O lago encantado



Capítulo 1- O Lago Encantado


No antigo país do verão, até mesmo em plena primavera o mar era coberto de brumas, por isso aqueles que não conheciam os caminhos não se arriscavam a sair perambulando por lá. As redondezas do lago eram totalmente desabitadas, muitos diziam que era povoado por espíritos malvados, outros já insistiam em dizer que entre as brumas e o caminho que levava a ilha de Glastonbury, poderia ser encontrado não o mar, mas a sagrada ilha de Avalon, onde acreditavam existir: sacerdotisas da lua, elfos, duendes, ninfas e os mais variados tipos de seres mágicos. Chegaram até a inventar uma prosa para o lugar:


”Lá viviam seres elementais, como fadas, ninfas e elfos, além das sacerdotisas da Lua e aprendizes dos mistérios e forças da natureza.
É magicamente iluminada pelo Sol.
Densas brumas obscurecem o caminho até ela, onde tudo floresce.
Só quem bem conhece os caminhos da magia é capaz de vencer as brumas de Avalon, conhecida como Ilha dos Mortos, para onde foi o mais famoso de todos os reis ingleses, Arthur, em busca de conselhos.
Que só espera um bom momento para voltar.”



Muitas coisas são ditas sobre o lugar, mas ninguém sabe como chegar até ele, que dizem ser encantador. Mas esse lugar verdadeiramente existe, e verdadeiramente é povoado de fadas, ninfas, elfos e sacerdotisas da lua, e é desse lugar mágico e dentre as brumas que saiu uma barca negra remando para o litoral; Na barca se encontravam duas moças encapuzadas, e dois remadores dos pictos, pequenos e morenos, porém fortes.

A barca deslizava silenciosamente sobre o rio cristalino, dando um ar mais místico ainda ao lugar.

As duas moças que estavam ali, conversavam quase que silenciosamente, a mais nova porém disse:

-Minha querida irmã, você realmente precisa ir para lá?-perguntou a mais nova, e apesar do capuz que a cobria, mostrava-se bastante bonita; era morena, tinha cabelos negros e olhos igualmente negros; a outra era igualmente bonita, mas tinha olhos verde azulados, que mudava de acordo com o seu humor. Hoje ele estava azul intenso, estava terna, calma e expressava tamanha paciência através de sua voz. Então quebrando o encanto, respondeu a outra:

-Minha querida eu realmente preciso ir, as minhas causas são realmente muito importantes; Elas são irrelevantes pra você, e quanto ao fato dos meus estudos, bom, eu ia morrer entediada se não ouvisse meu coração e desse lugar o que me foi dado a fazer, e de mais a mais tenho muita vontade de ir para lá, acredito que parte do meu passado pode ser encontrado lá.

-Seu passado vírgula, o passado de seu pai - indagou ela com bastante ira - Desde que aquele venerável foi à ilha você não me disse mais nada - disse ela com certo rancor - você sabe que pode contar comigo.

-Eu sei, mas o destino de alguns homens está na minha mão, agora sabes o que me aflige?-disse ela enterrando o rosto da irmã no peito, e lhe acariciando a longa cabeleira negra-mas eu acho que isso não é hora de falar sobre isso...-

- Você às vezes reclama da forma rude como a nossa mãe vem até nos, mas se delicia a fazer como ela.-Pelo belo rosto moreno escorreu-se uma lágrima fria e doentia.

- Não diga tolices Morgaine, eu jamais serei como a dama do lago. Sabe por que?- A moça mais velha levantou o queixo de sua irmã Morgaine de tal forma que as duas olhassem um dentro dos olhos da outra - Por que cada pessoa é de uma forma. E não pretendo ser tão amarga quanto ela.

- Espero que não...-e continuaram elas ali, abraçadas, até que o barco aproximou da margem e arranhou pesadamente o fundo arenoso do lago.

-Até então irmã...

E com lágrimas nos olhos a mais nova disse:- Que a Deusa te guarde nesta tua longa jornada - Então esta fez sinal para que os remadores voltassem para onde vieram...

* * *

A parte do caminho para fora de Avalon, fora fácil para ela. Estava acostumada a ir e vir, abrir e fechar as brumas desde muito nova. Sua mãe havia lhe treinado muito bem, e apesar da dureza das palavras da Dama do lago, seria bastante úteis para ela daqui por diante.

Morgause andou, andou e andou. Lembrou-se das velhas historias que lhe contaram de bravos viajantes que tinham vários feitos. “Parabéns para eles”, pensou ela em ironia a todas aquelas historias, se não eram “estórias” ou lendas. Porém, continuou a pensar diversas coisas enquanto se colocava a sair da floresta. Lembrou-se da sua iniciação aos mistérios, como fazia tempo, parecia que havia sido ontem. Nenhuma sacerdotisa poderia se considerar iniciada até que acontecesse a menarca, e após isso era feito um sigiloso ritual, do qual quem não havia ainda passado por aquela experiência não poderia conhecer. Nele só havia sacerdotisas mais antigas. Haviam três investidas, cada uma representando uma fase da vida, uma delas estava de branco, outra de preto e a do meio de vermelho. Cada uma representava uma estação de minha vida, a primeira era representava a crescente, e esta representa a face donzela da Deusa, e este era o tempo dos princípios, o primórdio. Já a segunda, era a da lua cheia que corresponde à face maternal da Deusa. A terceira e última era a de quarto minguante e significa a fase anciã e de sabedoria. Ao se passar por cada uma delas eu tive certas visões aterradoras, umas boas, outras ruins.

Mas isso, é um dos mistérios dos quais os pobres reles mortais não deveriam conhecer, aliás, houve o tempo em que qualquer um podia fazer parte de nossa irmandade, mas com o passar dos séculos eles impuseram uma parede invisível entre nós, e largou todos aqueles costumes que um dia foram a sua salvação. Mas isso são coisas do passado que pouco interessava saber. Ao lembrar-se daqueles detalhes, tentou tirar todas aquelas coisas de sua cabeça, e seguir apenas o seu rumo. O rumo que os Deuses impuseram.

Depois da caminhada para fora da floresta, fora bastante fácil. Ela só tinha que achar a “chave de portal”. O que mais lhe estressava em Dumbledore era aquilo, para aquele velho homem tudo era fácil. Ela fica histérica só de lembrar suas palavras:

“-Será fácil, passarei uma dica para você e simplesmente poderá achar a chave de portal. -falou o velho homem.

-Dica? O senhor enlouqueceu de vez, ou sou eu que não estou escutando direito?

-Ora Caillean, não é você que está ficando surda nem eu estou endoidando, só faço isso para lhe testar. Pensei que você gostasse de enigmas - falou Dumbledore da sua forma divertida.

- Em primeiro lugar mestre, meu nome é Morgause, em segundo lugar VOCÊ SÓ FAZ ISSO PRA ME TESTAR?- explodiu ela de vez - Você me tortura demais sabia? E se eu gosto de enigmas gosto, mas há casos e casos. Vai ser muito mais simples sair pegando objeto por objeto do que tentar quebrar a minha cabeça em busca de uma resposta para seu enigma.- Porém, mais calma ela perguntou, sem deixá-lo nada comentar - Mas a propósito qual é seu enigma?”“.

Em sua opinião Dumbledore era bem maluco, dificilmente um só parafuso faltava naquela velha cabeça. Mas pouco se importou, o importante era o enigma. Pegou um pedacinho de pergaminho que estava em uma pequena bolsinha de coro em sua cintura. O velho mestre queria sigilo total, por isso deu a ela aquela pequena bolsinha, que não devia ser aberta por nada, só apenas quando chegasse o momento correto e pela pessoa correta. Não pode deixar de rir com aquele enigma:

“An imec ov siamaj are doprart nocne moca ahnim aidraug vot seaon uos licafed rajenam samoeuq ale agerrace amuardep amissisoredop edno ecnet repsão su essiart secna”.

Não tinha a mínima idéia do que estava escrito ali, tinha certeza que não era latim, pois aprendera muito bem. Começou a seguir a ordem de forma para desencriptar aquela mensagem, que estava na cara que não provinha de língua nenhuma. Porém, para maior facilidade, sentou-se numa pedra, deu um nó em seus cabelos, pegou um outro pedaço de pergaminho limpo que havia em sua bolsinha de couro e uma pequenina caneta tinteiro, que assim que retirada do saquinho, aumentou de tamanho.

Jogou fora de cara o quadro mágico de César, tentou juntar só as consoantes e depois tentar formar palavras claras...

Minutos e minutos se passaram, até que por fim resolveu o enigma.

Era tudo muito simples, as palavras foram escritas de trás para frente, e unidas de forma desordenada, revelando o enigma:

“A mim você jamais poderá encontrar, com a minha guardiã estou, não sou fácil de manejar, mas o que ela carrega é uma pedra perigosíssima que pertence aos meus ancestrais”.

Não pôde deixar de rir, era o enigma mais simples do mundo, “a mim você não poderá encontrar, pois com a minha guardiã estou”, era óbvio, sua guardiã estava em Avalon, “não sou fácil de manejar, sou uma pedra poderosíssima dos meus ancestrais”, óbvio demais. Era com certeza era a pequena réplica da pedra de Onphalos, que estava com ela. Qualquer um que conhecesse a historia de Avalon e seus ancestrais saberia daquilo. Não pôde deixar de rir da engenhosidade de Dumbledore. Mas sua linha de pensamentos foi desfeita quando ela viu o pergaminho com o enigma, a caneta, e a bolsinha se diluírem instantaneamente. Riu-se mais um pouco, pegou a finíssima e longa correntinha em seu pescoço, e tocou na pedra. A sensação que teve foi uma das quais ela jamais sentiria novamente.


* * *

Após sentir aquela sensação maravilhosa, que ela teve certeza que nunca mais teria, Morgause se deu conta de que se encontrava de frente a um estabelecimento com um grande letreiro:


CALDEIRÃO FURADO



Não teve dúvidas de que era ali que deveria ficar, até que chegasse o dia de partir para Hogwarts. Resolveu entrar no lugar que era pequeno, simples e de ar carregado. No lugar havia alguns bruxos. Alguns tomando bebidas e outros comendo. Percebeu que havia uma escada num canto extremo, que na primeira volta que dava sumia. Interpretou, então, que ali deveria ter uma estalagem bem acima do bar. Dirigiu-se até o balcão, e esperou por alguém que a atendesse. Um homem apareceu de trás da cortina, virou-se para ela e perguntou:

-O que deseja senhorita?

-Bem, pelo que percebi acima desse recinto tem uma estalagem - Sua voz soou mais doce do que pretendia - Gostaria de saber quanto é a diária de um quarto para uma pessoa, até dia primeiro de setembro!

-Er, bem...- O senhor Tomas começou a dizer, porém, foi interrompido por um velho de barbas brancas que vinha descendo as escadas de um canto, que até a pouco ela havia observado.

-Tom- disse ele calmamente - Ela é minha convidada. - e virando-se para ela disse:- Estava a sua espera, Morgause, venha - Disse ele apontando para que ela subisse as escadas.

Não pôde deixar de sorrir, e arrependeu-se de tudo que havia pensado do velho homem. - Depois eu acerto com você. -falou ele referindo-se ao tal Tom.

Iam subindo as escadas silenciosamente. Entraram em um corredor com piso de tábua corrida de cor escura. Nele havia várias portas, onde ela julgou que fossem os quartos. Andavam e ninguém sequer dizia uma palavra. Ao meio do corredor, Dumbledore abriu a porta do lado esquerdo deles. Quando ela entrou, o lugar se revelou ser bem mais espaçoso do que ela imaginava. Naquele quarto havia duas pessoas, uma mulher alta e magra, já de idade. E um homem cheio de cicatrizes, uma perna de pau e um olho que girava.

-Entre.- Obedientemente ela entrou.

O lugar era até arrumado, poucos móveis, mas todos muito bem lustrados. Entrou e tirou o manto negro.

-Esta é Morgause *****, filha da Dama do lago com ****** *****. Morgause, essa é Minerva McGonagall, professora de transfigurações mágicas em Hogwarts.- aproximou-se mais e apertou a mão esquelética da mulher. Pela suas artes de percepção, observou que ela era o tipo de mulher severa. E após o comprimento Dumbledore apresentou a ela o senhor Moody, que segundo, ele fora auror e estava aposentado. Segundo ele, os dois eram membros da Ordem da Fênix.

-Bem Morg* será que você tem idéia do motivo pelo qual lhe chamei aqui?-Dumbledore estava avaliando bastante cada palavra que proferia e pelo que pôde perceber ele estava bastante preocupado e também apreensivo. Suspeitava que fosse a guerra que lhe explodira em suas mãos.

-Acho que sim, professor. E acredito que seja ele muito importante por que se não, não teria desafiado a ira da Dama do Lago.

-Como senhorita?- Minerva perguntou como se não entendesse nada.

- A que parte a senhora não entendeu? –Mas ela podia ouvir seus pensamentos como se houvessem sido pronunciados. “A dama do lago? Avalon não mais existe” e então respondeu o pensamento da mulher: - É claro que Avalon existe - pôde notar que a mulher estremeceu com o que ela disse, mas não sabia se foi por causa da forma como havia falado, ou se fora por ela responder aos pensamentos da mulher. Até mesmo Dumbledore se sentiu levemente incomodado – é muito mais real do que a senhora pode pensar, e é por causa de pessoas como a senhora, sem ofensas é claro, que nós quase nos perdemos nas Brumas, ouviu senhora quase!

-Morg, por favor, não use os seus métodos para eles, eles não o compreendem.
Cortando a atmosfera de mal estar, Minerva prosseguiu:

-senhorita *****, você poderia nos dizer como chegou aqui?

-Ah sim - disse ela gentilmente e virou-se para Dumbledore- Engenhoso o seu enigma professor. Como fez sem que eu visse, minha pedra de Omphalos de transformar em chave de portal?

-Engenhoso, o velho Dumbledore é bastante engenhoso!- Comentou Moody

- Nada de mais.

-Senhora McGonagall, Dumbledore deixou comigo um saquinho de couro, que quando fosse o momento necessário apareceria o meu enigma, agora entendo como ele conseguiu! Ao colocar um feitiço na bolsinha de couro, o senhor fez com que ele automaticamente e imediatamente transformasse a pedra de omphalos em chave de portal, assim que eu conseguisse desvendar o enigma, que não foi nada difícil! Parabéns, mais seguro do que isso impossível.

Minerva ficou admirada com a esperteza dela, e resolveu acrescentar:- Ficarei feliz em ter uma aluna como a senhorita.

-Eu é que terei o prazer em ter uma professora como a senhora.
Minerva não pôde deixar de abrir um sorrisinho.

-Bem Morgause, mas o assunto que nos levou a ter essa reunião são outros!- Dumbledore pronunciou aquelas palavras em um tom levemente sério, o que a deixou um pouco consternada - Você sabe tudo sobre Voldemort, não é mesmo?- ele não a deixou nem responder e foi logo seguindo com seu monólogo:- Até mesmo em Avalon, a sombra negra dele tem alcançado, é lamentável. Pois como bem sabemos, sua terra é um lugar de difícil acesso! Pouquíssimas pessoas sabem da sua existência, o que nos leva a concluir que o nosso problema está se agravando. Não, Morg - interrompeu ele quando a moça tentou inutilmente entoar sua voz -Nem mesmo os portões mágicos de Avalon, nos assegure nada...-

- Ai sim, isto é um blefe - desta fez ela não se deixou ser interrompida -Eu e você sabemos que Avalon não pode ser encontrada por ninguém que não tenha um coração puro...

-Mas há as partes mais finas do véu!

- Teria que ter um coração muito puro! Avalon se afastou tanto deste mundo que nem quem conhece um pouco dos seus mistérios pode entrar. Até mesmo nós, Sacerdotisas da Lua, temos dificuldades em perambular entre aqui e ali. Será que é tão difícil?- Morgause desejou ardentemente que estivesse acompanhada de uma das várias Sacerdotisas que sabiam sobre os mistérios do véu. Elas poderiam explicar melhor!- É praticamente impossível penetrar nas brumas sem uma sacerdotisa, seria a morte para quem tentasse ou...- naquele momento a Professora Minerva e Moody prenderam a respiração.- a perdição eterna entre as brumas!- após sua conclusão os dois até respiraram mais aliviados!

-Mesmo se tivessem uma sacerdotisa?

-Olha Dumbledore eu não sei lhe responder direito essa pergunta -Admitiu para eles e era uma das coisas que aprendera que nunca devia fazer, para não perder o controle da situação, mas confiava no bom mago e seus amigos - O que sei é o seguinte: Ou essa sacerdotisa entrará lá com eles, e muitos de nós iremos morrer, mas salvaremos nossa terra. Ou ela não conseguirá entrar pelos portões mágicos, que nem portões são! Das duas uma.

-Como assim não são portões? - interveio Moody

-Na realidade, As brumas de Avalon foram colocadas para impedir a invasão dos romanos e dos saxões. Mas isso foi a mais de mil anos, muito mais. E então, os portões vagavam entre as brumas. Só que quando Roma veio para cá, trouxe consigo sua religião, com seus padres e bispos que adoravam o cristo! Julgavam nossa deusa um demônio, éramos na visão deles, todas obras do demônio, que aprendíamos artes das trevas. Com isso, o nosso próprio povo foi se distanciando de nós, esquecendo da Avalon que muitas vezes a socorrera e foi por este motivo que Avalon foi se distanciando desse mundo. Pois antes qualquer um que conhece um único mistério, poderia chegar até nós.

- Mas e os bruxos?

-Haha- ficou tentada a soltar aquela gargalhada. Os bruxos haviam sido piores do que os trouxas. - Não me faça rir. Vocês foram os piores de todos, nos viraram as costas quando mais precisávamos e vocês sempre vêem pedir nossa ajuda quando estão em atrito uns com os outros! Avalon jurou que não iria mais se meter na desordem de sua terra...

-Mas são obrigados a ajudar, uma vez que o desequilíbrio aqui, reflete desequilíbrio lá também. Ou seja, tudo o que esta terra sofre, atrapalha a harmonia em Avalon. Mas continuando onde eu parei - prosseguiu o velho- Até mesmo em Avalon, há o perigo da sombra dele. E o pior ainda está por vir.- “ainda tem o pior, mesmo depois disso tudo” Morgause pensou –Voldemort dividiu sua alma em o que se parece sete partes, e escondeu em um relicário, que nós bruxos chamamos de Horcrux. E isto é terrível até mesmo para nós!

- E o que eu tenho a ver com isso?

- Bom, é a tranqüilidade e harmonia de Avalon que se encontra em jogo!

Ela de fato não sabia o que pensar. Eram muitas coisas para processar em um único dia. Dumbledore lhe contou mais sobre os Horcruxes e para que serviam. Falou-lhe também que pelo que se parecia faltavam cinco deles para serem destruídos.

Quando eles foram embora o sol já se punha. Morgause ficou olhando o astro rei ir embora, e desejou que tudo aquilo fosse mentira, que quando sol aparecesse novamente ela já tivesse encontrado a solução para seus problemas!

“Que quando o astro rei nascer novamente, que ele traga consigo uma nova aurora para mim também!”

Não pôde deixar de pensar que os bruxos sempre se envolviam em muitos problemas, e usavam a terra antiga como remédio. Eles viviam se levantando uns contra os outros. Não conseguiam viver com nenhum tiquinho sequer de paz. Muitos se julgavam melhores que os trouxas. Tudo isso por um sangue nobre? Ridículo. Pena que todos os bruxos não eram como Dumbledore e Minerva. Esses sim eram boas pessoas, não mereciam sofrer o conflito pelo qual estavam passando! Mas quem ela era para dizer o que mereciam ou não? Tudo estava nas mãos de Ni- Terat.

Após o crepúsculo, Morgause foi para sua cama descansar.

Deitou-se sobre a cama macia que cheirava a hortaliça, sentindo o seu corpo muito pesado. Andara muito para sair da floresta, as notícias dadas pelo velho a deixara tonta. Desejava que agora mais do que tudo conseguisse ter um sono tranqüilo e sem sonhos.

E antes do sono lhe dominar totalmente, recitou um trecho de uma canção que sempre a fazia dormir quando se sentia em situações difíceis:


Que a escuridão seja equilibrada pela luz

Terra e céu e sol e Mar,

Uma cruz circundada para sempre será


Que a dor abra espaço para a alegria,

Que o luto se dissolva em jubilo,

Passo a passo para abrir meu caminho,

Até a escuridão se unir com o dia”


Se aquela canção acalmou seus ancestrais um dia por que não iria lhe acalmar também?


Neste lugar de Ni-Terat, Rainha sombria da terra,

Agora luzente com o espírito da luz de Manoah...


E sem perceber o sono tomou conta de si, nem lhe dando tempo para sua oração!


O céu ali estava totalmente estrelado. A lua estava completamente cheia, iluminando todo o quarto escuro e dando a moça uma beleza surreal.


Bem longe dali, a lua iluminava os caminhos de Avalon de uma forma muito diferente. Trazendo a todas as suas sacerdotisas paz, magia e a esperança de um dia melhor. Ao redor da fogueira onde as sacerdotisas estavam reunidas, podia se escutar um velho druida tocando sua harpa e cantando com sua voz melodiosa:


“Cada estação é limitada pela que se segue,

Encontros e partidas formam o círculo,

O centro sagrado é a moldura que nos cinge

Onde tudo está sempre em mutação, tudo sempre igual.


Em movimento maior torna-se nossa quietude,

Apaixonados, somos contidos pela força da vontade,

Girando perpetuidade,

Enquanto o tempo se torna eternidade


Ora confirmamos nós, o centro sagrado

A Omphalos, Umbigo do mundo.

Separa-nos de sonhos quando despertares

Por meio da resposta que nos deres...”


Quando a aurora se colocasse ali novamente, as forças de todos seriam restauradas. Um novo dia de plena harmonia surgiria. E ninguém mais sequer questionaria - mesmo que silenciosamente- os motivos pelo qual a filha da Dama do Lago – e futura sucessora da mesma -saira da ilha.

A lua cheia trazia mais força à magia daquela terra, mas também trazia consigo maldições para uma vida inteira. Só quem sabia apreciar estes desígnios, poderia de fato entender a força e majestade deste longo e interminável ciclo!

~*~*~*~*~*~*~*~

Nota da autora: Como puderam perceber, o primeiro capitulo foi alterado. E acrescentado algumas coisas, juro gente. Eu fiz o possível e o impossível pra escrever o máximo possível. Vocês sabem, é um pouco difícil escrever o primeiro capitulo grande e agradar leitor. E aos comentários agradeço a todos. Concordo que estava precisando de uma beta, e pronto arranjei, bem eu sou péssima mesmo na área de inventar e digitar, mas com o tempo eu ganho prática. Sei e acho que foi um pouco inesperado o que aconteceu neste capitulo, mas prometo que no próximo o Harry aparece. Bjos e até o próximo capitulo.

P.S.: Bom eu fiz um novo prólogo do qual eu não irei colocar aqui, montei um blog para colar capítulos adicionais e informações da fic.o endereço é: www.luacrescente.weblogger.com.br


bjos e espero comentarios


*Morg.: é um apelido carinhoso dado a Morgause.

Essa musica que é cantada por Morgause e o Druida foi retirado do livro: Os ancestrais de Avalon (No capitulo 1)! E quanto a historia de Avalon podem ficar tranqüilos terá um capitulo só dedicado a isso, e no meu blog também terão o resumo de todos os livros que eu conheço da Marion que fale sobre o assunto. E antes que eu me esqueça: a musica não está inteiramente correta, eu cortei alguns trechos e fiz uma união entre outros.

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