Esclarecimentos



Capítulo 6 – Esclarecimentos


- Você nem faz idéia Aluado. As garotas não ficaram quietas um segundo sequer durante o decorrer do dia.


- Na aula do Binns foi uma intensa troca de bilhetes. Nunca pensei que veria aquela ruivinha desatenta a algum conteúdo.


- E Emmeline como estava hoje?


- Ela estava bem. Tirando as más companhias...


- De quem está falando?


- O Prewett só saía de perto dela nos horários de aula e no tempo de monitoria dele. – James completara seu raciocínio fazendo uma careta. – Pelo visto ele não vai desgrudar dela.


- Eles almoçaram juntos, na nossa mesa. Os dois e todas as garotas ficaram conversando bastante. Mas a Emme parecia estar meio desconfortável.


- Acho melhor ficarmos de olho nele Almofadinhas. Ele está muito apressadinho, não estou gostando nada disso.


- Não é só você. – Sirius apontava para um Remus cabisbaixo. – Não fique assim amigão. Nós defenderemos a Emme.


Remus deu um fraco sorriso. Por mais que soubesse que Emmeline estava fazendo apenas uma tentativa com Fabian, doía saber que os dois estavam juntos.


- Eu acredito em você, Sirius. Mas, eu gostaria de poder estar lá, perto dela.


- Entendo.


- Eu mal posso esperar para a lua cheia desaparecer e poder vê-la todos os dias.


Ainda conseguia me lembrar do semblante dela adormecida. Do calor que o corpo dela emanava. E o melhor de tudo o aroma do perfume que a pele dela exalava. Um cheiro único e exótico. É difícil dizer ao certo o aroma, mas pude sentir uma nota floral que praticamente me dominou quando a peguei no colo naquele dia no salão comunal. Como eu queria tê-la novamente em meus braços. Mas nem sei ao certo como ela está agora.




Já era tarde. E nós estávamos em nossa última aula do dia, transfiguração. A aula estava um pouco tediosa. Todas já tínhamos conseguido realizar o exercício que nos era pedido. Olhando para trás vi que realmente só estavam ali, Sirius, James e Peter. Remus ainda não voltara e eu esperava que estivesse tudo bem com ele. Felizmente hoje é o último dia. Deve ser bem duro ter que passar por isso em toda lua cheia. Não sei por que, mas ultimamente tenho pensado bastante nele. E em outras duas pessoas. O garoto gentil das cartas e o garoto com o qual estava fazendo uma tentativa e que agora me arrependia amargamente de ter deixado acontecer.


Como estava preocupada, peguei um pedaço de pergaminho e escrevi perguntando sobre o Remus, assim que terminei lancei a bolinha para trás que caiu na mesa de James, mas até agora não obtive resposta.


Suspirando frustrada olhei para a janela e sorri. Estava nevando. Eu simplesmente adorava esse tempo.


Uma bolinha de papel vinda detrás me sobressaltou.


- No que estava pensando? – L


Eu olhei para ela e sorri. Peguei pena, tinta e respondi.


- Só admirando os flocos de neve. Minha família dizia para mim quando ainda era pequena, que fizesse um pedido ao último floco de neve que caísse. Toda noite eu ficava na janela, vendo a neve ir se amontoando lentamente, e quando via que pararia de nevar, ficava atenta aos flocos de neve. E ao último que visse caindo fazia um desejo. Faço isso até hoje. Virou uma mania. - E


- Vai ficar admirando do dormitório? - L


- Vou sim. Com um bom copo de chocolate quente e quem sabe alguns bilhetes a responder com aquela linda coruja. Se bem que hoje ninguém, além de mim, deve ter ânimo para ficar acordado até tarde, o dia foi bem cansativo. - E


- Posso te fazer uma pergunta? - L


- Não acabou de fazer? (rsrsrs) - E


- Vou considerar isso como um "sim". Você está mesmo afim do FP? – L.


- Quer a verdade? Mesmo? – E.


- Sempre a verdade. – L.


- Não. Na verdade não estou nada afim dele. Eu já tive uma quedinha por ele. Você sabe. Todas sabem. Mas isso faz tempo. – E.


- Então porque não disse isso para ele? – L.


- Eu tentei. Mas ele interpreta minhas reações de forma errada. – E.


- Como assim? – L.


- Lily quando estou tentando me acalmar e pensar com clareza o que eu faço? – E.


- Você fecha os olhos e respira devagar. Qualquer pessoa que repare um pouco em você percebe isso. – L.


- Exatamente. Ele me beijou quando eu fiz isso. Fiquei um bom tempo oferecendo resistência, mas ele não entendia. Não queria que ele tivesse me beijado. Não queria estar "namorando", se é que se pode chamar isso de namoro. – E.


- Ele te beijou contra sua vontade? – L.


- Não sei como estava naquela hora. Foi tudo tão repentino. Senti como se no meu estômago estivesse uma companhia de sapateado, não era uma sensação agradável. Parecia um tipo de alerta. Entende? – E.


- (rsrsrrs) Sim entendo. Você acha que ele não esta sendo quem verdadeiramente ele é. – L.


- Exatamente amiga. – E.


- Então porque não o esbofeteou? – L.


- Na verdade eu tinha esperanças de que ele percebesse as coisas sozinho. Não gosto de magoar ninguém. Mas alguma coisa ainda me diz que não deveria estar me preocupando com ele. – E.


- Por quê? – L.


- Intuição amiga. E se quer saber passou da hora de terminar o que nem deveria ter começado. Era uma tentativa. Sei que nem tem tanto tempo que conversei com ele esclarecendo as coisas. Mas cada segundo que passo ao lado dele fico mais desconfortável e inquieta. Eu não quero mais que isso se prolongue. Não consigo gostar dele dessa forma. Ele não é a pessoa certa pra mim. Agora entendo isso. – E.


- Fico feliz por você. Mas e o garoto das cartas? – L.


- O que tem ele? – E.


- Está gostando dele? –L.


Um vento frio entrou por uma fresta da janela arrepiando todos nós e a professora anunciou o fim da aula. Eu amassei o pedaço de pergaminho e o joguei na lixeira. Lílian já estava ao meu lado esperando por uma resposta. Enquanto que as outras garotas nos olhavam aborrecidas por não terem participado da conversa. Ao final eu disse que gostava dele sim, como amigo. Elas não acreditaram. Sinceramente, nem eu.




Hoje seria o último dia de lua cheia e os Marotos estavam esperando que o dia terminasse logo para que seu amigo pudesse voltar e se sentir um pouco melhor, já que não havia dúvidas de que ele ficava claramente mais abatido quando não podia ver Emmeline. Enquanto isso na aula, os três mantinham o olhar atento nela que parecia estar distante.


Viram-na rasgar um pedaço de pergaminho e escrever algo, logo a bolinha de papel caiu na mesa de James que a pegou surpreso.


- Vocês tem tido notícias do Remus? Ele está bem? - EV


James iria responder quando viu a monitora chefe enviando uma bolinha de papel para a loirinha em questão. Pelo visto esse seria o mais novo método de comunicação entre elas. Seria ótimo saber sobre o que as duas estavam conversando. Distraído James nem percebeu que a aula havia terminado. Mas viu Emmeline amassar o pergaminho e joga-lo no lixo. Esperou até que todos tivessem saído da sala e pegou o pergaminho e o guardou. Ele deixou a sala junto aos amigos que estavam curiosos com o conteúdo do pergaminho e passou rápido pelas garotas sem deixar de provocar a sua ruiva adorada.


Aproximou-se dela, com um sorriso no rosto e passando a mão pelos cabelos lisos desarrumados.


- Olá, Lily! – disse ele, fazendo a garota parar a sua frente.


- É Evans para você, Potter. – ela respondeu, sem animação alguma.


- Quer sair comigo? Sabe haverá uma visita a Hogsmeade amanhã? – perguntou, sorridente.


A ruiva o olhou, semi-cerrando os olhos e respirou fundo.


- Sim. – respondeu ela.


Os olhos do outro se arregalaram e ele engoliu em seco. Realmente não esperava aquilo.


- Mesmo? – perguntou ele.


- Não. – ela respondeu, sorrindo sarcasticamente – Só queria ver a sua reação. Na verdade eu já tenho planos. Tchau, Potter.


James continuava abobalhado enquanto todas as garotas se distanciavam rindo.


- Não acredito que caiu nessa, Pontas.


- Na verdade, nem eu. Isso foi bem diferente do habitual. Bem, agora não é hora para isso vamos ao dormitório ver sobre o que a Lily e a Emme conversavam na aula.


Assim que os três atravessaram o retrato da mulher gorda subiram as escadas de seu dormitório apressadamente e sentaram-se na cama de James para ouvir toda a conversa que as meninas haviam tido. O que havia ali era valioso, a própria opinião de Emmeline sobre sua situação com Prewett, isso seria reconfortante para seu amigo Aluado. Decidiram escrever como pegaram o pergaminho para que ele não achasse aquilo tão estranho. Em seguida, dobraram a carta e a prenderam na coruja de Remus para que ela a entregasse a seu dono.



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