Introdução



Capítulo I


Introdução




- Um baile? Na casa do Potter? E você quer que eu vá com você?


- Bom, você é animada para festas, e está acostumada com todos esses bailes da sua família... Achei que ia gostar de me acompanhar, Cissy. Mas não tem problema se você não quiser ir.


Realmente, não tem como ser uma Black e não se acostumar com bailes. Acho que nem se a minha família se sustentasse disso ela não faria tantos. O salão de festas é enorme, sempre está bem decorado e com um buffet impecável. Sem querer me gabar, afinal, não tenho orgulho nenhum de ser dessa família, mas, a alta sociedade faz fila para receber um convite de um baile feito pelos Black. Eca, esses hipócritas me dão até enjôo. Mas não é esse o caso.


- Não é isso, Lils. É claro que vou com você. Só estou surpresa com o fato de você querer ir numa festa do Potter. Cansou de resistir à tentação, é? – Perguntei irônica, sabendo que ouviria mais uma mentira descarada de como o Potter inferniza a vida dela. Mas ao ver o rubor em sua face percebi que eu havia acertado exatamente o motivo. Não conseguindo conter minha descrença e entusiasmo, só consegui deixá-la ainda mais vermelha


- Ah, Cissy! Pára de rir! Eu sei que você vai dizer “eu sempre soube que você o amava”, mas, é isso aí, cansei de me enganar. Vou atrás do Potter! – e falhou ao tentar reprimir um sorriso contagiante.


- Espera aí? Atrás do Potter? Acho que você não vai precisar de tanto! Logo, logo ele vai dar outra investida, e dessa vez é só você corresponder. – pisquei para ela com cumplicidade.


Era incrível que eu, Narcisa Black, tivesse como melhor amiga uma nascida trouxa como a Evans. Claro que agora, nas férias de verão, momentos como este de - vir visitá-la em casa - são bem discretos e desconhecidos pelos meus pais, que teriam um ataque se soubessem. Mas pelo menos em Hogwarts – aonde ela vai para o sétimo ano e eu para o sexto - não precisamos disso, já que Bellatrix e Lucius já terminaram a escola.


Lucius Malfoy. Só o nome já me atormenta. O meu futuro esposo. Tenho ânsias de vômito só de imaginar ele me abraçando. Quatro anos mais velho que eu, o que realmente interessa para minha mãe é sua fortuna. Sim, interessa para minha mãe, porque eu não tenho direito de escolha, já sou quase noiva dele.


- Então posso contar que você vai comigo? – Lily perguntou, tirando-me de meus devaneios.


- Não ir e perder o início da linhagem Evans-Potter? Claro que não! Vamos amanhã olhar os vestidos. Você sabe que eu gosto muito daqueles seus vestidos trouxas.


- E máscaras.


- Quê? – Como assim máscaras? O quê a Lily se esqueceu de me falar?


- Eu não te disse que é um baile de máscaras?


- Não, você não disse. – revirei os olhos. Era a cara dela esquecer de me contar algo importante.


- Bom, estou dizendo. Isso muda sua decisão? – perguntou preocupada. Eu não ia desapontá-la. Até porque seria um ótimo lugar para me divertir sem ninguém me julgar por ser uma Black. Normalmente é isto que acontece, não tenho boas referências para o pessoal da Grifinória. Olham-me e só vêem uma Black, namorada de um Malfoy. Isso já é o suficiente para imaginar que sou como os outros da família: fria, interesseira, ambiciosa, que só se preocupa com seu sangue puro e adora desprezar trouxas.


Olhei pela janela do quarto da Lily e fixei-me no céu azul. Ninguém nota que eu sou diferente? Eu fui para a Corvinal, o que já mereceu um grande sermão da minha mãe. E eu não ando com aqueles sonserinos asquerosos que olham para a Marca Negra de cinco em cinco minutos esperando que o Lorde das Trevas os peça para matar algum trouxa. E além de tudo eu sou a melhor amiga da Evans, uma nascida trouxa.


Mas parece que isso não é o suficiente para pessoas legais gostarem de mim. Mas é o suficiente para receber cobranças de meus pais, como “porque você não é como a Bella?”, ou “não siga a Andrômeda, ela não é mais sua irmã, pois se casou com um trouxa!” e por aí vai.


Tornei a olhar para o rosto aflito da minha melhor amiga e me lembrei de que lhe devia uma resposta:


- Não, Lils, isso não muda nada. Eu vou com você. Mas você arranja minha máscara!


- Pode deixar, assim que escolhermos os vestidos, encontro para você uma máscara apropriada. – concordou ela rindo.

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