Complicação



Capítulo 5 - Complicação




Remus releu a última carta recém chegada do dormitório feminino várias vezes. Recebendo olhares minuciosos de seus amigos.


- Remus você vai responder, não é? O que pretende dizer a ela?


- Isso agora ficou mais delicado, Aluado. Surgiu uma complicação. Ela quer saber seu nome. Como acha que ela reagiria se soubesse que se trata de você? – Sirius falava preocupado. – Eu te respondo. Ela ficaria furiosa. Teremos Lupin ao molho pardo.


- Eu vou contar a ela, mas, na hora certa.


- Hora certa? – James perguntara. – Quando será isso? Quando ela se apaixonar pelo cara das cartas?


- Eu sei o que estou fazendo. Não se preocupem. Não terei tanto tempo para escrever cartas a ela agora que as aulas começaram. Se vocês não perceberam. Vocês dois não tem provocado tanto Merlene e Lílian, por isso nos aproximamos das garotas nos últimos tempos. – Remus rebateu. – Irei me aproximar dela do jeito certo. Mas ela terá o amigo dos bilhetes sempre que precisar de alguém além das amigas no dormitório com quem conversar. Ela mesma vai descobrir que eu e o garoto somos a mesma pessoa.


Os amigos estavam parados encarando como se quem falasse fosse algum tipo de aberração.


- Parece que você gosta muito mais da Emme do que deixa transparecer.


- Eu a amo. Emmeline é incrível.


- Aluado ficou caidinho de verdade pela Emme.


- Ela domou o nosso senhor selvagem aqui. – James disse dando leves tapas nas costas de Lupin – Eu só espero que quando ela descobrir a verdade você tenha a reação que deseja.


- Não vai ser fácil para ela. Sei disso. Mas sei que ela entenderá. Mesmo que demore algum tempo.




#####


Emmeline acabara de tomar seu café e fora para o jardim, sozinha. Caminhou um pouco e sentou em um tronco de frente para o lago. Estava pensativa. Seu pensamento dividido entre Fabian com quem precisaria conversar seriamente e o garoto dos bilhetes que lhe fazia tão bem.


Estava tão pensativa que não notou a aproximação de um garoto impecavelmente arrumado trajando as vestes da corvinal. Ele sentou-se ao lado dela e tocou-lhe levemente a mão.


Quando sentiu o toque Emmeline se virou e encontrou Fabian sorrindo para ela.


- Você está melhor? Suas amigas me disseram que você não estava se sentindo muito bem.


- Estou melhor sim. Foi só uma indisposição causada por dor de cabeça.


- Fico feliz que esteja melhor. Mas acho que precisamos conversar, certo?


Emmeline o olhou seriamente por alguns segundos e fez um leve movimento com a cabeça concordando.


- Emmeline eu realmente gosto de você. Posso dizer que muito. – disse enquanto mantinha a mão dela entre as suas. – Mas acho que agi precipitadamente com você. Acho que forcei um pouco aquele beijo. Você demorou a corresponder. O que eu só fui reparar momentos mais tarde.


- Fabian, eu...


- Não precisa dizer nada Emmeline. Acho que você estava insegura. Quero que saiba que pode confiar em mim. – sorriu fracamente para ela. - Desculpe se fiz algo que você não gostou.


- Não precisa se desculpar Fabian. Eu também agi errado. Eu deveria ter falado como me sentia em relação a você. Quer dizer, eu gosto de você. Mas acho que aconteceu tudo muito rápido. Eu só preciso me acostumar.


- Farei o que puder para ajudar.


- Obrigada – sorriu para ele, recebendo um beijo na bochecha em resposta.


- Sabe, vai haver um baile antes do Natal...


- Mas é só daqui a 3 meses – ela disse rindo


- Bem, eu só queria garantir que você fosse minha companhia. Afinal não quero outra pessoa acompanhando a garota que eu amo. – Fabian riu e deu uma ligeira piscadela.


- Isso foi um convite?


- Ainda não. – ele disse posicionando-se de frente para ela. – Emmeline, aceitaria ser minha acompanhante no baile?


- Como recusar a um convite desses.


- Isso foi um sim?


- Sim.


Ele a envolveu em um abraço. Para em seguida lhe dar um selinho, mas parou. Não queria forçar nada. Emmeline entendeu e sorriu em resposta.


- Posso acompanhá-la para a aula?


- Mas já está na hora?


- Você gosta tanto de ficar aqui no jardim que, se deixar, o dia passa e você nem percebe. – ele disse brincalhão.


- Não dá para evitar. – ela se juntou a ele rindo. – e eu aceito sim sua companhia.


Os dois caminharam vagarosamente até a sala de História da Magia, a primeira aula do dia. Aula essa, que a Grifinória dividiria com a Lufa-lufa. Os dois conversaram bastante durante todo o trajeto. Algumas vezes sobre eles outras sobre coisas que aconteceram de engraçadas nos anos anteriores. Durante todo o caminho Fabian segurara firmemente a mão de Emmeline. Quando finalmente chegaram a sala se despediram com um leve beijo.


- Emme, você permitiria que eu lhe fizesse companhia no almoço?


- Não vejo porque não.


- Até lá. Vou te esperar na saída de sua última aula. – e dizendo isso deu um selinho e se despediu dela.


Emmeline entrou na sala e não ficou surpresa ao constatar que Lílian Evans, sua amiga e monitora já se encontrava ali. Caminhou até seu lugar de costume, na terceira fileira, atrás da que sua amiga se encontrava. Lílian sorriu animada para a amiga que retribuiu o cumprimento.


- Sente-se melhor?


- Muito melhor, Lily. Desculpe se te tratei mal. Na verdade devo me desculpar com todas.


- Não se preocupe com isso amiga. A gente entende. – Lily deu um sorriso acolhedor. – Foram coisas de mais para um dia?


- Não diria coisas demais, apenas rápidas demais, talvez.


- Mas, você e o Fabian parecem estar bem.


- Nós conversamos no jardim antes de virmos para cá. Ele me viu saindo do café da manhã e foi me ver para conversar.


- E aí o que aconteceu?


- Bem...


Uma algazarra se formou entre os alunos que entravam para tomar seus lugares e as duas não puderam mais conversar. As outras chegaram sorridentes na sala, desejando principalmente, um bom dia a Emme, que tratou de responder prontamente. A aula mal havia começado e a monitora já estava fazendo anotações. Mas para sua surpresa, viu uma bolinha de papel vinda da mesma, na sua direção.


O que aconteceu quando você e o FP conversaram? -LE


Ele disse que foi precipitado nas ações dele. (ele disse isso se referindo ao beijo). Achou que forçou um pouco. Não posso negar isso, não é?- EV


Esperem não me deixem de fora da conversa! O que você respondeu? - MM


Eu também quero saber! - AD


Nem pensem em me deixar de fora! O que você disse, como ele reagiu? – ST


Desculpe Emme, a Lene pegou o bilhete e as outras também pelo visto. (Rsrsrsr) Mas me diga o que aconteceu? – LE


Tudo bem (rsrsrsr). Eu disse que eu também fui culpada, afinal eu deveria ter dito a ele como me sentia. Ele me pediu desculpas, pois achou que tivesse feito algo que eu não tenha gostado Eu disse que ele não precisava se preocupar. E disse também que só achei que as coisas estavam indo rápidas demais e que eu precisava de um tempo para me acostumar. -EV


O que ele disse depois disso? – LE


Ele ficou chateado com você? - AD


Duvido. Os dois estavam bem quando ela chegou aqui. – LE


Então estão namorando mesmo? – ST


Ou se tornaram apenas amigos? - MM


Vocês perguntam bastante, não é? (rsrsrsrs) Ele disse que faria o que pudesse para ajudar. (foi fofo da parte dele dizer isso, admito). Ele não me pareceu chateado não. Não digo exatamente namorando. É uma tentativa. E amigos posso dizer que somos sim. E.. – EV


Ele foi fofo mesmo. Mas Emmeline ele é um pedaço de mau caminho, não dá mole não, porque tem muita garota doida por ele. – MM


O que você ia dizer, quando a Lene te interrompeu com um feitiço? – LE


Fiquei curiosa também – ST


A Lene é muito apressada...rsrsrs...conte tudo! – AD


Ele é lindo mesmo. (rsrsrs). Eu ia dizer que ele vai almoçar conosco e que ele me convidou para o baile na véspera de Natal e eu aceitei. Ele disse que não queria ver outra pessoa me acompanhando por isso foi tão adiantado.- EV


Que fofo! - LE


Já tem companhia. Também quero um cara assim me acompanhando. – MM


Aceite se o Six te convidar EV


O mais provável é que ela o transforme em uma alface como a Lily fez com o James - ST


Por falar em James, vai aceitar se ele te convidar Lily? – AD


Eu não aceitaria o convite do Black. Eu não sou uma das garotas que ficam correndo loucas atrás dele. Ele é convencido demais. – MM


E eu menos ainda o convite daquele ser abominável! – LE


Vocês duas não tem jeito não é? Eles fazem isso justamente por vocês serem diferentes das outras. – EV


Isso é verdade. E vocês nem podem reclamar porque desde o final do ano passado, as provocações diminuíram muito e eles se aproximaram bastante de nós. – AD


Isso até é verdade. Mas mesmo assim prefiro ir acompanhada por outra pessoa. – LE


Concordo com a Lily. – MM


Não adianta argumentar. Essas aí são cabeças dura mesmo.- ST


Não posso discordar disso (rsrsrs). Alguém sabe do que o professor está falando? – EV


Alguma coisa referente a rebelião dos duendes – LE


Você também não está prestando muita atenção não é Lily? – AD


Para falar a verdade não. Qualquer assunto com ele explicando é tediodo (rrsrs) – LE


A Emme também já está voando na aula, olhem – MM


Emme, acorde. Sei que é bom viajar de vez em quando mas você nem disfarça – ST


Elas estão certas, cuidado. – LE.


Lílian jogou a bolinha que acertou na cabeça de Emmeline, sobressaltando-a. Ela leu e riu.


Esqueci de contar a vocês. Lembram que eu adormeci na sala comunal e esperei vocês no dormitório para perguntar se o cobertor e o travesseiro eram de alguma de vocês? – EV


Lembro – LE


Sim – MM


Lembro sim. - ST


Eu também – AD


Então eu os deixei na sala comunal com um bilhete por cima. A pessoa respondeu. E mais tarde deixou um jantar lá para mim com outro bilhete. Não sei de quem se trata, mas estamos nos correspondendo via coruja. Ele é um fofo. – EV


Mistérios são tão excitantes! – MM


Eu sei! E o mais estranho é que realmente me abro com ele porque sinto que posso confiar. – EV.


Um admirador talvez? – LE Duvido. Alguém assim já deve estar namorando. – EV


Decepcionada? – ST


Não tinha pensado dessa forma antes. É só que...ele me acalma, me passa tranqüilidade. Enquanto o FP me deixa agitada e receosa, é difícil explicar. – EV


Parece que está gostando desse admirador – AD


Não é bem isso. Comecei a conversar com ele agora e nem sei de quem se trata. Mas gosto dele. Se tornou um bom amigo. – EV


Por enquanto né? Huauahua – MM


Boba! Huhuhauha – EV


Conversamos tanto que nem sabemos do que se trata a aula. Vamos ter que repor esse dia na biblioteca. – AD


Vai ser tão divertido! Argh – MM


Mal posso esperar – ST


Vocês são comédia – EV


Vamos ter que nos esforçar – LE


É melhor pararmos com os bilhetes, antes que ele perceba.- EV


Conversamos mais tarde.- AD


É melhor, mesmo. - LE


Enquanto isso três dos marotos observavam atentamente a intensa troca de bilhetes entre as cinco garotas. Todos muito surpresos. Afinal elas eram as únicas que conseguiam prestar atenção na aula do professor Binns e fazer anotações. Mas hoje elas estavam totalmente aéreas. Mas por outro lado eles tinham uma ligeira desconfiança sobre o conteúdo dos bilhetes. "o garoto das cartas."


O sinal anunciando o término da aula soou e as meninas prontamente juntaram os materiais para a próxima aula. O restante da manhã transcorreu tranquilamente. E ao final da última aula, Fabian já se encontrava ao lado de fora, esperando por Emmeline. Ele lhe deu um leve beijo e cumprimentou as meninas e todos juntos rumaram para o salão principal para almoçar.


- Então quer dizer que hoje a Emme ficará acompanhada o dia todo? – Marlene dizia provocando.


- Eu gostaria. Mas tenho tarefas de monitor para cumprir.


- Marlene você não tem jeito né – Emmeline ralhava com a amiga, rindo em seguida.


- Conto com vocês para cuidarem dela. – ele disse piscando.


- Como assim? Acha que não posso me cuidar sozinha?


- Não é isso. Não confio em outros garotos, só isso.


- Vocês são tão bonitinhos. Ele já está com ciúmes amiga. – Alice ria da cena.


- Não sei de que.


- Como assim não sabe? Olhe bem para você, amor. Acha que você passa despercebida pelos outros? – ele dizia se divertindo da vermelhidão na face de Emmeline.


- Mas deve confiar em mim. - Em você tenho total confiança. Só não tenho confiança nos outros garotos que se aproximam de você. – ele disse levantando o queixo da amada e lhe beijando suavemente. – Eu adoraria ficar mais tempo aqui. Mas os deveres de monitor me chamam.


- Tudo bem. Cuide-se.


- Nos vemos mais tarde amor. Cuide-se também.


Ele se despediu das outras garotas e se retirou da mesa. Deixando as garotas rirem da cara sem graça que Emmeline tentava a todo custo esconder.


- Parem de me olhar assim!


- Ele te chamou de amor! Ele foi tão fofo. Até carregou suas coisas. – Lílian dizia rindo.


- Ele é fofo. Mas não consigo chamá-lo assim ainda. Então por favor, não me deixem ainda mais constrangida.


- É melhor subirmos e vermos se certo alguém mandou algum bilhete. – Selene sussurrava.


Emmeline não pôde segurar o sorriso que tingiu seus lábios. Aquele garoto lhe fazia um bem imenso. Seria bom conversar com ele novamente. E estava curiosa por saber seu nome, isso se ele resolvesse contar. Ela olhou para as amigas. Todas estavam com a mesma curiosidade. Com um olhar cúmplice as cinco se levantaram rumando para o dormitório feminino.


Ao chegarem ao dormitório uma pequena coruja encontrava-se sobre o peitoril da janela. Emmeline correu para abrir a janela e a coruja voou para seu ombro piando baixinho e estendendo a pata.


Ela fez um pequeno carinho na coruja e retirou a carta.


Querida Srta. Vance,


Não quero que fique aborrecida comigo, mas prefiro não revelar meu nome. Você se tornou alguém especial para mim. Alguém com quem posso conversar abertamente, porque sei que sempre será verdadeira e me dirá tudo o que pensa. Tenho medo que ao revelar quem sou, percamos isso.
Com você sinto que posso ser transparente. Mostrar como eu sou sem ser julgado pelos outros.


Por favor, não fique chateada. Nunca fui tão sincero com alguém antes. Nem com meus amigos. Só para você ter idéia, estou tentando conquistar uma garota, só que ela agora tem um namorado, mas acho que ela não o ama. Eu gosto dela há bastante tempo e só agora tive coragem para me arriscar. Eles são incrédulos. Acham que fiquei louco. Mas eu a amo demais para desistir.


Entenderei se não quiser me responder. Não tinha intenção de lhe escrever anonimamente, as coisas aconteceram dessa forma. Eu fico muito feliz por terem acontecido. Não quero perder isso.


Espero que entenda.


Emmeline leu a carta atentamente, franzindo o cenho ao terminá-la.


- O que foi Emme? – perguntou Lily, sentando-se na cama da amiga.


- Ele não quis se identificar.


- Ele explicou o motivo?


- Sim. Ele disse que tem medo de perde isso que temos. Sabe, a transparência e sinceridade.


- Você vai responder?


- Como não responder a alguém que tem medo de perder minha amizade?


Dizendo isso, Emmeline separou pergaminho, tinta e uma pena para escrever uma resposta.


Remus estava inquieto, andava pelo aposento de um lado para outro, esperando a volta de Ártemis. E quando ela finalmente chegou, ele abriu a carta ansioso por saber a resposta.


Se isso te faz se sentir melhor, não irei insistir em querer saber seu nome. Quem sabe, um dia nos apresentamos pessoalmente.
Seus amigos devem estar querendo lhe proteger. Ainda há a possibilidade que você se magoe muito. Tente ser compreensivo com eles.


Posso te pedir só uma coisa? Ao menos me diga um apelido pelo qual eu possa te chamar.


Atenciosamente,


Emme.


Remus respirou mais aliviado. Estava tão feliz que realmente precisava responder.


Você é realmente a pessoa mais maravilhosa que já conheci.
Apelido? Vamos tirar de algo que você goste.
O que você gosta de observar Emme?


Que fofo, ele vai tirar um apelido das coisas que você gosta! - Alice exclamou encantada. Emmeline sorriu, pensativa.


Eu gosto de observar estrelas. Adoro mesmo.
As vezes fico até tarde sentada no peitoril da janela observando. E olhando atentamente as constelações.


Em seguida enviou o recado.


Sabe, existe uma constelação com o nome de Lynx. Já vi você treinando o feitiço do patrono. O seu é um lince. Pode me chamar de Lynx de agora em diante.
Agora acho que está na hora de ir para a aula.
Tenha um maravilhoso dia minha querida Emme.


Emmeline ficou encantada com o modo como ele parecia conhecê-la.


- Acho que ele gosta de você.


- Do que está falando Selene?


- Faz sentido prima. Por isso ele tem medo de se identificar. Olha a resposta dele, preste atenção em como ele fala de você. Você acabou de responder e ele já te mandou um recado muito fofo por sinal, te elogiando. Ele escolheu um apelido da coisa que você mais gosta de observar. E ainda desejando "tenha um maravilhoso dia minha querida Emme".


- Que teoria é essa?


- Minha teoria faz todo sentido.


- De certo modo ela está certa. Pelo menos é o que parece. Ele realmente te conhece. – Alice rebatia.


- Deixem de pensar nisso e vamos para a aula, ou vamos acabar nos atrasando.

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