Lar doce lar



05.01.10 - 12h:26min


Quando estou na EMABRUC, me sinto em casa. É tão bom estar no lugar que eu pertenço e junto com pessoas que, assim como eu, tem uma vida inteira pela frente cheia de novidades. Além disso, meus amigos e eu sabemos que nenhum de nós vai julgar o outro pelo modo como se veste, pelas besteiras que fala ou pelas ideias mirabolantes que tem. Nosso lema é "Curta cada momento como se fosse o último" e é exatamente isso que fazemos, com muito orgulho.


Agora deixa eu contar como foi a ida para cá, as confusões no Porto de Embarque e quem eu encontrei no porão!


Minha família e eu acordamos por volta das 7h e 30min da manhã, já que o navio iria partir as 10h. Tomamos café da manhã (torradas, frutas e leite), nos arrumamos (eu coloquei uma calça jeans azul escuro, uma blusa de manga comprida bem justa lilás, meu All Star branco, uma corrente banhada a prata com um város pinjentes que vai até a altura do peito e o meu cabelo eu resolvi prender, já que acordei com ele super armado e fiquei sem tempo e sem paciência para fazer uma chapinha decente). Depois de sair de casa e fazer toda aquela história de limpar uma pichação, entramos na Avenida Secreta, que por sinal, estava abarrotada de gente. Meus pais se despediram do Michael que iria aparatar para o Aeroporto de Embarque em direção a faculdade (mal posso esperar para entrar para faculdade e trocar o navio por um avião como meio de locomoção bruxo obrigatório) e logo em seguida, aparatamos juntos (não posso aparatar sozinha pois não tenho 17 anos ainda) e chegamos no Porto de Embarque, onde meus pais deveriam me entregar as malas, se despedir de mim e me deixar embarcar.


No entanto, a última parte do "me deixar embarcar" não pôde ser concluída com êxito, pois tivemos que ficar aguardando 45 minutos do lado de fora do navio devido ao fato de que uma grande quantidade de Escamaris, que são uma espécie de conchas vivas que se grudam em superfícies lisas e submersas de baixo d'água, estavam grudados no navio, consequentemente     trancando a passagem. Por isso, foi necessário que o capitão e mais três bruxos da tripulação conjurassem alguns feitiços para acabar com aquelas pestes. Nesse meio tempo, eu fui obrigada a ouvir a discussão de meus pais sobre como as coisas mudaram desde os tempos deles, já que não encontrei nenhum de meus amigos para me salvar dali.


Porém, assim que o problema foi resolvido, eu me despedi do Sr. e da Sra. McBride e corri o mais rápido possível para dentro do navio. Como era de se esperar, quando entrei lá não encontrei nenhum de meus amigos novamente, só alguns conhecidos que passaram reto por mim. Tentei achar alguém para levar minhas malas para o porão como sempre acontecia, porém estavam todos ocupados, de modo que resolvi levar eu mesma minha bagagem para lá, já que ficar andando de um lado para o outro com elas estava fora dos meus planos.     


Atravessei todo o primeiro andar do navio em direção ao elevador de serviço, fiquei esperando uns 10 minutos até o mesmo chegar e finalmente, consegui me deslocar até o porão. Ao contrário do restante do navio, o porão é um local nada agradável, pois além de conter ratos (sim, ratos e ratazanas nojentos e asquerosos), é fedorento (isso já era de se esperar devido aos ratos) e apertado, afinal, lá ficam guardadas as malas de todos os alunos da EMABRUC.


Aquele definitivamente não era o meu dia de sorte, e eu só reforçei minha teoria de que era uma azarada quando tentei ser uma boa pessoa e poupar espaço, colocando minhas malas em cima de dois cachões (não pergunte para mim o que havia naqueles cachões, porque eu não faço a mínima ideia) até que eu tropeçei em uma bolsa e deixei cair um monte de coisas que estavam empilhadas, inclusive as minhas malas e os dois cachões.


- Você está bem? - perguntou uma voz masculina familiar, porém não totalmente conhecida. Essa pessoa me estendeu a mão e me ajudou a levantar, porém eu ainda não havia conseguido virar e ver quem de fato estava ali. Até que eu me deparei com duas esmeraldas verdes meio escondidas por leves cachinhos castanhos.


- Nolan? - perguntei quase que num engasgo - O que está fazendo aqui?


- Bom dia pra você também, Julia. - disse ele com um leve sorriso.


- Ah, oi. - Tudo bem que eu estava afim do amigo dele, mas aquele sorriso me fez estremecer -  Obrigada por me ajudar, eu acho que acabei caindo. - Odeio quando fico intimidada pela beleza de um menino a ponto de começar a não falar coisa com coisa.


- É, você realmente caiu... - concordou Nolan estreitando os olhos - Mas não há de que.


Eu não sabia o que dizer, então sorri debilmente.


- Agora é a minha vez de lhe fazer uma pergunta, - começou ele - você estuda aqui ou está pretendendo roubar as malas dos alunos?


- Não, não... - respondi rindo - Eu estudo aqui. - Nolan fingiu estar desconfiado de mim - Eu juro. - Ele relaxou e abriu mais uma vez um sorriso perfeito. - Mas e você? Estuda aqui ou foi pago para ajudar garotas indefesas a se levantarem?


- Vou começar a estudar aqui na verdade, - respondeu - me mudei de Vancouver na metade desse ano, ou melhor, ano passado. Início de ano me deixa meio zonzo, sabe?


- Sei como é, - disse sinceramente - mas não imagino que desculpa você deve ter dado para faltar os treinos de futebol.


- Não preciso de desculpa. - respondeu ele tranquilamente.


- Então como você...? - Eu não podia acreditar que ele contara que era bruxo para seus amigos, pois isso é expressamente proibido!


- Não, - tratou de explicar - meus pais são alquimistas e permitem que eu utilize um clone para que não fique evidente que há alguma coisa de errado comigo.


- Um clone? - A ideia me parecia tão distante, porém muito tentadora - Não imagino como isso possa dar certo.


- Vamos combinar assim, - começou Nolan - eu te conto sobre como funcionam clones amanha a noite no salão comunal da Corvinal, em vez de aqui no porão. O que acha?


- Acho bem melhor.


Depois nós subimos juntos para o primeiro andar e nos separamos no saguão. Só fui me lembrar de que as malas haviam ficado desorganizadas no porão quando já estava bem acomodada em uma cabine com meus amigos.


 


05.01.10 (mesmo dia, só um pouco mais tarde) - 18h:03min


Acabei de contar a Bryana sobre o Nolan e digamos que ela começou a pular e gritar histericamente assim que eu terminei de contar toda a história.


- Por que você não me disse isso antes? - perguntou indignada - Imagina se o Zac também é bruxo!


- Sem querer ser estraga prazeres, - comecei cautelosa - mas acho que só o Nolan é bruxo, pois ele me contou que usava um clone para despistar os amigos do futebol do fato de ser bruxo.


- Ah, que pena! - lamentou Bryana - Mas uma coisa eu não entendi... Quer dizer então que você vai sair com o Nolan, mesmo gostando do Ryan?


- Não é bem assim... - eu ia começar a enrolar minha melhor amiga para não dar uma resposta definitiva, porém ela me lançou um olhar fulminante e eu achei melhor nem começar - Acho que eu também gosto do Nolan, é isso.


- Julia McBride, - começou Bryana em seu tom de voz mais imponente - você sabe muito bem que se não se decidir entre um dos dois, vai acabar ficando sem nenhum. - Ela olhou dentro dos meus olhos e perguntou - Considerando todos os fatos, quem você escolheria? Nolan ou Ryan?


- Eu, eu não sei - odeio quando ela me coloca contra a parede!


- Considere os fatos! - mandou Bryana - Agora.


- Bem, - ela não iria aceitar mais um não sei como resposta, por isso, comecei a refletir sobre qual seria a melhor escolha - considerando o fato de que Ryan está em São Francisco e nós no interior da Califórnia, além de que ele já deve ter esquecido que eu existo e ficado com umas mil garotas...


- Ei, não exagere! - interrompeu Bryana - Você sabe que o Ryan não é assim.


- Mas você sabe que os homens não têm jeito! - argumentei me lembrando de um exnamorado da Bryana que era um super cafajeste - O caso é que eu sou do tipo que curte o presente, e o meu presente é o Nolan.


- Então a sua escolha é o Nolan? - perguntou Bryana para se certificar.


- Sim - era um desperdício dispensar o Ryan, porém o Nolan estava mais ao meu alcance.


- Boa escolha! - elogiou ela sorrindo - Já eu vou continuar investindo no Zac...


- Aham, sei. Aí quando você se sentir solitária e achar outro para assumir o posto que ele deixou vazio...


- Não é bem assim... - ela ia começar a me enrolar, mas adivinha? Cortei o mal pela raíz com o meu super olhar fulminante - Ah Julia! Você sabe que a fila anda né? - Olhares fulminantes fazem as pessoas admitirem seus pontos fracos e dispensa enrolações.


- Ah, eu sabia! - E quando nos demos conta, estávamos as duas rindo e rolando desvairadamente pelo tapete do nosso quarto, aqui na EMAPRUC. 


 


06.01.10 - 11h:58min


Andei pensando, e já que eu fiz aquela descrição completa dos deuses do futebol, acho justo fazer o mesmo com a minha galera aqui da EMAPRUC. Por acaso eu já mencionei que nós somos da Lufa-Lufa? Pois é, não somos tão glamurosos para sermos da Grifinória e nem tão baixo astral para sermos da Sonserina. Bryana e eu achamos que os meninos e meninas mais bonitos são da Corvinal, enquanto os da Lufa-Lufa (nós!) são os mais festeiros e extrovertidos. Agora vamos a descrição dos meus amigos e amigas...


Bryana Dailey - apesar de vocês já saberem que ela é minha melhor amiga e que era super tímida quando criança, nunca comentei sobre como ela de fato é. Bryana Dailey é uma típica loira americana, de corpo violão, pele clara e olhos castanhos bem claros. Seu cabelo é ondulado, porém não rebelde e armado como o meu. Ela não é muito inteligente, mas seu rápido raciocínio lógico compensa. Seu verdadeiro talento é fazer uma chapinha perfeita e juntar casais da Lufa-Lufa.


Nicholas Johnson - meu melhor amigo é o menino mais legal e sincero da face da terra. Com seu 1m,80cm de altura, cabelos pretos rebeldes e olhos cinzas deslumbrantes, Nick tem uma paixonite aguda por Bryana (ela tem 1m,68cm, ou seja, dá pra ele perfeitamente) e por isso é solteiro desde que o conheço.


Dena Utz - é a pessoa mais ambiciosa que eu já vi, porém nunca perdeu a cabeça com isso, por isso que a considero uma garota maravilhosa e uma amiga incrível. Com sua pele negra, cabelos pretos lisos com leves mechas castanhas e olhos negros como carvão, Dena parece uma deusa africana. Atualmente, ela está ficando com um menino bem gatinho da Sonserina.


Scott Lambert - apesar de me irritar muito as vezes, ele é o único que consegue levantar meu astral quando estou meio depressiva. Com seus cabelos castanhos, olhos azuis e pele branca, Scott usa óculos, porém continua sendo um colírio para os olhos. Ele tem uma namorada trouxa insuportável de ciumenta e 1m,74cm de altura.


Selena Bolton - é a mais nova integrante do grupo, já que ano passado ela veio de uma Escola de Magia de Bruxaria da Espanha para cá. Com seu sotaque legal e curvas estonteantes, Selena é uma morenaça de cabelos castanhos cacheados, 1m,75cm de altura e olhos pretos. Ela é muito magra, alta e não tem muita experiência com garotos.


Raymond McNulty - acho que uma boa palavra para descrever o Ray seria sedutor, pois com seus cabelos loiros desgastados pela água salgada do mar, olhos verdes e pele bronzeada de surfista, ele é um pegador. Eu particularmente não sei como ele veio parar no nosso grupo, já que Raymond não é uma pessoa lá muito simpática, porém ele agita nossas festas e também contribui bastante finaceiramente para que elas aconteçam.     

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