UMA PODEROSA ALIADA



Draco e Elizabeth estavam sentados no chão, conversando como dois velhos amigos. Apenas várias barras de admantium os separavam.
— Fui criado para ser um Comensal da Morte. – Draco disse com um pouco de pesar na voz – Coisa de família, passada de geração para geração. Eu amava o meu pai mais do que qualquer outra coisa no mundo, tinha profunda adoração e admiração por ele. Acho que principalmente por minha devoção ao meu pai, acreditava que o mal triunfaria. Só que Voldemort foi derrotado e eu me rebelei contra meu pai. Não contra o meu pai propriamente dito, mas contra suas idéias. Ele ficou furioso, disse que eu era a chave e que deveria ficar agradecido pela grande missão que, em breve, receberia. Como o breve nunca chegava, passei a ter uma vida normal. Meu pai parecia ter se esquecido das nossas “obrigações”. Quando ele propôs que eu fosse estudar na Universidade Especial para Bruxos recém-formados de Bruxelas quase não acreditei. Era a minha grande chance de recomeçar. Comecei a namorar, tirei boas notas, gostava do meu curso de História Antiga. Mas aí vi que meu pai não dava ponto sem nó: Nas férias tive a notícia de que tinha recebido uma missão ultra-secreta.
— Seduzir a Escolhida e levá-la até o centro da pirâmide. – Elizabeth disse, completando sua fala.
— Exatamente. Eu não sabia ao certo o que deveria fazer. Quando vi que a Escolhida era Virginia Weasley tentei conversar com o meu pai e fazê-lo me contar o que seria feito. Mas ele não disse uma palavra. Bati o pé dizendo que não faria o que ele estava mandando e ele me enfeitiçou. Fiquei sob o domínio da maldição Imperius por um bom tempo. A partir de então tudo correu como o combinado entre eles; Gina foi conosco na excursão até o Egito e eu a atrai para o centro da pirâmide.
— Mas então aconteceu o que você não esperava, não é? – Elizabeth disse olhando-o nos olhos. – Você se apaixonou.
— Sim. – Ele confessou envergonhado. – Eu me apaixonei por ela e acho que isso quebrou a maldição. Vi que era apenas um fantoche nas mãos do meu pai. Ele me deixou na pirâmide para morrer junto com ela, nem que isso fosse apenas uma conseqüência. Foi então que me rebelei e ao invés de ajudá-los, passei a buscar uma saída para que nos salvássemos. Mas isso não estava nos planos, e Myers me tirou de circulação, colocando Pedro Pettigrew no meu lugar. Os dois tentaram matá-la, mas ela foi mais forte e esperta que ambos. Conseguiu salvar-se sozinha e em seguida me salvou. Quando conseguimos sair da pirâmide, Harry Potter apareceu para salvá-la. E um Comensal da Morte apareceu para me matar, já que eu tinha falhado em minha missão. Meu pai me salvou e disse que eu deveria ficar longe da Gina. Afirmou que ela era uma bomba ambulante.
— Mas você não conseguiu cumprir suas ordens.
— Não. Fiquei muito preocupado com a situação da Gina resolvi procurá-la. – Ele suspirou longamente, ficando alguns segundos em silêncio. - Eu não sabia o que fazer. Sabia apenas que os acontecimentos na pirâmide tinham sido provocados por alguém realmente muito forte. Comecei a ligar os pontos e cheguei a conclusão de que Cornélio Fudge, meu pai, Jack Myers, os Comensais da Morte e várias outras pessoas estavam envolvidas. Eu... – Ele parou de falar e baixou o tom de voz. Gina apurou os ouvidos e tentou se aproximar um pouco mais para escutá-lo. – Eu estava completamente apaixonado por Virgínia Weasley. Queria protegê-la. Não sabia do que ou de quem. Queria apenas ficar perto dela e protegê-la. Voltamos para a Faculdade de Bruxelas e começamos a encaixar as peças do quebra-cabeça. – Ele fez uma nova pausa. – Conseguimos encontrar o Livro dos Mortos, mas meu pai o tirou de mim. Repetiu o que tinha dito há vários dias, que Gina era um perigo e que aquele livro me condenaria para sempre. Gina me enfeitiçou, soube que eu tinha entregado o livro para o meu pai e ficou com raiva de mim. Depois disso ela começou a apresentar os estigmas e eu fiquei louco da vida. Queria encontrá-la de qualquer jeito e desafiei meu pai. Foi a primeira vez que vi o Neferti em suas mãos e ele me disse o que aquilo significava.
— E por causa disso você concordou em ajudá-lo. – Liz completou novamente.
— Mais ou menos por aí. Voltei a encontrar Gina e fomos para a pirâmide com o objetivo de encontrar a cura para os estigmas. Mas vocês sabiam que estaríamos lá e prepararam uma armadilha.
— Eu não preparei armadilha nenhuma. – Liz se defendeu. – Aliás, armei a Cerca Fantasma e esperei que a Escolhida viesse ao nosso encontro. Mas é nessa parte da história que podemos perceber como fomos enganados.
— Meu único objetivo era salvar a Gina dos estigmas. E meu pai propôs um trato: Eu deveria levá-la até você, fazer com que a curasse e em seguida cortar a garganta do Seth.
— Eu não acredito que foi isso que lhe mandaram fazer! – Liz respondeu com os olhos cheios de mágoa. – Eu não acredito! Não foi esse o combinado!
— E qual foi o combinado, Liz? – Draco perguntou pausadamente. – Arthur Weasley afirmou que Cornélio Fudge está formando um exército de criaturas geneticamente modificadas. E pretende soltá-las nas principais capitais bruxas aos poucos, para espalhar o terror. Espectros, dementadores, vampiros malignos. E ele disse que se a encontrássemos teríamos algumas respostas.

Elizabeth se levantou e olhou para Draco com os olhos molhados. Cogitou a possibilidade de mentir e não ajuda-lo, mas os longos séculos vagando como uma alma penada pagando por seus momentos de maldade haviam lhe ensinado que todo o mal que se faz ao próximo acaba voltando triplicado. Além disso, queria ver os responsáveis pagarem pelo que tinham feito.
— Muito bem, Draco Malfoy. – Ela o olhou e sorriu. Um sorriso extremamente triste. – Eu não lhe contei absolutamente tudo.
— Isso eu já sabia. – Draco disse com uma pontada de ironia. – Elizabeth, preste atenção: Se isso não fosse realmente importante não estaria aqui implorando por sua ajuda. Não é hora de mantermos segredos.
— Eu sei. – Ela respondeu séria. Fez uma longa pausa. – Quando os Necromantes me invocaram não criamos apenas maldições imperdoáveis. Criamos também criaturas malévolas. Dementadores, Lobisomens, Fantasmas. Aos poucos os bruxos aprenderam a conviver com essas criaturas. – Draco assentiu com a cabeça e ela continuou. – Em uma das inúmeras vezes que Myers me invocou, pediu que eu lhe contasse como criar outras dessas criaturas. E eu o ensinei.
— Então você acha que esse exército de monstros é...
— Formado por essas criaturas. – Ela completou a frase do garoto. – Embora eu não possa te dizer o que foi que eles criaram. Até mesmo porque você disse que as criaturas foram geneticamente modificadas, provavelmente para ficarem ainda mais fortes.
— Você sabe como deter essas criaturas? – Draco perguntou ansioso. – Sabe como posso deter o Ministério?
— Eu não sei com o que estamos lidando. – Ela respondeu – Me solte. Pensaremos em alguma coisa juntos.

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