Um joguinho para relaxar

Um joguinho para relaxar



–        Como eu ia esperar comer uma coisa com gosto de ferrugem! Nunca mais como esses tais feijões mágicos! – disse Patrick a Harry a caminho de sua sala no Ministério.


Harry estava aliviado que Patrick não era um Percy da vida, muito pelo contrário. Era esperto e divertido. Ele contou a Harry que nascera na França; filho único de pais bruxos que no momento estavam separados. Viajou o mundo inteiro sendo educado em casa, mas sempre quis estudar em Hogwarts. Torcia pelo Blue Shark, na opinião de Rony um dos piores times de Quadribol de todos os tempos.


–        É uma questão de arbitragem! – defendia Patrick. – Os últimos jogos foram apitados por fãs confessos do Chudley Cannons.


–        Mesmo assim são sete derrotas em nove jogos. Não existem tantos fãs assim! – provocou Harry.


–        Vamos nos recuperar você vai ver.


–        Como você veio parar no Ministério?


–        Comecei assim como você quatro anos atrás.


–        Quatro anos? Você deixou muita gente pra trás. – disse Harry impressionado.


–        Só os incompetentes. Ainda tem muito deles por aqui. Escondidos em cargos e títulos.


–        Aquele Roman Young é um burocrata incapaz de pensar em alguma coisa sozinho. Ele tem me evitado como pode.


–        Não foi pra isso que você nos livrou de Voldemort, não é?


–        Parece que as pessoas não sabem muito bem o que fazer com a liberdade. Essa festa no Ministério, por exemplo! Será que não tem outra forma de passar uma boa imagem do Ministério? Fazendo coisas legais para a pessoas por exemplo?


–        Não é tão ruim Harry. Você chega, aperta mãos de bruxos que não conhece, exibe sua garota, posa para o Profeta Diário e volta pra casa. Se bem que com você...


–        Detesto essas coisas.


–        Vai melhorar, logo teremos a escolha dos novos Conselheiros. Os únicos abaixo do Ministro da Magia! 


–        Espero que sejam mais competentes.


–        Também espero! – disse Patrick animado. – Vamos marcar aquele jogo?


Harry estava pensando em dar uma passada no endereço que Patrick lhe deu para ver o que restou do galpão, mas um convite para jogar quadribol era irrecusável.


–        Claro! – respondeu animado.


–        Que tal hoje à noite? Lá pelas nove?


–        Combinado.


–        Convide Rony e os Weasley. Conheço uma ótima quadra! Às vezes alguns jogadores profissionais aparecem por lá. Córmaco McLaggen, por exemplo.


–        Ah, eu conheço Córmaco.


–        O Ministério vai mandar um carro apanhá-los amanha a noite para a festa.


–        Certo, mas hoje à noite vamos ver se essa sua fama de batedor é pra valer.


–        Você verá colega. Você verá...


Às nove horas Harry, Rony, Jorge e o Sr. Weasley aparataram no endereço combinado. Os rapazes equipados com suas vassouras todas da série Firebolt New Aventure.


–         Vamos ver qual é essa de Quadribol Indoor! – disse Jorge animado.


Das dez quadras só uma estava desocupada; Patrick já os esperava.


–        O cara é quente! – Jorge comentou com Harry. – Tem fila de espera para reservas aqui.


Rony, no entanto, não se mostrava impressionado. Córmaco McLaggen se juntou a eles. Cumprimentou a todos muito rápido.


–        O que Córmaco faz aqui? – perguntou Rony a Harry.


–        Patrick me disse que ele vem às vezes jogar aqui.


Depois de uma rápida conversa organizaram os times. Harry e os Weasley contra Patrick e Córmaco.


–        Chame uns bruxos na quadra ao lado pra equilibrar o jogo. – Rony sugeriu.


–        Não precisa. Eu e Patrick damos conta. – disse Córmaco esbarrando em Rony.


Harry puxou Patrick de canto.


–        Você não disse que jogava com Córmaco.


–        Ele é que joga comigo. – disse Patrick presunçoso. – Você se incomoda?


–        Não, é que ele e Rony não se não dão muito bem.


–        Coisas de escola, agora são adultos. 


–        Cinqüenta galeões como ganhamos mesmo que vocês capturem o pomo de ouro. Vai nessa Weasley? – disse Córmaco com um sorriso de pouco caso.


Rony não se intimidou.


–        Feito. Alguma mudança de regras Patrick?


Patrick que estava atrás de todos tomou a frente do grupo.


–        Sem guardar posições. Todos marcam, todos rebatem a inclusive o apanhador. Ah, e tomem cuidado com as rebatidas; a parede devolve com mais força ainda. Certo?


Todos concordaram e decolaram.


Soltaram a goles, os balaços e o pomo que sumiu num segundo. Jorge chegou primeiro e passou a goles para Rony, mas Córmaco passou por ele como um raio e a recuperou. Passou para Patrick que driblou Harry e marcou o primeiro gol. Na seqüência Harry perdeu a goles pra Córmaco que avançou em direção a Rony. Bem posicionado Rony tentou fechar-lhe o ângulo, mas no último segundo Córmaco passou a goles para Patrick e marcou mais um. O Sr. Weasley começou uma gritaria na arquibancada. O jogo estava bem movimentado. Logo, bruxos de outras quadras vieram assistir a lavada que Harry e os Weasley estavam levando. Harry pediu tempo.


–        Vocês têm alguma tática? – perguntou o Sr. Weasley.


–        Perder de menos possível pai! – disse Jorge nervoso.


Subiram.


Jorge rebateu um balaço na direção de Rony. O balaço bateu na parede e foi na direção de Harry. Jorge precisou descer para livrar Harry; deixando Rony sem cobertura para o avanço de um Córmaco enfurecido.


–        Rony cuidado! – o Sr. Weasley gritou para o filho.


Rony saiu do caminho deixando Córmaco passar com tanta velocidade que perdeu o tempo de atirar a goles e Harry a recuperou. O time se reagrupou e numa rápida trocas de passes finalmente conseguiu marcar.


–        É isso aí!! Bela jogada Harry! – berrou o Sr. Weasley.


Harry viu que Patrick estava parado num canto da quadra. Olhou na mesma direção e viu que Córmaco e Rony vinham emparelhando ombro a ombro entre socos e cotoveladas.


–        Mande lembranças minhas a Hermione, Rony. – gritou Córmaco.


–        Não se preocupe vou comprar um belo presente com o dinheiro da aposta e dizer que foi cortesia sua.


Patrick recuperou a goles e desceu passando por baixo de todos. Harry o seguiu e percebeu que ele estava na verdade brincando. Pois brecou a vassoura e jogou a goles por cima do ombro. Jorge a recuperou e marcou de novo. Aos poucos o time de Harry foi igualando o placar.


–        Você não adora voar? –  Patrick perguntou rindo a Harry.


Córmaco parou na frente de Patrick.


–        O que deu em você? Eles acabaram de marcar mais uma vez.


Harry voou até os amigos; enquanto comemoravam o pomo passou zunindo bem na sua frente. Deixou a formação e mergulhou atrás; o pomo invadiu outras quadras e Harry passou por dezenas de outros jogadores. Em determinado momento dois pomos voavam lado a lado. Um ricocheteou no outro como bolas de gude e o que Harry perseguia bateu na parede e na volta...


–        Peguei você seu filho da mãe!


Harry se virou para mostrar aos amigos, mas todos estavam ocupados tentando separar Rony e Córmaco. Os dois se esmurravam no chão. Córmaco desmaiou numa poça de sangue depois de uma levar seqüência de socos. Foi preciso que Jorge e Patrick praticamente atirassem Rony contra a parede para que ficasse quieto.


Rony viu a bolinha dourada na mão de Harry e tentou ir para cima de Córmaco de novo.


–        Você me deve cinqüenta galeões McLaggen!


Na manha seguinte Harry, Gina e Hermione tomavam café e conversavam sobre o jogo e a briga da noite anterior. Rony ainda dormia.


–        Eu sempre digo que Quadribol é perigoso!


–        Isso não foi um jogo Hermione, foi uma guerra! – disse Harry. – Ainda bem que vocês não estavam lá.


Gina ainda estava espantada com a narração do jogo.


–        Como está Rony? – perguntou a Hermione.


–        Dormindo como um bebê.


–        Ele não disse uma palavra sobre o que aconteceu?


–        Nenhuma. – respondeu Hermione. – Córmaco está muito mal?


–        É possível que eu me livre dessa dor nas costas antes que possa comer alguma coisa sólida outra vez.


Harry abriu o Profeta Diário uma noticia lhe chamou atenção. O desaparecimento de um homem no Beco Diagonal; a família procurava por noticias. Hermione também comentara o sumiço de alguns elfos, mas o Ministério, representado por Roman Young, também não dera muita atenção.


Harry estava decido a visitar o terreno do galpão e o pub em que estivera antes de tudo acontecer. Já esperara demais. 


Naquela noite os Weasley vieram para se arrumar para festa. Todos estavam prontos esperando apenas por Hermione.


Quando Hermione desceu; Rony ficou agiu como se o vestido que ela usava o tivesse insultado.


–        Você vai assim?


Hermione riu.


–        Não Rony, eu vou de calças jeans e uma camiseta do Chudlleys Cannons.


O vestido cinza grafite foi presente da mãe de Hermione e nem era tão novo. Hermione cedeu aos pedidos de Fleur para deixá-lo mais justo e com um decote bem generoso.


–        Olha só isso Harry!


–        Deixa pra lá Rony! Já estamos atrasados! Não dá tempo pra ela trocar de roupa.


–        Você sempre a defende! – disse Rony rispidamente.


Harry não quis esticar o assunto.


Gina e Sra. Weasley elogiaram o bom gosto de Hermione; enquanto seguiam para o carro Rony disse que elas também a estavam defendendo. Gina usava um vestido turquesa muito bonito também. Quando chegaram foram recepcionados por Patrick Rent. Harry começou os cumprimentos.


–        Quem são todos esses bruxos? – perguntou Gina sorrindo pra pessoas que retribuíam simpáticas.


–        Não tenho idéia. Pareço nervoso?


–        Você está ótimo. Fica lindo de vestes a rigor. – disse Gina o beijando.


Fotógrafos paravam todos para tradicional foto que não sai em lugar nenhum. Quando Harry, Gina, Rony e Hermione iam passando choveram flashes. Havia também uma equipe comandada por ninguém menos que Rita Sketter. Rita fuzilou Hermione com o olhar.


–        Essa mulher ainda existe? – perguntou Rony mal humorado. 


–        Vamos rápido! Quem sabe ela não nos veja! – disse Harry acelerando o passo. Mas, Rita apareceu e fechou a passagem do grupo.


–        Sr. Potter e amigos! Harry, como se sente estando na nata da sociedade bruxa?


Harry empurrou o pequeno gravador que Rita lhe enfiara pela cara.


–        Não me sinto... Desculpe, mas você está nos atrasando. – disse pegando Gina pelo braço fez sinal pra que todos entrassem.


Já no salão Rony viu alguém conhecido encostado no bar.


–        Olha quem está ali... Draco!


Para surpresa do grupo Draco chegou perto para cumprimentá-los. Pegou a mão de Hermione.


–        Srta. Granger. Desculpe, ainda é senhorita? – perguntou irônico.


–        O que você está fazendo? – perguntou Hermione.


–        Fui convidado!


–        O que você está fazendo parado segurando minha mão?


–        Ah, me desculpe. Só tentava ser gentil.


–        Seja gentil longe de nós. Ok? – disse Rony soltando a mão de Hermione.


–        Tudo bem! Sinto muito...


Harry fez sinal para Patrick Rent se aproximar.


–        O que Draco faz aqui?


–        O Ministério achou que seria uma boa propaganda. Sabe? Ser gentil com quem está por baixo.


–        Ele ainda mora naquela mansão?


–        Não dá pra chamar de mansão. – disse Patrick experimentando um salgadinho.


–        Você já foi lá?


–        Às vezes dou uma espiada nele. Draco é um perdedor.


–        Não confio nele.


–        Eu também não.


Gina se aproximou e Harry a apresentou.


–        Muito prazer. Harry fala bastante de você eu mesmo já a vi jogar.


–        Você torce pelo Blue Shark, não é?


–        Não fale das derrotas para o Chudley Cannons e para o seu time! Vamos nos recuperar estou dizendo.


–        Não nessa temporada... – Gina respondeu sorrindo.


Um grupo fez sinal para Patrick.


–        Dêem-me licença. Não pense que estou fugindo da discussão Srta. Weasley! Só quero deixá-los a vontade para Harry dançar.


–        Eu disse que ele é um cara legal. – disse Harry abraçando a namorada quando Patrick se afastou.


–        É, e sabe que você é um péssimo dançarino.


Rony e Hermione estavam dançando.


–        Você está linda. – disse Rony.


Hermione sorriu encabulada.


–        Sinto muito tê-la magoado na Itália. Sabe as vezes tenho medo de acordar uma manhã e você ter ido embora. Tenho medo que um dia você descubra que eu sou um idiota...


–        Eu não vou embora Rony. E você não é um idiota!


–        Eu te amo Hermione.


Os dois pararam no meio do salão e Rony continuou:


–        Sempre amei. Até quando nem sabia que amava.


Hermione tinha os olhos brilhando. Rony nunca tinha lhe dito isso.


–        Eu também te amo Rony – respondeu sincera – também não sabia que amava até que você...


–        É até eu sair com a Lilá. Aí você saiu com aquele calhorda do Córmaco! – Rony respondeu zangado. – Devia ter batido mais nele.


–        Rony, você sabe que não aconteceu nada entre eu e ele.


–        É, mas ele não superou o trauma. Sabe, a única coisa que me consola nesse vestido é que você não vai ficar muito tempo com ele. Eu vou tirá-lo.


–        Rony pare! Alguém pode te ouvir! – disse Hermione olhando para os lados.


Rony a abraçou mais forte. Olhou nos olhos dela de um jeito muito estranho e a beijou quase a força. Hermione se soltou magoada.


–        Você fez isso pra se mostrar não é?


–        Não! Fiz porque gosto. E sei que você gosta também! Não devíamos ter vindo aqui. Devíamos ter ido direto pra...


–        Rony!!


–        Ora, Hermione não banque a ingênua. Foi por isso que colocou esse vestido não foi? Você sabe que foi. Você gosta tanto quanto eu!


Hermione o empurrou e saiu da pista. Harry e Gina a encontraram no caminho de volta a mesa. Hermione sentou ao lado do casal Weasley e Percy. Ficou calada se olhando num minúsculo espelho. Harry sentou do lado dela.


–        Hermione? Tudo bem?


–        Tudo Harry.


No canto do salão Patrick se encostou no bar onde Draco tomava um drinque.


–        Olha a cara dele? Parece mesmo zangado. – disse Patrick tomando uma dose de uísque de fogo.


–        Eu disse que esse feitiço era legal; vai durar algumas horas. Qualquer coisa o deixará zangado. Logo, logo ele explode de novo. Você o enfeitiçou durante o jogo?


–        Ele e Córmaco! Mas caprichei mais em Rony, admito. Ele poderia matar Córmaco se deixássemos. Muito legal.


–        Weasley é um idiota ciumento. Se bem que a Granger...


–        Conte Draco... você chorou depois Hermione tê-lo acertado?


–        Ela me pegou desprevenido!


–        Não importa! Você levou uma surra de uma garota...


–        Foi só um tapa. Se bem que se ela tivesse essa aparência naquela época...


Draco pediu mais um drinque e o tomou de uma vez só. Ele e Patrick observavam Hermione conversando com os Weasley e com algumas pessoas que a cumprimentavam.


–        Belas pernas... – disseram juntos.


–        Essa não! – disse Patrick largando o copo. – Lá vem aquela Rita Sketter atrás de mim. Ela mandou uma repóter e fotógrafa me seguir nos últimos dias. Tenho que sair daqui!


Draco riu e pediu um novo drinque. Olhando para os lados resolveu dar uma volta. Passou perto da mesa dos Weasley e resolveu tirar Hermione para dançar. Os Weasley se levantaram na hora quando Draco se aproximou.


–        É melhor não Draco. Com licença... – disse Hermione se levantando em direção à pista. Encontrou com Patrick indo em direção contrária. 


–        Patrick. Você dança comigo?


–        Eu? – perguntou Patrick surpreso.


–        Por favor...

Patrick seguiu Hermione até o centro da pista de dança.


–        Você não dança muito não é? – perguntou Hermione. Patrick estava parado só segurando sua mão.


–        Pra falar a verdade não. Não saiu muito socialmente a não ser em ocasiões desinteressantes como a de hoje.


Hermione sorriu e se sentiu envergonhada com sua atitude de praticamente o empurrar para pista de dança. Um rapaz que mal conhecia. Ficaram em silêncio. A música parou.


–        Eu tenho que ir, desculpe. – disse Hermione.


–        Desculpe por não ser um bom dançarino.


–        Você realmente leu Hogwarts, uma historia?


–        Li. Todo mundo acha estranho.


–        Eu sei como é... acredite. Conversamos sobre isso outro dia?


–        Claro. – respondeu Patrick deixando Hermione passar.


Harry estava na mesa com Gina e o casal Weasley.


–        Roman Young não apareceu. Nem Rick Nelson, o homem que me tirou do incêndio. – comentou.


–        Um não deve ter vindo porque não cabe em vestes a rigor! E outro sim, esse deve estar trabalhando! –  disse o Sr. Weasley.


Percy fez sinal para que o pai se calasse.


–        Ah, você é que deveria se calar!


–        Chega Arthur! – ralhou a Sra. Weasley dispensando o garçom que oferecia mais uma dose de uísque de fogo ao marido.


Rony chegou à mesa com uma expressão estranha no rosto.


–        Filho, tudo bem? – perguntou a Sra. Weasley.


–        Onde está Hermione?


–        Vocês dois e festas não combinam, não é? – disse Gina.


–        Lá vem ela! – apontou Percy.


–        O que você está olhando? – perguntou Rony encarando irmão.


–        Nada. Só estou vendo... – respondeu Percy surpreso. – Lá... Hermione.


Quando viu Rony, Hermione se virou e deu de cara com Draco.


–        Então quer dançar agora? 


Draco pegou a mão de Hermione para beijar. Rony deu um pulo da cadeira e o segurou pelas vestes.


–        Você a toca, você morre! Entendeu?


–        Certo! – respondeu Draco sem fôlego. – Ela é toda sua! Toda sua!


Todos à mesa se levantaram. A Sra. Weasley ficou branca de susto. Rony segurou Hermione pelo braço.


Draco murmurou na medida certa para que Rony o ouvisse:


–        Belas pernas...


Harry e Percy seguravam Rony. Draco saiu discretamente no meio da multidão. Patrick, que vinha em direção à mesa, lançou um feitiço que fez Rony perder as forças. Harry e Percy puderam levá-lo a uma sala. Foi uma sorte serem rápidos o bastante e evitarem os olhares e os flashes.


Patrick informou a todos que era uma sala reservada. Depois de muita gritaria Rony se foi com os pais de volta a casa de Harry.


–        Draco não vai dar queixa e até pediu desculpas por causar esse mal entendido. – disse Patrick a Harry.


–        Obrigado Patrick. – disse Harry.


–        Diga a Hermione que sinto muito.


Harry foi o ultimo a voltar. A Sra. Weasley já havia feito Rony adormecer no quarto dele.


–        Posso ficar aqui com você e... – disse Gina a Hermione.


–        Não, Gina você tem uma viagem logo pela manha. Estou bem é sério.


–        Hermione tem certeza não quer vir conosco?


–        Obrigada Sr. Weasley, mas vou ficar aqui com Harry.


–        Muito bem, faça como quiser querida. – respondeu a Sra. Weasley. O Sr. Weasley a abraçou.


Rony acordou de madrugada com calafrios. Olhou para os lados e se levantou agitado. Harry estava vigiando o corredor e se levantou de um salto quando Rony abriu a porta do quarto.


–        Onde está Hermione? – Rony perguntou.


–        Dormindo...


–        Onde?


–        No quarto dela... no outro quarto dela.


Rony coçou o queixo e ficou olhando Harry.


–        Suas costas estão melhores? Se precisar de ajuda me avise. Sabe para apanhar alguma coisa do chão.


–        Obrigado. – respondeu Harry. – Como você está?


–        Hermione sempre reclama que puxo todo o cobertor pra mim.


Rony olhava o corredor ansioso. Estava pálido e parecia fraco.


–        Vá se deitar Harry. Está tudo bem, vou voltar a... Vá se deitar!


Mesmo intrigado Harry resolveu voltar para seu quarto, mas quando passou pelo de Hermione não resistiu e foi abrindo a porta devagar.


Hermione estava deitada de bruços; usava uma fina camisola lilás. O lençol um pouco abaixo da cintura e os cabelos presos devido ao calor. Provavelmente chorara até pegar no sono. Naquele momento Harry tentou mais uma vez não sentir raiva de Rony.


Hermione se mexeu e abriu os olhos.


–        Rony?


–        Sou eu. – respondeu Harry dando um passo a frente. – Desculpe, não quis te acordar... eu ia me deitar mas...


–        Rony está bem?


–        Não sei... ele está meio estranho.


–        Eu vou vê-lo. Espere um pouco.


Hermione se levantou e ficou de costas para Harry. Desprendeu os cabelos e vestiu o hobby. Por cima do ombro; percebeu que Harry continua parado a porta.


–        Prefiro você de cabelo solto e... – disse Harry dando um passo à frente.


Hermione se virou depressa.


–        Vamos ver o Rony.


–        Ah, sim claro. Vamos lá.


Rony sorriu para Hermione quando entraram no quarto e a puxou pela mão.


–        Já amanheceu?


–        Não, mas falta pouco. – disse Hermione delicadamente.


–        Venha se deitar. Está frio! – disse Rony.


Hermione olhou para Harry que encolheu os ombros. Tinha um tom demasiadamente gentil na voz de Rony. Não parecia que se metera recentemente em duas brigas feias.


–        Vou trazer chá para nós. – disse Hermione.


Nem quando tomou a poção de amor de Romilda Vane, Rony ficou com uma expressão tão estranha. Fez sinal para que Harry se aproximar; parecia que ia lhe contar um grande segredo.


–        Sabe Harry, andei pensando numa coisa. – disse sério. – Preciso saber que se acontecer alguma coisa comigo você tomará conta de Hermione?


–        Que? O que você está pensando? Não vai acontecer nada com você.


–        Você cuidará de Hermione na minha ausência? – insistiu Rony. – Sei que gosta dela tanto quanto eu.


–        Ninguém gosta mais dela do que você Rony... – respondeu Harry apertando o ombro do amigo.


–        Por favor prometa isso para mim.

Hermione entrou no quarto; duas xícaras fumegantes flutuavam ao redor dela. Fez Rony tomar a primeira de uma vez só. A segunda deu aos poucos.


–        Agora procure dormir. – disse ajeitando a cabeça de Rony em seu colo; ficou acariciando até ele adormecer. Harry ficou olhando os dois. Depois de um tempo Hermione fez sinal pra que ele se aproximasse; Harry sentou ao lado dela.


–        Ele vai ficar bem Harry, fique tranqüilo. Ele só foi enfeitiçado.


Quando Hermione também adormeceu com a cabeça em seu ombro; Harry sussurrou:


–        Prometo.

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