Treinamento



        Naquela manhã ensolarada de domingo, Harry permitiu-se acordar tarde. Apenas quando Rony lhe chamou que ele se deu ao trabalho de olhar as horas. Desceu para tomar um rápido café da manhã e logo em seguida foi encontrar Rony e Hermione no salão comunal, onde Harry mostrou-lhes o livro que tinha encontrado.


      Hermione folheou o livro com ar preocupado. Parando nas primeiras paginas do índice, ela arregalou os olhos e exclamou:


        - Vejam isso aqui! – gritou à morena, chamando a atenção de algumas pessoas da sala – Há um capitulo sobre Horcrux!


        - Achei que Dumbledore tivesse retirado todos os livros sobre o assunto – disse Rony, inclinando-se para examinar as velhas paginas do livro.


          - E retirou – disse Harry, franzindo a testa – Não sei, talvez ele tenha deixado escapar algum...


           - Duvido que Dumbledore deixasse isso acontecer – argumentou Hermione.


           - E se o livro não for da biblioteca? Quero dizer, e se o dito cujo tivesse trazido de outro lugar? – disse o ruivo.


           - Os alunos ainda estão sendo inspecionados toda vez que entram ou saem de Hogwarts – explicou Hermione.


             - Correio Coruja? – tentou Harry.


             - Impossível. Até eu sei que ainda estão abrindo todas as cartas e pacotes – disse Rony.


             - É verdade. Não imagino como esse livro tenha vindo parar aqui – disse a morena.


             - Nem eu. Teremos que ver isso depois. Um livro desses aqui pode significar algo mais complicado – refletiu o moreno.


             - É. E aí, quem é que vai resolver as coisas da Sala Precisa? Sabe, para a gente usar mais tarde. – disse Rony, mudando de assunto.


               - Pode deixar que eu vou. Tenho algumas coisas para resolver também. – disse ela, se levantando – E você – direcionou um olhar marcante a Harry – Trate de terminar esse dever de DCAT. Snape te mata se você não fizer.


                - Ok, Mione. Vou terminar agora mesmo – a garota sorriu satisfeita e saiu.


                 - Ela não tem jeito, não? – comentou Rony, voltando-se para sua própria folha de pergaminho.


                   - Não, de jeito nenhum – disse Harry, sem tiram os olhos do seu dever.


                  - É verdade o que andei ouvindo? Que você vai passar o Natal com Mione? – perguntou ele, fingindo desinteresse.


                   - Não sei de quem você ouviu, mas é verdade sim. – respondeu Harry.


                   - Isso é bom, já que não poderíamos convidar você para passar o Natal conosco mesmo – disse o ruivo – Vamos para a Romênia de novo, visitar o Carlinhos.


                    - Que dez – comentou Harry, satisfeito por não ter brecha para mais uma desavença com Rony – Você tem que falar isso para o Hagrid, para saber anda o Norberto.


                      - Lembra-se da confusão que aquele dragão aprontou? – disse Rony, recordando-se de boas e velhas lembranças.


                      - Hagrid e seus monstros – disse o moreno, sorrindo com si mesmo.


 


                         O dia passou-se normalmente. Harry foi encontrar-se com Filch ás três horas da tarde, para cumprir seu primeiro dia de detenção. O zelador o fez limpar a sala de poções, na qual havia ocorrido uma explosão. Haviam pedaços de vermes, fragmentos de caldeirões destruídos e um liquido azul espelhado por todo o chão.


                        Filch mandou ele não trazer luvas, e Harry suspeitou que o zelador o tivesse prejudicado de propósito. O estranho liquido deixou em minutos suas mãos cheias de bolhas.


                         O moreno terminou o trabalho por volta das seis horas da tarde. Seguiu direto para a Ala Hospitalar, onde Madame Ponfrey aplicou um poção e enfeixou suas mãos doloridas. Logo depois, foi para o sétimo andar, para encontrar-se com os dois amigos.


                          - E aí cara, você demorou – comentou Rony, ao vê-lo se aproximando – Como foi a detenção com o Filch?


                          - Uma droga. Ele me fez limpar a sala de poções. Algum idiota do sexto ano errou na preparação e explodiu o caldeirão inteiro. – respondeu Harry.


                         - O que houve com suas mãos? – questionou Hermione, mirando a massa enfaixada com desconfiança.


                          - A poção que estava espalhada pelo chão provocou algum tipo de reação... Estou com um monte de bolhas – esclareceu o moreno. – Fui a Ala Hospitalar, e Madame Ponfrey colocou uma poção, mas não ajudou em nada.


                            - Deixe-me dar uma olhada – disse ela, desenrolando uma parte da mão enfaixada de Harry. – Hum... A poção era azul?


                             - Era – concordou o moreno.


                             - Vejamos... Inrritancious Necluncios!  - pronunciou a garota. Suas bolhas pareceram inchar e depois liberar o ar que estavam dentro delas. Sua dor aliviou muito, e depois algo semelhante a um liquido gelado aliviou a coceira crescente – Está melhor?


                             - Muito. Obrigado, Mione – agradeceu, grato.


                             - Vamos entrar? O Harry está quase babando aqui – disse Rony, virando-se sem esperar a resposta. Hermione riu, e o rapaz a calou com um beijo.


                            A Sala Precisa, que fora a grande protagonista do ato entre ele e Hermione, estava agora bem parecida com a época da Armada de Dumbledore. Haviam alguns bonecos animados com alvos no centro, que se mexiam e atacavam. Uma estante cheia de livros de feitiços, à esquerda, abrigava também um apito que Harry utilizara durante a AD.


                            - Por onde vamos começar? – perguntou Harry, olhando para a namorada, que segurava o pergaminho que continha os feitiços a serem repassados.


                            - Que tal do começo? O primeiro feitiço é Expelliarmus – disse Hermione.


                          - Fala sério! Expelliarmus? Qualquer um sabe esse feitiço! – argumentou Rony. Harry abriu a boca para responder, mas Hermione foi mais rápida.


                            - É? Então lance, para eu ver – desafiou Hermione, sacando a varinha. Rony apontou a varinha para a morena e gritou o feitiço. Houve um estalo e Rony voou para trás. – Viu só! Você não está concentrado. O feitiço não deu certo. Tente você agora, Harry.


                            Harry sacou a varinha e optou por um feitiço não verbal.


                            - Expelliarmus! – mentalizou o rapaz. Mas Hermione foi rápida o suficiente.


                          - Protego! – gritou ela, fazendo o feitiço voltar-se contra ele.


                           - Repellio! – bradou o garoto, pegando a namorada desprevenida. A varinha de Hermione voou longe, indo aterrissar do outro lado da sala.


                           - Muito bom – murmurou Hermione, parecendo levemente chateada. Rony ria sem parar.


                          - É Mione, você perdeu para o Harry! – disse o ruivo, querendo irritá-la.


                           -Harry é um ótimo bruxo... não é surpresa que ele me vença – retrucou a garota. O moreno deu um sorriso contido. – Ótimo... Rony, você precisa praticar. Vamos, tente me desarmar.


                         Rony ainda precisou de três tentativas antes de executar o feitiço com perfeição. Passaram ao próximo, Episkey.


                         Esse feitiço foi particularmente problemático. Como não havia nenhum boneco especifico para isso, tiveram que praticar uns nos outros.


                           - Bem... como vamos fazer isso? Vamos nos machucar? – perguntou Rony.


                         - Creio que sim... Vamos começar com você – disse ela, mirando um soco no ruivo, que cambaleou para trás com o impacto – Isso foi por todas as brincadeiras irritantes.


                           Harry rolava de rir com tudo aquilo, mas calou-se ao sentir o impacto de uma mão feminina em sua boca.


                           - Ei! Por que fez isso? Achei que gostasse de mim – murmurou ele, segurando o maxilar.


                          - Não seja bobo, claro que gosto. Eu te amo – disse a garota, sorrindo – Mas temos que praticar, não temos? – agora era Rony que ria sem parar.


                           O restante dos feitiços não tiveram muitos problemas. Eles lançaram Rictusempra e Estupefaça nos bonecos de Comensais, e Hermione, para surpresa geral, teve que tentar algumas vezes para executar um Estupefaça perfeito. Já Harry teve dificuldades psicológicas em lançar o Sectumsempra, devido a sua má experiência com Malfoy no ano anterior. Acabou por ceder ao olhar insistente da namorada, apesar de deixar bem claro não pretender usá-lo em alguém.


                           O Incendio foi lançado uns nos outros também. Rony machucou o joelho ao cair contra uma mesa, mas não houve nada de grave. Nenhum dos três teve dificuldade com esse feitiço.


                          O Pedrificus Totalus teve que ser repetido várias vezes por Harry e Rony, até obter um bom resultado. Já o Protego foi praticado sem maiores transtornos.


                           Ao fim do treinamento, Harry percebeu o quanto seu treinamento em feitiços representava uma séria lacuna até então. A lista que considerara “básica” e “simples” provara-se um elemento futuramente importante em eventuais batalhas. O moreno viu-se concordando com o argumento de Hermione, no qual ela dissera que foram esses feitiços que falharam na caverna, e quando bem executados, eram decisivos.


                            O trio voltou em conjunto até a sala comunal, onde examinaram com mais detalhes o livro, que se revelava ser cada vez mais sombrio. Havia todo o tipo de feitiços, poções e maldiçoes das trevas, suficientemente perigoso para que Dumbledore tivesse feito questão de retirar. A dúvida de como aquele livro viera parar em Hogwarts persistiu até o final de dezembro.



N/A: Eu disse que ainda postaria um cap hoje, e postei. Espero que gostem. Bjos e até o proximo cap! 


                         


                        


 

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