Capítulo 4



Capítulo 4


  Doze dias depois, Draco e Hermione saíam de uma casa grande, dois andares, com um grande jardim, com chaves na mão. O homem na porta sorria.


  - Foi um prazer fazer negócios com você, senhor Malfoy... A mudança chegará ainda hoje.


  - E agora, o Beco Diagonal. – ele falou indo se encontrar com os filhos (e Vítor) que o esperavam na rua.


  Eles aparataram de sua nova casa, alguns quilômetros distante de Londres, até a Londres propriamente dita, onde andaram até o Caldeirão Furado. Foram para os fundos do bar, onde Draco abriu a passagem para o Beco Diagonal. Andaram um pouco, e então Hermione os viu, Brian, Lorraine e Keytlin, tomando sorvete na Florean Fortescue. Foram até eles.


  - Finalmente! Achei que vocês tinham se perdido depois de tantos anos! – Harry falou, saindo da sorveteria, com os outros.


  - Estávamos comprando a casa. Agora, Madame Malkin, certo?


  - Certo. Vamos deixar o Olivaras por último, porque tem muita gente comprando, e de tarde ficará mais vazio. – Harry respondeu.


  Eles entraram na Madame Malkin, e a própria começou a tirar as medidas dos quatro. Cada um comprou três uniformes simples, pretos, e enquanto Madame Malkin ajustava as doze roupas, experimentaram os chapéus. Leonardo e Brian colocaram chapéus do tamanho certo de cara, mas o de Lorraine era muito apertado, e não quis mais sair de sua cabeça. Enquanto Brian a ajudava com isso, Keytlin punha um chapéu que desceu direto sobre seus olhos, tampando sua visão. Saiu andando às cegas, derrubando estantes e prateleiras, até Madame Malkin, já estressada com toda aquela gritaria, sentar os quatro num banco até ela terminar as medições, depois de tirar o chapéu de Lorraine e o de Keytlin.


  Quando terminou as medidas, ela os levou para experimentar as luvas protetoras, necessárias em aulas de Poções e Herbologia, etc. Todos escolheram couro de dragão. Então vieram as capas de inverno, pretas com fechos prateados, bem quentes, e eles esperaram até Madame Malkin etiquetar suas roupas com seus nomes e embrulhar tudo para saírem.


  - Pronto, mãe, as roupas. – Lorraine entregou as sacolas sua e de Brian à Luna.


  - Eu quero roupa também! Porque eu não ganho roupa nova? – Jane fez bico.


  - Depois a gente compra, mas agora são as coisas do Leonardo. – Hermione explicou, pacientemente.


  - Keytlin, não deixa a sacola no chão! – Pansy repreendeu, pegando a sacola.


  - Caldeirões, então. Se bem que eu não faço questão de que vocês façam Poções, crianças, por mim, Keytlin, você não precisa nem de um caldeirão. – Rony falou, recordando-se.


  - Pai, eu quero ser médica. Eu preciso aprender Poções. – ela o lembrou.


  - Ah, tem razão.


  - Vamos comprar caldeirões, então! – Brian esfregou as mãos, sorrindo.


  Chegaram às lojas, deslumbrados com a enorme variedade de tamanhos, formatos e materiais de caldeirões existentes. Brian correu até um de ouro maciço, crendo que o ganharia, mas seu pai o afastou, rindo.


  - Um caldeirão. Estanho, tamanho padrão 2. É o que diz na lista, sinto muito, filho.


  - Sem graça. Estanho!


  - Mãe, além do de estanho, eu poderia ter o tamanho padrão 1 auto-mexediço? – Leonardo pediu, apontando um caldeirão que, apesar de ser menor, era do mesmo preço por ser auto-mexediço.


  - Se me der um motivo...


  - O tamanho 2 é grande para viagens, e por ser auto-mexediço as Poções sairão melhores, já que poderei olhar o fogo e pôr ingredientes enquanto ele mexe. O 2 eu uso nas aulas, o 1 em deveres.


  - Tudo bem. Mas não terá a vassoura. – Hermione avisou. Era assim que criara Leonardo: como seus pais a haviam criado. Até ter seu próprio dinheiro, o que ganhasse a mais seria tirado do que estava prometido. Assim, não ficava mimado. Com Jane, bem, Jane era a princesinha de Draco.


  - Fechado. Eu sobrevivo com as da escola até o ano que vem no meu aniversário.


  - Pode pegar.


  - Pai, o Leonardo ganhou dois caldeirões, e ainda auto-mexediço. Eu quero um de ouro!


  - Tudo bem – Harry falou, rindo por dentro do que iria propor ao filho – mas não ganhará a vassoura.


  - O QUÊ? Não, sinto muito, adeus Poções, não quero mais saber de você, não complique minha vida, porque eu quero minha vassoura... – Ele resmungava, já indo para o caixa com o Leonardo e apenas seu caldeirão de estanho. Rony, Pansy e Keytlin já haviam pagado e estavam esperando do lado de fora, e Lorraine... Bem, Lorraine fazia birra para a mãe.


  - Vamos, filha, você precisa de um caldeirão. – Luna insistia, pacientemente.


  - Não! Ouviu o tio Rony, não precisamos de Poções. Por mim, eu nem estudava isso.


  - Lorraine, se você não estudar Poções, terá notas ruins...


  - Não me importo.


  - E um auror precisa de Excede Expectativas em Poções, ou não entra nem nos testes... – Luna deu sua cartada final. Lorraine pestanejou, resmungou um pouco, e então pegou um caldeirão.


  - Ok, mas pelo bem do meu futuro e do mundo bruxo que estará livre de bruxos das trevas.


  Pagaram os caldeirões, compraram o conjunto de frascos para guardar as poções e ingredientes e foram à loja de Astronomia. Era um lugar estranho. O teto era encantado como o de Hogwarts, mas ao invés de o céu lá fora, ele exibia estrelas e galáxias e planetas distantes, que giravam. As estantes estavam cheias de máquinas e aparelhos estranhos, desde maquetes móveis de galáxias que eles nunca ouviram falar até máquinas que soltavam fumaça de diferentes cores de acordo com o planeta ascendente da pessoa que passava perto. Os telescópios ficavam perto do balcão. Cada um escolheu o que mais lhe agradou, depois de uma pequena discussão entre Lorraine e Harry a respeito de um telescópio de visão magicamente macroscópica, quase no estilo estação espacial, e de outra discussão, dessa vez entre Pansy e o vendedor, a respeito de um telescópio que “acidentalmente” se quebrou (Keytlin, coincidentemente, estava por perto), e eles compraram seus telescópios e foram até a Farmácia.


  A Farmácia era, primeiramente, fedorenta. Uma mistura de ovos podres, carne em decomposição, e repolho estragado. Depois, vinha seu visual exótico, e, para muitos, desagradável. Do lado de fora, havia vários barris contendo os mais diversos itens. Desde olhos de alguma coisa, completamente negros, e que ainda se moviam, (olhos de tolete, cinco nuques cada cem gramas) até um enorme osso, estranhamente prateado, com uma colherinha ao lado, de aparência minúscula em comparação ao osso (raspas de osso de erumpente, um galeão a raspa). Lá dentro, estantes e mais estantes, prateleiras e mais prateleiras, cobertas por vidros com coisas viscosas em suspensão, que às vezes os encaravam com olhos vidrados e vazios, às vezes pareciam se mexer, e potes com pós de todas as cores e texturas. No balcão, um vidro com olhos suspensos em um líquido transparente dava um toque final. Compraram um kit básico de Poções para Iniciantes, e uma balança de latão portátil para pesar os ingredientes, que deveriam ser precisos ou a poção poderia sair completamente errada. Estavam dando graças por saírem dali, depois, e respirarem um ar puro.


  - E agora? Compramos tudo? – Draco perguntou à Hermione.


  - Como você pode esquecer? – ela arregalou os olhos, e Harry riu ao ver uma expressão muito conhecida sua em um rosto que não via há anos.


  - Do quê? – Draco perguntou, ignorando os sinais do filho para calar a boca.


  - Dos livros! – ela respondeu, indignada.


  - Ah, os livros... – ele comentou, prevendo a bronca. Enquanto Hermione o passava um sermão por ter esquecido os livros, eles se dirigiram a Floreios e Borrões.


  Ela não havia mudado muito, as mesmas estantes empoeiradas, divididas nas mesmas seções, com a única alteração, feita todo ano, dos livros expostos na vitrine e de algumas novas aquisições nas prateleiras. O dono, porém, tinha muito mais cabelos brancos, e já não estava mais tão magro, apesar de ainda usar as mesmas roupas listradas. Veio, como sempre, resmungando.


  -... Agora esse livro de Teatro para Iniciantes, sempre gritando ou chorando ou rindo em cada hora... E ainda não achamos os livros Invisíveis da Invisibilidade, e já faz uns vinte e tantos anos que eles sumiram... Oh, olá. Hogwarts, primeiro ano? – ele perguntou, vendo as sacolas de embrulho e as quatro crianças pequenas.


  - Isso. Podemos dar uma olhada nos outros? – Hermione indagou amável.


  - Claro, claro. Quatro pacotes de primeiro ano, então. Venham crianças, já não posso carregar mais tantos livros, mesmo com magia.


  Os quatro e Harry, que foi junto, seguiram o dono da livraria por algumas estantes até a seção de Transfiguração. Tirou quatro exemplares de Guia da Transfiguração para Principiantes, de Emerico Switch, da prateleira, e Harry foi levitando-os atrás de si. O dono ainda resmungava.


  -... O mesmo livro todo ano, até a capa é a mesma. Será que muda o conteúdo? Eu gostaria de saber.


  Então, até a seção de Feitiços, onde quatro do Livro Padrão de Feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk se juntaram aos de Transfiguração. Continuaram seguindo, o velho, as crianças, Harry, e os livros flutuando atrás.


  -... Esse também é outro que nunca muda. Mas acho que o padrão dos Feitiços sempre será o mesmo, não é?


  Na seção histórica, História da Magia, de Batilda Bagshot, e Teoria da Magia, de Adalberto Waffing, se juntaram aos outros.


  - Batilda Bagshot presta, mas esse outro, Teoria da Magia, não diz nada com nada, e usam isso pra ensinar os jovens bruxos...


  Então, seção de Poções, e a seção de Plantas logo atrás, e mais oito livros no monte flutuante, que agora estava assustadoramente grande, e Cinco Mil Ervas e Fungos Mágicos, de Bisnahil Spore, e Bebidas e Poções Mágicas (8ª edição), de Arsênio Cianys Jigger, estavam fora das prateleiras.


  - Esses foram atualizados pelos descendentes dos originais. Um bom trabalho, devo dizer, bastante completo...


  Não entraram na seção Animais, pois os livros lá eram instáveis, e só o dono voltou, com quatro exemplares de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” o clássico livro-referência de animais mágicos de Newt Scamander. E, finalmente, a seção de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde pegaram Feitiços Úteis para Defesa (1ª série), que Harry riu ao ver que fora escrito por Zacharias Smith, seu aluno mais teimoso na AD, no quinto ano.


  - Agora, senhor, se trouxer tudo ao caixa, eu faço os quatro pacotes para você. – o dono da loja chamou. Harry o seguiu até o caixa, deixando as quatro crianças na seção de Defesa Contra as Artes das Trevas, maravilhadas.


  - Lorraine! Azarações! – Brian gritou, chamando a irmã para seu baú do tesouro na seção de Golpes e Brincadeiras: Azarações para Azarar até quem não é Azarado. Os dois mergulharam em aprender as brincadeiras.


  Keytlin foi se afastando, meio que sem perceber, até a seção vizinha, Auto-ajuda, com sua atenção voltada a um exemplar de Elegância se Aprende. Leonardo, examinando os livros com um interesse enorme, deu a volta na estante, para ver os livros do outro lado, tencionando continuar vendo os livros de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando viu a seção da estante de trás: Anormalidades e Raridades. Eram, em sua maioria, livros sobre sintomas que quase nunca aparecem de determinadas doenças, ou animais já extintos ou muito difíceis de ver, ou raças antigas de seres que os humanos quase não tinham mais memória. Era uma seção meio sombria, meio triste, por ser quase esquecida. Ninguém mais se interessava por histórias tão velhas e que não os afetariam por serem anormais.


  Ninguém, não. Leonardo amava essas coisas, coisas que ninguém sabia, coisas que ninguém tinha idéia de que existia. Começou a examinar os livros com os olhos, procurando algum interessante. Então, seus olhos foram atraídos por um em especial. Meio escondido nas sombras, estava um livro que seria preto simples, não fossem as suaves, porém marcantes linhas azuis que o emolduravam, numa intrincada série de tribais. Não havia título. Estendeu a mão para pegá-lo, mas não o pegou.


  Outra mão o fez antes dele, uma mão de alguém que ele não tinha idéia de que estava lá, tão absorto pelos livros estava. Olhou para o dono dessa mão. Era uma menina de sua idade, cabelos pretos, trançados, olhos castanhos e inteligentes. Ela tinha algumas sardas, e lembrava vagamente as fotos de sua mãe no colégio, muito vagamente. Ele calmamente olhou para o livro, depois para a estante. Não havia outro igual. Ele o tinha visto primeiro. Ele havia até mesmo estendido a mão quando ela o pegou. Mas ele devia ser educado. Os dois se encararam por breves segundos, o olhar dela desafiador, como se o provocasse a tomar o livro dela, o dele calmo, avaliando, mas na verdade em sua mente esse dilema se estendia. Quero o livro. Sou educado. Quero muito esse livro. Ela é uma garota. Eu nem sei o assunto do livro. Seja educado! Ele então se virou para a estante novamente, fingindo indiferença, e ela saiu andando com o livro, para pagá-lo.


  Logo ouviu um estrondo, e a prateleira da seção ao lado cambaleou, ameaçando cair para frente. Dando a volta correndo, mergulhou e o empurrou de volta bem a tempo, antes que caísse em cima de Keytlin.


  - Você está bem? – ele perguntou calmo.


  - Estou. Eu só puxei o livro, e... – ela se calou, corando.


  - Vamos achar o Brian e a outra.


  - Lorraine?


  - Essa aí.


  - Estão na seção de brincadeiras...


  Quando chegaram lá, porém, eles não estavam. Harry chegou com as sacolas, e os outros pais surgiram, mas nada de Lorraine e Brian. Então Leonardo ouviu o segundo estrondo, mais alto dessa vez. Qual não foi a surpresa de todos quando Lorraine, Brian, e mais um ruivo – adulto! – entraram correndo e se esconderam atrás dos pais, pedindo silêncio. Um homem entrou na loja, furioso, com o que pareciam ser os restos de suas compras da tarde, já que agora ele segurava várias alças e alguns pedaços chamuscados, e ele próprio estava coberto de fuligem.


  - Cadê vocês? Suas pestes! Eu sei que entraram aqui! – ele gritava, derrubando livros a procura dos três. Os mesmos, atrás dos pais, seguravam um riso baixinho. O dono da loja, vendo a bagunça, o expulsou de lá, mas o homem chamuscado ainda gritou – Uma hora vocês terão de sair!


  Então, os três fugitivos se levantaram e não seguraram mais o riso. Rony, ao vê-los, soltou uma risada de alegria e abraçou o ruivo, que o abraçou de volta, ainda rindo. Os outros adultos, um a um, perderam a cara de surpresa para uma de alegria (ou de ligeiro desagrado, no caso de Draco e Pansy), e o abraçaram também. Leonardo e Keytlin ficaram sem entender nada.


  - Keytlin, esse é seu tio Jorge, das Gemialidades Weasley, lembra que eu falei dele? – Rony explicou. Enquanto Keytlin abraçava seu tio, Lorraine e Brian explicavam, ainda rindo, o que houve, para os adultos e Leonardo.


  - Nós estávamos lendo as azarações, daí ouvimos uma discussão lá fora. Quando vimos, era aquele cara, que tava na porta da loja do tio da Keytlin brigando com ele, xingando ele de crianção, falando que ele devia crescer e tal. – Brian falava, enquanto Lorraine girava os olhos em desprezo.


  - Porque o tio Jorge falou que ele é quem tinha jogado uma Bomba de Bosta da janela, mas não foi, foi um menininho, menor que a gente, e ele foi assumir a culpa, e o cara começou a chamar ele de infantil, e tal. – ela continuou.


  - Aí o tio Jorge fez que ia entrar, e quando o cara virou as costas, pregou um cartaz daqueles que tem uma mulher horrorosa com cara de sapo falando um monte de besteira, sabe?


  - A Umbridge, professora de DCAT do pai no quinto ano. – Lorraine explicou.


  - Então, ele colou um cartaz dela falando besteira nas costas do cara, e ele ficava ouvindo xingarem ele o tempo todo e virava pra ver quem era, mas não achava...


  - Daí ele gritou com uma menina que tava perto. – Lorraine fez cara de brava.


  - Que por acaso era a Lorraine... – Brian riu.


  - Então entramos na loja, e o tio Jorge reconheceu a gente.


  - Ele deu um kit completo Deluxe pra gente, de graça, porque, diz ele, foi o pai que fez tudo aquilo existir. – Brian sorria, feliz com o presente.


  - Então nós três saímos, e estouramos uma boa parte do kit Deflagração de Fogos de Luxo do Brian, e jogamos tudo nas sacolas dele quando ele pôs no chão um pouco...


  - E saímos correndo, e as compras dele começaram a explodir... – a essa altura, os dois já gargalhavam de novo.


  - Acho que ele viu a gente correndo, porque seguiu a gente até aqui! – Jorge falou, ouvindo a conversa.


  - Mas que foi muito legal, foi! – Brian abriu um largo sorriso para o ruivo.


  - É, mas eu vou ter que pagar todas as compras do cara e as roupas dele... – Jorge fez cara de bravo.


  - Hããã... – os gêmeos fizeram uma cara constrangida.


  - É brincadeira! Eu pago tudo e ainda sobra pra um batalhão de Thunderbolts, graças a seu pai... – ele riu, olhando Harry, que retribuiu o sorriso.


  - Não foi nada! Eu não precisava do dinheiro, vocês sim. Mas como sairemos daqui com esse cara esperando a gente?


  - Eu e os gêmeos vamos usar os Chapéus-Invisíveis. Lembra dos Chapéus-sem-Cabeça, Harry? Conseguimos fazer com que ele te deixe completamente invisível, mas dura pouco, mais ou menos uma semana. Vocês seguem para minha loja, já acabaram por aqui, certo? – Jorge explicou.


  - Certo. Vão, então, crianças. – Hermione falou, e Jorge entregou um chapéu para cada um dos gêmeos. Os três colocaram-no na cabeça e, então, eles sumiram.


  - Eu sumi! – Brian gritou.


  - Você sumiu! – Lorraine respondeu.


  - Você também! – Brian comentou.


  - Sério? Deixa eu ver! – Jorge riu-se.


  Saíram então, vendo o homem vigiar a loja com uma expressão raivosa, e foram até a loja mais viva, alegre e colorida dali. A Gemialidades Weasley estava cheia de crianças experimentando todo tipo de coisas. Eles tiraram os chapéus ao chegarem lá.


  - Aqui, Brian, reponha seu kit de fogos. – Jorge jogou uma caixa para ele.


  - Valeu!


  Nesse instante, os pais entraram na loja, com Leonardo, Keytlin e Jane. Harry, Rony e Hermione ficaram a admirar os produtos, nostálgicos, lembrando-se de antigamente. Luna, aparentemente com a cabeça nas nuvens, foi ver o Perseguidor, um objeto quadrado que achava qualquer coisa do dono, se ele colocasse uma lembrança dessa coisa em um orifício no objeto. Draco foi ver as Roupas Escudo, ainda muito vendidas, e Pansy, que não gostava muito dessas coisas, ficou na porta, esperando.


  - Keytlin, Leonardo e Jane, peguem o que quiserem, vocês aqui não pagam. – Jorge falou.


  Keytlin pegou um frasquinho de Poção do Amor, sabe-se lá pra quê, um Chapéu-Invisível, um kit de poções que curam coisas como espinhas, hematomas, olhos inchados, etc. e um kit Mata-Aula. Leonardo, meio indeciso entre gostar muito de tudo e achar tudo uma falta de responsabilidade, pegou algumas pedras de Pó Escurecedor Instantâneo do Peru, um Chapéu e uma Capa Escudo, um detonador-chamariz, e, depois de relutar bastante, também pegou um kit Mata-Aula. Jane, feliz, pegou um Mini-Pufe.


  Então embrulharam tudo e saíram, Lorraine e Brian cautelosos. Harry resolveu comprar os presentes. Primeiro de tudo, passaram no Empório de Corujas, onde compraram uma coruja branca, deixando Lorraine feliz da vida.


  - Eu ganhei uma coruja e o Brian não!- disse cantando.


  - Mas eu vou ganhar uma Thunderbolt! – disse cantando enquanto uma Lorraine, não querendo perder a última palavra para o irmão, pegou um poleiro de coruja e tacou na cabeça do pobre Brian.


  - Ai! Essa deve ter doido. Lembre-se, Brian, só ano que vem. – disse Lorraine risonha.


  - Ah, mas eu te pego, pode esperar, querida irmãzinha, vai ter volta.


  - Mãe, o Brian ta me dando medo! – ela se escondeu atrás de Luna, rindo.


  Foram comprar as vassouras. Chegando lá, Harry não aguentou.


  - Esse é o melhor lugar do MUNDO!!!


  - Concordo!!! – disseram os gêmeos em uníssono.


  Brian, Lorraine, Leonardo e Keytlin foram dar uma olhada na loja e ver as vassouras. Brian logo viu a preciosa.


  - LORRAINEEE!


  - QUIÉÉÉÉÉ? – disse Lorraine do outro lado da loja.


  - VEM CÁ! - disse apressadamente.


  - TÔ INDO! –Lorraine foi até lá. Virou-se para Brian. – Que foi?


  - Thunderbolt! – Brian disse, pasmo.


  - Nossaaaa! – Lorraine admirou.


  - Brian, pare de gritar, ou sua mãe vai achar que você está doente. – Harry riu, postando-se atrás deles.


  - Pai, eu estou doente. Por essa Thunderbolt. – Ele respondeu, sério.


  - Nossa, ela é linda mesmo. Mas, você vai ganhar a Nimbus 3000, não a Thunderbolt, você se lembra? Alunos do primeiro ano não podem ter vassouras. A Nimbus para treinar em casa esse ano, a Thunderbolt pra jogar em Hogwarts ano que vem.


  - Eu infelizmente sei disso. Acho que vou chorar. Mas a Nimbus dá pro gasto até o ano que vem. Afinal, tirando a série Bolt, a série Nimbus é a melhor.


  - A Nimbus é uma ótima vassoura. Eu ganhei vários campeonatos com ela em Hogwarts.


  - OK!


  - Agora vamos ver a Nimbus 3000! – Harry chamou.


  - OK! – disse indo ver a vassoura, puxando Lorraine.


  Pegaram a Nimbus 3000 e levaram até o caixa para pagar. Na volta, todos pararam para tomar sorvetes.


  - Huuuummmmmm... Pai? – Lorraine disse, meio sem jeito.


  - Sim, filha? O que foi? – Respondeu Harry, paternalmente.


  - Bom, é que eu já sei o que você tem que comprar pro Léozito. – disse, ainda mais sem jeito.


  - E o que seria? – disse Harry.


  - Vem comigo! – ela responder, e eles se afastaram.


  - Alguém viu a Lô e o pai? – perguntou Brian.


  - Eu acho que eles devem ter ido ver alguma coisa ou devem ter ido pegar outro sorvete e...


  - COMO ELES OUSAM!!! – gritou Brian.


  - Ousam o que? – perguntou Léo, sem perceber que fez uma grande burrice.


  - COMO ELES OUSAM IR PEGAR MAIS SORVETE SEM ME AVISAR? SEM ME PERGUNTAR SE EU QUERIA MAIS? COMO ELES SAEM DE FININHO ASSIM SÓ PARA A MINHA PESSOA NÃO PERCEBER? COMO ELES PUDERAM FAZER ISSO COMIGO? A LORRAINE VAI LEVAR UMA BRONCA POR NÃO ME LEVAR JUN TO E... – foi interrompido.


  - Eu te levei junto pra onde? E por que você tá gritando? – perguntou uma Lorraine risonha com a cara do irmão.


  - POR QUE VOCÊ NÃO ME AVISOU QUE IA PEGAR MAIS SORVETE? E EU NÃO ESTOU GRITANDO! – respondeu Brian raivoso.


  - Tem certeza? Então tá.


  - Brian, para de escândalo, eu só não sabia o que comprar pro Leonardo e a Lorraine disse que sabia exatamente o que dar a ele. – respondeu Harry.


  - Ai, meu Merlin! – disse Brian, olhando para a cara de Lorraine, e começou a rir.


  - O que foi? – perguntou Lorraine.


  - Vocêhahavocê gogogogohahhahahahahahadohahahahah Lelelehahahahahahahaha.


  - O quê? – disse Lorraine, começando a ficar preocupada com o irmão.


  - Ele disse: Você está gostando do Leonardo! – disse Harry entre risinhos.


  - EU O QUÊ?


  - Vovovocêhahaha jaaahahaha sahahabe atehahahaha o quehahaha comprhahaha praaahahaha elehahahaha!!!


  - O quê?


  - Ele disse: Você já sabe até o que comprar pra ele! Há Há Há! – disse Harry repetindo novamente para Lorraine, enquanto Leonardo, sem se alterar, pensava “Que idiota!”.


  - ESCUTA AQUI, BRIAN! EU SÓ FUI COM O PAPAI COMPRAR UM PRESENTE PARA O AFILHADO DELE! EU NÃO DEI IDÉIA DE NADA!!!


  - Sei! – Brian respondeu, começando a parar de rir.


  - O que vocês compraram? – Luna perguntou, curiosa.


  - Se falar estraga a surpresa, deixe-o adivinhar, Luna! – respondeu o marido.


  - Bom, - começou Leonardo, vendo o presente que foi logo mostrado por Harry. – pelo formato é óbvio que é um livro.


  - Não é um livro! – disse Lorraine, já adivinhando a resposta.


  - Como assim não é um livro, Lorraine? É claro que é um livro, ele acertou! – disse Harry, não entendendo o que a filha queria dizer com aquilo.


  - Não é um livro! – ela repetiu, com um sorriso diabólico.


  - Então o que é? - Leonardo provocou.


  - É um microondas trouxa. – Lorraine respondeu, desafiando Leonardo.


  - Não, não é! – disse Leonardo, aceitando o desafio.


  - Então abre! – disse Lorraine entregando o pacote.


  - Pelo peso já dá para saber! É muito leve! – disse, pegando o pacote.


  - Abre logo! – Lorraine desafiou novamente.


  - Meu Merlin! Um microondas! – Leonardo exclamou, para surpresa geral segurando o microondas, com apenas uma mão.


  - Eu não disse? – disse Lorraine, rindo, e logo depois saiu correndo.


  - Por que ela está... – disse Harry, ainda surpreso, quando percebeu a varinha na mão de Lorraine. – Lorraine! Volta aqui com minha varinha!


  - Hahahahahaha! Eu não acredito que ela fez isso! Vai dar encrenca! ME ESPERA, LORRAINE! – Brian gritou, correndo atrás da irmã e ultrapassando seu pai.


  - ANDA LOGO!! – respondeu Lorraine, correndo um pouco mais devagar para que ele a alcançasse.


  - Pronto! Corre! – disse Brian, animado, correndo de Harry, enquanto todos riam da situação. Mas então, o homem que estava furioso com Lorraine, Brian e Jorge, pelas compras explodidas, aparece na frente, sem querer, de Lorraine e Brian, que estavam olhando para seu pai, que estava logo atrás. Quando os dois olharam para frente de novo, deram de cara com o homem, tropeçaram e caíram em cima dele. Ele havia comprado novamente as coisas que explodiram, mas na queda, Lorreine e Brian acabaram amassando e jogando longe as suas compras novas.


  - Ai meu Merlin! Matamos o homem! – disse Brian, com uma cara de procupação.


  - Não, espera, ele está respirando. – Lorraine acalmou o irmão.


  - Ou roncando! Que bafo de dragão! –Brian tapou o nariz.


  - Vocês dois estão encrencados! Lorraine, devolve já a minha varinha, e Brian, o que você fez com o homem? – Harry chegou, arfando.


  - Sei lá! A gente tava correndo e de repente o louco desse homem se jogou na nossa frente! – Brian respondeu, tentando escapar de uma bronca.


  - Nossa, que bafo de acromântula! Ele tem que aprender a escovar os dentes! – Lorraine resmungou.


  - Anda, vamos arrumar essa bagunça e acordar esse homem! – disse Harry.


  - Sério, pai, usa magia né? – Lorraine lembrou.


  - Não senhora! Vocês bagunçaram isso, agora vão arrumar!


  - Mas pai! – Brian insistiu.


  - Sem mas nem menos. Arrumem essa bagunça que eu cuido do homem.


  - Tá, pai! – disseram os gêmeos em uníssono.


  Todos riram, arrumando a bagunça. Foram embora rápido, antes que o homem acordasse e tivesse um colapso nervoso por causa dos gêmeos.

  Brian, então, puxou o pai para o lado, enquanto Lorraine ia transformar o microondas de volta no livro. Acabou que era mesmo um livro, uma versão Deluxe de Hogwarts, uma História, que Leonardo começou a ler na mesma hora. A versão que tinha em casa era a que pertencera à sua mãe, estava desatualizada e com páginas rasgadas ou soltas, e palavras borradas. Não largou o livro por um bom tempo.

  - Pai, já que a Lorraine escolheu o presente do Leonardo, eu vou escolher o da Keytlin! - ele sorriu. Harry sorriu de volta, e os dois se afastaram.

  - Ei, Léozito, gostou do livro?

  - Obrigado. - ele respondeu, ainda sem desgrudar os olhos das páginas.

  - Vai ficar lendo isso pra sempre? - ela perguntou, se aborrecendo.

  - Foi você quem me deu. - Leonardo lembrou, ainda lendo.

  - Não precisava viciar. - ela falou, chateada. Então, Brian e Harry voltaram, sorridentes.

  - Keytlin! Aqui, pra você! - Brian mostrou uma caixa vermelha. Keytlin, corando, abriu. Havia um colar dentro, de ouro branco, com um pingente em forma de asterisco, a forma exata que tinha a queimadura no ombro de Keytlin, quando a luz misteriosa a queimara. Claro que os pais não entenderam o motivo da escolha, mas para os quatro, fazia todo o sentido. Corando furiosamente, Keytlin guardou a caixa com as compras. 


  Então, Harry se encontrou com os outros, e sem demoras foram para o Olivaras...


  - Então, finalmente o Olivaras! – disse Brian, meio nervoso.


  - É... – concordou Lorraine, também nervosa.


  - Vamos? – disse Luna encorajando.


  - Não vai caber todo mundo aí dentro, Luna. Só os quatro vão entrar, e Harry e Draco. Eu não vou porque não entenderia nada, mesmo. – Rony explicou.


  - Ooook... – Brian respirou fundo, e eles entraram.


  O lugar estava todo escuro, com apenas uma vela fraca e uma janela embaçada providenciando iluminação. Eles entraram, e logo o Sr.Olivaras veio atendê-los.


  - Eu estava esperando a visita de vocês. Parece que foi ontem que o Sr. Potter veio aqui e a varinha gêmea da do Lorde das Trevas o escolheu. Vocês são filhos de bruxos excepcionais, todos vocês. A varinha de vocês deverá ser excepcional também.


  - Na verdade, esse é o motivo de estarmos aqui – começou Harry. – Queríamos saber o que você acha... – ele tirou as varinhas de uma das sacolas - ...disso. – colocou-as no balcão. Os olhos prateados como a lua de Olivaras saltaram ainda mais.


  - Onde... Acharam isso?


  - Na floresta do Deão. Na verdade, as crianças é que acharam, e as próprias varinhas escolheram qual das crianças tinha qual cor. – Draco explicou.


  -Eu vejo... Então, são vocês... Não é motivo de surpresa. Todos nós sabíamos que o sangue de heróis se misturou em vocês...


  - Poderia ser mais claro? – Harry perguntou, conhecendo o hábito do vendedor de enrolar para contar algo importante.


  - É, nós somos o quê? – Lorraine completou.


  - As crianças escolhidas...


  - O quê?! – Brian perguntou.


  - Veja bem, senhor Potter, você deve saber que foi realizada uma profecia a respeito de seu pai.


  - Sim, mas eu não vejo qual a ligação... – Harry começou.


  - A profecia original, feita por Sibila Trelawney, foi interrompida.


  - Por Snape, sim.


  - Mas ela foi interrompida duas vezes.


  - O quê?!


  - Sim. Depois de ter terminado a entrevista, ela foi para uma pensão. Aconteceu de meu colega de trabalho, Gorgorovitch, estar hospedado lá. Trelawney puxou conversa com ele, mas ele queria fazer de tudo para não ficar lá. Então, ela mudou o tom da voz.


  Harry podia imaginar. Trelawney parecia outra pessoa, quando estava fazendo profecias verdadeiras. Gorgorovitch com certeza ficou para ouvir.


  - Gorgorovitch ouviu o restante da profecia, e um dia, em uma convenção de fabricantes de varinhas, ele bebeu demais e contou a mim e a outros fabricantes sobre ela. Essa profecia virou uma lenda entre nós, e uma corrida para achar as quatro varinhas sagradas se iniciou.


  - Qual foi essa profecia?


  - "Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”


  - Sim, e aí acaba. – Harry continuou.


  - Na verdade não, senhor Potter. Dumbledore a interrompeu aí, quando ela deu uma pausa, achando que ela já havia terminado. Mas, depois, ela voltou à pensão, e conversando com Gorgorovitch, terminou a profecia.


  - E qual é o resto? – Draco indagou.


 


- “O corpo do Lorde das Trevas perecerá, e a paz retornará. Mas então, nascido do 108, nascido da mistura do poder, nascerá aquele em que o Lorde das Trevas mais uma vez encontrará abrigo, e o filho do igual encontrará iguais, e as quatro varinhas sem cerne o encontrará, e então eles dormirão, e sonharão... Ele virá... Nascido do 108...” – Olivaras leu em um pergaminho que tirou de sua gaveta.


 


- Mas... O que isso tudo quer dizer??? – Lorraine perguntou.


- Você é estúpida? Você é filha do herói, que encontrou seus iguais, ou seja, outros filhos de heróis. Nós achamos as varinhas sem cerne, quer dizer, elas não tem um cerne comum como as varinhas normais. Alguém vai aparecer, não sabemos quem, que vai reencarnar Voldemort de algum lugar. Ele vai nascer do 108, eu não sei o que é isso, mas tudo bem. E nós vamos dormir. É, não entendi isso também, mas o que importa agora é a primeira parte. – Leonardo explicou.


- Acho que posso ajudar. – Hermione enfiou a cabeça pela porta.


- Descobriu alguma coisa? – Draco perguntou.


- Pensa só. Quantos anos nossos filhos tem?


- Onze.


- E isso faz quanto tempo desde a batalha contra Voldemort?


- Nove.


- Pense então: se alguém tivesse nascido no mesmo ano que nosso filho,  quantos meses faria desde a batalha?


- Cento... E oito. – Draco completou. Todos fizeram silêncio um instante.


- Então... Voldemort vai voltar em uma... Criança? – Harry disse, o tom enojado.


- Mas o principal não é isso. O principal é... Como ele vai voltar? – Hermione lançou a pergunta. Ninguém soube responder.


 


~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~


 


N/A.: Yooooooooooooooooo, mais um capítulo! Finalmente!


N/N.: Hello, beautiful people!! Concordo, Aisha. Finalmente! ÊÊÊ!


N/A.: Acho que devemos desculpas ao povo... Naylla, não tem nada a dizer??? >:(


N/N.: Você quis dizer que NÓS temos algo pra dizer. Mas, em todo caso, desculpa povo! A Aisha não queria escrever!


N/A.: PROTESTO! Não é que eu não queria, é que eu não tinha inspiração. E, no caso, eu só consegui de novo semana passada...


N/N.: Você ainda não pediu desculpas.


N/A.: Ok, ok, gomenasai, galera, desculpa a demora.


N/N.: Então... É isso, eu acho... Comentem!


N/A.: E votem! Não se esqueçam: Sejam feliiiiiiiiiiiiiiizes!!! Ja nee!


N/N.: Bye bye!


N/A.: ~*Aparatei*~

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