NECROMANTES





Gina lhe deu um tapa com toda a sua força. Na mesma hora Draco a segurou pelos punhos, pois viu que ela estava se preparando para lhe bater novamente.
— Você está louca? – Perguntou.
— Você está difamando o meu pai! – Ela gritou enquanto lutava para se soltar. - O meu pai!!
— Eu sei que ele é o seu pai! – Draco disse apertando ainda mais seu braço, enquanto ela lutava desesperadamente para se soltar. - Mas você queria saber o que tinha acontecido.
— Eu sei... – Era apenas um sussurro, ela nem ao menos olhava nos olhos dele. Tinha parado de lutar e respirava pesadamente. - Você está me machucando.
— E você me machucou. – Ele soltou os braços dela vagarosamente e em seguida levou uma mão ao rosto. Estava quente e vermelho. O tapa tinha sido dado com muita raiva, sem dúvida alguma. – Desculpe-me.
— Eu que peço desculpas. Não devia ter te dado um tapa.
— Está tudo bem, você ficou assustada.

Ele a olhou e sorriu. Ela estava arrasada e desconfiada ao mesmo tempo. Abraçou os joelhos e não acreditou que seu pai estava envolvido naquilo. E menos ainda que seria capaz de matá-la.
— Eu sei o que você está pensando. – Ele disse colocando uma mão em cima das mãos dela. – Seu pai não seria capaz de fazer nada contra você.
— Agora você é vidente? – Ela perguntou num tom de voz irônico.
— A não ser... – Ele continuou ignorando a pergunta – ...que estivesse enfeitiçado.
— O que quer dizer com isso? – Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.
— Seu pai estava agindo de forma estranha nos últimos dias?
— Ele estava um pouco calado demais... Mas nada de muito anormal. Por quê?
— Acho que seu pai estava sob o feitiço da maldição Imperius. Controlado por Fudge e seus necromantes.


Draco procurava um livro na prateleira do seu quarto enquanto Gina o aguardava sentada na cama.
— Draco... – Ela sussurrou sem levantar os olhos. Sentia-se estranha, traída, desamparada. Seu instinto lhe dizia para manter cuidado com Draco Malfoy, pois havia alguma coisa errada. – Você está me escondendo alguma coisa?

A expressão do rosto dele estava impenetrável. Por uma fração de segundos ele parou de procurar o livro, abaixou a cabeça e sorriu levemente.
— É claro que não, Gin. – Disse jovialmente enquanto puxava o volume de uma grande coleção de encadernações negras – Aqui está. – Voltou para a cama e deitou-se ao lado da garota, abrindo o volume na letra N. - Os necromantes.

Gina o observou procurar a palavra absorta em seus próprios pensamentos. Ela sabia que ele estava escondendo muitas coisas. Por que não tinha falado desses necromantes antes?
— Muito bem... – Draco tomou fôlego – Necromantes são pessoas que praticam a arte da necromancia, ou seja, magia negra. Segundo essa enciclopédia bruxa, os necromantes dedicam-se exclusivamente a criar maldições imperdoáveis, criaturas demoníacas e indestrutíveis, ressurreição dos mortos e horcruxes.
— Ok... – ela o olhou – E o que isso tem a ver com essa situação e com o meu pai?
— Acho que algumas, preste atenção, estou dizendo algumas pessoas do Ministério fazem parte de alguma sociedade de necromantes. Só isso poderia explicar o que está acontecendo. Acompanhe meu raciocínio: A faculdade de Bruxelas, a pirâmide, o faraó, os estigmas, o assassinato do professor Jack, o seu pai envolvido nisso, a cerca fantasma, Elizabeth... São coisas absurdamente fora do nosso dia-a-dia, são magias poderosas demais para um bruxo comum. Até mesmo para um bruxo envolvido com a arte das trevas!
— E o que podemos fazer para que meu pai volte a ser quem sempre foi? – Ela estava desesperada - O que podemos fazer para deter esses necromantes?
— Isso eu ainda não sei. – Ele disse fechando o livro. – Acho que o ideal seria procurar os Aurores, mas como estão interligados diretamente ao Ministério estaríamos correndo um grande perigo. – Ele parou por um segundo antes de complementar. - Aliás, um perigo ainda maior.
— Pois muito bem, Draco Malfoy. – Gina pulou da cama e atravessou o quarto. – Se você quer ficar aqui dentro desse apartamento enquanto o mundo lá fora está prestes a explodir, fique. Eu vou sair.




A sala de conferências do Ministério da Magia estava cheia de rostos angustiados. Apenas Cornélio Fudge mantinha a calma e olhava para seus subordinados com um sorriso de desdém no rosto. Tão fracos! pensou. Ali estavam cidadãos bruxos e um jornalista renomado do Profeta Diário, William Ryan.
— Pedi que viessem aqui hoje, pois tenho um comunicado importante para fazer. – Todos na sala prenderam a respiração. – Uma sociedade há muito esquecida pela nação bruxa acordou. Os Necromantes estão de volta e já deram o primeiro passo. Responsáveis pela morte de milhares de bruxos nos últimos séculos, foram condenados pelo Ministério da Magia no século IX. Pensamos que estavam destruídos, mas ao que tudo indica estavam apenas reunindo forças. – Ele acenou com a cabeça a as luzes da sala foram apagadas. Com um aceno da varinha uma seqüência de horror começou a passar diante dos olhos de todas as pessoas.

As primeiras imagens eram da cerca fantasma. Uma mulher soltou um grito de horror e vários bruxos exclamaram revoltados. De repente a cena mudou para a imagem de Seth com a garganta cortada e Elizabeth sumindo diante dos agentes da IBM. A imagem era ruim e com muitos ruídos, mas ninguém respirava quando o filme acabou e a luz foi acesa novamente.
— Essas cenas que vocês acabaram de assistir, meus caros, foram filmadas há cinco dias. O homem com a garganta cortada era ninguém menos que o faraó Seth. E a mulher que sumiu diante dos nossos olhos, em um local onde é impossível aparatar, era Elizabeth a responsável pelo renascimento dos necromantes e pela tentativa de ressuscitar o bruxo mais sanguinário que já existiu, o faraó. – Fudge viu o desespero estampado no rosto das pessoas. – Não posso mentir para a população e dizer que a situação está sob controle. Mas posso afirmar que estamos fazendo o possível para encontrar Elizabeth. Ela é responsável pela morte de dois bruxos extremamente importantes, mas a pedido da família não divulgaremos os nomes. Enquanto isso, peço a todos que permaneçam em casa, em segurança. Saiam apenas quando for extremamente necessário. Divulgaremos em breve as medidas de segurança. E não tenham medo: o Ministério da Magia sempre estará com vocês. Obrigado.

As pessoas saíram aos bandos da sala. Todas desesperadas, desejando chegar logo em casa e permanecer em segurança. Apenas cinco pessoas ficaram. Assim que o último saiu e fechou a porta, o ministro olhou para as quatro pessoas ao seu redor e sorriu triunfante.
— O caos começou.



William Ryan chegou à redação do Profeta Diário branco como uma folha de papel. Seu editor-chefe o olhou preocupado.
— Está tudo bem, Ryan?
— Não. – Ele disse temeroso. – Fudge acabou de fazer um pronunciamento fechado de que uma sociedade chamada Necromantes vai espalhar o terror sobre o mundo bruxo. Quer que as pessoas fiquem em segurança em suas casas.
— Então o que está esperando? – O editor ficou furioso – Pode sentar e começar a escrever! Quero essa matéria na capa na edição especial desta tarde!



Gina estava saindo do banho com a toalha enrolada na cabeça quando Draco entrou em seu quarto sem nem ao menos bater na porta. Segurava uma edição do Profeta Diário.
— O mundo já explodiu. – Disse. – “Necromantes pretendem dizimar população bruxa. Eles já começaram”

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