. - disse Helene seriamente perturbada pela última afirmação da amiga. Gabi ia retrucar quando uma coruja pousou no braço da cadeira em que Helene estava. Assim que esta pegou a carta a coruja levantou vôo.


   “Morena,


Espero que possas comparecer em minha cabana hoje para o almoço.


                                                                           Com amor,


                                                                                    H.P.


P.S.: Dan irá, voluntariamente, retirar-se


por tempo indeterminado.”


- Meninas, infelizmente eu terei de deixá-las. Havia me esquecido que prometi a Sra. Langdon que iria ajudá-la no bordado esta tarde e ela me manda um convite para que almoce com ela.


- Sinceramente, Helene, sei que gostas de ajudar aos outros, mas a Sra. Langdon já é castigo. Estais a pagar alguma promessa?


- Eu gosto dela Gabi. E além do mais a pobre senhora se sente sozinha agora que Nicolas ingressou na guarda.


- Mesmo assim ainda é a mesma coisa que pagar penitência.


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Daniel estava deitado debaixo de um carvalho após ter sido expulso da cabana de Henry, quando viu uma ruiva muito bonita caminhando sozinha. Sorriu de canto e dirigiu-se para onde a ruiva estava.


- Não deverias andar sozinha e desprotegida. - disse-lhe ao pé d'ouvido. Gabi virou-se assustada.


- E tu não deverias assustar moças sozinhas. - Dan riu perante o olhar desafiador da moça. - Além do mais, quem disse que estou desprotegida? - sacou rapidamente a varinha e encostou-a no pescoço de Dan. Este impressionou-se deveras.


- Tomarei mais cuidado ao julgar alguém da próxima vez.


- É bom. - então, num movimento rápido, ele girou-lhe a mão que empunhava a varinha prendendo-a de encontro a seu peito.


- Precisas aprender a meter-te com quem podes e a tomar cuidado com os que não. - Gabi gemeu tentando soltar-se. - Eu irei solta-la se prometer-me que não revidará. Prometes? - Gabi balançou a cabeça afirmativamente. Dan soltou-a e no mesmo instante ela virou-se e acertou-o com um soco no nariz. Dan caiu no chão segurando o nariz quebrado e gemendo de dor. Gabi abaixou-se perto dele e sussurrou em seu ouvido.


- Precisas aprender que nunca deves acreditar no inimigo. - num movimento ágil ela se viu presa debaixo dele. Dan sorriu maliciosamente. Ela notou que ele já havia curado o nariz e sem varinha.


- Você realmente surpreende, pequena. - ficaram se olhando. Os olhos chocolate nos cinza. Dan foi se aproximando devagar. - Não me desculparei por isso. - sussurrou.


- E quem disse que eu quero que te desculpes. - respondeu Gabi do mesmo modo e venceu a distância entre suas bocas.


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- Hoje à noite, eu e Dan vamos atrás de um trabalho. - os dois estavam abraçados sentados à mesa, após o almoço.


- Mas... Não é arriscado demais? - Henry passou a mão delicadamente em seu rosto e ela fechou os olhos e suspirou.


- Não mentir-lhe-ei, morena. É bastante arriscado. Sempre é. Mas eu tomarei excessivo cuidado. E Dan estará comigo. 


- Achas que há qualquer risco, por mínimo que seja, de machucai-vos? - Henry a puxou para si e a beijou.


- Nada acontecer-me-á. - ela olhou profundamente em seus olhos procurando saber se ele lhe mentiria para aliviar a dor.


- Promete-me? - os olhos de Helene estavam turvos de medo. Houve um momento de silêncio até que Henry suspirou e passou a mão pelos cabelos, frustrado.


- Não posso. Não seria justo contigo. - as lágrimas transbordaram dos olhos antes que Helene conseguisse sequer perceber. Henry puxou-a para seus braços enquanto ela soluçava. - Por favor, não chores, morena.


- Não quero perdê-lo. Não agora. - Henry suspirou e, pela primeira vez, gostaria de ainda ser o rapaz despreocupado vivendo em seu castelo com os pais.


- Pense que eu já executei muitos trabalhos e estou aqui hoje. São e salvo. - tentou passar-lhe o máximo de confiança.


- Desculpem-me. Sei que estou a interromper, mas preciso falar com vocês. - Dan falara tão rápido e estava tão aéreo que nem notara as lágrimas no rosto de Helene.


- Dan não é o melhor... - começou Henry ao que foi cortado por Helene.


- Pode falar, Dan. - então Dan percebeu o rosto inchado e vermelho de Helene.


- Não, Helene. Desculpe. Eu não a vi chorando.


- Não, digo eu. Conte-nos o que queria. - Dan sorriu amavelmente para Helene enquanto ela secava as lágrimas e apoiava a cabeça no ombro de Henry.


- Estava até agora a beijar Gabrielle. - Helene soltou um gritinho, entusiasmada, e Henry apenas sorriu para o amigo.


- Só isso?! Passei a tarde fazendo o mesmo. - Helene deu-lhe um tapa brincalhão no ombro.


- Pois eu acho uma ótima notícia. Notei algo entre vocês desde a primeira vez que se viram.


- Bom, eu não sou tão romântico, mas também senti algo em relação a ela. - Henry sorriu maroto.


- Acho que não serei o único a me assentar.


- Merlin me livre! - disse Dan benzendo-se. Henry e Helene riram do pavor do amigo.


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- Ok. Agora eu estou começando a me preocupar. - já era noite e Henry e Dan estavam deitados numa colina, cobertos pelo mato, expiando o acampamento de bruxos e lobos. Eram, em média, uns 40 homens. Deixaram Nyx e Éter amarrados em uma árvore mais afastada.


- Ainda nem casou e já amoleceu. - debochou Dan.


- Só estou sendo cuidadoso. Poderia ir até lá sozinho. - Dan fez um barulho de deboche com a boca.


- Por isso me chamastes?


- Ora Dan, Cale a boca. - continuaram observando até que Dan percebeu uma movimentação.


- Henry, acho melhor irmos embora. - Dan ergueu-se e Henry seguiu o amigo.


- Quem está mole agora? - Henry olhou para a expressão de Dan e mudou a sua de debochada para preocupada. - O que aconteceu?


- Olhe ali. - apontou onde antes vira a movimentação, mas não havia nada.


- O que eu deveria ver, Dan?


- Eu...


- Dan... - Henry viu o facho de luz vermelho antes de sentir a consciência abandoná-lo aos poucos.


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Seus olhos começaram a abrir. Ele sentia dor. Dor por pressão, ele reconheceu, quando se é mantido amarrado por muito tempo.


- Da... - tentou, mas a voz saiu baixa e rouca. A garganta estava seca. Engoliu a saliva e tentou novamente. - Dan? - sussurrou e sentiu o loiro acordar em suas costas e tentar se mover.


- Por que parece que dormi em uma cama de toras?


- Então dormimos juntos. - continuou sussurrando. Dan soltou um riso rápido. - E fale baixo. - repreendeu-o.


- Nos teus sonhos, Henry. - disse agora sussurrando assim como o amigo. Henry revirou os olhos.


- Até agora contei sete. Dois lobos, cinco bruxos.


- Do meu lado não tem ninguém.


- Para onde foi o resto?


- Não sei, mas não quero pensar nisso agora. Já tem algum plano?


- Sair daqui e matar a todos.


- Isso não é um plano, Henry, isso é o básico. - Henry deu de ombros e Dan revirou os olhos. - Já achou as espadas?


- Não consigo vê-las, mas tenho certeza de que estão dentro da barraca grande que é guardada pelos lobos.


- Previsível. - comentou Dan. - Então, qual seu plano?


- Por que você não elabora um pra variar?! - Henry disse mais alto, exasperado.


- Porque você me botou nessa e é melhor me TIRAR DAQUI! - ao final Dan gritara e atraíra a atenção dos bruxos que estavam sentados jogando. Dois deles levantaram e andaram em direção a eles. Dan e Henry olharam-se apreensivos.


- Viu o que você fez seu IMBECIL.


- Agora a culpa é MINHA?! VOCÊ QUE NUNCA USA A CAB...


- QUIETOS! - gritou um dos bruxos e chegou bem perto de Dan. - Ninguém aqui quer ouvi-los. Muito menos as suas briguinhas. Se estão com tanta pressa de morrer - começou a desembainhar a espada. - eu mesmo posso providenciar isso. - a próxima coisa que sentiu foi o joelho de Dan em suas partes baixas. Quando ele curvou-se de dor Dan chutou-lhe a mão e a espada voou e Dan e Henry soltaram as cordas que antes seguravam. Henry socou o nariz do bruxo e puxou sua espada da bainha, logo cortando-lhe a barriga. Dan pegara a espada antes que esta caísse no chão e arrancou a cabeça do outro bruxo.


- Bom plano. Mas não foi original. - viram os outros três bruxos que ainda jogavam levantar-se e correrem em sua direção. Começaram a lançar todo tipo de feitiço e Henry e Dan simplesmente desviavam-lhes com as espadas ou desviavam-se. - Já usamos o mesmo plano na Espanha. - o primeiro bruxo que os alcançou teve a garganta atravessada pela espada de Henry.


- Na Espanha nós não estávamos amarrados. - Henry desviou-se para a direita quando a espada passou raspando em sua camisa. Dan acabara de saltar para trás impedindo-se ter a espada transpassada na barriga. - Fingimo-nos de bêbados brigando por uma prostituta para atrair a atenção daqueles vampiros. - Dan chutou a barriga do bruxo, este dobrou-se e teve a espada cravada nas costas. Com um movimento perfeito, Henry arrancou metade da cabeça do outro bruxo.


- É verdade. - encaminharam-se para a barraca e os lobos arreganharam os dentes. - Ainda bem que é dia. No três? - Henry assentiu.


- 1.


- 3. - Dan saiu correndo e Henry revirou os olhos e sorriu antes de seguir o amigo. O lobo que avançara para Dan chutou-o na barriga e ele voou quase quatro metros para trás. Henry virou-se para ajudá-lo, mas teve que desviar-se rapidamente de um punho que viria de encontro a seu rosto. Voltou-se para encarar o adversário e deu de cara com seu peito. Olhou para cima e percebeu, com uma pontinha de apreensão, que ele teria mais de dois metros de altura fácil.


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Dan sentou-se ainda zonzo e só teve tempo de dar uma cambalhota para trás evitando ser pisado pelo lobisomem. Depois de estar em pé, recebeu um soco no ombro, que fora mirado em seu rosto. Cambaleou para trás, mas se manteve em pé. Quando viu o punho novamente vindo em sua direção virou a mão para ele. - AVADA KEDAVRA! - o raio verde atingiu o lobo no rosto e este foi jogado para trás. Dan fechou os olhos enquanto caia de costas, esgotado.


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Henry já tinha um corte profundo na sobrancelha, resultado de um soco que o atordoara, e o tornozelo fraturado. Estava apoiado na espada para não botar peso no tornozelo e retomando o ar enquanto o lobo se recuperava do feitiço Impedimenta. Quando o imenso lobisomem partiu para cima dele, Henry ergueu a espada horizontalmente na altura do pescoço. No último segundo Henry girou para a esquerda e, continuando o giro, decepou a cabeça do lobo pela nuca. Respirou fundo, fechou os olhos e caiu de joelhos ainda segurando a espada. Curou o tornozelo apenas pressionando a mão no local lesionado.


- Resolvi não atrapalhá-lo. - disse Dan estendendo a mão a Henry, já havia curado o ombro quebrado. Ele aceitou e sorriu debochado. - Aqui. Sua espada. - estendeu-lhe-a.


- Obrigada. - agradeceu-lhe pegando-a. - Ficastes é com medo de enfrentar outro lobo. - Dan bufou revoltado.


- Eu já havia me livrado do meu. Tu tens que aprender a lidar com teus próprios problemas. - resmungou fingidamente irritado.


- E eu lidei. - disse Henry fingindo-se de superior. Ele curou o corte na sobrancelha. - Sabe, eu acho que esses lobisomens tomaram algo que os deixou mais fortes.


- Também pensei nisso quando levei um chute que me fez voar longe e ver estrelas.


- Ainda estou preocupado com o resto do bando. E estou com um mau pressentimento.


- Vamos voltar para a cabana. - pegaram Éter e Nyx e seguiram de volta.


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Chegaram à colina e Henry olhou automaticamente para o castelo de Helene. Tudo tranqüilo. Olhou em seguida para o de Werneck. Seus olhos arregalaram-se de terror. "Que diabos...?"


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N/A: Apesar de estar chateada pela falta de coments, resolvi postar por mim. Porque eu quero que vocês conheçam a história toda. Mesmo que não comentem. Porque eu tenha esperança de que leiam e isso é suficiente. Saber que pessoas do Brasil todo podem ler o que eu escrevo.


Rosana: Tu pode não saber, mas é tu que me faz não desistir às vezes. Muito obrigada por sempre comentar e levantar minha moral. Espero que tenha gostado do cap. Bjão.


MiSyroff: Obrigada! Tbm amo Smalville. Ok! Vou esperar ansiosamente que termine para poder me dizer o que acha dela. Tbm já me disse isso. Muitas vezes. E tbm sei o quanto é frustrante. Obrigada pela compreensão. Espero de verdade que goste da fic. Bjão.

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