Fama, poder e glória



Imagine having everything
We ever dreamed
Don't you want it?

Imagina que temos tudo

O que sempre sonhamos
Não o queres?


Ron Weasley já não era mais o rapaz pobre de cabelos ruivos gozado pela maioria dos estudantes devido aos seus pertences em segunda mão. Havia-se tornado o rapaz mais popular e cobiçado pelas raparigas, chegando mesmo a originar disputas e duelos entre elas.
Tudo isto se devia à sua entrada e excelente desempenho na equipa de Quidditch de Gryffindor, onde havia ocupado a posição de keeper.
Desde que havia contribuído para a conquista da Taça de Quidditch pela sua equipa, ao defender inúmeras quaffles lançadas pela equipa inimiga, Slytherin, que Ron se havia tornado famoso


Sim, famoso.
Não havia quem na escola desconhecesse o seu nome e quem não entoasse a já tão conhecida letra de "O Weasley é o nosso rei".
Com a excepção de alguns elementos da equipa verde de Hogwarts, Ron era absolutamente adorado e venerado por todos. Havia ultrapassado Harry Potter, o seu melhor amigo, em fama. 

Fama.
Tudo o que Ron nunca havia tido, estava agora nas suas mãos.
Sempre havia sido um desconhecido aos olhos de muitos, e sempre havia sido olhado de lado.
Mas isso havia mudado.

Havia ultrapassado Draco Malfoy, o seu inimigo, em conquista.

Conquista.
Esta palavra era a mais usual no dicionário actual de Ronald Weasley. Todas as raparigas caíam aos seus pés, bastando-lhe para isso estalar os dedos.

Poder e Glória.

Todos os alunos de Hogwarts davam tudo para poderem estar um minuto que fosse com o ruivo, anteriormente desconhecido e ignorado.
As aulas partilhadas com ele, eram marcadas por sussuros, risinhos e cochichos. Todos direccionados e relacionados a ele.


Apenas a ele.

I want it all!
The fame and the fortune,
And more.

Eu quero tudo!
A fama e a fortuna,
E mais.

Mas o pior de tudo não eram as brigas, os gritos ou os cânticos.
O pior era muito pior que isso.

Ron gostava.
Gostava da fama, do poder e da glória que havia implantado na escola sem se aperceber disso.
Gostava de ter todas as raparigas aos seus pés. 
Gostava de ser o melhor.
Simplesmente o melhor.

Algo que nunca tinha sido. 

Apesar de tudo, mantinha as amizades.
Porém, algo havia mudado. 

O seu melhor amigo continuava a ser Harry Potter.
Mas, apenas ele.
E Hermione Granger? A amiga durante cinco anos, companheira de aventuras e a salvação de ambos nos trabalhos de casa?

Ron mudara a sua atitude para com ela.
Completamente.
Não partilhavam as aventuras, não riam juntos.
Não estavam juntos.
E praticamente, não se falavam

E tudo isto havia acontecido, desde aquele dia. 

King's Cross, 1 de Setembro.


- Ron, aqui! -
gritara Harry ao avistar o amigo. Estamos aqui!

- Ron! -
gritara Hermione também, com vista a ajudar o amigo. 

- Ah, até que enfim que te encontro, Harry! - dissera Ron ao avistar os amigos.


- Olá Ron! - Hermione falara para o amigo, com um grande sorriso.
 
- Vamos procurar uma carruagem para nós os dois, Harry? - dissera Ron, desdenhosamente. 

- Dois? - perguntara Harry confuso. 

- Sim, nós os DOIS. - Ron falava num tom como se resolvesse tudo.

- Mas, e a... ? - Harry começara a questionar o amigo, quando fora interrompido por uma voz embargada.

- Deixa Harry, vão vocês os dois, afinal não precisam de mim... - a rapariga falara com lágrimas nos olhos.  

- Mas, nós... - Harry tentava falar de novo.

- Ouviste-a! Anda! - Ron falava num tom rude e sarcástico, que Harry nunca havia ouvido no amigo.

E assim foram.
Um Harry espantado e cheio de dúvidas, acompanhado por um Ron nervoso e profundamente arrependido por dentro. Mas disso, ninguém sabia.
Foram, deixando para trás uma Hermione com lágrimas nos olhos e uma enorme mágoa.

Expresso de Hogwarts, Carruagem 23, 1 de Setembro


Tudo estava esclarecido. A falta de cartas, de respostas.
O convite que nunca aparecera.
O convite para passar o resto das férias em casa de Ron.

E Ron havia-a simplesmente ignorado e evitado.

Não havia sido Draco Malfoy, Luna Lovegood ou até Neville Longbottom.

Havia sido Ronald Weasley.
O seu melhor amigo.
O rapaz que ocupava os seus sonhos e a sua mente.
E pior que tudo.

O rapaz que ocupava o seu coração.

Sim, Hermione Granger estava apaixonada por Ron Weasley.
Não era uma paixoneta, uma atracção.

Era amor, amor que se havia intensificado ao longo dos anos sem que se apercebesse disso.
E agora, apenas agora Hermione juntava os factos.
Nunca conseguira esquecer Ron desde aquele dia em que havia gozado com o seu feitiço idiota e com o seu nariz sujo.

Chorara quando Ron havia sido ferido no terceiro ano, por um cão, que afinal era Sirius Black.
Chorara quando Ron não a havia convidado para o Baile de Natal, e haviam discutido devido ao par de Hermione ser Victor Krum.

E agora chorava, não por uma discussão, ou por ver o seu melhor amigo ferido.

Chorava por saber que ele já não era mais o mesmo Ron que ela havia conhecido.
Chorava por amá-lo e não ser correspondida.

Mas pior que isso, chorava por ele não querer mais a sua companhia.
Nem mesmo numa simples viagem de comboio que sempre haviam feito juntos.

E agora, estava sozinha, numa cabine do Expresso de Hogwarts, sentada num banco a olhar para a paisagem que parecia movimentar-se a alta velocidade.

Such a lonely day,
And it's mine.
The most loneliest day of my life.

Um dia tão solitário,
E é meu.
O dia mais solitário da minha vida.


"Não entendo qual a razão dele! Eu sei que sempre fui dura com ele nas questões dos trabalhos de casa, mas nós passamos por tanto juntos!
Não foram só tardes numa sala comum, não foram só aulas.
Foram as maiores aventuras, algo que nunca ninguém viveu!
Parece que para ele nunca importou!" - pensava Hermione.

Such a lonely day,
Should be banned!
It's a day that I can't stand.

Um dia tão solitário,
Devia ser banido!
É um dia que não consigo suportar.


- Hey, Granger. - alguém chamara da porta da cabine.


Hermione virou-se, limpando as lágrimas rapidamente, que teimavam em cair.
Mas, estas só se intensificaram ao ver quem estava na porta.

Era Ron.

E não a havia tratado pelo nome.
Havia-a tratado por Granger
.

- Sim ? - respondera friamente. Weasley?

- Temos que fazer a ronda pelo comboio, a conversa do costume. - Ron falara.

- Juntos? - Hermione perguntara sarcasticamente.

- Sim, juntos. Sempre foi assim e é assim.
- Ron respondera.

E nesta resposta, Hermione pareceu ver nos profundos olhos azuis de Ron mágoa. Pura mágoa. Algo que não havia visto há uma hora atrás. Mas convencendo-se que havia sido impressão sua, levantou-se, limpou as lágrimas e endireitou-se.

Ao vê-la chorar, Ron não resistiu e perguntou.

- O que tens, Hermione? - o seu tom era já menos rude.

- Nada que te vá interessar, Weasley. - Hermione respondera friamente, evitando olhar nos olhos de Ron. Alergia.

- Alergia? Está bem. - Ron voltara ao tom frio ao verificar que ela o havia chamado de Weasley pela segunda vez.

- Vamos lá, se tem meeeeesmo que ser. - Hermione carregara na palavra, ao mesmo tempo que revirava os olhos, vermelhos.

- Pois, é assim. - Ron respondera ironicamente.

Foi quando Hermione saiu, que Ron se apercebeu.
Apercebeu-se que havia cometido o maior e mais estúpido erro da sua vida.
Mas não podia redimir-se, não podia dar o braço a torcer.
Tudo o que ele menos queria era ver Hermione, A SUA Hermione, a sofrer.
Mas ele tinha que esquecer a ideia maluca que tinha na cabeça.
Não poderia arriscar algo em que não fosse correspondido.

"Porque razão tem tudo de ser difícil? Odeio isto!" - pensando, ao mesmo tempo que dava um forte pontapé na porta da cabine, acabando por tirá-lo da carreira de deslize.

Dito isto, saiu da cabine, atrás de Hermione, também com lágrimas nos olhos.

HOGWARTS

Mas Hermione nunca soubera disto. Nunca soubera que o amigo estava a mutilar-se internamente por fazê-la sofrer. E agora, haviam passado dois meses, e tudo continuava na mesma.
Hermione havia desistido de entender Ron.
Limitava-se a odiá-lo internamente.

Então, sentada na poltrona da sala Comum, olhando para a lareira, Hermione decidiu ir dar um passeio, para espairecer as ideias.
Ainda estavam dentro da hora permitida, além de que era monitora, o que lhe dava o privilégio de mais uma hora de "passeios nocturnos".

Saiu a correr pelo retrato, para evitar ser vista por Harry ou Ron.
Mas depois lembrou-se, Ron não lhe falava.

Hermione andava pelo castelo, completamente distraída, sem se aperceber do que acontecia à sua volta.
Só foi desperta dos seus pensamentos ao dar um encontrão a algo sólido.

Quando viu o que era, o seu mundo caiu-lhe sobre as costas, deitando-a abaixo.

Era Ron, Ron Weasley, num beijo profundamente LONGO (e na opinião de Hermione, absolutamente nojento) e com direito a toque de línguas, com Parvati Patil!

Ron agarrava na cintura de Parvati, enquanto que esta despenteava os brilhantes cabelos ruivos do rapaz com uma mão, e com a outra acariava a sua nuca.

Os dois estavam de tal maneira grudados, que não se haviam apercebido do encontrão de Hermione, que vendo que os dois continuavam a beijar-se, virou as costas e decidiu voltar para a Sala Comum, de onde pensou que nunca deveria ter saído.

Ron, ao ouvir passos, interrompeu o beijo e virou a cabeça na direcção que Hermione ia.
Ao reconhecer aquele cabelo a esvoaçar tão nervosamente, Ron odiou-se.

- Desculpa Par, mas tenho que ir. Já são horas e não convém que um monitor seja apanhado, ainda por cima nestes... bem, tu sabes. - dizia Ron, tentando livrar-se de Parvati.

- Pois é Ronzinho. Até amanhã então, baby. - Parvati sorria de forma sensual.

- Até amanhã. - respondera Ron.

Ou não. - completara em pensamento.

Quando Parvati já ia bem longe, Ron socou a parede, arrependendo-se disso logo em seguida.

- ESTOU FARTO DISTO, A MINHA VIDA É UMA TRETA! - gritara no meio do corredor. SÓ FAÇO ASNEIRA ATRÁS DE ASNEIRA, E SÓ MAGOO QUEM NÃO MERECE! ÉS UM FALHADO, RON WEASLEY! O QUE TE ADIANTA A FAMA, SE NÃO TENS O QUE MAIS QUERES? 

Mas, arrependeu-se profundamente de ter gritado, pois havia atraído a atenção de Mrs. Norris, a gata coscuvilheira do encarregado analfabeto e medieval, Filch. 

Começando a correr, só parou quando alcançou o retrato da Dama Gorda. 


- Custa, mas tens que continuar Ron, só assim conseguirás esquecê-la. - Ron falara para si próprio.


E entrando na Sala Comum, colocou um sorriso aparentemente feliz ao ser vaiado por gritos e canções gloriosas, algo que já era vulgar na sua vida.  

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N/A : primeiro capítulo desta fic!
decidi fazer uma coisa diferente...
apesar de tudo, está a custar ao Ron ser assim!
mas isso, vai descobrir-se tudo ao longo da história.

Espero que tenham gostado deste capítulo!
Comentem, deêm a vossa opinião :)
e votem, é só carregar na bolinha correspondente , xp

espero que continuem a acompanhar e mais importante, que estejam a gostar!


BEIJOS PARA TODOS :)




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