Descobertas nas Masmorras



Harry não conseguiu localizar Willian em lugar algum. Por algum motivo, sentia que algo estava errada, estava um pouco desconfiado do sumiço do loiro. Quando a festa esfriou um pouco, o moreno decidiu sair despercebido para procurá-lo.


         Ele caminhou com certa cautela pelos corredores do castelo. Não sabia o tipo de reação que Filch, por exemplo, teria ao encontrá-lo perambulando por Hogwarts, uma vez que deveria estar na festa pela vitoria da Grifinoria.


            Foi até a biblioteca. A encontrou vazia, a exceção de dois alunos da Corvinal, que se achavam fazendo a tarefa. Deu uma olhada na seção reservada. Havia alguém lá. Aproximou-se e se deparou com uma incrível cabeleira negra.  Sacudiu a cabeça. O rapaz assustou-se com a presença de Harry e virou-se, deixando cair o livro que examinava.


             Ele tinha alguns traços semelhantes a Willian, mas nada que chamou sua atenção. O garoto, porem, saiu correndo. Harry abaixou-se e examinou a capa do grosso livro encadernado, intitulado Magia das Trevas: Os feitiços mais macabros. Sem pensar muito, ele o recolheu.


                Terminadas as buscas pelas escadarias, desceu para as masmorras. O limbo das pedras grudou nos seus sapatos, apesar dele não se importar. Sobressaltou-se ao ouvir um ruído se aproximando, e se escondeu atrás de um pilar bem em tempo de ver Snape passar sem notá-lo, a capa esvoaçando as suas costas.


                 Como em um lampejo, lembrou-se que tinha assuntos a resolver na sala de Snape. A detenção... A voz... A discução... Todos os eventos do começo do semestre voltaram à tona de uma vez. Abastecido com nova confiança e determinação, e esquecendo quase completamente Willian, Harry entrou sorrateiramente na escura sala. O professor, apesar de não dar mais aulas de Poções, insistira para permanecer com aquela sala. Horácio aceitara feliz aquela proposta, pois achava as salas fora das masmorras bem mais aconchegantes.


               Os aposentos de Severo Snape combinavam perfeitamente com seu estilo: misterioso, severo, escurecido, mas potencialmente patético. Haviam diversos animais empalhados fixados por toda a extensão circular das paredes. Uma bancada de madeira formava um semi-circulo ao lado de uma pequena janela, logo acima do lago. No centro, havia uma grande mesa de carvalho polido, atolada de papeis, dentre os quais Harry distinguiu algumas provas.


                 Resolveu começar suas buscas pela bancada. Revirou a primeira metade centímetro por centímetro, mas não encontrou nada de muito relevante. Não sabia exatamente o que procurar. Provavelmente algum objeto que permitisse quem o usasse se comunicar com o outro...


                 Mas outra pergunta martelava na cabeça do moreno. Tinha certeza absoluta de não ter ouvido voz nenhuma alem da de Snape, até que Voldemort tinha se irritado. Mesmo com suas experiências com objetos mágicos, não conseguia imaginar nada do tipo.


                 A solução lhe ocorreu de repente, e se considerou incrivelmente burro por não se lembrar disso antes. Riu da ironia da situação. Hermione. Com cautela, retirou-se da sala, torcendo para que Snape não voltasse antes dele.


                 Entrou no salão comunal e o encontrou ainda cheio de gente comemorando. Demorou um pouco, mas acabou por conseguir chegar até a morena, que bebia cerveja amanteigada.


                 - Hermione – disse, com certa urgência – Preciso da sua ajuda.


                 - O que é, Harry? – questionou ela, re-colocando o copo sobre a mesa e o olhando de forma preocupada.


                  - Aqui não. Venha comigo – disse Harry, pegando sua mão e levando-a para fora do salão. – Você precisa me ajudar a encontrar um objeto na sala de Snape – ele explicava enquanto descia as escadas, levando-a em direção as masmorras – Por favor, me deixe terminar. É sobre aquele dia da detenção. Preciso que você me ajude a encontrar algo que possa se comunicar pela voz e por outros meios também. Eu sei que não é muito específico. – disse, ao olhar inquieto da amada – Mas é o que tenho.


                  - Harry, espere aí. Você quer que eu invada a sala de um professor, procure um determinado objeto que mal faço idéia do que possa ser e ainda corra o risco de ser vista? Sou monitora, lembra? – disse Hermione, indignada.


                  - Eu sei, meu amor, eu sei – disse Harry – Mas é importante. Imagine se levarmos isso para Dumbledore! Iríamos desmascarar de uma vez por todas Snape!


                   - Eu... Está bem, esta bem!  - concordou ela – Mas teremos que tomar cuidado, muito cuidado...


                  - Ok. Só espero que ele ainda não tenha voltado... – disse Harry.


                  Ao se aproximarem da sala do professor, Harry encostou uma orelha na porta. Parecia que não havia ninguém lá. O moreno acenou positivamente para a garota e eles entraram, tentando ao máximo evitar o rangido da porta enferrujada.


                 O ambiente estava exatamente como Harry o tinha deixado. Rapidamente, mostrou para Hermione a parte que já tinha inspecionado. O moreno vasculhou a mesa enquanto ela procurava no restante da bancada. Após cerca de dez minutos, ela se aproximou com um objeto na mão.


                - Acho que encontrei – sussurrou a garota, parecendo um tanto assustada. Hermione então lhe mostrou um espelho, que Harry logo reconheceu.


               - Esse espelho... Sirius me deu um certe vez. Ele tinha o par, então podíamos nos comunicar – disse ele, revirando o objeto nas mãos. Era do tamanho de um espelho comum de mão, com curvas e contracurvas decorando sua borda.


               - Então você sabe o que é – concluiu a morena.


                - Sei. Mas o espelho não serve apenas para a comunicação com a voz? – questionou ele, temendo por não ter encontrado a solução. Snape já deveria estar voltando.


               - Não necessariamente. Poucas pessoas sabem, mas, há um feitiço... Letyers Represietion... Que quando lançado sob esse espelho, permite o dono escrever sobre ele, sem causar nenhum dano permanente no espelho, como riscá-lo, por exemplo.  Alem disso, as mensagens se apagam quase instantaneamente, tornando o que foi escrito totalmente sigiloso – explicou Hermione. Harry se viu surpreso e de certa forma feliz por ter finalmente encontrado algo que pudesse incriminar Snape. Mas havia um problema.


                - Isso explica totalmente o que eu ouvi... Voldemort estava escrevendo no espelho. Snape falava normalmente, provavelmente não conhecia o feitiço em questão – disse Harry, pensando alto – Mas quando Snape contrariou as ordens dele, Voldemort resolveu assustá-lo ou algo assim... Transmitiu sua voz para convencê-lo de vez. E talvez tenha dado certo, não há como saber.


                  - E quando você entrou, ele poderia facilmente esconder o espelho no meio desse monte de coisa que ele tem. Não é assim tão grande – refletiu Hermione.


                  - Temos que levar isso a Macgonagall. Ela precisa saber. O problema... é que não temos como provar nada. Tem certeza que o que foi escrito não há como ser recuperado? – perguntou o rapaz.


                 - Não tem jeito, tudo que foi registrado se apaga automaticamente. – disse ela.


                  - Mesmo assim, vou levar isso para a diretoria. Talvez Dumbledore acredite em mim. – disse, pegando decidido, o espelho das mãos quentes da garota.


                  - Tem certeza? As coisas não estão ao seu favor. Você não tem provas e ainda por cima, invadiu a sala de um professor! – exclamou ela.


                 - Você também invadiu – comentou, virando-se – Mas ninguém precisa saber. Vou sozinho até Dumbledore, para que ele não desconfie de nada.


                - Certo... Harry, espere aí! – disse Hermione, agarrando alarmada seu braço – Escute.


                 De fato, ao longe, parecia haver alguém andando. O som de passos se tornava cada vez mais próximo, ao mesmo tempo com que se podia ouvir um farfalhar de capa.


                 - Rápido, entre aqui! – sussurrou Harry, apontando para um armário.


                O casal correu e fechou a porta segundos antes de Snape entrar na sala, parecendo exausto. Por uma pequena fenda na porta do armário, Harry conseguia ver que ele parecia realmente assustado.


                  Ele revirou sua mesa em busca de algo. O moreno perdeu o ar por alguns segundos ao pensar que o objeto que Snape procurava poderia muito bem ser aquele que estava ensopado com o suor em suas mãos.


                Com um puxão violento, ele retirou uma folha de pergaminho de dentro de uma pasta. Harry só teve tempo de notar o emblema do Ministério da Magia antes de Snape sair novamente pela porta.


                 Eles abriram a porta do armário com cuidado e depois se dirigiram cautelosamente até a porta. Já no meio do corredor das masmorras, Harry disse:


               - Você viu a folha que ele pegou? Tinha o emblema do Ministério.


               - Eu vi. E um tanto suspeito, não? – perguntou Hermione.


                - Não sei. Vamos, acho melhor você voltar para a torre. Eu vou para a diretoria – repetiu Harry – Mas não vou comentar nada sobre essa folha. Terei que descobrir mais depois.


                Sem esperar por uma resposta, Harry saiu correndo desabalado. Ao parar derrapando Na frente da grande gárgula, murmurou a senha (“Pirulitos de Sangue!”) e entrou. Bateu na porta e foi recebido pelo costumeiro “entre” rouco do ex-diretor.


                - Senhor, me desculpe se interrompo algo – disse ao mesmo tempo em que constatava que Macgonagall não estava lá.


                 - Não interrompe, Harry – disse ele, com a voz serena – O que deseja?


                 - Senhor, tenho algumas coisas para lhe contar que vão contra o Professor Snape. – disse Harry, rápido e direto.


                 - Contra Severo? E o que seria? – perguntou Dumbledore, parecendo intrigado.


                 Então Harry contou o que havia acontecido na detenção, o que ele suspeitava na época e lhe mostrou o espelho.


                 - Harry, apenas um parênteses... Você invadiu a sala do \professor Snape esta noite para obter esse espelho? – perguntou ele. Harry se sentiu, pela primeira vez naquela noite, envergonhado.


                - Sim, senhor.


                 - E está consciente do nível de infração que cometeu?


                - Estou, sim senhor. Sei que vou ser punido por isso.


                - Ótimo. Agora, por favor, vou examinar o espelho juntamente com Minerva, e gostaria que você se retirasse – mandou o ex-diretor – O manterei a par dos acontecimentos. Deixe-me ver... Acho que uma semana de detenção com o Zelador Filch limpando as masmorras será o suficiente.


                 - Sim senhor. Boa-noite – disse, saindo em seguida. Iria limpar as masmorras por uma semana, mas havia valido a pena. Dumbledore parecia verdadeiramente preocupado com tudo aquilo.


                No dormitório, retirou o pequeno livro que tinha pegado na biblioteca do bolso e colocou-o na mesinha ao lado da cama. Resolveu que o examinaria no dia seguinte, pois estava muito cansado. No dia seguinte, durante o jantar, o trio se encontraria na Sala Precisa para treinar os feitiços necessários. Apesar de tudo, naquela noite, Harry foi se deitar encrencado, mais satisfeito.

N/A: Demorou, mais aí está, um novo cap. Há detalhes nele bem importantes, vcs devem prestar atenção.
        Como sabem, o Natal se aproxima. Vou fazer um pausa durante as festas, mas podem ficar tranquilos que vou contnuar postando até o dia 24. Postarei mais tres caps, incluindo o do Natal. Depois, tirarei minhas "férias de autora".
         Poem esperar mais uma postagem hoje mesmo, e provavelmente duas amanhã. Se nao der tempo, posto no dia 25.

Bjos e até o proximo cap.                 


                


                   


 


 

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