Capítulo 5



- COOOOOOOOORRE, BRIAN!!! – uma voz aguda ecoou por toda a mansão Potter.


- A VASSOURA NÃO TÁ CABENDOOO!!! – outra, ligeiramente frustrada, respondeu.


- VOCÊ É IDIOTA?? A VASSOURA FICA!! NÃO PODE TER VASSOURA PRÓPRIA, É DO PRIMEIRO ANO! FECHA ESSA MALA E VEM LOGO, QUE ESTAMOS ATRASADOS!!!


- Filho, ela tem razão. – Harry entrava no sótão, vendo que o filho já fechara o malão, pegou-o e saiu porta afora, rapidamente. Brian pegou a malinha pequena, e desceu logo atrás. Lorraine já esperava na porta, também com sua mala e a gaiola da coruja, e Luna já estava dentro do carro, com Keytlin. Rony estava no banco da frente, com Pansy.


- Nossa, vamos caber todos aí dentro? – Brian indagou, enquanto o pai punha seu malão junto com os de Lorraine e Keytlin.


- É um carro do ministério. Ele parece pequeno por fora, mas o banco de trás é do tamanho de um banco de jardim. Cabem uns cinco ali com folga. – Harry explicou, dando a volta e entrando no lado do motorista. Lorraine e Brian entraram um de cada lado, como era convencional já faziam três anos, porque os dois brigavam o tempo todo pela janela. Então, Harry deu a partida.


- Eu não to nem acreditando... Nós finalmente vamos pra Hogwarts! – Lorraine falou, contente.


- É! Imagina quanta coisa vamos aprender... – Brian sonhava.


- Nossa, nunca imaginei que veria vocês felizes por aprender alguma coisa. – Luna se virou para a filha, que estava ao seu lado.


- É claro que estamos felizes! Em Hogwarts, existem os melhores pregadores de peça do mundo, depois do Tio Jorge!! Vamos aprender muita coisa! – Lorraine sorriu para a mãe, que suspirou.


- Eu devia ter imaginado...


 Então finalmente chegaram à estação, de onde pegariam o expresso de Hogwarts. Andaram até a pilastra de passagem, na estação 9 e meia.


 


 - E aí? Quem vai passar primeiro? – Harry sorriu para a cara de empolgação dos três.


 


- A Keytlin vai! – berrou Brian, empurrando a menina até ela ficar de frente para a pilastra. – Agora corre! – ele sorriu pra ela. Corando bastante, ela saiu correndo e atravessou a pilastra.


 


- Ah, Brian, por quê? Eu queria ter passado primeiro... – Lorraine resmungou, e correu até a pilastra. Brian a seguiu de perto.


 


 Assim que atravessou, sentiu seu carrinho bater contra algo e voltar direto nele, derrubando-o de costas. Quando viu em que seu carrinho bateu, riu com gosto antes de se levantar. Havia batido em Lorraine, que estava caída em cima de Keytlin. O carrinho de Lorraine, quando se chocou contra Keytlin, havia virado de cabeça pra baixo, fazendo seu malão voar longe, e a coruja na gaiola dar um pio indignado. O carrinho de Keytlin estava parado mais à frente. Aparentemente, ela tropeça e caíra, empurrando seu carrinho pra longe, e Lorraine tropeçara nela.


 


- É, é, muito engraçado. Isso é culpa sua. – Lorraine falou para o irmão, de cara amarrada, massageando as costas aonde o carrinho batera.


 


- Desculpa... – Keytlin pediu, olhando para o chão e corando furiosamente.


 


- Não é culpa sua, isso foi mandinga do Brian. – Lorraine explicou, e pelo tanto que Keytlin arregalou os olhos, ela estava acreditando.


 


- Ei! Não é não, Keytlin, mas a culpa realmente não é sua. Vem Lorraine, vamos por suas coisas de volta no carrinho. Nesse momento, Harry, Luna, Pansy e Rony atravessaram, um em seguida do outro. Harry se assustou ao ver Brian e Lorraine desvirando o carrinho e colocando o malão e a coruja de volta nele. Pansy, porém, imediatamente encarou Keytlin, que desviou o rosto. E então, para desgosto de Lorraine e Brian, começou a despedida, os choros e os abraços.


 


 - Olhem, prometam que vão se cuidar e tentem não entrar em encrencas muito perigosas, prometem? - disse Luna chorando e apertando os gêmeos cada vez mais.


 


 - Escutem o que a mãe de vocês está dizendo, gêmeos encrenca! – disse Harry rezando para que eles não arrumassem encrenca logo no primeiro dia de aula. Ao mesmo tempo em que rezava, Harry também sabia que isso era praticamente impossível.


 


 - Prometemos! - disseram em uníssono, como era de costume.


 


 - E PROMETAM que não irão comer muitos doces, vocês sabem o que acontece, lembram?


 


~*~*Flash Back~*~*


 


 Na festa de Halloween, casa dos Potters, seis anos atrás.


 


 - Mamãe, podemos ir pedir doces? – perguntaram duas crianças pequenas de mais ou menos 5 anos de rosto muito parecido, uma fantasiada de fantasma e outra de Drácula.


 


 - Claro que podem! – uma mulher adulta de pele branca e olhos azuis respondeu sorridente.


 As duas crianças chamadas Lorraine e Brian foram correndo para fora de casa pedir doces.


 


 Algumas horas depois, e muitas portas depois, os gêmeos se sentaram no chão em frente à uma árvore, com enormes sorrisos idênticos no rosto, e abriram os pacotes cheios de doces.


 


 - Brian, a gente come no três! – disse a loirinha chamada Lorraine, os olhos brilhando de excitação.


 


 - Tá! – disse o moreno chamado Brian, encarando o saco cheio de todos os tipos de doces.


 


 - 1... – Lorraine começou, lentamente.


 


 - 2... – Brian continuou, quase prendendo a respiração.


 


 - e... – Lorraine já tinha uma das mãos estendida sobre o saco.


 


 - 3!!!! – disseram os dois juntos.


 


 Eles comeram todos os doces até não sobrar nenhum, como dois pequenos canibais. Quando tudo acabou, eles se encararam, os olhares assustados, como se não acreditassem que o doce tinha acabado. Sem dizer uma palavra, num entendimento silencioso, correram para casa, à toda, para ver se lá tinha mais. Chegando na mansão Potter, os dois pequenos dispararam para a cozinha e pegaram um pote cheio de balas e, em pouco tempo, devoraram meio pote.


 


 Só que, depois que Lorraine engoliu a quadragésima bala, eles começaram a se sentir estranhos. Uma agitação crescente percorria seus corpos, dava vontade de... Os dois puxaram mãos cheias de balas dos potes, e começaram a correr pela casa, como dois lunáticos, ainda comendo algumas balas. Enquanto corriam, passaram pela porta do quarto dos pais, e então pararam, se encarando e abrindo sorrisos idênticos. Imediatamente começaram a pular na cama, as balas de suas mãos voando para todos os lados enquanto eles cantavam.


 


 - CINCO MACAQUINHOS PULAVAM NA CAMA, UM CAIU COM A CABEÇA NO CHÃO, A MAMÃE LIGOU PRO MÉDICO E ELE DISSE: NADA DE MACACOS PULANDO NO COLCHÃO! QUATRO MACAQUINHOS PULAVAM NA CAMA, UM CAIU COM A CABEÇA NO CHÃO, A MAMÃE LIGOU PRO MÉDICO E ELE DISSE: NADA DE MACACOS PULANDO NO COLCHÃO!! TRÊS MACAQUINHOS PULAVAM NA CAMA, UM CAIU COM A CABEÇA NO CHÃO, A MAMÃE LIGOU PRO MÉDICO E ELE DISSE: NADA DE MACACOS PULANDO NO COLCHÃO!!! DOIS MACAQUINHOS PULAVAM NA CAMA, UM CAIU COM A CABEÇA NO CHÃO, A MAMÃE LIGOU PRO MÉDICO E ELE DISSE: NADA DE MACACOS PULANDO NO COLCHÃÃÃO!!!! UM MACAQUINHO PULAVA NA CAMA E CAIU COM A CABEÇA NO CHÃO, A MAMÃE LIGOU PRO MÉDICO E ELE DISSE: NADA DE MACACOS PULANDO NO COLCHÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!


 


 Ouvindo todo aquele berreiro, Luna e Harry correram para o quarto, achando que eles estavam morrendo ou sendo torturados, e viram os gêmeos encrenca pulando na cama e imitando os macacos.


 


 - LORRAINE E BRIAN DESÇAM DA CAMA ANTES QUE EU PEGUE VOCÊS!!! – gritou Harry, furioso, para os gêmeos, mas os dois pareciam ignorar o pai. Desceram da cama, passando como raios por debaixo do braço do pai e por uma mãe surpresa logo atrás, e tornaram a sair correndo pela casa, cantando a mesma música, enquanto Luna ficou parada, aparentemente dividida entre o riso e a aflição, e Harry gritava feito louco e corria atrás deles pela casa. De repente, enquanto eles pulavam o sofá para se desviar de Harry, os gêmeos pararam de gritar e caíram em cima do sofá em um profundo sono.


 


~*~*Fim do Flash Back~*~*


 


 - Não! – disseram os dois, lembrando muito bem do que se tratava o assunto.


 


 - Só não comam doces, ok? – Harry suspirou.


 


 - Ok! – os dois disseram juntos disfarçando os dedos cruzados atrás das costas.


 


 - Keytlin, por favor, tente não quebrar nada importante lá! – disse Pansy, novamente repreendendo – a, com um toque de apreensão na voz.


 


 - Claro, mamãe. – ela respondeu, meio envergonhada com a repreensão. Enquanto isso, Lorraine olhava ao redor. É claro, Brian percebeu.


 


 - Entãooooo, procurando alguém, querida irmãzinha? – ele começou.


 


 - Não enche, Brian. – Nesse instante, soou o apito do trem. Então, os meninos correram para ele, achando uma cabine vazia e colocando os malões lá. Enfiaram as cabeças pela janela para se despedirem.


 


 - Tchau, mãe, tchau pai, tentem não nos mandar berradores no primeiro mês! – Brian gritou, acenando.


 


 - Tchau, Brian, e tente não fazer com que nos mandem uma carta de Hogwarts no primeiro mês! – Harry respondeu. Eles riram.


 


 - Tchaaaau, povo que me ama! Vejo vocês no Natal! – Lorraine também gritou.


 


 - Tchau filha, escreva pra gente, tá? – Luna pediu.


 


 - Toda semana! – Lorraine prometeu.


 


 - Estude bastante, filha! – Rony gritou.


 


 - Não quebre nada! – Pansy recomendou outra vez. – Amo você! – Keytlin simplesmente acenou para eles, sorrindo. Então, o trem fez a curva, e seus pais desapareceram. Eles se sentaram.


 


 - Brian, você tem idéia de que F-I-N-A-L-M-E-N-T-E estamos indo para Hogwarts? – perguntou Lorraine, com um olhar pensativo.


 


 - Huhum! - assentiu Brian.


 


 - Então... – ela o olhou com um sorriso diabólico. - Qual é o plano?


 


 - Eu pensei em comemorarmos a nossa brilhante chegada em Hogwarts ao estilo Fred e... - ele pensou melhor - ...quer dizer, Brian e Lorraine! Mwa-há-há-há-há!!! – ele terminou, erguendo as mãos e dando uma risada maléfica como nos filmes de terror. Keytlin se encolheu no canto.


 


 - Exagerou na risada... – ela observou, apontando Keytlin. - Mas eu entendi! Mwa-há-há-há-há! – ela completou, também dando uma risada maléfica. Brian a olhou, divertido.


 


 - Depois fala de mim! – ele disse. – Ei... A pessoa por quem você tanto procura não apareceu! Onde ele se enfiou?


 


 - Ele não é a pessoa que eu tanto procuro! – ela respondeu, brava. Brian riu.


 


 - Então como sabe de quem eu estou falando? – Lorraine só fechou mais a cara, o que fez Brian rir ainda mais. – Quando a gente descer do trem a gente procura ele. Aliás... Pra onde será que a gente vai? O pai era da Grifinória, mas a mãe era da Corvinal...


 


 - Não sei, mas tomara que fiquemos todos na mesma casa... – Lorraine respondeu, parando de amarrar a cara ante a mudança de assunto.


 


 - Eu posso ir parar na Sonserina, também... – Keytlin se manifestou.


 


 - Olha, eu já tinha quase esquecido como era o som da sua voz! – Brian riu. Keytlin corou. – Você devia falar mais. Só falando é que você deixa que saibam qual é sua opinião. – ele disse, sorrindo.


 


 - Quanto à Sonserina, não se preocupe. O pai disse que, na verdade, é tudo uma questão de opinião. O chapéu pode te por na casa que for, se você não quiser ir pra ela, fala com ele, e ele troca. – Lorraine deu de ombros.


 


 - Se bem que eu acho que, se ele me pôs numa casa, eu vou me dar melhor lá mesmo, mesmo que seja na Sonserina... Afinal, apesar de tooooda a má fama, soube que os espertos vão pra Sonserina... – Brian comentou, se achando. Lorraine deu-lhe um tapa na cabeça.


 


 - Do jeito que eu sou, é capaz de me mandarem pra Lufa-lufa... – Keytlin falou, meio deprimida.


 


 - Hum... Seu sobrenome é Weasley, certo? Então eles vão te chamar depois da gente. Basta pedir pra ir pra casa em que a gente estiver! – Brian sorriu. Ela sorriu de volta, novamente corando.


 


 Ficaram em silêncio por um tempo, onde Keytlin ficou olhando pela janela, Lorraine brincou com sua coruja, e Brian, retirando sua varinha do malão, ficou jogando-a pra cima.


 


 - E você não vai dar nome essa coruja não? – Brian perguntou, olhando a coruja, sem parar de jogar a varinha pro alto.


 


 - Já dei. O nome dele é Mercúrio. – Ela respondeu, dando um petisco a Mercúrio.


 


 - O deus mensageiro romano... – Keytlin comentou.


 


 - É, esse mesmo. – Lorraine sorriu.


 


 - E eu já to com fome... – Brian falou, mudando completamente o assunto. Keytlin olhou para fora.


 


 - O sol já está alto, o carrinho deve passar logo. Já é quase hora do almoço.


 


 Pouco depois, ouviram uma batida na porta, e essa se abrir.


 


 - Quem quer uma guloseima? – perguntou uma velha senhora que empurrava um carrinho cheio de doces mágicos em duas bandejas.


 


 - Eu quero! – disseram Lorraine e Brian como se estivessem prontos para comer um hipogrifo.


 


 - Qual doce, meus queridos? – perguntou a senhora um pouco assustada com o olhar canibal dos dois.


 


 - TODOS! – gritou Lorraine, os olhos brilhando, mostrando vários galeões de ouro para a velha senhora.


 


 - Espera, mas seu pai... – Keytlin começou, mas Brian pôs a mão sobre sua boca, impedindo-a de falar, para que a velha não os proibisse de comprar os doces.


 


 - Shhhh... Deixa... – ele pediu, enquanto Lorraine pagava. Keytlin assentiu, e ele se virou para o carrinho.


 


 - Tudo bem, podem pegar os... – nem deu tempo da pobre senhora terminar a frase, pois os dois já estavam atacando. – Meu Merlin! – ela se assustou, saindo dali e deixando até mesmo o carrinho para trás.


 


 - Toma, Keytlin, pega aí – Brian jogou um pacote de feijõezinhos de todos os sabores Bertie Bott, e uns cinco sapos de chocolate. – Não esquece de ver a figurinha, tá me faltando uns cinco pra completar a coleção...


 


 - Cara, essas Penas de Alcaçuz são uma delícia... – Lorraine comentou, chupando três de uma vez. Brian fuçara um pouco o carrinho até achar um Puxa-Puxa Explosivo.


 


 - Lorraine! Lembra disso? – ele o mostrou à irmã.


 


 - Estoura ele! – ela pediu.


 


 - Estoura comigo! – ele exigiu, e a irmã pegou uma das pontas do doce. Eles puxaram juntos, e o doce explodiu na mão deles, partindo o doce em dois e fazendo com que cada metade se regenerasse em um doce inteiro.


 


 - Uau! Isso é incrível! – Keytlin falou.


 


 - É! Desde que você tenha paciência de ficar puxando e agüente o impacto e dor das explosões, você tem puxa-puxa pro resto da vida! – Brian sorriu, comendo o dele, atochando-o todo na boca, sem parti-lo, apenas mastigando. – Se você partir sem que ele esteja todo na sua boca, ele explode seus lábios... Lorraine descobriu isso da pior maneira – ele sorriu.


 


 Passaram um bom tempo comendo todos os doces do carrinho, tempo que ficou maior que o normal porque Lorraine e Brian não paravam de explodir os puxa-puxas, criando ainda mais doces. Depois de um tempo, Keytlin foi notando que alguma coisa estava acontecendo. Eles pararam de falar com ela, apenas falavam entre si, e coisas cada vez mais idiotas. Riam das menores bobagens, e comiam doces em velocidade cada vez mais alta. O olhar dos dois foi ficando cada vez mais aceso, à medida que as risadas aumentavam. A essa altura, Keytlin já começava a se amedrontar.


 


 - Lorraine... Está dando uma vontade... – Brian começou, largando um doce.


 


 - E veja... O carrinho agora está vazio... – Lorraine apontou, os olhos brilhando mais. Brian abriu um sorriso idêntico ao da irmã.


 


 - Keytlin... – ele falou, subitamente se lembrando de que ela estava ali. Ela se assustou e largou o sapo de chocolate que estava comendo. – Você poderia... – ele apontou o carrinho. Ela não entendeu, então ficou em silêncio. Brian alargou o sorriso, entendendo o silêncio como sim. Ele rapidamente se encolheu, sentando na bandeja baixa do carrinho, enquanto sua irmã pulava na bandeja de cima, agarrando firmemente as bordas.


 


 - O trem está indo pra lá – apontou Lorraine – então, se ela empurrar a gente pra cá, vamos correr um boom pedaço, usando o deslocamento do trem.


 


 Keytlin finalmente entendeu o que eles queriam. Ah, não. Ela não ia fazer aquilo, o que sua mãe diria? Pensando bem... Sua mãe. Sua mãe, que achava que ela não era capaz de nada. Ah, ela era capaz de empurrar um carrinho por um trem, com certeza era. E afinal, se alguém fosse ser culpado, seriam os dois, ela não ia nem ser vista... O que haveria de mal?


 


 - Segurem firme! – ela recomendou, antes de empurrar com toda a força que possuía. Até que, pra primeira vez, ela se saiu muito bem. Seu empurrão foi forte o suficiente para mandá-los quase que imediatamente para o outro lado da cabine. Porém, sua mira... Os mandara direto contra a parede.


 


 Felizmente para os dois, infelizmente para o pobre coitado, alguém saiu da cabine naquele momento, e foi atropelado pelos dois malucos, impedindo-os de se chocarem de frente para a parede. Keytlin correu até eles, já nervosa de novo, toda a coragem esquecida. Qual não foi a sua surpresa ao ver quem se levantou.


 


 - Mas o que está acontecendo aqui? – Leonardo se levantou, estralando um ombro e tirando a poeira das vestes. Um hematoma se formava em seu braço, outro no queixo. Mesmo assim, incrivelmente, ele estava calmo. – Keytlin? – ele se surpreendeu. – E... – ele olhou para baixo. Tanto ele quanto Keytlin arregalaram tanto os olhos ao ver a cena no chão que eles poderiam saltar pra fora a qualquer momento. – Esses são os gêmeos Potter? O que está acontecendo? – ele repetiu, olhando Keytlin, porque os dois dormiam. Sim, dormiam, Brian chegava a babar.


 


 - Eles... – ela começou, ainda pasma. – Eles comeram o carrinho todo de doces, ficaram malucos, correram o trem nesse carrinho e... E agora estão dormindo... – ela terminou.


 


 - Mas é claro, essa maluca tinha que vir bater em mim. Eu não posso ter sossego nem na viagem de trem... – ele virou os olhos. – Vamos levá-los de volta, antes que passe algum adulto.


 


 - Como? – Keytlin perguntou.


 


 - Me ajuda a por o Brian aqui. – ele apontou o carrinho, e virou-o de pé novamente. Juntos, ele e Keytlin colocaram Brian na bandeja de cima. Lorraine, porém, não parecia que ia caber na de baixo dormindo, uma vez que era preciso se encolher. – E a maluca me dando problemas outra vez... – ele massageou a testa. – Empurre o carrinho com o Brian então, eu vou levar essa aqui. – então ele a pegou no colo, com alguma dificuldade. Seus músculos de criança, embora exercitados por trabalhos braçais e um pouco de Quadribol, ainda eram infantis, e penavam para carregar um peso pouco mais leve que o dele.


 


 Por isso, ele agradeceu quando viu Keytlin abrir a porta da cabine, do outro lado do vagão. Entrou e tentou colocá-la sentada sobre o assento. Imediatamente a levantou de novo, pois mal a soltara e ela já estava escorregando pro chão. Pensou um pouco, e a pôs deitada, ocupando os três assentos de um dos lados do vagão. Quando a largou, porém, viu que havia um problema. Um de seus braços ainda estava passado por debaixo dela, preso. Tentou soltá-lo de leve, sem acordá-la, mas estava difícil, e se puxasse de uma vez ela ia rolar e cair, e ele não tinha certeza de que conseguiria segurá-la a tempo.


 Aos poucos, com leves trancos, ele foi soltando, mas então ela virou, resmungou algo como ‘MEU doce’, e agarrou seu braço como uma criança faria com um urso de pelúcia, ou melhor, como ela faria com o último doce daquela finada bandeja do carrinho de doces. “Ai meu Merlin, calma Leonardo. É só continuar puxando...” Mas ela não largava. Pelo contrário, segurou ainda com mais força. E então, quando Leonardo já começava a ficar preocupado em passar a viagem toda preso ali, ouviu-se um estrondo alto.


 


 - Alguém... Ti... Ra... Ele de... Cima... De mim! – suplicou uma vozinha quase sem fôlego, em pânico.


 


 Leonardo olhou para trás, e se segurou para não rir, porque Keytlin realmente estava numa situação pior que a dele. Ela havia tentado passar Brian da bandeja para os assentos, como fizera Léo, só que a bandeja de cima finalmente se rendeu ao que estava ameaçando desde a colisão e se soltou de vez do carrinho, derrubando Keytlin em cima do carrinho, que foi parar debaixo do assento (agora sem a parte de cima), e Keytlin no chão, com Brian em cima.


 


 Ele olhou de volta para Lorraine. Agora ia ter que se soltar dela de algum jeito. Precisava ajudar Keytlin. Mas antes que pudesse começar a planejar algo, Lorraine se moveu um pouco, ainda resmungando, dessa vez algo como “Brian? Não explode meu Lembrol, o resto pode pegar...”, levantar um pouco a cabeça e abrir os olhos, ainda sonolenta, para olhar em volta, se orientando. Ao virar a cabeça pra direita, encarou olhos azuis-acinzentados que a encaravam de volta, sem entender nada em seu cérebro entorpecido de sono. Aos poucos, conseguiu ver o resto do seu rosto, enquanto o sono começava a sair, mas ainda não entendia o porquê de ele estar tão perto. Ia perguntar exatamente isso quando ele desviou o olhar dela. Quando seguiu seu olhar, ela viu para o que ele olhava, e respondeu à sua pergunta. Ela continuava agarrada ao braço dele. Uma finíssima linha vermelha surgiu em sua face, que não estava acostumada a corar. Ela o soltou depressa e se sentou, fingindo que nada havia acontecido. Foi aí que viu Brian capotado.


 


 - Brian?? Ele tá dormindo? – ela perguntou à Keytlin, que debaixo dele já não podia dizer nada. Léo se levantou, alongando o braço até então preso, e foi até eles.


 


 - Vem, me ajuda a levantar seu irmão. – ele disse à Lorraine, sem olhar pra ela, mas sua voz estava completamente indiferente.


 


 - Hum... Porque estávamos dormindo? – ela perguntou, meio receosa, indo ajudar Léo. Ele sorriu de lado.


 


 - No três. Um... Dois... Três! – Os dois seguraram Brian, ele pelos pés, ela pela cabeça, e o colocaram no assento. Desse jeito, ninguém ficou preso, e ele estava confortavelmente acomodado no assento, ainda babando. Leo estendeu a mão para Keytlin se levantar. Ela a aceitou, e sentou-se no assento vazio perto da janela, oposto à cabeça de Brian. Lorraine sentou-se a seu lado, e Leo ao lado dela, todos contemplando Brian babar tranquilamente.


 


 - Hum... Leonardo... – Keytlin chamou. Ele se curvou para a frente para olhá-la.


 


 - Só Léo tá bom.


 


 - Você não vai voltar pra sua cabine? Quero dizer – ela rapidamente se corrigiu – seria bom se você ficasse aqui com a gente...


 


 - É, acho que sim. Quero dizer, aqui tem essa maluca, mas pelo menos ela é uma maluca que não diz coisas repugnantes. Os alunos de terceiro ano que estavam lá comigo estavam tentando me convencer de que os Seguidores do Sangue eram reais, e queriam que eu me juntasse à eles em um grupo de iniciação... – Léo disse, calmamente, apesar de seu tom calmo estar levemente aborrecido. – No momento em que você me atingiu – ele agora olhava Lorraine – eu estava saindo da cabine pra andar um pouco, porque já estava começando a me incomodar.


 


 - Eu te atingi? – ela perguntou, franzindo o cenho, virando os olhos para o carrinho destruído debaixo dos assentos de Brian. Seus olhos começaram a se arregalar. Léo sorriu de lado.


 


 - Exatamente. Digamos que, de acordo com Keytlin, vocês esvaziaram o carrinho de doces nos seus estômagos, e decidiram que tinham muita energia acumulada e um carrinho vazio dando sopa era um sinal. Então atravessaram o vagão no carrinho... E me acertaram. Ah, claro – ele disse, fazendo um gesto de mão de quem acho aquilo banal, ao ver o olhar de Lorraine. – Não me machuquei, não se preocupe, mas aí depois vocês tinham gastado toda a energia e caído no sono. Keytlin ficou preocupada, então eu a ajudei a trazer vocês pra cá.


 


 Lorraine não engoliu aquilo. Primeiro, porque o hematoma no queixo de Leonardo já estava agora bem visível. Segundo, porque se Keytlin fosse mesmo a única razão de ele ter ajudado a trazê-los, ele não teria se preocupado em retirar o braço de lá sem acordá-la. E ainda, se tivessem ficado ali, um adulto poderia tê-los posto de detenção antes mesmo do início do ano letivo, o que não seria bom, mas Leozito teria se livrado dela sem ter nada a temer. Mas não disse nada.


 


 Ficaram um tempo ainda encarando Brian, quando finalmente, vendo que o céu já estava escuro, Léo comentou:


 


 - O trem já deve estar chegando, devemos trocar de roupa. – ele falou, indo para a porta da cabine. – Vou buscar meu malão e trazê-lo para cá, daí podemos descer todos juntos. – e saiu.


 


 - Acha que devemos acordá-lo pra trocar de roupa também? – Keytlin perguntou, apontando Brian, enquanto Lorraine puxava seu malão do bagageiro. Ela deu de ombros.


 


 - Ele não vai poder entrar sem as vestes, vai? Acorda ele, eu vou trocar de roupa... – ela disse, puxando as vestes do malão já aberto sobre o assento. Keytlin a olhou, os olhos muito arregalados.


 


 - Aqui? Assim? Com ele aqui?


 


 - Ele é meu irmão, Keytlin, e a gente dorme no mesmo quarto... Acho que não é a primeira vez que isso aconteceria, sabe? – ela ergueu uma sobrancelha, vendo Keytlin corar intensamente. – Tudo bem, você não precisa trocar de roupa com ele aqui, vamos acordá-lo, ok? – ela disse, tranqüilizando-a.


 


 As duas foram até ele, e começaram a chamá-lo, Lorraine sacudindo-o abertamente. O máximo que aconteceu foi Brian soltar um leve ronco e mudar de posição. Chamaram ainda mais alto, Lorraine sacudiu mais, e nada. Lorraine então deu um sorrisinho para Keytlin, que a essa altura já sabia distinguir o risinho diabólico dos outros, e não gostou nada de constatar isso.


 


 - Vamos ter que acordá-lo como mamãe faz...


 


 - E como sua mãe faz? – Keytlin perguntou, temendo a resposta. Mas ela não veio. Em vez disso, Lorraine inspirou profundamente antes de berrar.


 


 - BRIAAAN! ACORDA, QUE O CAFÉ JÁ TÁ NA MESA, E TEM PANQUECAS! SE NÃO ANDAR LOGO, A LORRAINE VAI PEGAR AS SUAS! – ela gritou, a três centímetros de distância do ouvido de Brian. Este se levantou de um pulo, ficando de pé no assento, repentinamente, e devido ao gesto brusco, bateu o alto da cabeça no bagageiro. Massageando a cabeça, os olhos embaçados, ele tentou olhar em volta, falando com a voz embargada de sono.


 


 - Panquecas? Onde? Quando? Lorraine tire as mãos das minhas panquecas! – ele disse, ao conseguir focalizar a irmã, que riu e desceu ele dos assentos. Ele foi piscando para clarear tanto a visão quanto a mente, e conseguiu ver Keytlin e a cabine, e entender que não havia panqueca alguma. – Porque fez isso? – ele se virou para a irmã, e ninguém precisou perguntar como ele chegara a essa conclusão em tão pouco tempo.


 


 - Estamos chegando, inteligência – ela apontou o céu escuro – e precisamos nos trocar, e você também. Agora sai, que a gente tem preferência. – ela empurrou o irmão porta a fora, e ela e Keytlin se trocaram. Assim que abriram a porta da cabine, viram que Brian esperava com Léo, já vestido. Ele entrou e se trocou rapidamente. Então os quatro entraram, para esperar o término da viagem.


 


 E, finalmente, ela terminara. Com um solavanco, o trem parou na estação, e os alunos começaram a descer em ondas do trem. Léo, Brian, Lorraine e Keytlin pegaram seus malões, Lorraine, também a gaiola da coruja, e desceram. Estavam na estação de Hogsmeade, na ponta do vilarejo, onde começava uma trilha. Muitos dos alunos mais velhos já estavam embarcando em carruagens sem cavalos, mas eles ouviram uma voz lhes chamando, uma voz já familiar a Brian e Lorraine, que eram os únicos que tinham estado na Inglaterra todo esse tempo:


 


 - Alunos de primeiro ano, por aqui, venham comigo! Ah, gêmeos encrenca! Há quanto tempo! – Hagrid se aproximava, mas teve que dar a volta, pois os alunos de primeiro ano bloquearam o caminho ao ouvirem seu chamado. – Venham, vamos atravessar o lago... – ele disse aos alunos. – A gente se vê no banquete! – ele ainda gritou para os dois, antes de começar a andar para o lago. Os quatro seguiram a horda de alunos do primeiro ano. Antes de embarcar, porém, deram uma olhada para o castelo recortado contra a luz do luar.


 


 - Finalmente... – Lorraine abria um sorriso.


 


 - Estamos em Hogwarts. – Brian completou, abrindo o mesmo sorriso.


 


*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


 


Disclaimer (não pusemos da última vez ( ‘)( ‘)): Harry Potter não me pertence. Rony ficou com a Hermione, não ficou?


Disclaimer 2: Dirge of Cerberus não me pertence. Mas mesmo assim o Vincent é o cara xD


Disclaimer 3: Seymour e os Guado não me pertencem. Senão, Seymour teria morrido dolorosamente, agonizando.


 


N/N.: Hi, people!!!


N/A.: Yo, minna-san! Yeeeeeeee duvidaram, mas conseguimos, TERMINAMOS MAIS UM CAPÍTULO! AEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!! Palmas pra nós! xD


N/N.: Isso não! Palmas nada, porque demoramos! ¬¬


N/A.: É verdade... T.T mas tá aí!


N/N.: Tá aí! xD


N/A.: Bom, postamos o capítulo, agora vocês têm que comentar! U.u


N/N.: Um comentário já nos faz felizes! TT.TT


N/A.: Ok, acabou, vamos postar logo, sem enrolar mais, é só isso. ^^


N/N.: Não temos mais nada a dizer xD


N/A.: Porque ainda estão lendo? Acabou u.u


N/N.: Fecha a página! U.u


N/A.: Fecha não O.o Eles tem que comentar...


N/N.: Então não fechem! :D


N/A.: Então, já nee, povo! ^^


N/N.: Goooooood bye!


N/A.: ~*Aparatei*~

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