... Mas Escolhendo o Coração

... Mas Escolhendo o Coração



Capítulo XV


 


... Mas Escolhendo o Coração


 


Eu não suportava mais aquilo. Sirius ignorava minha existência completamente, e isso doía. E muito. Alguns dias desde o jogo já haviam passados e ele estava cada vez mais frio. Eu disse que não queria me apaixonar, tudo bem, mas não disse que queria que ele sumisse da minha vida!


Era sexta à tarde quando minha turma cruzou com a dele no corredor. Me distanciei do resto dos sextanistas e o puxei pelo braço, não que eu tivesse força pra isso, mas ao sentir o toque ele me olhou meio surpreso e parou ao meu lado enquanto os outros seguiam em frente e dobravam à direita.


- Eu tenho aula, Narcisa, o que você quer?


- Você nunca se preocupou muito em perder algumas horas chatas com o Professor Bins.


Ele não respondeu, apenas se manteve em silêncio me encarando, questionando com os olhos.


- Sirius.. – comecei incerta. – Eu não quero que continue agindo assim, como se você nem soubesse que eu sou.


- Estranho, porque eu achei que era exatamente isso que você queria, não? – ele retribuiu, irônico.


- Six, por favor, me ouça bem: eu nunca disse que não queria você.


- Narcisa, qual é o seu problema? Porque você simplesmente não esquece tudo o que eu disse e me deixa em paz?


- Eu não conseguiria esquecer nem se eu quisesse, Six, pois era tudo que eu sempre quis ouvir. De você.


Ele parecia confuso e tomou minha mão entre a sua.


- Então o que você está esperando? Porque não me deixa te fazer feliz?


- Porque eu sei que não tem futuro! Eu já sinto sua falta sem ser loucamente apaixonada por você, não quero nem imaginar como seria difícil quando te perdesse se escolhesse ficar com você.


- Narcisa, confie em mim, pode ser pra sempre.


Eu o encarei hesitante. Ali estava tudo o que eu queria. Eu só precisava me aproximar e pegar. E isso só deixava tudo mais difícil. Ele podia ser meu agora, mas, até quando? Eu não posso em entregar.


Nesse instante eu ouvi um miado irritante vindo do corredora esquerda, e parecia próximo. E onde Madame Norra estava, encontrava-se também Filch. Olhei preocupada para Sirius, estávamos fora da sala em horário de aula, e isso era um problema, mas ele não parecia ter ouvido.


Mais à frente havia uma porta pequena, tão pequena que provavelmente seria um armário de casacos apertadíssimo, mas era o único local possível para um esconderijo. Puxei Sirius, que me seguiu murmurando alguma coisa sem entender, e entramos.


Era realmente mínimo. Eu o tranquei por dentro com a varinha para que Filch não pudesse abrir. Pobre aborto. Ouvi seus passos se aproximarem e se demorarem no corredor, para só então se afastarem. Mas não me mexi.


Sirius estava realmente muito perto de mim. A diferença de altura fazia com que eu sentisse sua respiração em minha franja, enquanto olhava reto, observando seu pescoço cheiroso. Eu podia perceber nossos uniformes roçando um no outro. Ele também parecia aproveitar a sensação, pois permanecia calado.


- Six, - sussurrei baixinho, ainda encarando o vermelho e dourado de sua gravata. – eu definitivamente não posso me apaixonar por você... – meus olhos agora miravam seu queixo, e continuavam subindo. - ... mas, acho que percebi agora que isso não sou eu quem decido.


Eu já via seus olhos, brilhando de vontade, mas parecendo hesitantes, preocupados me em assustar. Eu não prolongaria aquilo. Me coloquei na ponta dos pés e o beijei. Lenta e suavemente. Ele parecia paralisado. Uma sensação de puro êxtase tomou conta de mim, mas eu queria mais. Muito mais.


Enrolei meus dedos em seus cabelos, e senti o ar me faltar quando seus dedos tocaram a parte baixa das minhas costas por baixo da minha blusa de botões. Sua mão quente. Minha pele fria.


Eu me aconcheguei mais em seu corpo, não queria distância nenhuma que nos separasse. Não sei até quando eu o teria, e isso só tornava tudo mais único.


Ele me estreitou em seus braços e beijava meu pescoço, enquanto eu me ocupava em agarrar cada pedaço dele que estava ao meu alcance.


Em algum lugar, bem no fundo do meu cérebro, uma vozinha irritante questionava o que eu estava fazendo. Eu estava escolhendo o meu coração, e nada mais me incomodou.


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