Eu não sou um Potter!



Capítulo 9 – Eu não sou um Potter!


 


            Na manhã seguinte, quando acordou, Scessi estava ao seu lado na cama, dormindo profundamente, lembrou-se do que se passou, mas “tudo” pensou ela “não passou de um único pesadelo”.


 


            Tomou banho e se arrumou para o café da manhã, mas ao abrir a porta se assustou com a cena. Em frente a sua porta, deitados ao chão do corredor, encostados a parede, adormecidos, estavam os dois homens com que sonhara. Jason e Severus abriram os olhos ao mesmo tempo com o barulho que a moça fez ao dar dois passos para traz surpresa com a cena.


 


            Rapidamente os dois estavam de pé ajeitando suas vestes. Encararam-se por alguns segundos e se voltaram para a moça que ainda os olhava sem palavras. Jason foi o primeiro a falar:


 


            -Fiquei preocupado com você ontem.


 


            -Esta melhor Senhorita? – perguntou a voz desdenhosa de Snape.


 


            -Então realmente aconteceu – sussurrou ela.


           


            -Sim Vickie, não sei o que aconteceu, só sei que aconteceu.


 


            -Senhorita, vejo que não precisa mais de meus préstimos, está muito bem amparada – disse ele se virando e caminhando pelo corredor.


 


            -Vickie – chamou Jason aflito – está tudo realmente bem?


 


            -Sim,


           


            -Acho que você deveria descançar.


 


            -Mas eu me sinto bem.


 


            -Ainda sim eu insisto.


 


            -Ok, ok, entre, vamos tomar café juntos então – disse a moça ainda meio desnorteada com tudo que acontecia a sua volta


 


            -Vickie...- chamou Jason já dentro do quarto e sentado na mesa, observava a moça que acabara de usar a lareira para pedir o café da manhã a um elfo domestico na cozinha. Ela não o respondeu. – Victoria? – tentou ele outra vez projetando a voz um pouco mais alto.


 


            -Sim Jay, posso? – perguntou acanhada agora já sentada a frente do rapaz com a bandeja que recebera por rede de flu.


 


            -Nada mais justo, já que também te dei um apelido – disse o moço com um breve sorriso que deu lugar a uma expressão preocupada. – O que exatamente houve aqui ontem à noite?


 


            -É difícil... – começou ela desconcertada – eu não posso contar.


 


            -Olha, se for assunto da Ordem, eu agora também sou membro.


 


            -De certa forma, mas mesmo assim, Dumbledore pediu que eu não revelasse a ninguém. Ninguém – repetiu ela em tom baixo e deprimido.


 


            -Como você e Snape – tom de nojo- chegaram aqui ontem?


 


            -Bom, vamos dizer que você tem uma grande amiga – disse ele apontando para a cobrinha que estava acordada na cama os observando. E você não devia falar nesse tom do Professor Snape, ele parecia realmente preocupado. – agora usando um tom zombeteiro.


           


            -Como vocês chegaram juntos? – perguntou ela, ignorando o tom do amigo.


 


            -Scessi aparentemente se esgueirou pela porta de meus aposentos, não sei como ela conseguiu passar pelas minhas proteções, mas isso não vem ao caso. Eu tive que interpretar a aflição dela, pois como você deve saber não sou ofidioglota como você. Então eu consegui entender que algo de ruim estava acontecendo com você e sai correndo em disparada pelos corredor com Scessi enroscada em minhas pernas quando brutalmente esbarrei em Snape, o que levou nos dois ao chão. Ele como sempre muito simpático – essa frase arrancou gargalhadas dos dois – praguejou algo do tipo, “tinha que ser um Potter”


 


            Um estalo de compreensão veio à mente de Victoria, ela observava o amigo agora atentamente, ele era a cópia fiel porem mais velha de Harry Potter, exceto pelos olhos, os do menino eram verde esmeralda. Mas a torrente de pensamentos foi deixada de lado quando ele continuou falando.


 


            -Bem, ai parece que ele finalmente percebeu Scessi, que sibilava furiosamente para nos dois:


 


            “-O que diabos? – vociferou Snape sendo interrompido por mim.


 


            -Victoria – eu berrei.” E então saí correndo até seu quarto e ele foi em outra direção, não sei como ele conseguiu me alcançar mas enquanto eu subia as escadas ele já estava no topo delas me olhando e sacudia vários frasquinhos de cores diferentes na mão. Corremos pelo corredor e ouvimos sua voz gritando “Crucio” e seus gritos em seguida, arrombamos a porta e você estava semi-consciente, ousaria dizer quase morta. Snape escolheu um dos frascos e colocou para que você bebesse mas você relutou, eu pedi para que você bebesse e então você fez e mergulhou num sono profundo. Eu não queria deixá-la só, mas sua cobra nos expulsou, de maneira que quando falei que ficaria no corredor para cuidar de qualquer coisa ele me deu um daqueles olharem irônicos e disse “ Eu realmente vi o quanto você poderia ter feito. Não seja tolo Talavera, eu ficarei” – disse Jason numa imitação quase perfeita da voz arrogante de Snape – É claro que não adiantaria discutir, então eu olhei para  cara dele e me sentei no corredor, ele fez o mesmo e nós caímos no sono.


 


            Victoria demorou um tempo para absorver as palavras de Jason. Snape passou a noite em sua porta no que pareceu ser uma disputa sem fundamentos com Jason. Victoria sabia que ele não suportava os Potter, só não sabia um motivo. E esse pensamento lhe trouxa a lembrança do assunto esquecido.


 


            -Jay, você conhece Potter, Harry Potter?


 


            -Sim – disse ele apos uma sonora gargalhada – meu aluno de quinto ano. Realmente a semelhança é espantosa, se não soubesse que ele teve uma família pensaria que tive um filho por ai e não sabia. – olhou para o rosto da moça e viu a dúvida ainda incrustada nela, antecipando-se falou – Eu já tinha pesquisado isso quando Dumbledore me falou, nenhum laço de parentesco, apenas uma coincidência incômoda. – uma pausa para suspirar – E quando a Snape me odiar, bom, tem algo a ver com uma rixa antiga entre ele e o pai de Harry, James Potter.


 


            -Como você sabe isso tudo?


 


            -Dumbledore achou prudente me avisar, acho que ele achou que talvez Snape estivesse propenso a me azarar pelas costas caso eu perguntasse o que há de errado com ele – e os dois riram gostosamente.


 


            -Então você não é um Potter – concluiu Victoria pensativa.


 


            -Não, eu definitivamente não sou um Potter. – ele sorriu e os dois mudaram de assunto.


 


A conversa vagou por toda a manhã, e os dois resolveram almoçar no salão, não que Victoria estivesse muito empolgada com a idéia, mas Jason tinha um jeito cativante de convencê-la a fazer as coisas, se sentia tão bem ao lado dele que realmente uma pequena esperança de que as coisas poderiam não ser tão dolorosas surgiram no coração da mulher.


 

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