PRECISAMOS FICAR JUNTOS



Harry andava de um lado para o outro dentro do quarto sem saber o que fazer. Tentou encaixar as peças do quebra cabeça, sem sucesso. Gina estava adormecida na cama. Ela estava abatida, olheiras fundas, e tinha emagrecido muito. Suas roupas estavam jogadas em um canto, esfarrapadas e imundas. Ela usava apenas o casaco que Harry tinha lhe dado e estava coberta até o queixo. Harry tinha insistido muito para que ela comesse alguma coisa, mas tudo que ela queria era dormir tranqüila, sem medo. Por fim, ela venceu.

Ele pensou muito no que faria. Poderia esperar que ela acordasse e então a levaria de volta para casa. Ou então poderia ligar para o Sr. Weasey e lhe contar o que tinha acontecido. Mas o que diria? “Olá Sr. Weasley, essa menina que está aí é uma farsa, eu estou com a verdadeira Virgínia Weasley. ??” Não, era melhor levá-la. Assim poderiam descobrir quem era a falsa Virginia Weasley.

Gina dormiu por quatorze horas. As vezes ela se mexia, mas o sono estava pesado. Ela teve calafrios e febre e Harry cuidou dela todos os minutos. Por fim, exausto, caiu na cama ao lado dela e adormeceu. Quando ela acordou olhou para o lado e viu que Harry Potter dormia profundamente. A cama macia e a sensação de estar em segurança era indescritível depois de tantos momentos de terror. Mas ela ainda pensava em Draco. Foi quando Harry acordou e a olhou. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ela falou.
— Preciso falar com Cornélio Fudge. – Ela suspirou – E rápido.


A Sra. Weasley desceu as escadas da Toca correndo e gritando desesperada.
— Arthur! Arthur! – Ele apareceu na porta da cozinha. Molly estava branca. – A Gina acabou de sumir. Eu fui acrodá-la, deixei-a sozinha por segundos enquanto fui até o quarto de Rony e quando voltei encontrei apenas isso.

“Sra. Weasley, diga ao Harry que o amo.”


Harry comprou algumas roupas novas para Gina e esperou que as vestisse. Em seguida, ajudou-a a descer as escadas do pequeno hotel onde tinham se instalado e pediu à recepcionista para usarem a sala privativa. Entraram e caminharam até a lareira. Ele a olhou.
— Vamos para a Toca. Sua família precisa saber o que está acontecendo.

Ela entrou na lareira e gritou “A toca!” labaredas engoliram seu corpo e rapidamente ela sumiu. Harry fez o mesmo e quando abriu os olhos encontrou Gina parada no meio da sala e a senhora e o senhor Weasley os olhando atônitos.

— Querida... – A Sra. Weasley se aproximou e a abraçou – Onde você foi?
— Como assim, mãe? Harry acabou de me encontrar. Preciso conversar com Cornélio Fudge, tem muitas coisas estranhas acontecendo.
—Querida, você está estranha!
— Sr. e Sra. Waesley, preciso conversar com vocês. – Harry falou. – Aquela Virgínia Weasley que estava aqui era falsa. Essa é a verdadeira.

Os dois o olharam incrédulos. Aquilo só poderia ser uma brincadeira muito mal gosto.
— Como é que é? – Arthur falou – Você está louco?
— Pai, ele não está louco. Por favor, alguém traga Cornélio Fudge aqui. Contarei a todos o que aconteceu.



De uma hora para a outra a Toca virou uma loucura. Cornélio Fudge apareceu um pouco a contra gosto, em companhia de alguns relatores do ministério. Estavam todos reunidos na sala. Gina estava sozinha em uma poltrona, abraçada aos joelhos. Ela tinha acabado de tomar uma xícara quente de chá e comer alguns biscoitinhos. O senhor e senhora Weasley estavam em sofá, muito aflitos e Harry andava de um lado para o outro na sala, impaciente.

— Muito bem Srta. Weasley. – Fudge falou – Conte-nos o que aconteceu.

Gina suspirou longamente e deixou que as terríveis lembranças voltassem a sua cabeça. Antes de mais nada perguntou.
— Draco Malfoy está bem? – Fudge arqueou as sobrancelhas, achando que a menina tinha na verdade era ficado louca. Por isso ela preferiu explicar – Ele ficou preso comigo na pirâmide todo esse tempo. E quando Harry me encontrou ele tinha sumido.

Fudge fez apenas um sinal com a cabeça e um dos relatores saiu apressado da casa.
— Nós vamos verificar. Mas agora preciso que você me conte tudo o que aconteceu.


Gina contou tudo o que tinha presenciado na pirâmide. Contou dos sacrifícios, do faraó, dos monstros, das câmaras e do Andrew. Ela tentou ser o mais objetiva possível, mas o relato demorou cerca de duas horas. Por fim, Fudge se levantou.
— Srta. Weasley... – Disse olhando direto nos olhos dela – Você acha realmente que eu vou acreditar nisso?

Gina arregalou os olhos sem saber se ria ou chorava.
— O que? – Perguntou indignada.
— Acho que isso nada mais é do que uma desculpa. Acontece muito.
— Se o senhor acha que isso é mentira pergunte ao Andrew. Ou ao Draco. Alguém procurou Draco Malfoy? - Os relatores olharam para a garota e em seguida para Fudge. – Perguntem a ele.

Cornélio a olhou de cima a baixo. Em seguida, acenou com a cabeça para todos e disse:
— Obrigado pela ajuda Srta. Weasley. Faremos o possível. – Ele se virou, e fez sinal para que os relatores começassem a recolher as coisas.
— Sr. Fudge – Molly falou, apenas um fiapo de voz. – Alguém se fez passar pela minha Virgínia. – Ele a olhou com olhos furiosos, mas ela continuou – Será que isso tem alguma relação com tudo que a minha filha acabou de lhe contar?
— Eu vou ser sincero com a senhora. Não sei o que sua filha está pensando, mas esse escândalo envolvendo a Universidade Especial para Bruxos recém-formados de Bruxelas não está ajudando em nada nossas relações diplomáticas com o país. – Ele estava furioso – E eu não vou deixar que uma menina simplesmente acabe com isso.
— O senhor está insinuando que nossa filha é mentirosa? – Agora era a vez de Molly ficar furiosa.
— Eu não estou insinuando nada. Basta escutar essa história sem pé nem cabeça. Nada faz sentido. Mas eu estou lhe dando a minha palavra: Nós vamos averiguar o que está acontecendo. – Ele se encaminhou para a porta, mas antes deu de cara com Harry. Ele estava furioso, fuzilando Fudge com os olhos.
— Sr. Fudge – ele disse com cinismo – Você nunca acreditou nas minhas histórias. E isso quase custou o seu cargo. Não cometa o mesmo erro de novo. Lembre-se que cometer um erro uma vez é humano. A segunda é burrice. Essa então deve significar o que?... – Harry não desviava os olhos dos dele e sussurrava baixinho para que apenas os dois escutassem – Que o senhor é um asno?
— Cuidado Harry Potter. Posso mandar prendê-lo por isso. – Fudge sacudiu a capa e olhou para os reatores – Dá para vocês virem logo? – Eu vou espera-los lá fora.
— Ah, e antes que eu me esqueça Sr. Fudge. Por que não contacta a IBM? Eles estão muito interessados no caso.
— Posso assegurar Sr. Potter, que eles já estão fora do caso. Porque não há caso.



Assim que todos saíram a Sra. Weasley sentou no braço da poltrona onde Gina estava e a abraçou.
— Querida... – ela calculou as palavras antes de falar – Isso que contou é realmente verdade?
— O que?? – Ela gritou indignada. – Nem vocês, meus pais, acreditam em mim? E essa tal que esteve aqui se passando por mim?
— Eu acredito em tudo que contou querida. Mas é muito assustador. Eu seu pai fomos te buscar... quero dizer... fomos buscar a farsante na sua escola.
— Isso prova que minha história é verdadeira. Por falar em escola... O que eles disseram?
— Eles disseram que as aulas voltariam dentro de quatro dias. Que ficariam suspensas temporariamente por causa do professor que sumiu e o incidente na pirâmide.
— Pai, acredite no que estou dizendo. Eu e o Draco não nos perdemos dentro daquela pirâmide. Nós fomos perdidos.



Cornélio Fudge andava de um lado para o outro dentro de uma grande e luxuosa sala. Um homem estava sentado em uma cadeira de couro.
— Cornélio, pare de andar.
— Mas o que vamos fazer? As coisas fugiram do controle.
— Nada fugiu do controle. Você fez o que devia ser feito. Ninguém mais vai tocar nesse assunto.



Alguns dias se passaram sem que ninguém tocasse mais no assunto. A família Weasley voltou a ter uma vida pacata, embora Molly mimasse demais a filha.

Em uma bela manhã, Gina acordou cedo sentindo-se nova e revigorada. Todos os dias a Sra. Weasley a deixava dormir até mais tarde e então levava café na cama. Naquele dia, entretanto, ela acordou bem cedo e ficou na cama, pensando em tudo que tinha acontecido, tentando encaixar as peças do quebra-cabeça. Mas nada naquela situação fazia sentido. Absolutamente nada. O incidente , como estavam chamando, na pirâmide era óbvio demais. E Draco? Por que não tinha falado nada? Por que não tinha aparecido? Será que ainda estava vivo? Ela sentiu o peso da culpa cair sobre o seu corpo. Devia ter procurado mais, ele não podia ter simplesmente sumido. Alguém tinha feito alguma coisa.

Foi quando uma coruja escura pousou na beirada da janela. Tinha um pequeno pergaminho enrolado na pata. ”Com certeza uma carta de Harry”. Ela levantou da cama e foi pé ante pé até a janela. Pegou o pergaminho e antes mesmo que o desenrolasse a coruja bateu as asas e voou para longe. Assim que ela leu a primeira linha sentiu o coração bater apressado e quase desmaiou.




Draco passou os dias seguintes evitando o pai e sendo evitado. Para Lucius, o filho era uma grande decepção, nada além disso. Para Draco, o pai era um grande herói, até o momento que o deixou na pirâmide para morrer. E além disso, ele tinha convivido com Virgínia Weasley, e era inegável que a menina tinha mexido com seus sentimentos. Logo ele, praticamente um homem sem coração. Mas ela tinha mexido de verdade. As vezes ele se surpreendia pensando nela. Não nos momentos de pânico e medo que viveram, e sim quando ele a ignorava em Hogwarts. Sentiu-se um crápula por isso. Mas ele tinha salvado a vida dela, assim como ela tinha salvado a dele. Isso devia significar alguma coisa realmente boa.

Uma manhã, preocupado com a situação da garota, e sentindo-se responsável por isso, foi até o escritório do pai sorrateiramente e abriu algumas gavetas. Ele estava procurando alguma coisa, mas não sabia exatamente o que. Foi então que viu um pequeno medalhão brilhar dentro de um dos luxuosos armários. Tentou abrir o armário, mas ele estava trancado. Enfiou a mãe no bolso da calça para usar alorromora. Foi então que se lembrou que não tinha mais varinha. Aproximou-se o máximo possível e a frustração tomou conta até dos seus ossos: o medalhão não tinha nada demais, possivelmente apenas uma jóia da família. Mas no fundo do armário, um pouco escondido, tinha uma pequena placa com uma longa correntinha e uma chave. A placa era pequena, e Draco não conseguiu ler o que estava escrito. Tentou abrir a porta mais uma vez e não conseguiu. Saiu do escritório e foi procurar sua mãe.

Narcisa Malfoy estava sentada em uma das confortáveis poltronas, lendo um pesado livro. Essa era a única coisa que ela fazia: dava ordens aos vários criados, vagava pela casa ou ficava sozinha na biblioteca. Ela abriu um imenso sorriso quando viu o filho e o pediu para se aproximar.
— O que foi, querido?
— Mãe, esqueci de lhe dizer. Eu perdi a minha varinha. Na pirâmide.
— Não tem problema meu filho. Nós podemos ir ao Beco Diagonal comprar uma nova. – Ela o olhou e ergueu as sobrancelhas – Mas peraí, perdeu na pirâmide? Que pirâmide?

Draco suspirou longamente e sentiu pena da mãe.
— Na pirâmide do Egito, na visita técnica da pós-graduação.
— Ah... Entendi. Não se preocupe querido. Nós podemos comprar uma nova.
— Mãe... por um acaso você sabe no que o papai está trabalhando?
— Ora Draco... E por acaso alguém sabe no que o seu pai trabalha? Ele está sempre cheio de segredos. – Ela o olhou animada – Você quer ir comprar sua varinha hoje?

Foi então que Draco teve uma idéia iluminada.
— Na verdade mãe... Você se importaria se eu fosse sozinho?

Draco subiu as escadas pulando de dois em dois degraus e chegou em seu quarto. Pegou um pergaminho e rabiscou algumas palavras. Depois correu até o pombal e pegou uma coruja qualquer. Amarrou o pergaminho na pata do animal e o soltou.


“Gin, eu estou bem. Não se preocupe, nada de mal me aconteceu. Mas estou muito preocupado com você. Ouvi conversas... As pessoas estão falando sobre a pirâmide. Parece que querem acobertar. Mas eu estava lá, também vi o que aconteceu. Somos vítimas e precisamos ficar juntos. Temo por você e pela sua segurança. Você se tornou uma pessoa muito especial para mim. Por favor, não responda esse bilhete. Apenas me encontre no Beco Diagonal hoje, as 3:30 da tarde. Estarei te esperando no Caldeirão Furado.

Um beijo,

Draco Malfoy”



Gina leu e releu o bilhete diversas vezes. Nada a faria perder esse encontro.



N/A: Pessoal, peço mil perdões antecipados para o caso de eu cometer algum erro nessa fic com relação ao Beco Diagonal e o Caldeirão Furado. É que da última vez que meus pais vieram me visitar eu emprestei a minha coleção do HP para a minha irmã, então estou completamente sem consultas. Caso eu cometa algum erro peço gentilmente que alguém me mande um e-mail me avisando para que eu mude. [email protected] ou [email protected]. Agradeço desde já, beijos!



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